do Folha do Trabalhador #21
A Liga Comunista retoma as tradições marxistas de intervenção
nas eleições burguesas.
Fazemos um chamado ao conjunto da vanguarda militante que não possui
candidatos nestas eleições (ou que se encontra insatisfeita nos partidos de esquerda que possuem candidatos que não representam seus anseios classistas) para que conosco se delimite de forma rigorosa do
oportunismo eleitoral, ao passo que aproveitemos essa conjuntura como tribuna de denúncia
contra o próprio eleitoralismo, o trabalho escravo, as demissões, a falta
d´água, de saúde, educação, habitação, o assédio moral, a repressão policial, o
machismo, o racismo, o clericalismo, o arrocho salarial, o endividamento da
população trabalhadora.
APOIAR AS CANDIDATURAS AUTENTICAMENTE
OPERÁRIAS E COMUNISTAS
DA LC
Nas eleições, 100% dos candidatos apresentados pela LC são
operários, genuínos trabalhadores estruturalmente vinculados a classe em seus locais de trabalho. Diferentemente da quase totalidade das organizações de esquerda que se reivindica leninistas apenas em palavras, a LC segue as determinações da III Internacional dos tempos de Lenin e
Trotsky, que em seu IV Congresso estabeleceu como “regra inviolável” que pelo
menos “90% dos candidatos partidários devam ser de trabalhadores comunistas que
estejam trabalhando”. Nossos exemplos de verdadeiros comunistas no parlamento são os bolcheviques na IV Duma e de Karl Liebknecht, fundador da Liga Espartaco alemã, no Reichstag.
Nossos candidatos a deputado federal e estadual são,
respectivamente, Antonio Junior, metalúrgico, ex-dirigente estudantil no
Amazonas, cipeiro em uma fábrica de trens de propriedade de uma multinacional e
dirigente da corrente sindical Vanguarda Metalúrgica; e Levi Sotto, operário da
construção civil, fundador do PT do bairro da Lapa e do núcleo operário
conhecido como PT Catão (da Rua Catão), no início da década de 1980 e ativista
do movimento negro.
É nesse sentido que chamamos a tomar como vossas as nossas
canditaturas, a organizar a luta no local de trabalho, a votar nos candidatos
operários da Liga Comunista, que intervém nas eleições para usá-las como
tribuna de agitação a serviço da revolução socialista, em uma campanha muito
distinta da campanha pequeno burguesa e social democrata da decomposta “Frente de Esquerda”.
CONTRA O SECTARISMO E O CRETINISMO ABSTENCIONISTA
Não defender candidaturas autenticamente operárias e que
fazem agitação pelos interesses imediatos e históricos da população
trabalhadora, candidaturas que se opõem a cretinismo parlamentar e eleitoral e
ao oportunismo é um ato de sectarismo mesquinho, alijado de uma autêntica
alternativa dos trabalhadores.
Não podemos deixar passar em branco o cretinismo
abstencionista e antiparlamentar. Como bem denunciou Trotsky (“Espanha, última
advertência”). Esta é a política dos agrupamentos que, sob a influência de um
típico radicalismo liberal pequeno burguês e do ceticismo, passaram a defender
o boicote ou o voto nulo, não como tática diante de uma conjuntura adversa, mas
já como princípio para encobrir sua acomodação militante. Isto é coerente com
uma militância cada vez mas restrita ao mundo virtual.
Ao contrário destes inúteis para luta do proletariado, a LC, em
2010 e 2012, defendeu o boicote e o voto nulo, respectivamente, mas realizou
uma verdadeira campanha de agitação nos bairros e concentrações proletárias,
com vendagem de jornais, panfletagens, pichações em muros, estações
ferroviárias, reuniões em local de trabalho, etc.
DISPUTAR A CONSCIÊNCIA E CONSTRUIR O PARTIDO
Em 2014, a partir da concessão democrática da legenda do PCO a LC, por meio de seus militantes operários, nossa organização atua nas eleições, para disputar a consciência das massas em favor
da construção de uma oposição operária e revolucionária ao governo Dilma ao
mesmo tempo em que invocamos a necessidade de combinar esta via de alternativa
de poder proletária com a tática da frente única anti-imperialista contra a
oposição de direita (Aécio e Marina) e todos seus satélites oportunistas (PSOL e PSTU).
A LC propagandeia o seu programa e faz de suas candidaturas instrumentos da luta das massas, como por exemplo, colocando-as a serviço do combate ao trabalho escravo na construção civil ou pela vitória da campanha salarial dos metalúrgicos de Campinas e região industrial. Buscamos contribuir no limite de nossas forças para a evolução da consciência dos trabalhadores para que adquiriam uma compreensão mais ampla e ousada da luta contra o capital, a partir das suas condições objetivas atuais tendo como objetivo nada menos que a revolução social. Denunciamos o caráter antidemocrático da eleições burguesas e o papel reacionário
do parlamento, do Estado e das instituições da classe dominante como a polícia, a justiça e a mídia patronais, visando contribuir para
a superação das ilusões eleitorais e constitucionais do conjunto da população explorada e oprimida, no sentido da formação de um
partido operário, marxista e revolucionário, seção brasileira da IV
Internacional reconstruída, objetivando um governo operário e dos
trabalhadores, isto é, a ditadura do proletariado.
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