Derrotar a ofensiva imperialista
construindo o partido trotskista
da classe operária mundial!
SAUDAÇÃO DO CLQI AO DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES
O CLQI envia suas mais calorosas saudações revolucionárias à
classe trabalhadora, aos pobres e oprimidos do planeta que estão lutando contra
as últimas fases da pior crise do capitalismo desde 1930. Em meio a esta crise,
as classes dominantes do mundo estão atacando violentamente, impondo uma
selvagem austeridade contra os trabalhadores dos países metropolitanos e
realizando guerras com seus próprios exércitos ou por meio de forças militares
serviçais (como as tropas do Qatar e da Arábia Saudita que atuaram a serviço da
intervenção imperialista na Líbia e que agora atuam na Síria) na África e no
Oriente Médio.
Mali, República Centro Africana, República Democrática do
Congo, Líbia, Palestina, Síria, Iraque, Somália, Etiópia, Eritreia e
Afeganistão são todas nações devastadas pela guerra. Outras guerras estão
surgindo: contra o Irã e a Coréia do Norte. A responsabilidade por todas essas
guerras é do imperialismo mundial, que procura matérias-primas para suas
indústrias e mercados para sua produção, garantidos por palhaços dóceis
impostos pelas invasões ou por tropas de países títeres.
Defendemos a derrota de todos os exércitos imperialistas e a
vitória sobre os mesmos até pelas forças nacionalistas mais reacionárias; tais
vitórias sobre os imperialistas mundiais só podem a médio e longo prazo,
fortalecer as forças de libertação contra a tirania nacional e local no mundo
semicolonial. O mais importante é que estas derrotas das tropas invasoras
arranquem a aura de invencíveis das classes dominantes imperialistas e
desmascarem as direções políticas e sindicais auxiliares do imperialismo.
GRÃ-BRETANHA
De país em país, a política de “austeridade” é a resposta
capitalista para esta crise. Os direitos trabalhistas e sociais estão sendo
cortados. Inclusive na Grã-Bretanha, custear a própria habitação está se
tornando algo inalcançável para a classe operária. O Serviço Nacional de Saúde
(NHS) está sendo privatizado rapidamente para fazer com que os cuidados de
saúde sejam privilégios apenas dos ricos, direito negado aos pobres – a
expressão “free at the point of use” (gratuito e no ponto de uso) em breve se
tornará uma piada de mau gosto, se não determos este governo reacionário. O
mesmo vale para França, Alemanha, EUA, América do Sul, África do Sul, Sri Lanka
e para todo o globo.
GRÉCIA
A nova onda da crise no sistema bancário de pequenas nações
como o Chipre e a Eslovênia é meramente um prelúdio para uma outra crise geral
nas terras do euro. Os Bancos da Irlanda estão novamente sobre a inadimplência
e depois deles virão os bancos de Portugal, Espanha e Itália e, é claro, da
Grécia, onde os padrões de vida caíram desastrosamente e o fascista Aurora
Dourada está se projetando ameaçadoramente nas pesquisas. E deve-se ressaltar
que este é um verdadeiro partido fascista, não como outros grupos de
extrema-direita europeus, como a Frente Nacional na França ou o Vlaams Blok, na
Bélgica, que têm fascistas em vários cargos de direção, mas que ainda pretendem
trabalhar dentro dos limites da democracia burguesa parlamentar.
A economia grega está contraída pelo 18º trimestre
consecutivo. A taxa de desemprego subiu para 27,2% em janeiro. Mais de seis em
cada 10 jovens gregos estão sem trabalho. O produto interno bruto caiu 6% nos
três meses desde dezembro em relação ao mesmo período do ano passado, depois de
cair 6,7% em relação às perspectivas do trimestre anterior, informou a
Autoridade Estatística Helênica, com sede em Atenas. Um rápido olhar sobre os
gráficos mostram que os objetivos da Troika são reduzir o custo unitário do
trabalho através do aumento do desemprego para restaurar a taxa de lucro para
uma fração ainda menor e mais “enxuta” da classe capitalista. Esse é o futuro
do neoliberalismo de Reagan/Thatcher e de todos os trabalhadores na Europa e no
mundo, se não os determos.
Nós insistimos que esta é uma crise derivada da queda da
taxa de lucro, a lei mais poderosa da economia capitalista de acordo com Karl
Marx, mascarada no passado pela extensão contínua da dívida pública como uma
solução para cada crise cíclica até que a montanha de dívida envolveu a todo o
sistema capitalista na grande crise de 2008 com o colapso do Lehman Brothers.
