Vote "NÃO"
Declaração do Socialist Fight sobre o referendo escocês que ocorrerá em 18
de setembro:
8 de setembro de 2014
NOTA INTRODUTÓRIA DO COMITÊ DE LIGAÇÃO PELA IV
INTERNACIONAL:
As organizações do Comitê de Ligação pela IV Internacional
não chegaram a um acordo comum sobre que tática adotar diante do plebiscito
acerca da independência da Escócia. A Liga Comunista, do Brasil, e a Tendência
Militante Bolchevique, da Argentina, defendem o voto “SIM”. O Socialist Fight,
da Grã Bretanha, defende o voto “NÃO”. Nossa jovem proto-internacional, que
aspira se construir como um partido centralizado internacional, ainda não
possui estrutura interna desenvolvida o suficiente para deliberar por votação
interna a posição majoritária do CLFI diante desta questão. Não escondemos
nossas divergências internas sobre essa tática e acreditamos que a publicação
das duas posições seja a forma mais honesta de tratar o tema diante da classe
operária, dos oprimidos e de sua vanguarda classista mundial.
Lenin assinalou criticamente sobre a questão nacional:
"A defesa de um ‘SIM’
ou de um ‘NÃO’ acerca da questão da separação de uma nação pode parecer muito "prática".
Na realidade, isto é um absurdo; é metafísico em teoria, ao passo que, na
prática, leva a subordinação do proletariado à política da burguesia. A
burguesia sempre coloca suas exigências nacionais em primeiro plano, e faz isso
de forma categórica. Com o proletariado, no entanto, essas demandas são
subordinadas aos interesses da luta de classes. Teoricamente, não se pode dizer
de antemão se a revolução democrático-burguesa em uma determinada nação vai
acabar na secessão de outra nação, ou na sua igualdade com a última; Em ambos
os casos, o importante para o proletariado é assegurar o desenvolvimento de sua
classe. Para a burguesia é importante dificultar este desenvolvimento, colocando
os objetivos da ‘sua’ nação antes dos do proletariado. É por isso que o
proletariado é contido com a reivindicação defensiva do reconhecimento do
direito à autodeterminação, sem dar garantias de qualquer nação, e sem
comprometer-se a dar qualquer coisa em detrimento de outra nação... Na medida
em que a burguesia da nação oprimida luta contra o opressor, estamos sempre, em
todos os casos, e mais fortemente do que qualquer outra pessoa, a favor, pois
somos o mais firme e os inimigos mais consistentes de opressão. Mas na medida
em que a burguesia da nação oprimida representa o seu próprio nacionalismo
burguês, estamos contra. Lutamos contra os privilégios e a violência do país
opressor, e não podemos tolerar de forma alguma os privilégios dentro da nação
oprimida". [1]
A desintegração dos Impérios: A Áustria-Hungria era uma
Torre de Babel, um caos poliglota no qual mesmo os austríacos não conseguiam se
entender... Os tchecos queria o restabelecimento do reino da Boêmia, e,
finalmente, a união com a Rússia, Os Routhenians, oprimidos pelos poloneses e
diferindo em língua e religião deles, aspiravam ansiosamente por uma
incorporação no império do Czar. Os poloneses proclamou secretamente, se não
abertamente, a restauração do reino da Polônia. A Itália irredenta [aspiração
de um povo a completar a própria unidade territorial nacional, anexando terras de
outro] estava sempre atenta para a Trentina e Trieste, não importa quão duro os
eslavos, funcionários e policiais tentaram suprimir esta aspiração. Os eslavos
do sul das costas da Dalmácia, Croácia e Eslavônia clamavam por uma unificação,
e seu objetivo principal era o restabelecimento do antigo reino da Sérvia,
abrangendo também a Sérvia, Bósnia, Herzegovina e Montenegro. Os romenos
desejava sua anexação pelo jovem e vigoroso reino austro-húngaro. E, por
último, não menos importante, os alemães da Boêmia, Morávia, Silésia, Baixa
Áustria, Estíria, e os habitantes mais avançadas e politicamente educados dos
Alpes, desejava uma união das províncias alemãs com a Alemanha de uma forma ou
de outra.