O primeiro confronto direto entre as Forças Armadas e os trabalhadores brasileiros após o regime militar ocorreu em 1988, entre o Exército e os metalúrgicos da CSN (Volta Redonda-RJ). Há 30 anos. |
A cada nova pesquisa, amplia-se a vantagem eleitoral de Lula, próxima da metade das intenções de voto. Se os inimigos reconhecem, a vantagem tende a ser bem maior. Lula vence em todos os cenários: em todos os Estados e, em alguns, com o triplo de votos do segundo colocado e a soma dos votos de todos os outros candidatos. Seria fácil, inclusive, orientar em poucas horas, pelas redes sociais, os eleitores de Lula a votarem em Haddad. Se sob condições infinitamente mais adversas, em apenas cinco dias, Getúlio conseguiu eleger Dutra contra o favoritismo de Eduardo Gomes, em 1945, imagine Lula sendo favorito e dispondo dos meios de comunicações atuais:
Faltavam apenas cinco dias para a eleição presidencial de 1945. Naquela época, é claro, não existiam internet, redes sociais e muito menos WhatsApp. Nem mesmo havia TV. A informação, imaginava-se, corria de modo lento. O favorito, ao que tudo indicava, era o brigadeiro Eduardo Gomes, um homem autoritário, conservador nos costumes, apoiado pelos liberais da UDN e que prometia impor a ordem, diminuir o estado, promover a autoridade e consertar o país. Getúlio Vargas, recém-derrubado pelos quartéis, estava aparentemente sozinho, derrotado, politicamente morto, preso à própria rede de dormir, em São Borja. Até o momento em que, às vésperas do pleito, anunciou que apoiaria o general Eurico Gaspar Dutra, um mal menor, candidato que aparecia como um azarão em todas as sondagens da imprensa. "Ele disse: votai em Dutra", propagandearam os seus militantes. Em menos de uma semana, tal frase decidiu a eleição. Dutra foi eleito. E Getúlio preparou a volta ao poder, dali a cinco anos." Lira Neto, Facebook, 25/08/2018Mais um motivo para levar a luta pela candidatura Lula até o último momento, até o último dos recursos. O gesto é o mesmo, basta teclar o número 13 para presidente. Todavia, a vida não está assim tão fácil. Essa lógica alimenta um transe em grande parte da esquerda e dos trabalhadores.
Perigosamente esquecemos a lógica do processo golpista dentro do qual estamos, e do qual não sairemos pela via eleitoral controlada pelos golpistas. A esmagadora vantagem nas pesquisas pode estar voltando-se contra nós e torna-se um elemento de miopia e acomodação. As ideias que nos desarmam nos levam a crença de que fatalmente vamos virar a página da conjuntura desfavorável a partir dessa eleição e que os golpistas serão obrigado a reconhecer os resultados eleitorais antecipados pelas pesquisas.
Se o impeachment foi realizado porque era a única forma de interromper o curso de vitórias contínuas do PT, na primeira eleição após o golpe vão deixar o PT vencer? “Só” porque ele é o partido mais votado? Em respeito a democracia? Depois de eliminarem os principais direitos históricos do povo, a legislação social e trabalhista, de imporem um projeto estratégico de recolonização e privatização, de congelarem os gastos sociais do Estado por 20 anos, vão suspender ou diminuir o ritmo todo esse curso de devastação em respeito à vontade popular?
Não podemos descartar sequer a possibilidade extremada de que desesperadamente apelem para a proscrição do PT, para não deixar que Lula nem qualquer indicado por ele possa vencer o pleito. Temos como aprendizado o exemplo do Golpe de Estado de 1955 na Argentina e as eleições de 1958 naquele país: o golpe pôs o partido peronista na ilegalidade, o que possibilitou que a União Cívica Radical Intransigente pudesse ganhar as eleições. Embora essa não seja a saída mais fácil para a direita e para o imperialismo.
