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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

RETROSPECTIVA 2014

Um ano de iniciativas e lutas, semeando um 2015 de firme resistência à política antiioperária de Dilma e ao golpismo da direita pró-imperialista

2014 foi um ano de muitas iniciativas e lutas para a Liga Comunista. Semeamos convictos de que colheremos no porvir.

Estivemos com os olhos bem abertos e alertamos para a nova ofensiva do imperialismo que teima frear a roda da história e lançar mão de seus agentes regionais contra os povos oprimidos através de Golpes de Estado e da pressão pela imposição de planos de austeridade contra o conjunto do proletariado mundial. 

Prognosticamos que o 2015 será um ano de duros enfrentamentos, particularmente contra o fantasma do golpismo que ronda também o Brasil, mas também intransigentemente contra a política antioperária de Dilma e seu ministério de monstros. Mas os choramingos de que a vida é dura e será mais difícil de nada adiantarão para os que precisam e querem organizar a resistência das massas.

A vida da classe trabalhadora nunca foi um mar de rosas mesmo, mas sim um vale de lágrimas. Todavia, coletivamente, resistimos. Vencemos muitas batalhas. Aprendemos com as derrotas e nos preparamos para a guerra mundial de classes.

Quanto mais organizados, mais conscientes de nossa missão histórica, mais vitórias teremos. Que venham as lutas de 2015!

Abaixo fazemos uma retrospectiva com as devidas datas das principais atividades realizadas:









Março-Abril – campanha eleitoral sindical para escolha da diretoria da APEOESP de São Paulo, o maior Sindicato da América Latina, integrando uma chapa com o PCO e outros ativistas da categoria. A chapa 3 defendia reivindicações como: o piso salarial de R$ 4.000,00, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, reposição integral das perdas salariais; redução do número de alunos por sala de aula; e estatização das verbas públicas e do ensino privado

  







24/08 – Intervenção de Gerry Downing do Socialist Fight na primeira assembleia da campanha salarial unificada dos sindicatos de metalúrgicos de Campinas, SJC e Limeira. O camarada interviu depois de receber o informe de que a FIESP, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, havia negado conceder qualquer aumento real para os metalúrgicos na primeira rodada de negociações entre sindicatos operários e patronais. Em sua intervenção, Downing destacou que seja no Brasil, na Grã Bretanha, na Ucrânia ou na África do Sul os patrões só escutam nossas demandas quando o proletariado realiza fortes greves e o que mais temem nossos inimigos é a organização dos trabalhadores para fazer a revolução.

20 a 26/08 –  I Conferência Internacional do Comitê de Ligação pela Quarta Internacional realiza-se em São Bernardo Campo e Diadema/SP. Pauta: II Guerra Mundial; o super-imperialismo de Kautsky e a Paz estadunidense; integração econômica e quebra do acordo de Breton Woods; Trilateral; Imperialismo francês; 45/70: Vietnã, China, Angola, Moçambique, Portugal, Nicarágua e Irã; URSS: Perestroika (econômica) e Glasnot (abertura) em 1985, as facções burocráticas nacionalistas (representada por Yanaiev) e imperialista (representada por Yeltsin), a apropriação do ouro da Sibéria, que proporcionou o Golpe de agosto; China: a “perestroika” sem glasnot, em 1978; De 1924 a 1975 os estalinistas e os nacionalistas foram obrigados a ir até às últimas consequências expropriando a burguesia, o que possibilitou vitórias excepcionais e Estados Operários: Coréia do Norte, Vietnã e Cuba, em meio a traições da luta pela expropriação da burguesia como regra diante de processos revolucionários: Angola, Moçambique, Grécia, Chile, Indonésia, Irã e Nicarágua; 1973/1979: crise do petróleo; 1979: Afeganistão; 1979: últimas revoluções anti-imperialistas. A nova guerra fria e as contradições do núcleo Eurásico. Balanços e perspectivas organizativas do CLQI.

6 a 24/10 – 15ª greve da CAF, onde VanguardaMetalúrgica participou ativamente enfrentando ombro a ombro com os combativos lutadores operários a chantagem patronal das demissões, as imposições da justiça burguesa, a coerção policial, e arrancou importantes vitórias econômicas e politicas.

13/11 – Nossa organização deliberou por defender o voto em Dilma do PT para derrotar a candidatura preferencial do imperialismo, encabeçada por Aécio do PSDB. Como critério preponderante para esta decisão inédita e a qual não encaramos como uma simples "questão tática eleitoral" pesou nossa análise da influência da nova guerra fria sobre a conjuntura brasileira. Comparando as candidaturas fizemos uma analogia com uma situação em que nos encontrávamos entre um inimigo que envenena a classe trabalhadora diariamente e outro que está com o revólver na mão tentando nos matar. Primeiro devemos voltar contra o que está com o revólver, no caso Aécio, para depois termos tempo de nos safar do inimigo que nos envenena diariamente, no caso Dilma, mas sem apoiá-la, a exemplo do que fez Lenin ao lutar com Kerenski contra o General Kornilov, mas sem apoiar e sem participar do Governo Provisório. Simultaneamente a LC rompeu com os vícios esquerdistas e anarquistas que povoam a tradição pseudo-trotskista brasileira com mitos por exemplo de que os revolucionários não votam em partidos burgueses. Optamos por romper com esta escola degenerada e estéril, preferindo os ensinamentos de Lenin:

