15ª greve dos operários da
CAF: Derrotar a intransigência da multinacional imperialista e de Alckmin que lançam
pesado aparato policial para reprimir a nossa luta!
No dia 06 de outubro teve
início a 15ª paralisação dos trabalhadores da CAF-Brasil por tempo
indeterminado. Os metalúrgicos reivindicam um reajuste salarial digno com
aumento real de salário. Mas diante da intransigência patronal de querer
conceder apenas o aumento da inflação segundo o INPC, a companheirada mostrou
na prática que sabe que os patrões só nos escutam quando as máquinas são
silenciadas. No dia 24/09, os companheiros já tinham paralisado a produção por
24 horas por aumento real.
O que está em jogo nesta
luta vai muito além do que mais uma greve salarial. Existem muitos conflitos de
primeira grandeza da luta de classes e da economia política nacional que fazem dela
uma luta profundamente significativa, primeiramente para o aprendizado dos
próprios trabalhadores da CAF e, de forma mais ampla, para o conjunto dos trabalhadores
brasileiros.
A greve teve início no
dia seguinte ao das eleições nacionais burguesas, vencidas de forma estranha e
com uma votação suspeita por Alckmin o governador tucano que já carrega um
desgaste político de uma década e meia, que é responsável pela maior crise de falta
d´água da história do Estado mais rico do país, pela repressão policial tamanha
que provocou a explosão das manifestações conhecidas por jornadas de junho do
ano passado e por um grande escândalo de corrupção em que a CAF foi envolvida.
A multinacional produz
trens e tem como principal freguês o governo do Estado de São Paulo junto com o
qual foi acusada de montar o esquema do “trensalão”, onde distintas empresas
fabricantes de trens combinaram os preços dos vagões para que custassem 425 milhões de reais a mais do que o preço inicial a fim de que 30% ficasse para o tucanato [ 1 ].
Muito dinheiro que é retirado do programa de expansão dos transportes públicos,
expansão tão necessária para atenuar o sofrimento dos trabalhadores que levam 3
horas ou mais para ir e voltar do trabalho; dinheiro que também poderia ter ido
para a prevenção contra a crise de abastecimento de água ou que poderia servir
para aumentar os salários dos trabalhadores.
A PM de toda a região
que veio reprimir a greve com várias viaturas e aparato desproporcional foi
requisitada pela direção da multinacional espanhola ao seu sócio, o governo Alckmin,
quem manda na PM, para obrigar os trabalhadores a entrar na fábrica. Mas, mesmo
assim, ninguém entrou.
MASOQUISMO
NÃO, FRAUDE SISTEMÁTICA!
O tucanato fez a festa
nas eleições de 2014 em São Paulo, assegurando a sua manutenção do no poder logo
no primeiro turno, substituiu Suplicy por Serra no Senado, garantiu uma também estranhíssima
votação presidencial em São Paulo para Aécio que perdeu e feio até onde deveria
ser mais forte, Minas Gerais, onde o PT ganhou não só para presidente mas
também elegeu o próprio governador e ainda elegeu sua maior bancada
ultraconservadora no Congresso Nacional e na ALESP, composta por policiais
corruptos, pastores evangélicos, filhotes do tucanato, etc.
Tudo isso é explicado
como sendo masoquismo da população paulista que prefere votar em quem lhe
explora, oprime, humilha e massacra. Nós dizemos que não, que desde os
institutos de pesquisa (com seus resultados pré-fabricados, voltados a indução dos
eleitores a acreditar no sistema e para a legitimação da crença na fraude quando
consumada com a abertura das urnas), passando pela quase totalidade da mídia
até chegar ao Tribunal Regional Eleitoral, as eleições foram manipuladas e
fraudadas de forma combinada e sistemática em favor da vitória do tucanato da forma mais desesperada possível diante do
risco de perder o principal e um dos últimos bastiões tucano. Nada disto seria
possível se não contasse com a aquiescência conciliadora do PT, que capitula e
negocia acuado e com medo de perder o governo federal.
A
HORTOLÂNDIA OPERARIA RESISTE
Mas, dos 645 municípios do Estado de São
Paulo, apenas em uma cidade o PSDB perdeu feio nas eleições para o PT na
disputa para presidente, governador, senador e deputados, Foi Hortolândia, fato
registrado pela Exame, a principal revista econômica burguesa brasileira, como
um alerta para a burguesia: “Porque Alckmin não conseguiu conquistar
Hortolândia” [ 2 ]. Isso também explica porque apesar do PT já bastante
degenerado e aburguesado contar com os votos dos trabalhadores, Hortolândia,
governada pelo PT e cercada de fábricas por todos os lados, é um bastião de
resistência contra a reação e por isso também todo o aparato policial da região
foram lançadas para reprimir a primeira greve operária a desafiar a grande
burguesia e o seu principal governo no país a fim de que após o esmagamento do
setor mais firme na luta contra a reação na região, os trabalhadores da fábrica
que mais fizeram greves nos últimos 5 anos, Alckmin consiga conquistar
Hortolândia.
Sendo assim, a Fiesp, os patrões da empresa imperialista e o tucanato
tentarão por todos os meios impor uma derrota econômica e política na CAF,
perseguir sua combativa vanguarda fabril e desmoralizar o sindicato.
Por isso, a Vanguarda Metalúrgica chama a todos os trabalhadores e
sindicatos a cobrirem a greve da CAF com todo tipo de solidariedade e convoca
todos os trabalhadores da CAF, chão de fábrica e administrativo, a se manterem
firmes para arrancarmos da patronal nosso aumento real, provando que não passarão
por nossa muralha operária e que a partir de nossa vitória nesta greve os
trabalhadores começarão a resistência até a derrota final de Alckmin e de todos
os patrões e seus representantes políticos.
Notas: