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sábado, 15 de outubro de 2011

CONDUTORES - SÃO PAULO

A importância econômica dos condutores e
a luta pela independência política da nossa classe em relação ao patrões
dO FdT # 1


Piquete de Greve na porta da garagem em
Guarulhos em 2010
Dentro de qualquer sociedade ou qualquer país, os trabalhadores, independente de sua categoria profissional, seja metalúrgico, químico ou operário da construção civil não importa, são os grandes responsáveis pela riqueza produzida. Em relação à nossa categoria não é diferente, pois se os outros trabalhadores não tivessem o motorista e o cobrador para os transportar até o seu local de trabalho, provavelmente a economia se tornaria um grande caos, afinal, como uma massa enorme de operários e operárias além de outros usuários se locomoveriam aos seus locais de trabalho, estudo e etc., sem estes profissionais?


O transporte público é o principal serviço utilizado pela população trabalhadora. Em Guarulhos e Arujá transportamos todos os dias aproximadamente 1,3 milhões de pessoas. Guarulhos é o segundo maior produtor de riquezas de São Paulo e o nono do país. Isso significa que toda essa atividade econômica seria irrealizável sem o papel dos condutores.

Em Guarulhos, o transporte público historicamente é controlado por uma verdadeira máfia de apenas três grandes empresários parasitas que monopoliza tudo. Eles boicotam de todas as formas o desenvolvimento de outras alternativas que poderiam melhorar o transporte para a população trabalhadora, como a construção de um Metrô, por exemplo, fazendo com que a população permaneça dependente dos ônibus. Esta relação promíscua  ficou bem clara com o golpe do Bilhete Único, onde o prefeito Sebastião Almeida, do PT, à serviço dos mafiosos do transporte e com total conluio da burocracia do Sindicato, filiado a CUT, aprovou goela-abaixo da população este verdadeiro saque aos trabalhadores, aprovando o Bilhete inclusive sem licitação, passando por cima da própria Constituição, facilitando desta forma um repasse estrondoso de recursos público aos tubarões do transporte, além de ameaçar extinguir a função do cobrador, a verdadeira jogada que está por trás do Bilhete Único.

Por outro lado, na mesma proporção que cresce a nossa importância dentro da atividade produtiva no município, aumenta e muito o grau de exploração e as condições precárias de trabalho de nossa categoria. Basta olharmos as diversas artimanhas utilizadas pela patronal para arrancar cada vez mais lucro sobre o suor dos companheiros (as), como a dupla função (de motorista e cobrador) - ainda existente nas linhas intermunicipais -, pisos diferenciados entre os trabalhadores (as), assédio moral dentro das garagens, quantidade enorme de demissões por “justa” causa e etc., fatos muito bem conhecidos e repudiado por todos os companheiros (as), que a cada dia vê suas condições de trabalho piorarem.

JOGO DE CENA E PELEGAGEM

No último dia cinco de setembro, a direção do Sindicato tentaram fazer uma “média” com a categoria, realizando uma mini-greve contra as multas de trânsito sobre os trabalhadores no Terminal Pimentas. Além de desorganizada, a greve serviu na prática para alavancar a campanha política do presidente do Sindicato, e em campanha política aberta a favor de sua candidatura para vereador em 2012 e para a reeleição de sua chapa para as eleições sindicais do mesmo ano.

É interessante notar, a quantidade de malabarismos utilizados para encerrar a greve bem como a despolitização da mesma, fazendo o jogo da patronal, ao não permitir o avanço da consciência dos companheiros através de um debate sério sobre a situação da categoria por exemplo, e todo um jogo voltado para construir a imagem política do burocrata-mor do Sindicato.

Alertamos os companheiros a não depositar a mínima confiança nesta quadrilha que vive do suor dos trabalhadores, prestando ao mesmo tempo um importante serviço aos patrões, boicotando um verdadeiro movimento de luta dos companheiros.

GANGSTERISMO SINDICAL: “BATE-PAUS” DO SINDICATO AGRIDEM CHAPA DE OPOSIÇÃO

Segundo denúncia de companheiros, um grupo de “bate-paus” à serviço da burocracia do Sindicato, invadiram uma sede onde se reunia uma chapa de oposição da categoria e agrediram vários de seus membros, deixando vários feridos.

Embora a Folha do Trabalhador não tenha a menor simpatia por esta chapa de oposição, que aliás, segundo ficamos sabendo, possui entre seus membros burocratas do naipe do Brinquinho e CIA, repudiamos e denunciamos esta prática como um gangsterismo sindical. Este tipo de política mafiosa é coisa de bandido que se apossa das organizações dos trabalhadores que são os sindicatos.

Os patrões cada vez mais tem a necessidade de subornar uma parcela de nossa classe, como meio de garantir a super-exploração sobre o conjunto dos trabalhadores. Só através da organização diretamente no local de trabalho e com total independência dos patrões e seus agentes, que são os burocratas sindicais, poderemos defender nossos direitos.

JUNTOS, 12.000 CONDUTORES POSSUEM UMA FORÇA ENORME

É importante refletir sobre a força que possui a nossa categoria. Existem entre Guarulhos e Arujá aproximadamente 12 mil motoristas e cobradores.

A imensa massa explorada que compõe nossa categoria, se bem organizada, superando os obstáculos impostos pela burocracia sindical, e unida aos outros trabalhadores e estudantes tem total condições de promover uma grande mudança em nossas condições de trabalho e no transporte da população. Uma greve geral em nossa categoria paralisa boa parte da economia de Guarulhos e Arujá e parte da de São Paulo, promovendo grande pressão sobre os poderosos e o fortalecimento de nossa luta até a vitória.

SINDICATO E SEISA,
UNIDOS CONTRA OS TRABALHADORES

Em Guarulhos, os condutores sofrem com um péssimo serviço prestado pela SEISA, onde segundo os companheiros, além do mal atendimento, a dificuldade em marcar consultas é enorme, os médicos, pressionados pela empresa se negam a fornecer atestado médico aos trabalhadores sem condições de trabalho, e o valor cobrado pela operadora é abusivo.

Em julho deste ano, a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), fixou em 7,69% o índice máximo de reajuste dos planos, mas o valor cobrado dos companheiros pela SEISA teve um acréscimo de mais de 20% pulando de R$70 para quase R$90, um verdadeiro roubo, com total conivência da burocracia do SINDICATO, parceira número um da máfia da SEISA em Guarulhos.

Segundo denúncia recente de um ex-burocrata do sindicato da categoria que saiu pelas portas do fundo da entidade “brigado” com seus pares, a SEISA pagou altíssimas verbas à burocracia, além de um mensalão a estes, para continuar saqueando os trabalhadores, um grande negócio numa categoria de mais de 12 mil operários.

É necessário que os companheiros exijam a realização de uma auditoria acompanhada por uma comissão de luta dos trabalhadores, para apurar as verdadeiras relações nada honestas que existe por trás dos bastidores entre os magnatas do transporte, SEISA, prefeitura e a burocracia do SINDICATO, fortalecendo a luta pela estatização do transporte público e pelo fim dos convênios médicos, com uma saúde pública de qualidade.