Formalmente a esquerda reconhece o golpe (1) e o Estado de exceção instalado, mas todos agem como se essas eleições não estivessem ocorrendo dentro de um regime de exceção após um golpe de Estado. As eleições são um momento impar em que o regime golpista se recicla, se fortalece, para por em prática o que foi aprovado contra o povo no Congresso, se legitima para aprovar novos ataques como a reforma previdenciária, precisa parecer democrático, depois, segue o baile, provavelmente, tocando heavy metal. Esse momento “democrático” é necessário para manter as aparências, caso não se volto contra os objetivos golpistas. Até agora, todo o processo foi construído pela mídia, justiça e parlamento e alto comando do exército para ocultar que houve um golpe, todo processo foi operado sem tanques nem toque de recolher - a exceção foi a intervenção militar federal no Rio de Janeiro justificada como medida de segurança pública. Essas eleições presidenciais são um marco onde se legitimará a continuidade e o aprofundamento de todo o processo golpista e da submissão já colonial do país ao imperialismo.
Essa camuflagem democrática esbarra na contradição de que não é possível parecer completamente democrático e ao mesmo tempo neutralizar por meios parciais e antidemocráticos a atuação daquele que se transformou no principal inimigo eleitoral do regime, mesmo não apontando para um ruptura geral com o próprio golpe, Lula. A solidariedade contra essa perseguição explícita e a memória de tempos melhores, de ciclo expansivo do capital, se fusionou com o ódio popular crescente contra o governo mais impopular da história do país. O homem mais perseguido pelo governo mais odiado se tornou um símbolo de resistência da população, incapaz de construir estratégia mais clara, mais avançada e para além das eleições. Nos últimos dois anos, tudo que foi sentido pelos explorados como ataque a si, tudo que foi imposto pelo atual regime, se transformou em apoio popular à candidatura Lula, um apoio extraordinário e não raro incondicional, possuindo um significado muito mais amplo do que o próprio Lula e o PT, seu passado de dirigente proletário e de governante popular.
De certo modo, a capitalização de descontentamentos crescentes já havia sido feita pela candidatura Lula duas vezes no passado, por outros motivos históricos, em 1989, quando a candidatura Lula capitalizou toda a frustração com a anistia, as diretas já, o governo Sarney e a redemocratização; em 2002, contra a década neoliberal, os governos Collor, Itamar e FHC.
Contra oportunismo eleitoralista dos que desprezam o perigo de um novo golpe e buscam a conciliação com os golpistas e contra o sectarismo do "Lula ou nada!"
Essa eleição é diferente de 1989 e 2002 também porque estamos dentro de um regime golpista, de exceção. É preciso alertar ao povo que não basta votar em Lula, é necessário preparar-se contra a fraude eleitoral, inclusive a que tentará evitar a substituição de Lula por Haddad. Por isso, achamos também que o debate entre “plano A” e “plano B” agora dentro da esquerda é uma polêmica distracionista do perigo real e iminente. O plano golpista, com o qual têm acordo tanto a direita, emblocada com Alckmin, quanto a extrema direita de Bolsonaro, é não deixar o PT voltar ao governo de forma alguma. Ou, na pior das hipóteses para o golpismo, encurralar o PT em um colaboracionismo, talvez alicerçado em um parlamentarismo que entregue o poder à esperada maioria na Câmara e no Senado.
Ainda está indefinida a forma do novo Golpe: se vão invalidar os votos de Lula, se vão suspender as eleições, se vão impor uma vitória fraudulenta de Bolsonaro ou Alckmin, se vão instituir o parlamentarismo ou a intervenção militar. Nada disso está definido. O que sabemos é que conspiram “com o Supremo, com tudo”.
Precisamos lutar contra a cassação de Lula e se nos derrotarem nessa batalha precisamos seguir lutando com todos os instrumentos possíveis. Se caçarem Lula precisamos seguir adiante. Quem está perdendo várias batalhas em uma guerra, como estão os trabalhadores brasileiros, pode ser dar ao luxo de renunciar a um "plano B"? Essa posição política pressupõe que estamos na ofensiva, em uma "situação pré-revolucionária", confundem o grande apoio eleitoral dado a Lula, manifesto nas pesquisas, com ascenso popular e acreditam que podemos abrir mão de todos os meios legais possíveis para enfrentar o golpe. Essa é uma avaliação profundamente equivocada. Não podemos. Por isso, o ultimato defendido pelo PCO de "Lula ou nada!" está equivocado. A caracterização de que estamos na ofensiva e não na defensiva é extremamente perigosa. Foi apoiando-se em uma caracterização também invertida sobre a correlação de forças que PSTU e Cia lançaram consignas sectárias que orientam-se para formulações apolíticas que só favoreceram ao trabalho dos golpistas. "Fora todos!" e "Lula ou Nada!", são apelos fáceis em tempos de retrocesso ideológico e rejeição crescente a política. São consignas apoliticistas, por sua carência de uma alternativa dos trabalhadores dentro da luta política. São apelos abstencionistas por deixarem o caminho livre para a direita jogar sozinha.