Não há uma solução reformista keynesiana para a crise que inaugurou a mais
recente etapa de guerras, golpes, contra-revoluções e crises
pré-revolucionárias que inevitavelmente se seguirão. Mas estas crises só se
tornarão revolucionárias se a classe operária armar-se com um programa e com
uma direção revolucionários para lutar contra o imperialismo e o capital.
ARGENTINA
Na Argentina a estagnação econômica já está instaurada há
algum tempo e fortalece as tendências para a recessão e erosão dos salários
pela via inflacionária. Entretanto, um setor da pequena burguesia e frações da
burocracia sindical estão servindo de massa de uma manobra que aponta para uma
saída ainda mais serviçal que a própria Cristina Kirchner.
O Brasil, como Argentina e vários outros países
latino-americanos, está no meio da disputa global entre dois grandes blocos do
capitalismo: o bloco anglo-saxão, por um lado, e o bloco sino-russo, do outro
lado. Após a crise de 2008, a China substituiu os EUA tornando-se o maior
“sócio” comercial de vários países latino-americanos, como o Brasil.
No último período, o patronato do Brasil e da Argentina, e
mais ainda, as multinacionais automobilísticas imperialistas, tratam de
explorar as desigualdades entre as fronteiras, chantageando sempre de forma
selvagem o proletariado de um lado e do outro, para arrancar taxas de
mais-valia maiores e o máximo de subsídio estatal. Sob estas premissas
objetivas, estão postas as condições para a unidade do proletariado dos dois
países.
BRASIL
A recessão mundial chegou tarde no Brasil, onde a burguesia
aproveitou a especulação imobiliária alimentada pelo fato do país sediar a Copa
do Mundo de futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Ainda assim, o Brasil foi
atingido, a partir de meados de 2012, pela recessão e estagnação industrial,
acompanhados de inflação e outros ataques diretos à classe trabalhadora.
A partir de agosto de 2012, a direção da fábrica da General
Motors em São José dos Campos (SP) lançou um ataque terrível contra os
metalúrgicos. A multinacional ameaçou fechar a fábrica para impor demissões,
suspensões, renúncia de direitos históricos e achatamento salarial. O Sindicato
dos Metalúrgicos de São José dos Campos, dirigido pela CSP-Conlutas (braço
sindical do PSTU/LIT), cedeu a estas chantagens e concordou com o layoff
(suspensão temporária dos contratos de trabalho) para 940 operários. Destes,
quase 600 acabam de ser demitidos. Trata-se de uma política desastrosa desta
direção sindical, política de colaboração de classes que desde 2011 tem ceifado
o emprego de mais de 1100 metalúrgicos da GM, através de demissões
“voluntárias”. Em 26 janeiro de 2013 foi assinado um acordo escravocrata, entre
o Sindicato e a Multinacional, que aumenta a jornada de trabalho, reduz o
salário e permite a demissão de centenas de operários pais de família. A
desculpa da direção da Conlutas foi de que esta “era a única coisa possível a
ser feita”. O PSTU/LIT ensina a política errada, dizendo para a classe
trabalhadora que “a única coisa possível” é render-se aos patrões sem lutar.
Assim, eles mesmos não se mostram melhores do que a pelega CUT, central
sindical do PT, que tantas vezes criticam, corretamente, como lacaios dos
patrões. Com estas desculpas patéticas, PSTU/LIT traem os setores radicalizados
da classe trabalhadora que os seguem.
A principal tarefa dos trotskistas no Brasil é voltar-se
para a classe operária, conquistando-a, para romper a influência do PT, Lula e
Dilma e dar um novo rumo para a luta revolucionária do proletariado. A política
de traição de classe da Conlutas e do PSTU, que assinou o acordo e semeou
ilusões que o governo burguês de Dilma era favorável aos trabalhadores e não à
multinacional dos EUA, prova que este partido é incapaz de servir como um
instrumento para a classe trabalhadora contra seus patrões. Pelo contrário, o
PSTU demonstra ser um importante aríete para destruir a resistência da classe
trabalhadora em favor de ataques imperialistas pela “austeridade” no Brasil,
para a escravização da classe trabalhadora. Este acordo criminoso da
Conlutas/LIT servirá de padrão para os próximos ataques, não apenas contra os
metalúrgicos da GM, mas contra toda a classe trabalhadora, pavimentando o
terreno para a imposição do famigerado “Acordo Coletivo Especial”.
