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terça-feira, 16 de junho de 2020

LUGANSK – GREVE DOS MINEIROS

Solidariedade com a ocupação e a vitória dos mineiros de Lugansk!
Trabalhadores: Cuidado com os falsos 'amigos' fascistas da OTAN


Os mineiros da cidade de Antracita, na República Popular de Lugansk (RPL), mais de 100 operários de carvão que estavam em greve na mina de Komsomolskaya há uma semana, desde 6 de junho, alcançaram suas demandas e a empresa pagará o vencimento em atraso devido a eles. Após a repressão desencadeada na semana passada pelas autoridades da RPL, com cerca de 25 prisões de mineiros e ativistas de esquerda, o governo se comprometeu a não processar os grevistas.
Parece ser uma vitória considerável dos mineiros no leste da Ucrânia contra os oligarcas que são proprietários e controlam as minas. Esse é um conflito local da luta de classes entre operários e capitalistas que ocorre dentro de outro conflito internacional intercapitalista entre a Rússia e o imperialismo atlantista (EUA – UE). O segundo conflito é perpassado pela defesa da autodeterminação nacional e a resistência contra os elementos fascistas que tomaram o poder apoiados pela OTAN no golpe de Maidan de 2014.

No conflito local, o regime na região, principalmente de língua russa, não hesitou em atacar sua própria classe trabalhadora com a repressão, desde a prisão e tortura de alguns dos principais militantes na luta, até interferindo nas mídias sociais e tentando impedir que os partidários da greve o usassem para organizá-los. O governo da República Popular de Lugansk (RPL) usou como desculpa as medidas de combate a pandemia de Covid-19 para tentar impedir a organização e ação da classe trabalhadora.

Nós, como marxistas e anti-imperialistas, obviamente apoiamos a máxima solidariedade internacional para os trabalhadores na luta contra seus opressores capitalistas em todos os lugares em que essa resistência é travada, e, obviamente, inclusive nas regiões de língua russa que se separaram da Ucrânia após o após o golpe de Estado fascista Maidan, pró-Otan, de 2014 que levou ao poder um regime em Kiev que procurava controlar toda a Ucrânia, incluindo sua população de língua russa nas regiões mais industriais do leste do país, para a OTAN e a União Europeia.

Observamos que, muitos daqueles que estão fazendo uma grande questão de apoiar os mineiros de Lugansk agora, denunciando o 'separatismo' das repúblicas de língua russa , o fazem apoiando implicitamente o regime em Kiev, anteriormente de Poroshenko, agora de Zelensky, que parece ser o homem de Trump, e estão denunciando a direção de Lugansk por sua repressão aos mineiros. Bem, essa repressão certamente precisa ser denunciada. Mas os trabalhadores precisam ficar alertas contra alguns lobos em pele de cordeiro, nos referismos a aqueles que se opuseram a autodeterminação de todo povo do leste ucraniano, incluindo os mineiros de Komsomolskaya, e apoiaram o golpe de Estado da OTAN que realizou um massacre sangrento de sindicalistas, em maio de 2014, onde 48 militantes foram queimados até a morte quando a Trade Union House em Odessa foi incendiada por uma multidão liderada por fascistas do movimento Maidan pró-OTAN.

No conflito entre o imperialismo da OTAN e seus fantoches e sátrapas, os apoiadores da expansão da OTAN na ex-URSS, estamos militarmente do lado daqueles que resistem à OTAN e ao imperialismo liderado pelos EUA. Mas não damos apoio político às forças burguesas que resistem ao imperialismo. De fato, como é mostrado pelos cortes de empregos, fechamentos e cortes de salários que provocaram essa greve e ocupação, as forças capitalistas na Rússia que apoiam Putin e seu próprio projeto nacionalista de construir um capitalismo russo mais forte também oprimem sua "própria" classe operária e não incorporam nenhuma alternativa sistêmica aos imperialistas que gostariam de conquistá-los e subjugá-los.

De fato, uma das principais razões para a continuação da expansão da OTAN na ex-URSS é a crença de que o proletariado da Rússia, que foi a força motriz da Revolução de Outubro, não foi suficientemente privado de sua consciência de classe para tornar impossível um renascimento do comunismo que as classes dominantes ocidentais tanto temem. O nacionalismo russo conservador de Putin não os tranquiliza; eles consideram seu tipo muito fraco. Eles querem o governo direto de seus agentes e marionetes para que o espectro comunista seja totalmente exorcizado da Rússia e o proletariado permaneça servil e impotente.

Buscamos exatamente o oposto. Buscamos o renascimento político do comunismo na ex-URSS por meio da solidariedade internacional entre as lutas dos trabalhadores, mesmo quando o opressor imediato são forças burguesas que atualmente estão em desacordo com o imperialismo. Por que? Porque a força social que material e subjetivamente tem o verdadeiro interesse de classe em destruir o imperialismo é o proletariado com sua consciente de classe. Nós, da Facção Trotskista da Luta Socialista e da CLQI, participamos da luta antifascistas dos comunistas ucranianos desde 2014, tanto internacionalmente quanto na própria Ucrânia, como Borotba, e exortamos esses grupos a organizar uma campanha internacional de solidariedade pelos mineiros de Komsomolskaya e pelas lutas operárias que claramente se opõem a Maidan e o imperialismo expansionista da OTAN que agora fazem demagogia com as lutas operárias no leste da Ucrânia para tentar angariar apoio para os piores inimigos da classe trabalhadora.