TRADUTOR

quinta-feira, 14 de abril de 2011

CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO DA USP

No "lixo de Rodas" não dá para trabalhar nem estudar.
Construir a Greve Geral na USP!
Pelo pagamento direto da universidade para as trabalhadoras, pela efetivação imediata!
Reproduzimos abaixo o panfleto da LC para a greve das trabalhadoras terceirizadas da USP, distribuído entre as próprias grevistas, trabalhadores efetivos, assembléias estudantis e para professores da universidade em apoio ao movimento que teve início no dia 08/04/2011.
Marcha de protesto das trabalhadoras da terceirizadora "União" pelo campus Butantã da Universidade de São Paulo
Com salários, vale transporte e vale refeição atrasados desde março, centenas de trabalhadoras da empresa Limpadora União, contratada pela Universidade de São Paulo para realizar a limpeza da instituição, entraram em greve. Embora existam homens participando da paralisação, a maioria esmagadora dos grevistas é composta por trabalhadoras.

Mobilizadas e em luta, elas deixaram de ser “párias”, “invisíveis” pela comunidade universitária de “classe média”, entraram coletivamente em salas de aula denunciando sua situação para estudantes e professores, e marcharam em protesto dentro do campus em direção à Reitoria para exigir que lhes pagem pelo menos a miséria pela qual foram contratadas.

O governo do mais rico estado do país, juntamente com a reitoria da maior universidade pública sul americana e os picaretas capitalistas donos da empresa “União”, realizaram um jogo de empurrar a culpa um sobre o outro enquanto as trabalhadoras padecem sufocadas em dívidas. A causa do problema não reside em atropelos burocráticos ou jurídicos, mas na política do governo tucano e do Reitor Grandino Rodas, de redução dos custos com a universidade através da superexploração dos trabalhadores, subcontratando mão de obra de seus "amigos" como o burguês dono da empresa “União”.

Esta situação é a forma mais extremada de como os patrões roubam os trabalhadores. O trabalhador comum, só por trabalhar para o patrão já é vítima de um roubo, uma vez que os trabalhadores sempre recebem bem menos do que a riqueza que produzem, ou no caso, do valor do serviço que realizam. E os trabalhadores terceirizados são roubados duplamente, pois o patrão terceirizador é um atravessador que subcontrata a mão de obra, recebe um valor do patrão principal, no caso da USP, mete grande parte do dinheiro que recebe no bolso e paga para a companheira terceirizada um salário de fome.


A direção da USP lucra nesta história por não ter que pagar às trabalhadoras terceirizadas nenhuma das conquistas da classe trabalhadora em geral e nem as que foram conseguidas por décadas de lutas dos trabalhadores efetivos da USP. Como todo patrão, o dono da "União" é um sujeito ganancioso que não se contentou com o que ganha e resolveu ganhar mais aplicando dois golpes, ou seja além de não pagar o que deve ao Estado, não paga o que deve às terceirizadas. Por isto dizemos que a situação das companheiras trabalhadores da União é o cúmulo da exploração, é a escravidão. Certamente que o Reitor Rodas sabe de tudo isto que estamos denunciando e muito mais, mas comete estas atrocidades porque sai lucrando com isto. Mas, no capitalismo, os que roubam dos trabalhadores não são punidos, pelo contrário, são muitas vezes premiados por sua "esperteza", por aumentar a lucratividade.

Mas, se por acaso estas mesmas companheiras funcionárias da União, que este mês não receberam nem o miserável salário que lhes é devido, e desesperadas vão ao supermercado pegar comida e não pagam, seriam imediatamente espancadas pelos seguranças do supermercado, pela PM, seriam humilhadas e presas, como centenas de mulheres que hoje estão presas por expropriarem comida ou gêneros de primeira necessidade.

O repasse emergencial dos 30% à União ou a contratação de outra terceirizadora para a limpeza não passam de paliativos que em nada resolvem o problema das trabalhadoras ou mesmo da manutenção da universidade. Elas continuam reféns do empresário que tanto pode desaparecer com o dinheiro, prática comum dos capitalistas, como tendem a ser dispensadas quando o contrato for rescindido. Além desta instabilidade do emprego, continuarão com os salários e condições de trabalho humilhantes e miseráveis mesmo em comparação às péssimas condições dos efetivos da USP.

Por sua vez, o Sindicato dos terceirizados da limpeza de São Paulo, SIEMACO, é uma entidade aliada dos patrões, filiado à UGT, uma central sindical ligada ao PSDB, não por acaso, o mesmo partido do governo Alckmin. Este Sindicato, em vez de representar as companheiras em luta, reuniu-se com a Reitoria sem permitir que elas elegessem uma comissão de negociação de base para participar da reunião, opondo-se também a que o Sindicato dos trabalhadores da USP (Sintusp) participasse da negociação.

GREVE GEAL CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO ESCRAVAGISTA!

A imprensa atacou a paralisação, culpando-a pela sujeira da universidade, quando, na verdade, sujas são as mentiras da mídia patronal contra o movimento e os acordos entre a Reitoria e as terceirizadoras, baseados na perversa e humilhante superexploração das bravas trabalhadoras da limpeza.
 
Em alguns cursos, os estudantes reunidos em assembléia tiraram apoio ativo a greve. O DCE (MES/PSOL) e a ADUSP (professores que defendem as posições políticas do PT, PCdoB e PSOL mas evitam assumir filiação partidária porque pensam ser "livres pensadores") não podem simplesmente fingir-se de mortos, precisam mobilizar os estudantes e professores para apoiar esta luta. A ANEL, CSP-Conlutas, Intersindical devem cobrir de solidariedade esta luta e colocar toda sua estrutura militante e material a serviço do combate a terceirização escravagista na USP. O Sintusp precisa impulsionar uma ampla campanha pela efetivação imediata, sem concurso público, de todos os terceirizados na universidade e pela readmissão dos 271 efetivos demitidos em janeiro de 2011, demitidos justamente para precarizar e privatizar ainda mais as relações de trabalho dentro da universidade. Para isto é necessário construir a Greve Geral da USP.

O primeiro passo para isto é que não seja dado mais um centavo dos cofres da universidade para os picaretas da "União". Que o pagamento do salário, vale transporte e alimentação devidos, seja feito de imediato, diretamente da USP às companheiras terceirizadas! Esta luta é parte do combate para que o conjunto dos funcionários, estudantes e professores da USP destituam a casta de burocratas da burguesia e passem a controlar a universidade para colocá-la verdadeiramente a serviço dos interesses da maioria da sociedade, a população trabalhadora!