Nesse processo, lamentavelmente, a maioria dos comitês de luta contra o golpe tem se tornado meros comitês eleitorais da frente popular. Alguns são recém fundados, de cima para baixo, pelas máquinas eleitorais muito aburguesadas (militância paga, jantares de luxo para arrecadação de fundos, patrocínio empresarial) de seus respectivos candidatos. Precisamos de organizações de combate de verdade. Inclusive, precisaríamos mesmo se os golpistas capitulassem a vitória eleitoral do PT, para assegurar a vitória. Mas a direção do movimento segue míope e deslumbrada com a potência de Lula, que estranhamente não vem sendo ocultada pelo golpismo. O que pode ser interpretado também como uma isca, uma necessidade de manter acesa a ilusão eleitoral. É preciso que todas as candidaturas da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo se transformem em instrumentos de combate ao golpe atual e de alerta contra um novo golpe, denunciando que essas eleições estão ameaçadas e só a população unida e mobilizada pode assegurar seus direitos. O clima já está sendo preparado a partir de uma conjuntura caótica criada pelo ataque especulativo do capital financeiro contra a vitória do PT. O dólar disparou e deve alavancar a inflação.
Mas se a luta contra o golpe depender apenas da luta eleitoral, seremos derrotados, uma vez que não há nenhuma fração de peso da burguesia apoiando o PT. E, portanto, a única garantia de vitória está na mobilização dos trabalhadores, o que o PT não fará de forma consequente. O PT, que e possui um programa e uma estratégia burguesas, teme mais a perda do controle sobre os trabalhadores do que ser posto na ilegalidade pelo Golpe. Basta ver o que foi feito das campanhas salariais do segundo semestre pela CUT. Por isso, as organizações comunistas não podem submeter sua tática e estratégia a do PT e/ou a de Lula, que pela boca de Haddad já anunciou que pode apoiar Alckmin contra Bolsonaro em um eventual segundo turno. Nem tão pouco podemos cair no desvio oposto. O desvio sectário, de chamar voto nulo e renunciar a continuidade da luta eleitoral mesmo com Haddad, entregando assim de bandeja a eleição aos golpistas, para finalmente quando caçarem definitivamente o direito de Lula ser candidato vencerem "por WO" (Without Opponent = sem adversário ou Walkover = vitória fácil; quando um time vence por WO é porque o time adversário não compareceu ou não teve atletas suficientes pra competir). Também assim facilitaríamos o trabalho do Golpe dentro do Golpe.
Devemos apostar na construção de comitês sindicais e populares contra o golpe em cada local de trabalho, estudo e moradia, converter os atuais em comitês de combate e criar organismos de unidade entre eles em âmbito regional, municipal e nacional. Eleição não muda a vida, sem luta, ela piora, com luta ela pode melhorar!
Notas
Não podemos descartar sequer a possibilidade extremada de que desesperadamente apelem para a proscrição do PT, para não deixar que Lula nem qualquer indicado por ele possa vencer o pleito. Temos como aprendizado o exemplo do Golpe de Estado de 1955 na Argentina e as eleições de 1958 naquele país: o golpe pôs o partido peronista na ilegalidade, o que possibilitou que a União Cívica Radical Intransigente pudesse ganhar as eleições. Embora essa não seja a saída mais fácil para a direita e para o imperialismo.
