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sábado, 30 de abril de 2011

SUMÁRIO E EDITORIAL DO BOLCHEVIQUE #4

SUMÁRIO DO JORNAL O BOLCHEVIQUE #4 ABRIL-MAIO DE 2011


EDITORIAL:
Construir o partido revolucionário, reconquistar o primeiro de maio para a classe trabalhadora!


DECLARAÇÃO AOS TRABALHADORES DO MUNDO E À SUA VANGUARDA INTERNACIONALISTA Socialist Fight (Grã-Bretanha) - Liga Comunista (Brasil) - Revolutionary Marxist Group (África do Sul)
Em defesa incondicional da Líbia contra o imperialismo! Frente Única Militar com Gadafi para derrotar a OTAN e os “rebeldes” armados pela CIA! Nenhuma confiança no governo de Trípoli! Somente pelo armamento de todo o povo e pela revolução permanente nós poderemos vencer esta luta!


A CIA NA LIBIA:
O caráter contrarrevolucionário dos 'rebeldes' de Bengasi
OS “REBELDES” NÃO NASCERAM ONTEM • “REVOLUCIONÁRIOS” CUJA VITÓRIA DEPENDE INTEIRAMENTE DA AÇÃO DO IMPERIALISMO • “REBELDES” RACISTAS, XENÓFOBOS E ANTIOPERÁRIOS • OS CRIMES DOS EUA E DA UE NA LÍBIA • DERROTAR O GOLPISMO IMPERIALISTA E AVANÇAR CONTRA O DECRÉPITO REGIME DE GADAFI RUMO À REVOLUÇÃO PROLETÁRIA


DA “OPERAÇÃO AJAX” À “ODISSEIA DO AMANHECER”:
O “know how” golpista de 1953, turbinado em 2011
O GOLPISMO MADE IN CIA COMO AGENTE CONSCIENTE DE LEVANTES INCONSCIENTES DE MASSA RESTAUROU O CAPITALISMO NO LESTE EUROPEU E NA URSS • CONTRARREVOLUÇÃO ETAPISTA • OS GOLPES MILITARES “VERSÃO 2000” NA AMERICA LATINA E NO ORIENTE MÉDIO • OS REVISIONISTAS APOIAM POLITICAMENTE O COMPLÔ DA CIA CONTRA A LIBIA


ESPECIAL ÁFRICA DO NORTE E ORIENTE MÉDIO 4/4 (ATUALIZADO)
SU, CMI, L5I, LIT, PO, FT, FLTI:
Finalmente as ‘Internacionais’ revisionistas se ‘reunificam’ em Bengasi
PABLO, O PRIMEIRO LIQUIDACIONISTA DO TROTSKISMO • SECRETARIADO UNIFICADO • ACORDO INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES (LAMBERTISMO) • CORRENTE MARXISTA INTERNACIONAL • LIGA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES • UNIDADE INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES • LIGA PELA 5A INTERNACIONAL • PARTIDO OBRERO • PARTIDO DA CAUSA OPERÁRIA • FRAÇÃO TROTSKISTA • FRAÇÃO LENINISTA TROTSKISTA INTERNACIONAL • MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO • LORISMO (PARTIDO OPERÁRIO REVOLUCIONÁRIO) • PARTIDO OPERÁRIO MARXISTA  • ESPARTAQUISTAS (LCI, TBI, IG) • COLETIVO LENIN • DO CONCILIACIONISMO PRÓ-IMPERIALISTA AO CONCILIACIONISMO PRÓ-NACIONALISTA • WORKERS REVOLUTIONARY PARTY • LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA • OS REBELDES CONTRARREVOLUCIONÁRIOS SÃO O ARÍETES DA RECOLONIZAÇÃO IMPERIALISTA


O REVISIONISMO DA CMI:
Liga Comunista combate posições de Alan Woods e da CMI na USP
SOBRE A CMI E A EMPT • O MITO DA “INSURREIÇÃO POPULAR” NA LÍBIA • CMI E EMPT SÃO CRIAÇÕES DO DOMESTICADO “TROTSKISMO” LABORISTA E PETISTA • POR TRÁS DO “NÃO À INTERVENÇÃO IMPERIALISTA”, 100% DE APOIO AOS GOLPISTAS QUE REIVINDICAM A INTERVENÇÃO DA OTAN


Campanha de assinaturas dO Bolchevique


CONTRA-ATO DE COMBATE AOS NEONAZISTAS DE JAIR BOLSONARO:
Construir a Frente Única Anti-fascista!


