Perigo de guerra na fronteira Síria
a atual crise no Oriente Médio e suas perspectivas
a atual crise no Oriente Médio e suas perspectivas
Reproduzimos abaixo texto dos camaradas trotskistas turcos do DÖRDÜNKÜ BLOK, bloco quartainternacionalista, em português.
Hoje nós estamos enfrentando uma grande crise no Oriente
Médio. O povo palestino vive sob a opressão do Estado sionista de Israel. O
terrorismo do Isis faz da guerra civil na Síria um inferno. E, apesar de
parecer uma operação simples envolvendo o Irã e a Turquia, está sendo realizada
uma grande intervenção imperialista contra luta do povo curdo em que o governo
turco se meteu para desencadear uma guerra ainda maior.
A burguesia imperialista reconhece a Turquia possui
características de uma potência regional e que aspira este status e que o AKP
[Partido da Justiça e Desenvolvimento, ao qual pertence o atual presidente,
Recep Tayyip Erdoğan] fez progressos significativos neste sentido. Por isso,
ele continuamente se envolve em conflitos no Oriente Médio e, especialmente,
apoiando grupos como o FSA e o “Estado Islâmico”. Mas, devido a covardia da
burguesia turca, suas aspirações nacionais para ter uma independência política,
não se contrapõe aos interesses da OTAN.
Os ataques militares orientados pelo governo turco contra a
Síria têm como principal motivo impor uma derrota as forças da guerrilha curda
YPG [ Unidades de Defesa Popular, grupo guerrilheiro turco-curdo, do qual faz
parte o YPJ, o batalhão feminino do YPG, colaterais armadas do PKK, o Partido
dos Trabalhadores do Curdistão ] e ampliar sua zona de influência no território
sírio em uma frente com as forças de oposição a Assad. Mas, é bastante evidente
que as burguesias russa e iraniana não vão permitir pacificamente esta
intervenção. Rússia, em particular, não abre mão de sua única base naval no
Mediterrâneo, localizada na Síria. O Irã não quer perder o seu aliado mais
importante no Oriente Médio, o governo de Assad. Também provavelmente o
exército turco seja derrotado na batalha contra o PKK pela soberania do norte
da Síria, uma vez que este último se aproximou do bloco russo-iraniano. Neste
caso, a Síria vai se transformar em um completo atoleiro para a burguesia
Turquia.
Cada criança faminta originada deste conflito, milhares de
trabalhadores que são obrigados a trabalhar em prol dos interesses da burguesia
vão morrer em vão. Ao mesmo tempo, esta ambição turca associada aos interesses
da aliança ocidental imperialista podem desencadear uma guerra mundial, ou pelo
menos uma guerra em todo o Oriente Médio como está cada vez mais evidente.
Porque o Oriente Médio é o principal barril de pólvora no mundo e esta política
pode incendiar todo Oriente Médio, o que inevitavelmente vai engolir o mundo
inteiro.
QUAL O PRÓXIMO PASSO DA LUTA?
O que os trabalhadores e as trabalhadoras vão fazer nesta
situação? Vamos esperar que eles morram neste banho de sangue, vão permanecer
em silêncio em face da iminente guerra contra nossas crianças e jovens? De
jeito nenhum! Mas a retórica pacifista, como na época dos bombardeios aéreos na
guerra no Iraque é inútil. Não há outra força capaz de parar a guerra a não é
ser a luta organizada da classe trabalhadora. Os pacifistas da classe
trabalhadora devem aprender a se organizar de uma forma baseada nos interesses
internacionalistas da classe trabalhadora, em vez de se limitarem a retórica
pacifista devem lutar armados na guerra de classe contra a classe, como fizeram
no passado, que se traduz na luta revolucionária contra sua própria burguesia.
O caminho para a libertação dos povos e trabalhadores do Oriente Médio passa
pela unidade das forças do povo trabalhador para estabelecer seu próprio poder.
No Oriente Médio, como em qualquer parte do mundo a única
maneira de alcançar esse fim é através da revolução. Os trabalhadores devem
acabar com o capitalismo, do contrário sofrerão mais guerras e exploração, etc.
PELA CONSTRUÇÃO DA QUARTA INTERNACIONAL
A classe trabalhadora também possui outro problema em seu
caminho, a falta de uma direção que lidere suas lutas em todo mundo, a falta de
um partido revolucionário da Quarta Internacional. Sem possuir esta direção a
classe trabalhadora não pode cumprir suas tarefas políticas. Não podemos poupar
esforços para construir a Quarta Internacional do proletariado, a principal
tarefa dos revolucionários. A famosa frase de Trotsky, acerca da crise de
direção, é agora mais importante, e esta crise não passa de um pesadelo no meio
da luta pela construção do poder da classe trabalhadora. A construção dessa
direção só é possível militando no coração da classe trabalhadora, depende de
um trabalho de perseverança que exige muita paciência.
VIDA LONGA A LUTA POR UM ORIENTE MÉDIO OPERÁRIO E SOVIÉTICO
O FUTURO DA PAZ NO ORIENTE MÉDIO DEPENDE DA LUTA DOS
TRABALHADORES!
GUERRA DE CLASSE CONTRA CLASSE!