Protesto na Cinelândia rompe barreira política imposta pela burocracia dirigente da CUT, MST, PCdoB e CSP-Conlutas ao "Fora Obama!"
dO Bolchevique # 4
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| Combativo "Fora Obama!" em frente ao Teatro Municipal fura o cerco político dos pelegos e do aparato repressivo do imperialismo, Dilma e Cabral |
No dia 18 de março, a partir da concentração na Candelária, CUT e CTB boicotaram a passeata de protesto ao Consulado dos EUA no centro Rio de Janeiro contra a presença de Obama. O PSTU e a CSP-Conlutas apostaram neste ato para amortecer a disposição de luta do ativismo, inclusive de parte de sua militância, a fim de evitar um forte protesto no dia em que Obama estaria no país. A serviço do FBI, a PM de Cabral prendeu 13 militantes neste pequeno protesto do dia 18 para intimidar as possíveis manifestações que viessem a se organizar no dia 20 de março.
Dois dias depois, quando Obama já se encontrava no Rio de Janeiro, não foi, porém, a truculência dos aparatos repressivos dos lambe botas brasileiros Dilma e Cabral (tanques, o Batalhão de Operações especiais do Exército, Bope, PM e Guarda Municipal) ou a própria máquina assassina do imperialismo montado no Rio (FBI e CIA) o que impediu o avanço da manifestação. Quem freou o movimento a menos de três quarteirões do Teatro Municipal, onde se encontrava o comandante em chefe do imperialismo mundial, principal responsável por toda exploração e violência do mundo, foi a vergonhosa política conciliadora da CUT, Sindipetro, MST, PT, PCdoB, PSTU, PSOL e CST/Unidos que levou os manifestantes a um beco sem saída, literalmente encurralando-os para depois "serem forçados" a dispersá-los, e tomar o caminho de casa.
A Liga Comunista agrupou seus militantes de São Paulo e Rio de Janeiro a partir do dia 19/03, confeccionou faixas e bandeiras, constituiu a “Frente Única Contra a Presença de Obama no Brasil” com organizações de trabalhadores, estudantes e sem teto cariocas: Frente Internacionalista dos Sem Teto, Rede Estudantil Classista e Combativa e Coletivo Lênin, em torno de um manifesto com posições políticas comuns. No protesto, distribuímos o manifesto da frente e uma declaração própria, os quais reproduzimos logo abaixo.
| Nádia Silva, trabalhadora de São Bernardo do Campo, ABC paulista, fala pela LC, na concentração na estação do metrô Glória no Rio de Janeiro |
Com atraso proposital, para cansar os manifestantes, finalmente a marcha saiu da Glória em direção à Cinelândia, sempre sendo freada por um combinado da direção do movimento, CSP-Conlutas, CUT, MST, PSTU, PCdoB e PSOL, com a assassina PM fluminense de Cabral até ser completamente contida a três quarteirões da Cinelândia sem a necessidade de nenhum aparato policial bloqueá-la. A direção do protesto covardemente conduziu a manifestação para um beco sem saída politico e logístico, uma vez que o quarteirão onde fomos orientados a parar era uma rua onde a tropa de choque facilmente nos reprimiria, encurralando a todos. Os mesmos dirigentes trataram de nos aterrorizar com argumentos de que “a cavalaria estava na praça” e que haveria um “banho de sangue” se o protesto continuasse,...
“PARA NOSSOS PRESOS LIBERTAR, É PRECISO AVANÇAR!”
Neste momento, apesar da tentativa de intimidação e do cerco reacionário que a direção do movimento impôs ao setor mais combativo da manifestação, nós polarizamos contra a política colaboracionista com palavras de ordem pela continuidade da marcha anti-Obama até onde fosse possível, inclusive para pressionar os governos Dilma e Sérgio Cabral a libertarem nossos presos políticos reféns da luta anti-imperialista, cantando palavras de ordem como “Para nossos presos libertar é preciso avançar”, “Vem vamos embora que esperar não é fazer, quem sabe faz a hora não espera acontecer”; “Por que parou? parou por que?”, “O povo unido é povo forte, não teme a luta, não teme a morte. Avante, companheiros! Essa luta é minha e sua. Unidos venceremos e a luta continua!”.
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UOL Notícias registra faixa da Liga Comunista na Concentração da passeata na Glória, Atrás da faixa da LC, o carro de som que foi apreendido pela PM de Sérgio Cabral |
O PSTU orientou sua militância, em crise diante da polarização, a se dirigir para a sede do partido, onde seriam reenquadrados e mais uma vez entorpecidos de que “tudo que era possível fazer tinha sido feito” e que a “atividade foi plenamente vitoriosa”. Os governistas e os satélites deste bloco conciliacionista foram para casa ou contar vantagem na internet. Diante da sabotagem, a LC, FIST, RECC e CL se dirigiram ao Teatro, onde vieram a se agrupar também as Brigadas Populares, PCR, Morena-CB. As demais organizações se enquadraram completamente naquele momento às orientações conciliadoras que a CUT-PCdoB-Conlutas quiseram impor ao conjunto da manifestação. Após furarmos o bloqueio político da CSP-Conlutas e Cia e, em seguida, o bloqueio policial na Rua Evaristo da Veiga, fomos até a praça protestar, contidos finalmente pelo Batalhão de Operações especiais do Exército de Dilma, protetor do showmício vip de Obama.
APESAR DOS PELEGOS, “YES, WE CAN!” PROTESTAR CONTRA OBAMA!
A LC e a frente única cumpriram o que convocaram nos seus manifestos e declarações: “Devemos marchar até o Teatro Municipal para demonstrar, em alto e bom som, nosso rechaço à presença do carniceiro do imperialismo no Brasil, na Líbia, no Iraque, Afeganistão e Haiti.” (Declaração da Liga Comunista ao 20/03); “Vamos caminhar hoje até onde pudermos contra Obama e o Imperialismo!” (Manifesto da Frente Única Contra a Presença de Obama no Brasil).
Em frente ao Teatro Municipal, os manifestantes fizeram uma barricada política cantando palavras de ordem contra Obama, Dilma, Cabral, o Caveirão e a Globo por todo o tempo que decorreu a farsa montada pelo governo brasileiro em repúdio ao imperador “democrata” carniceiro e seus lambe-botas tupiniquins. A LC e outras organizações puxaram várias palavras de ordem como “Fora já, fora já daqui, Obama da Líbia e Dilma do Haiti!” e “Estão no mesmo saco, Obama e caveirão. Libertem nossos presos, abaixo a repressão!”. Os que levaram o “Fora Obama!” até onde suas forças permitiram, não encontraram nenhuma cavalaria e muito menos sofreram o falacioso “banho de sangue” utilizado pelos pelegos para amedrontar a luta anti-Obama.
A lição que tiramos desta batalha é que as direções conciliadoras são o maior freio para a luta anti-imperialista e anticapitalista, se esquivam do combate consequente contra a repressão policial, utilizam a prisão de seus companheiros como mero marketing político virtual e desarticulam a luta de massas, o método do movimento operário para obrigar nossos algozes a recuar. Parafraseando o próprio líder imperialista, “Sim, era possível” realizar um poderoso “Fora Obama!” e o corajoso protesto de todos os que queriam protestar na praça da Cinelândia demonstrou isto.