VENEZUELA
Na Venezuela, o candidato chavista Maduro quase não
sobreviveu à eleição, obtendo menos de 51% dos votos. O ex-maoísta e motorista
de ônibus apelou para o apoio dos reacionários líderes da Igreja Católica e do
alto comando militar. Ele anunciou um programa de cortes e de desvalorização da
moeda: “temos que aprender a fazer muita coisa com um pouco, mais com menos”,
disse.
Maduro é membro da nova boliburguesia, parte da nova
burguesia que se beneficiou amplamente com o setor público, no reinado de
Chávez. Apesar de fazer alguma concessão aos pobres e fornecer alguns elementos
do Estado de bem-estar em aliança com Cuba, Chávez manteve intacto o
capitalismo de tal forma que agora o apoio popular tem diminuído a tal ponto
que cresce a desilusão nas favelas e bairros pobres, e a distância política
entre o setor mais reacionário da burguesia e os chavistas diminuiu para apenas
1,6%.
O PSUV é um partido populista burguês, anti-operário, que
está perdendo o seu apoio de massa porque a política econômica burguesa
chavista, baseada na manutenção do fornecimento do petróleo para o imperialismo
(após a crise de 2008, estão caindo as exportações de petróleo da Venezuela
para os EUA, ainda hegemônico, e aumentando as exportações para a China), passa
por realizar planos de austeridade contra as massas. Portanto, os
revolucionários deveriam ter chamado o voto nulo nas recentes eleições
presidenciais venezuelanas, chamando taticamente uma frente única
anti-imperialista com o chavismo para esmagar a direita golpista e
testa-de-ferro do imperialismo, e construir um partido de trabalhadores para
lutar pela expropriação da burguesia bolivariana através da revolução social,
único caminho para conquistar o socialismo no século XXI.
CORÉIA DO NORTE
Nós, trotskistas do CLQI, estamos pela defesa incondicional
do Estado operário da Coréia do Norte, contra os bloqueios e contra qualquer
ataque ou provocação imperialistas. Defendemos o direito do Estado operário a
possuir armamento nuclear contra seus adversários. O imperialismo anglo-saxão
quer avançar sobre a Ásia, sobre os escombros do último Estado operário
asiático, com a ajuda da burguesia chinesa, que negocia com a influência
política que exerce sobre a Coréia do Norte, para retardar a ampliação do
domínio militar dos EUA no Oceano Pacífico. Mas essa política criminosa do PCCh
só fortalece os EUA, inclusive contra a própria China. Por sua vez, a política
de “socialismo em meio país” da burocracia stalinista norte-coreana
estrangulará o Estado operário. Defendemos uma revolução política na Coréia do
Norte e a substituição da burocracia por conselhos operários e camponeses.
Defendemos a revolução social na Coréia do Sul e a reunificação soviética da
península coreana.
JAPÃO
Neste processo, o concentrado proletariado japonês deve ser
convocado a cumprir um papel independente, unificando-se com seus irmãos
coreanos contra seu próprio imperialismo e contra o bloco anglo-saxônico do
qual o Japão é satélite. O proletariado japonês, que foi vítima dos dois
ataques nucleares já cometidos no planeta na Segunda Guerra Mundial, não pode
ser arrastado a atuar novamente como bucha de canhão contra seus irmãos de
classe coreanos e chineses. Deve, ao contrário, jogar um papel importantíssimo
na futura batalha do pacífico.
Esta é uma crise global de proporções
contra-revolucionárias. O surgimento do Aurora Dourada na Grécia é um indício
do que vai acontecer em todos os lugares, se nós falharmos em nossa missão de
apontarmos como tática a edificação de frentes de ação pela luta direta contra
o avanço do fascismo e se não construirmos estrategicamente uma direção
bolchevique internacional, a reconstrução da Quarta Internacional.
O “Aurora Dourada”, melhor dizendo, o ocaso da impotência
reformista na Grécia, que ameaça arrastar o proletariado helênico se este não
constitui uma direção bolchevique, que rompa com o reformismo decadente.
Trata-se de uma expressão grega da uma tendência em desenvolvimento em nível internacional
de fascistização da ditadura do capital. De nossa parte, assinalamos que a
tarefa de construção de uma direção bolchevique internacional é uma condição
imprescindível, ainda mais agora, quando cresce a ameaça da noite da democracia
burguesa, para que esta não se transforme em um inverno polar de barbárie
totalitária para o proletariado e ao revés – com a saída revolucionária –
brilhe a luz que aponte – desta vez sim – a aurora de um novo dia: a vitória do
socialismo.