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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

MORREU LÍDER DA CORÉIA DO NORTE

Combater a restauração capitalista e construir o partido revolucionário para defender as conquistas e o controle do país democraticamente por seus trabalhadores
do Folha do Trabalhador # 5, dezembro de 2011

A Coréia do Norte anunciou a morte de seu líder Kim Jong Il no dia 21 de dezembro. Imediatamente a mídia mundial capitalista tratou o assunto com uma mistura de prazer e pressão. Prazer pela morte de um líder inimigo, pressão para aproveitar a debilidade do mesmo para exigir a restauração do capitalismo. É isto que está em jogo neste país isolado e contra o qual estão apontadas poderosas armas dos EUA, Japão e Coréia do Sul.
A Coréia do Norte é uma nação muito diferente. No final da II Guerra Mundial (1945) os coreanos expulsaram as tropas japonesas que ocupavam o país desde o início do século XX. Esta vitória animou-os a acabarem com o capitalismo em toda a península promovendo reforma agrária e criando “comitês populares” contra a burguesia.

Mas, os EUA ambicionavam substituir o imperialismo japonês na Ásia e com a guerra praticamente já vencida soltaram duas bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki para amedrontar a União Soviética e assim como fizeram com a Alemanha, dividida entre Ocidental e Oriental, EUA e URSS dividiram a Coréia entre Norte e Sul. Mas esta divisão artificial  não evitou a continuidade da luta de classes. Os comitês populares que foram sufocados pelas tropas imperialistas no Sul, pressionaram suas direções burocráticas ligadas a URSS (que também precisava impor um cordão de isolamento ao imperialismo em suas fronteiras orientais) a romper e expropriar a burguesia no norte da península. A guerra foi suspensa em 1953 mas os trabalhadores sul coreanos continuam a ser ininterruptamente intoxicados de mentiras pela mídia para acreditar que seus principais inimigos são seus irmãos conterrâneos do norte do país e não os patrões que os exploram em fábricas como a Samsung, LG, Hyundai e Kia que no final das contas são controladas pelos EUA que mantém um grande contingente militar no país.
Com a extinção do capitalismo e da propriedade privada no Estado criado no norte, toda a população trabalhadora passou a ter emprego, saúde, educação e moradia gratuitas. O Estado passou a ser dos trabalhadores e por esta conquista o defendemos incondicionalmente inclusive fazendo uma frente militar com o filho de Kim Jong Il, o burocrata sucessor, Kim Jong-un, contra as tentativas externas ou internas de restaurar o capitalismo na Coréia do Norte porque a classe operária mundial é um só organismo e qualquer vitória dos patrões é uma derrota nossa. No entanto, depois de perderem a guerra, os EUA não deixaram por menos. Assim como fazem com Cuba, submeteram o país a um bloqueio econômico violento, provocando a escassez de energia e alimentos para obrigar a Coréia a ceder e a restaurar o capitalismo e seus super-lucros.
A FdT se opõe às sanções estabelecidas pelo imperialismo para estrangular o pequeno país asiático e defende o direito da Coréia de desenvolver energia atômica para suprir suas debilidades energéticas e também para se defender com as armas atômicas contra os EUA e seus aliados.
Todavia, assim como nos sindicatos burocratizados, o governo da Coréia do Norte não se submete à democracia da maioria os trabalhadores. O Partido dos Trabalhadores Coreano, o PTC, é um partido burocrático que funciona como um pelego sindical, um intermediário na briga entre os capitalistas e os trabalhadores para obter privilégios parasitários. Isto enfraquece gradualmente o Estado operário norte coreano como os burocratas enfraquecem e desmoralizam nossa luta nos sindicatos. Kim Jong Il, dirigente do PTC era um burocrata, mas nós não comemoramos sua morte, como faz a burguesia e certos grupos e partidos de esquerda contaminados pelo pensmento dos patrões, porque a morte de um burocrata em si não resulta no fortalecimento da luta dos trabalhadores.
Assim como em um sindicato que os trabalhadores precisam tomar das máfias burocráticas o controle político do mesmo para o utilizarem como instrumento da luta contra os patrões, na Coréia do Norte ou em Cuba os trabalhadores precisam se organizar em um partido independente dos burocratas e realizar uma revolução política proletária para controlar através de conselhos populares  o conjunto do Estado utilizando-o para defender as conquistas do país combater a restauração do capitalismo e reunificar o conjunto dos trabalhadores coreanos expropriando os patrões e expulsando o imperialismo.