Todo apoio à ocupação Devanir José de Carvalho!
Reproduzimos abaixo o artigo do jornalista de Cadu
Bazilevski, diretor de base da Regional do ABCD, do Sindicato dos Jornalistas
do Estado de São Paulo, sobre a Ocupação
Devanir José de Carvalho, onde a questão social foi tratada como caso de
polícia (como na época do época do ex-Presidente Washington Luís, na Primeira
República), agora pela Prefeitura de São Bernardo do Campo do Partido dos
Trabalhadores, tendo sido repudiada por amplas parcelas da esquerda na cidade e
até dentro dos militantes do partido na cidade. A Liga Comunista se solidariza com os lutadores trabalhadores sem teto e suas organizações e repudia o prefeito de São Bernardo do Campo (SBC), Luis Marinho, e luta pela revolução urbana que exproprie os especuladores imobiliários, defendidos com violência policial pela prefeitura petista e sua Guarda Civil, e ponha o conjunto do espaço urbano sob o controle dos trabalhadores.
Militantes dos movimentos sociais repudiam truculência da GCM de São Bernardo em desocupação no Cooperativa
Militantes dos movimentos sociais repudiam truculência da GCM de São Bernardo em desocupação no Cooperativa
Militantes de diversas organizações políticas e dos movimentos sociais se reuniram na noite desta sexta-feira, 5, no auditório da Câmara de São Bernardo para participar de ato de repúdio à ação truculenta da Guarda Civil Municipal (GCM) comandada pelo secretário de Segurança Urbana, Benedito Mariano, dando fim à ocupação Devanir José de Carvalho, no último sábado, 29, no bairro Cooperativa. Mais de 300 famílias foram violentamente retiradas do local debaixo de bombas de efeito moral e balas de borracha.
O ato desproporcional foi duramente criticado, inclusive por
militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), o mesmo do prefeito Luiz Marinho
(chefe do Executivo são bernardense) e gerou mal estar com o secretário de
Governo da cidade, José Albino, após declarações divulgadas pelo maior jornal
da região, em que afirma que toda ocupação em São Bernardo receberá o mesmo
tratamento visto no final de semana.
Na quarta-feira, 3, a administração municipal divulgou nota
de esclarecimento sobre o caso. O governo do prefeito Luiz Marinho afirmou no
texto que quando o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) – com
apoio da Central de Movimentos Populares (CMP) e do Movimento dos Trabalhadores
Sem Teto (MTST) – invadiu o terreno na estrada Fukutaro Yida “afrontou uma
política habitacional que o município vem estruturando desde 2009” e que os
movimentos que lutam por moradia têm um caminho bem definido, “a articulação e
apresentação de proposta de empreendimento por meio do Programa Minha Casa
Minha Vida”.
No início da reunião, Ernesto Guevara, filho de Devanir José
de Carvalho – que dá nome à ocupação – falou da importância da homenagem dada a
seu pai. Guevara também questionou as declarações de José Albino e lamentou
suas palavras.
Gabriela Valentim, coordenadora do MLB, fez uma análise de
toda situação, defendeu o direito de luta por moradia e leu uma carta aberta ao
povo de São Bernardo na qual o MLB faz suas reivindicações. Entre elas estão:
fim imediato das desocupações por ação da GCM, proibição do uso de armas de
fogo e bombas de efeito moral pela GCM, fim da tropa de Choque da GCM,
desmilitarização da Polícia Militar, a desapropriação do terreno invadido no
último sábado, inclusão das famílias da ocupação Devanir José de Carvalho no
bolsa-aluguel e nenhum corte de verba nas áreas sociais para o ano de 2015 em
todas as esferas do poder público.
Em seguida, foi a vez das pessoas que estavam presentes
durante a desocupação darem seus depoimentos. A constatação do uso excessivo de
força por parte da GCM foi unânime. Entre os que deram suas versões dos fatos
estavam jovens, mulheres, gestantes e crianças. Todos afirmaram que não houve
resistência, mas que mesmo assim não houve tempo nem espaço para negociação.
Além de integrantes do MLB, CMP e MTST, estiveram presentes
militantes políticos do PT, PC do B, PCR e PSOL; dirigentes dos sindicatos dos
Professores (Apeoesp) e Jornalistas (SJSP); e várias organizações do movimento
estudantil.
Por fim, os representantes destas organizações políticas
fizeram suas ponderações. A repulsa pela forma como toda desocupação foi
conduzida ficou nítida. Mas isso se reverteu em motivação e os movimentos
sociais presentes nesta atividade prometeram organizar outra manifestação por
direito à moradia na tarde da próxima quarta-feira, 10, na praça da Matriz, no
centro.