Formalmente a esquerda reconhece o golpe (1) e o Estado de exceção instalado, mas todos agem como se essas eleições não estivessem ocorrendo dentro de um regime de exceção após um golpe de Estado. As eleições são um momento impar em que o regime golpista se recicla, se fortalece, para por em prática o que foi aprovado contra o povo no Congresso, se legitima para aprovar novos ataques como a reforma previdenciária, precisa parecer democrático, depois, segue o baile, provavelmente, tocando heavy metal. Esse momento “democrático” é necessário para manter as aparências, caso não se volto contra os objetivos golpistas. Até agora, todo o processo foi construído pela mídia, justiça e parlamento e alto comando do exército para ocultar que houve um golpe, todo processo foi operado sem tanques nem toque de recolher - a exceção foi a intervenção militar federal no Rio de Janeiro justificada como medida de segurança pública. Essas eleições presidenciais são um marco onde se legitimará a continuidade e o aprofundamento de todo o processo golpista e da submissão já colonial do país ao imperialismo.
Essa camuflagem democrática esbarra na contradição de que não é possível parecer completamente democrático e ao mesmo tempo neutralizar por meios parciais e antidemocráticos a atuação daquele que se transformou no principal inimigo eleitoral do regime, mesmo não apontando para um ruptura geral com o próprio golpe, Lula. A solidariedade contra essa perseguição explícita e a memória de tempos melhores, de ciclo expansivo do capital, se fusionou com o ódio popular crescente contra o governo mais impopular da história do país. O homem mais perseguido pelo governo mais odiado se tornou um símbolo de resistência da população, incapaz de construir estratégia mais clara, mais avançada e para além das eleições. Nos últimos dois anos, tudo que foi sentido pelos explorados como ataque a si, tudo que foi imposto pelo atual regime, se transformou em apoio popular à candidatura Lula, um apoio extraordinário e não raro incondicional, possuindo um significado muito mais amplo do que o próprio Lula e o PT, seu passado de dirigente proletário e de governante popular.
De certo modo, a capitalização de descontentamentos crescentes já havia sido feita pela candidatura Lula duas vezes no passado, por outros motivos históricos, em 1989, quando a candidatura Lula capitalizou toda a frustração com a anistia, as diretas já, o governo Sarney e a redemocratização; em 2002, contra a década neoliberal, os governos Collor, Itamar e FHC.
Contra oportunismo eleitoralista dos que desprezam o perigo de um novo golpe e buscam a conciliação com os golpistas e contra o sectarismo do "Lula ou nada!"
Essa eleição é diferente de 1989 e 2002 também porque estamos dentro de um regime golpista, de exceção. É preciso alertar ao povo que não basta votar em Lula, é necessário preparar-se contra a fraude eleitoral, inclusive a que tentará evitar a substituição de Lula por Haddad. Por isso, achamos também que o debate entre “plano A” e “plano B” agora dentro da esquerda é uma polêmica distracionista do perigo real e iminente. O plano golpista, com o qual têm acordo tanto a direita, emblocada com Alckmin, quanto a extrema direita de Bolsonaro, é não deixar o PT voltar ao governo de forma alguma. Ou, na pior das hipóteses para o golpismo, encurralar o PT em um colaboracionismo, talvez alicerçado em um parlamentarismo que entregue o poder à esperada maioria na Câmara e no Senado.
Ainda está indefinida a forma do novo Golpe: se vão invalidar os votos de Lula, se vão suspender as eleições, se vão impor uma vitória fraudulenta de Bolsonaro ou Alckmin, se vão instituir o parlamentarismo ou a intervenção militar. Nada disso está definido. O que sabemos é que conspiram “com o Supremo, com tudo”.
Precisamos lutar contra a cassação de Lula e se nos derrotarem nessa batalha precisamos seguir lutando com todos os instrumentos possíveis. Se caçarem Lula precisamos seguir adiante. Quem está perdendo várias batalhas em uma guerra, como estão os trabalhadores brasileiros, pode ser dar ao luxo de renunciar a um "plano B"? Essa posição política pressupõe que estamos na ofensiva, em uma "situação pré-revolucionária", confundem o grande apoio eleitoral dado a Lula, manifesto nas pesquisas, com ascenso popular e acreditam que podemos abrir mão de todos os meios legais possíveis para enfrentar o golpe. Essa é uma avaliação profundamente equivocada. Não podemos. Por isso, o ultimato defendido pelo PCO de "Lula ou nada!" está equivocado. A caracterização de que estamos na ofensiva e não na defensiva é extremamente perigosa. Foi apoiando-se em uma caracterização também invertida sobre a correlação de forças que PSTU e Cia lançaram consignas sectárias que orientam-se para formulações apolíticas que só favoreceram ao trabalho dos golpistas. "Fora todos!" e "Lula ou Nada!", são apelos fáceis em tempos de retrocesso ideológico e rejeição crescente a política. São consignas apoliticistas, por sua carência de uma alternativa dos trabalhadores dentro da luta política. São apelos abstencionistas por deixarem o caminho livre para a direita jogar sozinha.
