Está em marcha uma guerra civil preventiva
contra os trabalhadores
Vários generais da cúpula do
Exército começam a defender publicamente, de forma conjunta, a
"intervenção militar" como saída para a crise política, e foram
seguidos por meia dúzia de deputados federais defendendo o militarismo e o
fechamento do Congresso, além dos bolsonazis que já possuíam notoriedade por
esse programa fascista. Ato contínuo, foi ampliada a ocupação militar do Rio de
Janeiro como ensaio geral da segunda fase do golpe de Estado no Brasil.
A contrarrevolução prepara uma guerra civil preventiva contra a população trabalhadora para que, através do recrudescimento do terror de Estado, os explorados não tenham tempo de se insurgir contra os efeitos nefastos das medidas recém aprovadas pelo governo Temer, como a reforma trabalhista que entra em vigor em novembro, e o fim da aposentadoria que está sendo preparada no Congresso, além da terceirização da atividade fim, o congelamento dos gastos com salários de servidores, saúde e educação por 20 anos.
O governo Temer está por cumprir
seu trabalho sujo, pela forma como teve origem, por sua natureza cleptocrata e
expropriadora dos direitos históricos do povo trabalhador explorado e oprimido se
desgastou de forma acelerada. A forma parlamentar de como foi realizado esse Golpe
de Estado permite uma vantagem em relação ao de 1964 para quem dele se
beneficia: após o esgotamento de todas as instituições civis do regime, pela
imensa insatisfação popular acumulada, a burguesia golpista pode apresentar os
militares como salvadores da pátria, enganando parcelas significativas da população.
Os militares, são mera ferramenta de multinacionais, banqueiros, dos grandes
capitalistas e do imperialismo, os grandes beneficiários do esquemão golpista.
A classe trabalhadora não pode
assistir passivamente a essa escalada. É preciso alertar toda a nossa classe
sobre a gravidade do momento, reunir para discutir os procedimentos necessários
e organizar comitês populares contra o Golpe em cada local de trabalho, moradia
e estudo, apontando para a construção de um Congresso Nacional da Classe
Trabalhadora para derrotar todos os ataques dos Golpistas. Uma catástrofe se
aproxima, pois a ocupação militar da cidade do Rio, ampliada em uma possível
intervenção federal em todo o Estado do Rio, ensaia o futuro golpe militar
apoiado por bancos e multinacionais. A Folha do Trabalhador, uma das primeiras
organizações do país a alertar a nossa classe contra o Golpe desde 2013, há
algumas semanas fez o seguinte prognóstico na edição 28 de seu jornal impresso:
Rio de 2017 pode ser o Brasil de 2018
Marcos SilvaO Rio de janeiro em 2017 está sendo o experimento da burguesia golpista para ensaiar uma situação nacional onde a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) venha a ser aplicada em mais de uma cidade. A GLO autoriza o presidente ao uso das forças armadas em vários casos excepcionais, como nas Olimpíadas ou contra os manifestantes no dia 24/5 em Brasília.
Tudo leva a crer que eles vão fechar cada vez mais o regime colocando cada vez mais a PM e o Exercito nas ruas em ações violentas contra a massa de desempregados e miseráreis, com a desculpa de estar fazendo a “segurança pública”.
Sabemos muito bem que isso seria direcionado para a repressão contra movimentos sociais organizados e greves que possam acontecer em virtude da resistência às restrições de liberdade e da destruição dos direitos trabalhistas e previdenciários.
O Golpe não foi só contra o PT, mas contra todos os trabalhadores do Brasil. Cabe a nós nos organizarmos e resistirmos à ele da forma como for possível em meio à barbárie desencadeada pela burguesia golpista alinhada com os interesses do Imperialismo."