contra Dilma e as burocracias sindicais governistas
Os trabalhadores do judiciário federal se somam à greve
nacional das universidades federais, às greves do funcionalismo público em
diversos estados (BA, RN, PI e PB), à greve dos trabalhadores dos transportes (SP, RN, PB,
MA, MG) e retomam este ano sua jornada de luta contra o arrocho salarial
imposto pelo governo Dilma.
O governo da grande coligação burguesa PT-PMDB tem sido mais
duro ainda que Lula contra os servidores públicos, aprofundando o caráter
burguês e anti-operário dos governos petistas, com uma política irredutível de
reajuste zero, em particular para os trabalhadores do Judiciário Federal
(Justiça Federal, Trabalhista e Eleitoral).
Vivemos um ano em que se realiza mais uma vez a farsa das eleições burguesas, a democracia dos ricos, em âmbito municipal, para prefeito e vereador. Neste período, a Justiça Eleitoral toma um caráter estratégico, pois se potencializa seu poder de força e barganha em relação ao patrão - governo federal e STF - que tremem nas bases ante a possibilidade de uma quebra institucional ou um atraso no calendário eleitoral previamente estabelecido desde as últimas eleições.
Vivemos um ano em que se realiza mais uma vez a farsa das eleições burguesas, a democracia dos ricos, em âmbito municipal, para prefeito e vereador. Neste período, a Justiça Eleitoral toma um caráter estratégico, pois se potencializa seu poder de força e barganha em relação ao patrão - governo federal e STF - que tremem nas bases ante a possibilidade de uma quebra institucional ou um atraso no calendário eleitoral previamente estabelecido desde as últimas eleições.
A Federação Nacional dos Trabalhadores do
Judiciário Federal (FENAJUFE), em sua XVII Plenária Nacional, realizada de 4 a 6 de maio,
em São Luis/MA, aprovou um calendário nacional de luta, que prevê atos,
paralisações e a deflagração da greve por tempo indeterminado a partir do dia
05 de maio. A decisão, que teve o apoio da ampla maioria dos 175 delegados
inscritos, aconteceu após um longo debate com os servidores e lideranças de
cada sindicato sobre as condições da categoria para deflagrar uma greve visando
à aprovação imediata dos PLs 6613/09 e 6697/09, Plano de Cargos e Salários
(PCS), que prevêem o reajuste salarial da categoria.
A Plenária de São Luis a FENAJUFE aprovou um
"apagão" na Justiça Eleitoral para o dia 07 de julho. Os sindicatos
de base, como o Sintrajufe/RS, iniciaram um processo de discussão de como
implementar o movimento paredista. Para tanto, na sede do sindicato,
realizou-se no sábado dia 19/05 uma assembléia geral estadual da categoria, com
todas as correntes que formam o movimento sindical dos servidores federais no
estado.
O PAPEL DA DIREÇÃO DO SINTRAJUFE/RS
O sindicato da categoria no RS é dominado com mão de ferro,
há mais de uma década, pela corrente Democracia Socialista (DS) do PT,
governista até a medula dos ossos. Sua prática consiste numa sistemática
blindagem do governo Dilma, buscando por todos os meios responsabilizar a
cúpula do STF pelo arrocho salarial, deixando o governo federal
"imune" a qualquer crítica.
A preocupação da DS é manter a ordem das eleições burguesas,
para que seus candidatos possam ser eleitos, algo completamente oposto aos
interesses da categoria e impotente para derrotar o Estado patronal que nas
últimas greves, através da Alta Administração do TRE/RS esmagou os grevistas,
cortando ponto e descontando os dias parados do banco de horas. A intimidação
dos trabalhadores da justiça eleitoral – repetimos: setor estratégico da categoria – é evidente e justificável
ante o papel de sua direção.
Centriando entre a situação e a oposição está o PCdoB/CTB,
que, na verdade, oculta da categoria sua linha nacional governista "mais
realista que o rei". Hoje, à boca pequena, trabalham com a lógica de
reajuste só em 2013, exatamente, sem tirar nem pôr, a proposta de Dilma e
Mantega. Os governistas dO Trabalho do PT reverberam um discurso de
"frente única" e "unidade" que na prática esconde sua
capitulação ao governismo da DS.
As "oposições" tradicionais e o Novo T-Manca
Se agrupam, de forma dividida e atomizada, várias correntes
do movimento no campo das "oposições". O maior grupo de oposição
("Luta Sintrajufe"), composto pela aliança entre militantes da
CSP-Conlutas (PSTU) e Intersindical (PSOL), já deu por derrotada a luta pelo
PCS, fazendo discursos demagógicos na mesma oportunidade que se aliam com os
setores mais reacionários da categoria, os quais defendem uma nova forma de
remuneração, o subsídio*. Curiosamente, na última
assembléia, esta oposição conseguiu ficar a direita da direção governista do
sindicato, defendendo uma proposta ainda mais rebaixada, de greve só por 24h. Há
também dentro da oposição militantes do PCR e MR que na última assembléia
votaram, juntamente com a LC, pela greve de 72h a partir do dia 30 de maio.
Os setores mais combativos da oposição se agrupam em torno
do boletim "T-Manca" (uma ironia com o boletim da diretoria do
Sindicato que se chama “T-Liga”), agora denominado "Novo T-Manca",
impulsionado pela LC. O boletim havia se desagregado por divergências políticas
entre seus idealizadores, particularmente pelo mau uso da página no
"facebook" do "velho" T-Manca, na qual se fazia apologia a
tudo, das direções fundamentalistas burguesas islâmicas até ironias
futebolísticas, e o que menos fazia era organizar um agrupamento revolucionário
no terreno da oposição. Construindo a nova jornada de luta dos judiciários, o
"Novo T-Manca" procura recuperar os objetivos iniciais do boletim.
Publicamos uma matéria chamada "Greve de Verdade, não de mentirinha! Dilma
não faz recesso e é dela a responsabilidade!". Tal texto procurou explicar
para a categoria a pouca diferença entre as posições das diferentes oposições e
a direção, pois todas caminham militando num terreno na mera disputa do lobby
institucional no Congresso Nacional, ajustando o calendário de greves ao
recesso dos tribunais superiores e do parlamento, como se fosse deles a
responsabilidade e não de Dilma. Assim, na última assembléia da categoria no
RS, foi aprovada uma jornada de lutas, uma greve de 72h, de 30, 31 de maio a 1º
de junho. O T-Manca alerta a categoria para que não deixemos se repetir as
greves de mentirinha de todos os anos, defendendo que é necessário construir
uma greve forte, de verdade, com passagens nos locais de trabalho, mobilização,
um grande ato no dia 31 quando haverá a posse do novo presidente do TRE e um
"giro" em direção à Justiça Eleitoral, com vista a, se a categoria
dos trabalhadores decidirem como necessário, comprometer as eleições da
democracia dos ricos.
* Os defensores do subsídio agrupam os servidores de nível superior, dividem a categoria, defendem abertamente o abandono da luta sindical tradicional, substituída por "assembléias permanentes". Fundaram uma entidade paralela para destruir a FENAJUFE, a ANATA (http://www.anata.org.br/), com quem o PSTU fez chapa para a disputa do principal sindicato da categoria, o Sindjus/DF.
* Os defensores do subsídio agrupam os servidores de nível superior, dividem a categoria, defendem abertamente o abandono da luta sindical tradicional, substituída por "assembléias permanentes". Fundaram uma entidade paralela para destruir a FENAJUFE, a ANATA (http://www.anata.org.br/), com quem o PSTU fez chapa para a disputa do principal sindicato da categoria, o Sindjus/DF.