Nesse processo, lamentavelmente, a maioria dos comitês de luta contra o golpe tem se tornado meros comitês eleitorais da frente popular. Alguns são recém fundados, de cima para baixo, pelas máquinas eleitorais muito aburguesadas (militância paga, jantares de luxo para arrecadação de fundos, patrocínio empresarial) de seus respectivos candidatos. Precisamos de organizações de combate de verdade. Inclusive, precisaríamos mesmo se os golpistas capitulassem a vitória eleitoral do PT, para assegurar a vitória. Mas a direção do movimento segue míope e deslumbrada com a potência de Lula, que estranhamente não vem sendo ocultada pelo golpismo. O que pode ser interpretado também como uma isca, uma necessidade de manter acesa a ilusão eleitoral. É preciso que todas as candidaturas da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo se transformem em instrumentos de combate ao golpe atual e de alerta contra um novo golpe, denunciando que essas eleições estão ameaçadas e só a população unida e mobilizada pode assegurar seus direitos. O clima já está sendo preparado a partir de uma conjuntura caótica criada pelo ataque especulativo do capital financeiro contra a vitória do PT. O dólar disparou e deve alavancar a inflação.
Mas se a luta contra o golpe depender apenas da luta eleitoral, seremos derrotados, uma vez que não há nenhuma fração de peso da burguesia apoiando o PT. E, portanto, a única garantia de vitória está na mobilização dos trabalhadores, o que o PT não fará de forma consequente. O PT, que e possui um programa e uma estratégia burguesas, teme mais a perda do controle sobre os trabalhadores do que ser posto na ilegalidade pelo Golpe. Basta ver o que foi feito das campanhas salariais do segundo semestre pela CUT. Por isso, as organizações comunistas não podem submeter sua tática e estratégia a do PT e/ou a de Lula, que pela boca de Haddad já anunciou que pode apoiar Alckmin contra Bolsonaro em um eventual segundo turno. Nem tão pouco podemos cair no desvio oposto. O desvio sectário, de chamar voto nulo e renunciar a continuidade da luta eleitoral mesmo com Haddad, entregando assim de bandeja a eleição aos golpistas, para finalmente quando caçarem definitivamente o direito de Lula ser candidato vencerem "por WO" (Without Opponent = sem adversário ou Walkover = vitória fácil; quando um time vence por WO é porque o time adversário não compareceu ou não teve atletas suficientes pra competir). Também assim facilitaríamos o trabalho do Golpe dentro do Golpe.
Devemos apostar na construção de comitês sindicais e populares contra o golpe em cada local de trabalho, estudo e moradia, converter os atuais em comitês de combate e criar organismos de unidade entre eles em âmbito regional, municipal e nacional. Eleição não muda a vida, sem luta, ela piora, com luta ela pode melhorar!
Notas
1. A exceção na esquerda e no movimento sindical foram grupos que apoiaram o Golpe com palavras de ordem radicais de esquerda como "Fora Dilma! Fora Todos!", mas extremamente funcionais a escalada golpista da direita como o PSTU, TS, MRS e a central sindical Conlutas, hegemonizada pelo PSTU,... Em variados níveis, esses grupos participaram das manifestações coxinhas e fascistas (MRS), reivindicaram a Lava Jato e a prisão de Lula (como as tendências do PSOL MES, CST, LS), apoiam a eleição de dirigentes fascistas, defensores de Bolsonaro e do projeto Escola sem Partido, para direções de sindicatos operários (PSTU). Ou seja, no processo golpista, tornaram-se mais golpistas.