Depois de derrubar Dilma e prender Lula, os golpistas
cancelaram o título de 3,4 milhões de eleitores. A maioria desses que serão
proibidos de votar são pobres e nordestinos. Depois de cassar a presidenta e
proibir o candidato, são os próprios eleitores trabalhadores que estão sendo
cassados. Detalhe, a diferença entre Dilma e Aécio, em 2014, foi de 3.459.963
de votos.
Coincidência? Uma clara manobra contra Haddad pela vitória
do Coiso. Bolsonaro é o candidato do Exército. Sua candidatura canaliza tudo
que existe de mais desumano, opressivo e reacionário do capitalismo no país e
possibilita um novo golpe militar legitimado pelas eleições, um “autogolpe”,
como defendido pelo vice, o general Mourão. A chapa militarista e o Exército já
adiantaram que não admitirão uma vitória do PT e neste caso, dariam um golpe
militar. São como Aécio, só que com tanques.
A chapa fascista promete realizar todos os desejos
históricos da classe dominante escravagista brasileira, como a extinção do 13o
salário, ainda que algumas vezes tenha que se desdizer por meras contingência
eleitorais. Também, já se dispôs a apoiar Trump na intervenção contra a
Venezuela, a entregar o aquífero Guarani, a base de Alcântara, a Petrobrás,...
sua vitória precisa ser impedida pelas trabalhadoras e por todos os explorados
e oprimidos da sociedade.
A função de um governo desse tipo é esmagar todo foco
resistência crescente depois que eliminaram nossos direitos históricos, com a
reforma trabalhista e a aprovação da terceirização; aprovar pela força a reforma
da previdência; garantir a continuidade do congelamento dos investimentos com
saúde, educação e salários dos servidores públicos federais até 2037 para
assegurar o parasitismo dos especuladores e banqueiros.
A consolidação de todos essas medidas exige o incremento da
repressão, tomando a iniciativa de uma guerra preventiva contra os
trabalhadores. Por isso, além de recorrer à polícia que mais mata no mundo,
agora pretendem impor o terror sobre a população com o Exército. Consideramos que a militarização do regime é uma tendência que independe de Bolsonaro e de sua vitória eleitoral nessas eleições.
Não devemos nos acovardar. Nossa classe é muito forte e
encurralou a ditadura passada. A esquerda deveria usar as eleições para
preparar a população trabalhadora contra a ameaça de uma nova ditadura.
Todavia, nenhuma candidatura alerta os eleitores para essa tragédia ou chama-os
a organizar-se para derrotar o novo golpe dentro do golpe.
A classe trabalhadora precisa se preparar para esse novo
estágio da luta, a guerra de classes que se avizinha, já anunciada em alto e
bom som pelos nossos inimigos.
Frente Única contra o Golpe e a ditadura!
Só a mobilização de massas pode garantir a vitória de Haddad
e Lula Livre!
#EleNão! Haddad presidente, mas também não aos programas
neoliberais e de colaboração com os patrões e golpistas, como defende Haddad.
Derrotar o fascismo! Pela organização da luta direta e
comitês populares e de autodefesa nos locais de trabalho, estudo e moradia!
Revogar as contrarreformas e reestatizar sob o controle dos
trabalhadores! Defender os sindicatos, movimentos sociais, partidos de esquerda
contra a ditadura dos juízes e generais!