Economia de energia duvidosa, lucrativo para os patrões e mais sufoco
para a população trabalhadora. Pelo fim do horário de verão! Pela redução da
jornada de trabalho!
Os governos justificam a adoção do horário de verão em nome da economia
de energia. Foi instituído para durar quatro meses, começando no terceiro
domingo de outubro e se prolongando até o terceiro domingo de fevereiro do ano
seguinte. Em 2014, começou no dia 19 de outubro e vai até o dia 22 de fevereiro
de 2015. Foi adotado pela primeira vez em 1931, abrangendo todo país. Depois
foi suspenso por várias décadas. Voltou a ser adotado nacionalmente em 1985,
mas sua abrangência vem sendo sucessivamente reduzida até hoje ser usado em 10
Estados mais o Distrito Federal. Em 2011, a Bahia aderiu ao Horário de Verão,
mas a população reclamou e desde 2012 o Estado não participa mais desde 2012. O
Tocantins aderiu em 2012, mas voltou atrás em 2013.
A medida, criada em países localizados em regiões de grande latitude
(acima de 45 graus do Equador), onde há grande variação da duração de dias e
noites ou que possuem muitos dias do ano sem sol, não se justifica em países
equatorianos como o Brasil cuja maior latitude sul é 33 graus. Não é por acaso
que o Brasil é o único país localizado abaixo da linha do Equador que utiliza o
horário de verão.
Alguns Estados se retiraram do horário de Verão porque estavam tendo
prejuízo. Foi o caso do Ceará onde, segundo estudo da própria Eletrobrás, houve
um aumento no consumo de energia no Estado de 7,7% no horário de verão 99/2000.
Todavia, mesmo a alegada economia de energia não beneficia a população,
pois a energia produzida nesse período que não é consumida simplesmente se
perde. A fatura de energia não fica mais
barata durante o horário de verão e ao contrário, as pessoas acordam ainda no
escuro e começam a consumir energia mais cedo.
Mas o benefício na redução da carga máxima de energia elétrica em
horário de pico, que mesmo nos cálculos mais otimistas chega no máximo a 5%,
causam prejuízos à saúde e à segurança da população trabalhadora no trabalho,
na direção de veículos e afetam principalmente pessoas que precisam acordar
cedo e ir à escola ou ao trabalho, quando é perigoso andar nas ruas ainda
escuras.
Os que mais sofrem com essa mudança é a classe operária. João Costa,
operário da Bosch do primeiro turno, entra pra bater o cartão, 5:48 da
madrugada, mas, antes disso, acorda 3:00 horas para se arrumar e andar até o
ponto de seu fretado. Os fretados na Bosch não pegam os trabalhadores em casa, eles
passam em avenidas principais e são os trabalhadores que precisam andar
quilômetros e quilômetros para chegar ao ponto onde o fretado passa. Com o
horário de verão, João Costa praticamente não dorme na madrugada Essa é a
realidade também de Rita de Souza, operária da E.M.S (farmacêutica localizada
em Hortolândia-SP), Rita mora na cidade de Monte Mor, e precisa também caminha
por um bom tempo madrugada a dentro para pegar seu fretado, o andiantamento da
hora com o horário de verão, fazem esse companheiros serem vítimas de assaltos
e infelizmente, ir ao trabalho se torna tarefa difícil por conta da escuridão
da madrugada. Os trabalhadores não ganham nada com o horário de verão, as horas
de dia claro no final da tarde, não significam nada, perto da escuridão da
madrugada quando esses companheiros saem para trabalhar mais cedo.
Os trabalhadores não sente nenhuma vantagem com o horário de verão,
precisam acordar mais cedo e essa hora não é compensada na hora do descanso. Se
já dormem pouco durante o resto do ano, situação que provoca acidentes de
trabalho, com o horário de verão o risco se agrava muito mais.
Acidentes de trabalho e de carro, ataques cardíaco, maior exposição aos
raios ultra-violeta e logo câncer de pele para os que trabalham ao sol, as
pessoas se sentem com sensação de cansaço e sono durante o dia e insônia à
noite aumenta a irritabilidade, a agressividade, a confusão mental, e com a
queda da imunidade biológica e do
rendimento em praticamente todas as atividades – tudo como conseqüência
da alteração dos ciclos circadianos, isto é, do “relógio biológico” a que estão
submetidas todas as pessoas.” Por tudo isso nós da LC defendemos o fim do
horário de verão e a redução da jornada de trabalho para 35h semanais para que
efetivamente a classe trabalhadora goze de mais tempo livre e de descanso,
combatendo simultaneamente o desemprego repartindo as horas de trabalho
PS.: adaptado do artigo publicado no Folha do Trabalhador # 19.