edição da coletânea de textos de Trotsky:
"Facismo - O que é? Como combatê-lo?"
"Em todos os países em que o fascismo triunfou,
tivemos, antes do crescimento do fascismo e da sua vitória, uma onda de
radicalização de massas dos operários e dos mais pobres camponeses e
fazendeiros, e da pequena-burguesia. Na Itália, depois da guerra e antes
de 1922, tivemos uma onda revolucionária de grandes dimensões, o Estado foi
paralisado, a policia não existia, os sindicatos podiam fazer tudo aquilo que
quisessem - mas não havia um partido capaz de tomar o poder. Como reação surgiu
o fascismo."
L. Trotsky, “Algumas questões sobre os Problemas
Americanos”,
IVª Internacional, Outubro de 1940
A crise capitalista mundial desatada em 2008 fez
ressurgir um fenômeno marginal mas todavia latente na sociedade burguesa nos
últimos 70 anos, o nazi-fascismo. Recentemente, pela primeira vez desde a II
Guerra Mundial, defensores explícitos do nazismo tomam o poder no maior país do
continente europeu até a fronteira russa, a Ucrânia.
O fascismo é um cão de guarda do capital
financeiro posto para aterrorizar o proletariado em momentos de crise, para
forçá-lo a submeter-se a regimes de austeridade e de superescravidão. Não por acaso ele saiu da marginalidade
política na Grécia, depois de uma dezena de greves gerais sem que o proletariado tenha encontrado um instrumento que o conduzisse ao ao poder político pela via revolucionária. Como recorda Trotsky, o fascismo não aparece de súbito, ele
é invocado pelo capital em meio a uma crise burguesa e durante uma crescente onda de ousadas lutas de massas
sem direção revolucionária.
Os governos burgueses bonapartistas de esquerda e de
direita dão munição ao fascismo e pavimentam o caminho da reação. Desde as crises capitalistas do início deste século, a América Latina sofre ondas golpista patrocinada pelo
imperialismo estadunidense com a participação germinal de elementos fascistas
na Bolívia, Equador, Honduras, Paraguai, Venezuela e Brasil.
A Liga Comunista, através das publicações Vorkuta,
lança a segunda edição do folheto que foi compilado e impresso pela primeira
vez sob este título "FASCISMO – O que é? Como combatê-lo?" pela
Pioneer Publishers em Agosto de 1944 e reimpressa em 1964.
Os liberais e mesmo aqueles que se consideram
marxistas costumam usar a palavra fascista muito incorretamente. Lançam-na como
a um palavrão contra figuras direitistas que eles consideram particularmente
desprezíveis ou contra os reacionários em geral. Mas todos estes são fascistas,
ou apenas alguns? E se são só alguns, como é que se pode dizer quais os que são
e os que não são?
O uso indiscriminado do termo reflete a
incompreensão da gravidade do perigo que ronda. Quando se pede ao liberal que
defina o conceito, ele responde com termos como ditadura, neurose de massas,
antissemitismo, o poder da propaganda desonesta, o poder hipnótico de um orador
demagogo e louco sobre as massas, etc.
O impressionismo e a confusão da parte dos liberais
não é surpresa. Mas a superioridade marxista deve consistir na sua capacidade
de analisar e diferenciar entre os fenômenos sociais e políticos, qual a função do fascismo para a luta de classes? De que serve o fascismo para o capital? E,
sobretudo, como as massas trabalhadores podem defender-se do fascismo sendo
elas o principal alvo do terror fascista e sendo o estrangulamento dos direitos
políticos do proletariado a principal função do fascismo para as classes
dominantes.
Neste sentido, o relançamento deste folheto pelas Publicações
Vorkuta se colocam a serviço da formação política de seus leitores para ajudá-los
a construir uma saída progressiva e revolucionária para o atual impasse em que
se encontra a onda de radicalização crescente das lutas no Brasil e simultaneamente
esmagando o ovo da serpente fascista.
Sumário do Folheto:
Introdução de 1969
George Lavan Weissman
Capítulo I - O que é o fascismo?
George Lavan Weissman
Capítulo I - O que é o fascismo?
Extractos de uma carta a um camarada inglês, 15 de Novembro de 1931, publicado
no “The Militant” a 16 de Janeiro de 1932
Capítulo II - Como é que Mussolini triunfou?
de “Que Fazer? Questão vital para o Proletariado
Alemão”, 1932
Capítulo III - O Perigo Fascista Ameaça na Alemanha
de “A Viragem na Internacional Comunista e a
situação na Alemanha”, 1930
Capítulo IV - Uma Fábula de Esopo
De “Que Fazer? Questão vital para o proletariado
alemão”, 1932
Capítulo V - A Polícia e o Exército Alemães
De “Que Fazer? Questão Vital para o Proletariado
Alemão”, 1932
Capítulo VI - Burguesia, pequena-burguesia e proletariado
de “O único caminho para a Alemanha”, escrito em Setembro de 1932, publicado
em Abril de 1933 nos EUA
Capítulo VII - O Colapso da Democracia Burguesa
de “Para onde vai a França?”, 1934
Capítulo VIII - A Pequena-Burguesia receia a Revolução?
de “Para onde vai a França?”, 1934
Capítulo IX - As Milícias Operárias e os seus Oponentes
de “Para onde vai a França?”, 1934
Capítulo X - As Perspectivas nos Estados Unidos
de “Algumas questões sobre os Problemas Americanos,”, IVª Internacional, Outubro
de 1940
Capítulo XI - Construir o partido revolucionário
de “Algumas questões sobre os Problemas Americanos,”, IVª Internacional, Outubro de 1940
Capítulo XI - Construir o partido revolucionário
de “Algumas questões sobre os Problemas Americanos,”, IVª Internacional, Outubro de 1940