Votar Nulo e nas candidaturas do PCO, denunciar o Golpe e construir a Greve Geral!
Posição da FCT para o 1º turno das eleições municipais de
2016
Atravessamos um grave momento político marcado por um Golpe
de Estado. Na falta de resistência a altura, a direita, agente do imperialismo,
avança contra os trabalhadores recorrendo por enquanto a manobras parlamentares
e jurídicas A estratégia do impeachment é dar um salto de qualidade na opressão
política e social do Estado sobre a população trabalhadora e pobre para impor a
recolonização imperialista do Brasil. Sendo assim, essas eleições embora
formalmente ordinárias são excepcionais. Visam manter uma falsa aparência de
continuidade democrática pós-golpe enquanto é ampliado o recrudescimento do
regime político e a repressão policial e militar. O resultado principal delas
será a legitimação no poder local do centro conservador e da direita
reacionária. Prefeitos e vereadores farão a sua parte para auxiliar o governo
federal golpista a tornar mais intenso o saque sobre as massas com o aumento de
tarifas públicas, o congelamento salarial dos servidores, o estrangulamento da
saúde e educações públicas, etc.;
Diante dessa conjuntura os membros do Jornal Folha do
Trabalhador decidiram:
1. Não lançar candidaturas próprias de militantes e
simpatizantes em 2016;
2. Votar nas candidaturas a prefeito e vereador do Partido
da Causa Operária, como instrumento da denúncia do Golpe e da política escravocrata do governo golpista sem
ilusões em “eleições gerais” ou “diretas já!”;
3. Onde esse partido não possuir candidatos nós recomendamos
a população trabalhadora a votar nulo, em branco ou abster-se;
4. PT e PCdoB apresentam candidaturas aburguesadas com
programas eleitorais oportunistas. Apesar de serem o alvo imediato dos
golpistas, da fúria da direita, do antipetismo e da criminalização de suas
atividades políticas beirando a ameaça de extinção, esses partidos não tem como
eixo principal a denúncia do golpe nem muito menos a organização dos
trabalhadores contra os ataques históricos anunciados pelos golpistas. E pior,
se declaram dispostos a colaborar com as caçadas policiais e jurídicas contra
si mesmos e em centenas de cidades esses partidos estão coligados com os
partidos golpistas, sendo então coligações que servem para confundir inimigos
com amigos;
5. As candidaturas do PSOL e PCB também não tem como eixo a
denúncia do golpe. Demonstrando que aprendeu muito pouco acerca dos próprios
erros no golpe passado, o PCB nem sequer descobriu ainda que houve um golpe. Por
sua vez, onde acredita ter chances reais de se eleger, como em Porto Alegre, o
PSOL abraçou abertamente um programa neoliberal, de defesa da Lei de
Responsabilidade Fiscal, privatizações, terceirizações, PPPs.;
6. As candidaturas do PSTU seguem defendendo a política do
"Fora Todos!", desastrosa até para o próprio PSTU. Esse slogan
filo-anarquista é funcional ao Golpe dos agentes do imperialismo;
7. O golpe triunfou porque o lado de lá, orquestrado pelo
imperialismo, foi mais forte e decidido e o lado de cá estava desiludido e
confundido pela política de colaboração de classes do PT. Isso permitiu
inclusive um avanço ideológico das ideias contrarrevolucionarias e
anticomunistas nas classes médias a ponto da direita realizar manifestações de
rua como não fazia desde 1964. Essa ofensiva da direita se expressou e se
expressa ainda também no terreno eleitoral, com a eleição do Congresso mais
reacionário de toda a história do país, do golpista-mor Eduardo Cunha para
presidente da Câmara, da aprovação de várias medidas pró-imperialistas e
antioperárias no Congresso, além da aprovação folgada do próprio impeachment na
Câmara e Senado. Clarificar a consciência dos trabalhadores para que não
aceitem nem o Golpe nem suas medidas decididas por seus inimigos de classe nos
fóruns que hegemonizam os golpistas (Legislativo, Judiciário, PF, MPF) para
escraviza-los é uma tarefa de primeira ordem;
8. Sendo assim, as saídas eleitoralistas para a crise, via
eleições gerais, diretas já ou mesmo por assembleia constituinte (essa última,
erroneamente também defendida pelo PCO) tendem a ser, nesse momento, funcionais
a escalada golpista. O PCdoB, assim como o PSTU e sua ruptura, o MAIS, agitam
igualmente como setores crescentes da frente golpista, o "plano B"
diante do fracasso do governo Temer. Essas consignas podem ajudar a burguesia a
substituir um governo golpista frágil, a cada dia mais odiado pelas massas, por
um governo de direita forte, um tucano, uma Marina, um Moro ou algo similar. A
grande mídia golpista, Globo, Veja, Folha, Estadão, assim como no “Fora Collor”!
e nas “jornadas de junho de 2013” quer se apropriar do descontentamento contra Temer
para preventivamente apresentar uma solução de continuidade golpista, como a
convocação de eleições extraordinárias, mais fraudulentas à vontade popular, onde
a esquerda e até o PT participassem debilitados pela coação jurídico-policial.
O importante para o imperialismo e seus agentes nacionais não é preservar
Temer, mas avançar de algum modo com o programa escravocrata pelo qual foi
imposto o Golpe, eliminar tudo que não deseja na legislação atual, na
Constituição de 1988, ECA, etc. Como avisamos desde maio, “Temer não passa de
uma ponte para o controle absoluto do governo do Brasil pelos EUA, passando por
cima do próprio PMDB e sob o tacão dos monopólios (Serra), dos banqueiros (Meirelles)
e da repressão (Moraes)”. Temer não passa de “um governo pré-bonapartista,
hospedeiro de uma ditadura do capital financeiro e das
multinacionais imperialistas”.
9. O resultado dessas eleições municipais tende a ser uma
maior militarização do regime, fortalecido e “legitimado” no âmbito local. Os
trabalhadores precisam acreditar apenas em suas próprias forças e nos
instrumentos de massas e de vanguarda que essas forças construírem, a greve
geral, um reagrupamento sindical e popular da vanguarda lutadora derivado das
lutas de resistência e de um novo ascenso contra o regime golpista e
escravocrata e um partido revolucionário dos trabalhadores.
Notas relacionadas:
O PROCESSO GOLPISTA I
O VAZAMENTO DE ROMERO JUCÁ E O MITO DA "LAVA JATO"
O golpe não foi um pacto para deter a lava jato. A operação
judicial é um mecanismo de achacamento permanente do imperialismo sobre a
cabeça dos golpistas e do conjunto da burguesia nacional
Construir comitês populares contra o golpe!