INFORME DA FÁBRICA:
Conhecer o proletariado para solidificar nossas teorias e construir o partido revolucionário dos trabalhadores
A ALTÍSSIMA PRODUTIVIDADE DÁ A MEDIDA DA ESPETACULAR MAIS-VALIA • A LUTA DE CLASSES PELO TEMPO • ESFORÇO REPETITIVO E POLUIÇÃO SONORA • APRENDER PARA SUPERAR A ERA LULISTA E CONSTRUIR O PARTIDO TROTSKISTA DO PROLETARIADO


PRIMEIRAS REVOLTAS CONTRA A SUPEREXPLORAÇÃO NAS OBRAS DO PAC:
Organizar a luta nacional do proletariado contra as empreiteiras e o governo Dilma!
A CSP-CONLUTAS E O PROLETARIADO DA CONSTRUÇÃO CIVIL


CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO DA USP:
No “lixo de Rodas” não dá para trabalhar nem estudar. Construir a Greve Geral na USP! Pelo pagamento direto da universidade para as trabalhadoras, pela efetivação imediata!
GREVE GERAL CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO ESCRAVAGISTA!

CARTA ABERTA À COMUNIDADE ACADÊMICA DA UFMA
Documento escrito pelos Trabalhadores em Educação do Centro de Ciências Humanas/UFMA, apresentado em Assembléia Sindical, e divulgado amplamente para toda a comunidade acadêmica da UFMA. Um basta às relações pautadas em um regime de castas arraigado na estrutura da Universidade Pública.

Moção de apoio dos Trabalhadores de Base da UFMA à luta dos trabalhadores efetivos e terceirizados da USP


BRASIL 1964 - LÍBIA 2011:
Liquidar toda a máquina de guerra repressiva contra a população trabalhadora, aprimorada desde a ditadura militar e em pleno funcionamento contra nossas lutas hoje!
O “FORA JANGO!” DO EX-TROTSKISTA DE ONTEM E O “FORA GADAFI!” DOS PSEUDO-TROTSKISTAS DE HOJE • DE SARNEY A DILMA, A DITADURA “DEMOCRATIZADA


DECLARAÇÃO DA LC AO ATO CONTRA A PRESENÇA DE OBAMA NO BRASIL:
Fora Obama da Líbia, Brasil, Afeganistão, Iraque e Haiti! Liberdade imediata para todos os presos políticos da manifestação do dia 18/03 encarcerados por Dilma e Cabral!


DECLARAÇÃO DA FRENTE ÚNICA CONTRA A PRESENÇA DE OBAMA NO BRASIL:
Vamos caminhar hoje até onde pudermos contra Obama e o Imperialismo!


“FORA OBAMA!” NO RIO EM 20/03:
Protesto na Cinelândia (Rio de Janeiro) rompe barreira política imposta pelas burocracias dirigentes da CUT, MST, CTB e CSP-Conlutas ao "Fora Obama!”
“PARA NOSSOS PRESOS LIBERTAR, É PRECISO AVANÇAR!” • APESAR DOS PELEGOS, “YES, WE CAN!” PROTESTAR CONTRA OBAMA!


EDITORIAL
Construir o partido revolucionário, reconquistar o primeiro de maio para a classe trabalhadora!

Os motivos pelos quais lutaram e foram executados os operários mártires de Chicago, a luta pela jornada de 8h de trabalho e contra a exploração capitalista, são mais vigentes do que nunca. Depois da crise econômica mundial os trabalhadores vêm sendo obrigados a trabalhar mais por menores salários e menos direitos. O capitalismo dá um salto para trás nas relações de trabalho e, consequentemente, em todas as demais relações sociais. Uma imensa massa é sujeita a abrir mão de todas as conquistas trabalhistas obtidas desde os mártires de Chicago até os nossos dias, como vi­mos nas obras do PAC, nas novas contratações em qualquer local de trabalho, entre a juventude teleoperadora, através da terceirização. Vale destacar, que esta última modalidade de superexploração, onde a burguesia e patrões subcontratadores da força de trabalho lucram mais com o não pagamento de direitos elementares, é nada mais do que a institucionalização dos “gatos”, tão oportunos para potencializar o crescimento do país de Collor a Dilma.

O mesmo saque impiedoso dos trabalhadores pelas classes dominantes, vemos hoje em todo planeta, mas particularmente na África e no Oriente Médio. Contando com o apoio direto ou com a passividade de todos os governos burgueses do planeta, os EUA, através da OTAN e apoiado militarmente pela França e Inglaterra, faz da Líbia um novo Afeganistão ou Iraque. Um diferencial importante neste conflito é que Obama conseguiu dividir a “Velha Europa”, que resistia a recolonização à la Bush, e arrastou Sarkozy para o ser seu testa-de-ferro na coalizão. Isto possibilitará à França imperialista, ter como recompensa o aumento da cota de petróleo líbio, e a Obama, diminuir o custo político da aventura militar, aumentando mais ainda sua cota também.