"Os social-democratas revolucionários da Rússia aproveitaram repetidas vezes antes da queda do tzarismo os serviços dos liberais burgueses, isto é, concluíram com eles inúmeros compromissos práticos, e em 1901/1902, mesmo antes do nascimento do bolchevismo, a antiga redação da Iskra (na qual participávamos Plekhanov, Axelrod, Zasúlich, Martov, Potresov e eu) concertou - (é verdade que por pouco tempo) uma aliança política formal com Struve, chefe político do liberalismo burguês, sem deixar de sustentar, simultaneamente, a luta ideológica e política mais implacável contra o liberalismo burguês e contra as menores manifestações de sua influência no seio do movimento operário. Os bolcheviques sempre praticaram essa mesma política. Desde 1905 defenderam sistematicamente a aliança da classe operária com os camponeses contra a burguesia liberal e o tzarismo sem negar-se nunca, ao mesmo tempo, a apoiar a burguesia contra o tzarismo (na segunda fase das eleições ou nos empates eleitorais, por exemplo) e sem interromper a luta ideológica e política mais intransigente contra o partido camponês revolucionário-burguês, os "social-revolucionários", que eram denunciados como democratas pequeno-burgueses que falsamente se apresentavam como socialistas."


(Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo, Capitulo 8, VIII - Nenhum compromisso ? 1920)

8 e 9/11 – Jornadas de São Paulo, onde a LC e o Coletivo Lenin constituíram o Comitê Paritário, em razão das posições programáticas comuns na conjuntura internacional e nacional a partir de 2014, onde assinamos declarações comuns durante o segundo turno das eleições presidenciais (Votar em Dilma para derrotar Aécio, a direita e a nova ofensiva do imperialismo!) e depois dele; Fazer do Brasil uma grande Cuba!, documento que recebeu uma calorosa e muito simpática recepção da base dos movimentos sociais e particularmente do MTST na marcha em que foi lançado e, posterior e contrariamente, atraiu o ódio da direita golpista nacional. Assim, o CP é o nosso instrumento para aprofundar a discussão e coordenar a nossa atuação prática, visando no futuro uma possível fusão de nossas organizações.

8/11 – Demos início a nossa atividade permanente e regular de educação militante com o Ciclo de Debates e Formação Política Marxista. A função desta orientação é preparar o crescimento organizativo, qualitativo e quantitativo da LC para o próximo período, para o qual prevemos um recrudescimento da reação ideológica anticomunista patrocinada pela ofensiva imperialista e que tem como coadjuvante a desmoralização do oportunismo petista e da esquerda pequeno burguesa minoritária no movimento de massas. Participam desta atividade os militantes, simpatizantes e inclusive de outras organizações políticas, quando convidados. Nossa formação política irregular até então, passa a ter como principal atividade encontros mensais temáticos. O primeiro módulo de estudo e debate coletivo, iniciado em outubro, teve como tema “Luta de classes e Estado”. O debate é subsidiado previamente com um ou mais textos de referência, no caso foi “O Estado capitalista”, escrito por Nikolai Bukharine e E. Preobrazhensky, extraído da obra “ABC do Comunismo”, Primeira Parte – Teórica - Crescimento e Decadência do Capitalismo Escrito: 1920. Primeira edição: 1922. Em conjunto com o texto dos revolucionários russos, também inspiraram a discussão trechos d“O Estado e a Revolução” de Lenin, d”O que todo revolucionário deve saber sobre a repressão”, de Victor Serge. Além destes documentos, o debate é subsidiado com dados estatísticos atuais como número de presos, de assassinados pela polícia, de "resolução de crimes", sempre sob o norte de que a natureza de classe de um determinado estado é determinada pelas relações de propriedade que ele defende e / ou se esforça para desenvolver. Definição que se aplica tanto para Estados capitalistas como Operários. Os módulos do ciclo não possuem quantidade regular de dias para o debate, dependem de seus desdobramentos e servem para enriquecer a elaboração programática do CLQI. Os primeiros 7 módulos estão assim divididos: 1. Luta de Classes e Estado; 2. Imperialismo, fase superior do capitalismo; 3. O socialismo e os socialistas; 4. Noções de economia política marxista; 5. Materialismo; 6. A Dialético; 7. Partido Marxista Revolucionário.

29/11 – Participação do lançamento do livro "Investigação Operária: empresários, militares e pelegos contra os trabalhadores na ditadura civil-militar", sobre a luta da Oposição Metalúrgica de São Paulo, na época da Ditadura Militar, no Museu da Resistência, no prédio do antigo DOPS.

28/12 – As organizações que compõem o CLQI juntamente com o Coletivo Lenin e a Resistencia Popular Revolucionária lançam uma declaração histórica “O novo acordo EUA-Cuba e a luta em defesa do Estado proletário

Como tarefas para o próximo período, a LC e a TMB estabeleceram 1) a construção de um partido binacional e 2) que de forma firme e decidida a TMB Argentina orientará sua inserção no interior do proletariado estruturado como plano para os próximos 5 anos.

A vida da classe trabalhadora nunca foi um mar de rosas mesmo, mas sim um vale de lágrimas. Todavia, coletivamente, resistimos. Vencemos muitas batalhas. Aprendemos com as derrotas e nos preparamos para a guerra mundial de classes. Quanto mais organizados, mais conscientes de nossa missão histórica, mais vitórias teremos. Que venham as lutas de 2015!