Apesar da crise mundial provocar um acirramento das disputas interimperialistas, mais protecionismo comercial e maior disputa de domínios, Obama logrou contra a Líbia uma frente mais ampla do que a que Bush articulou contra o Iraque. Tão ampla, que graças à capitalização imperialista dos levantes populares árabes, a propaganda de guerra “humanitária” e um teatro de insurreição em Bengasi, conseguiu a adesão de grande parte das correntes de esquerda, que foram às ruas contra a ocupação do Iraque, atrás do slogan “Fora Gadafi!”. Para ficar em paz com suas consciências pequeno-burguesas, os revisionistas usam como álibi uma declaração protocolar de que são contra a intervenção militar imperialista. Mas, tirando esta fachada, quase todos aderiram com vuvuzelas e tudo mais a “revolução líbia”, completamente fabricada pela CIA (ver nesta edição artigos “A CIA na Líbia” e “Da ‘Operação Ajax’ à ‘Odisséia do Amanhecer”). O neocolonialismo desenvolveu um ‘know how’ bastante trivial voltado à enganar a opinião pública e tomar o controle das nações oprimidas. São facilmente identificáveis as digitais da CIA tanto na conspiração imperialista que instituiu a ditadura militar no Brasil, precedidas das “massas nas ruas” nas “marchas com Deus pela família e a propriedade” quanto no que assistimos na Líbia ou na Síria hoje (ver “Brasil 1964 – Líbia 2011”).

Como demonstramos, os marxistas, defensores da estratégia proletária e revolucionária contra o imperialismo, têm uma política diametralmente oposta à dos apoiadores dos “revolucionários” de Bengasi, e os denunciamos em um rigoroso combate literal (“SU, CMI, L5I, LIT, PO, FT, FLTI”: Finalmente as internacionais revisionistas se reunificam em Bengasi”) e também pessoalmente (“Liga Comunista combate posições de Alan Woods e da CMI na USP”). Isto também deve existir em ações práticas e não sectárias como a de constituir uma frente única com distintas organizações políticas para construir um protesto contra a presença de Obama no Brasil, rompendo com a disciplina imposta pela burocracia sindical do governo anfitrião do imperador (CUT, MST) e seus satélites (CSP-Conlutas), como demonstramos no balanço que fizemos desta atividade na quarta capa deste O Bolchevique (ver “Protesto na Cinelândia rompe barreira política imposta pela burocracia sindical dirigente da CUT, MST, CTB e CSP-Conlutas ao ‘Fora Obama!’”), até a publicação de uma declaração internacional “Declaração aos trabalhadores do mundo e à sua vanguarda internacionalista da LC do Brasil, Socialist Fight da Grã-Bretanha e Revolutionary Marxist Group da África do Sul” que reproduzimos nesta quarta edição dO Bolchevique.

Assumimos estas posições principistas diante do principal conflito do cenário mundial hoje, ao mesmo tempo em que ao lado de outras organizações políticas e militantes enfrentamos a crescente reação da direita. Animados com a política nacional do PT, de desmoralização das lutas sociais, e com o aumento da repressão sobre os trabalhadores promovido pelos governos estadual e municipal paulistas, os neonazistas voltam a levantar a cabeça no país, a ponto de realizar um ato público armado na Avenida Paulista, no mesmo local aonde os neonazistas vêm realizando impunemente ataques criminosos a gays (ver “Contra-ato de combate ao ato de apoio ao anticomunista, homofóbico e racista deputado Jair Bolsonaro: Construir a Frente Única Anti-fascista!”). Cerrar fileiras para cortar as asinhas da reação é uma obrigação de todo aquele que diz defender os negros, nordestinos, mulheres e homossexuais, e mais ainda dos trotskistas, que sabem honrar a tradição da LCI de 1934.

Todavia, não é possível ser revolucionário e abrir mão de fusionar o programa marxista com a classe trabalhadora. Prognosticamos que o aprofundamento do chamado “crescimento nacional”, baseado no brutal aumento da exploração dos trabalhadores (ver “Primeiras revoltas contra a superexploração nas obras do PAC : Organizar a luta nacional do proletariado contra as empreiteiras e o governo Dilma”), vai resultar em várias revoltas de Jirau. Nas assembleias estudantis da USP apoiamos a luta das trabalhadoras terceirizadas (“No ‘lixo de Rodas’ não dá para trabalhar nem estudar. Construir a Greve Geral na USP! Pelo pagamento direto da universidade para as trabalhadoras, pela efetivação imediata!”). Simultanemente desenvolvemos no Nordeste uma militância de base entre os trabalhadores da Universi­dade Federal do Maranhão que passam por condições similares de humilhações no trabalho (“Carta aberta à comunidade acadêmica da UFMA”) enquanto apoiam suas camaradas do Sudeste (“Moção de apoio dos Trabalhadores de Base da UFMA à luta dos trabalhadores efetivos e terceirizados da USP”). Paralelamente, a LC inicia um valoroso trabalho de inserção no proletariado fabril (ver o informe de fábrica: “Conhecer o proletariado para fundamentar com solidez nos­sas teorias e construir o partido revolucionário dos trabalhadores”.)

O governo canalha de Dilma, agente direto do grande capital contra os trabalhadores prostitui mais uma vez esta data. Por diferenças administrativas, em São Paulo, uma parte dos paus-mandados sindicais do governo burguês vai fazer a festa da conciliação de classes em homenagem a Lula e Mandela no Vale do Anhangabaú (CUT) e outra na Barra Funda (CTB, FS, NCST, UGT, CGTB). Há poucos dias estavam todos os agentes sindicais do governo se acotovelando para correr atrás do prejuízo quando os trabalhadores das obras do PAC explodiram de descontentamento espontaneamente dispondo da vantagem de não haver nenhum burocrata sindical por perto.

Na Praça da Sé, a poucos metros do 1o de maio da CUT, vivem os que já foram “excluídos” da condição de explorados e empurrados para a mendicância. Nesta data, em meio a eles estarão alguns dos que esperam a providência divina ou a implosão do capitalismo para a vida melhorar. Os militantes estarão sob a orientação de dirigentes associados ao regime burguês via aparatos sindicais, ou ao Vaticano. Vale destacar que este ano a Igreja impôs à Conlutas, PSTU, PSOL e Intersindical o humilhante dito “ajoelhou, tem que rezar!”, obrigando-os a não dar um pio contra a missa que abre o 1o de maio da Sé em favor da santificação de Karol Woitila, o João Paulo II. Este papa polonês foi quem orientou, juntamente com Reagan o presidente dos EUA na época, o dirigente do Sindicato Solidariedade, Lech Walesa (a quem até o próprio Lula uma vez chamou, acertadamente, de “pelegão”), a lutar pela restauração capitalista na Polônia. Porém, obedecer a Bento XVI neste 1o de maio não será lá um sacrifício enorme para as correntes que saudaram a contrarrevolução em todo o Leste Europeu e defenderam “Todo poder ao Solidariedade!” assim como hoje estão deslumbrados com a “revolução líbia”.

Os trabalhadores pensam sobre esta data com um profundo sentimen­to de indignação. Foram roubados “até no primeiro de maio” por seus inimigos de classe e seus agentes reformistas e revisionistas. Mas há ainda uma alternativa para a classe operária. Ela mal começou a engatinhar, mas está se construindo de forma molecular e firme para assumir suas tarefas estratégicas. Acreditamos que a construção do partido mundial da revolução não será fruto do crescimento de um só partido auto-proclamado como tal. A LC trabalha firmemente para dar o melhor de suas forças para o que dá sentido à vida de sua militân­cia, a construção de uma direção revolucionária para o proletariado. Para disputar a consciência da vanguarda sincera, estaremos nos atos das centrais burocratizadas deste dia usurpado, com o nosso jornal que acaba de ser publicado. Adquira-o, discuta-o e venha construir a reconquista dos 1os de maio onde comemoraremos a vitória de cada batalha ganha sobre a burguesia.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

DECLARAÇÃO LC-SF-RMG SOBRE LÍBIA


A Liga Comunista, juntamente com o Socialist Fight (SF, Luta Socialista em português) da Grã Bretanha, e o Revolutionary Marxist Group (RMG, Grupo Marxista Revolucionário) da África do Sul, convergiram no mês de abril em assinar uma declaração conjunta contra a intervenção na Líbia por agentes internos e externos do imperialismo e em defesa de um programa trotskista revolucionário.

O SF é um grupo de camaradas trabalhadores cujo principal dirigente militou no WRP de Gerry Healy entre 1976 e 1985 (ano em que implodiu o WRP, até então uma das maiores organizações a se reivindicar trotskistas no continente europeu). O SF teve uma curta aproximação com o CoReP (Coletivo Revolução Permanente encabeçado pelo Grupo Bolchevique da França, tendência internacional conformada por uma das frações da corrente criada por Stéphane Just após sua ruptura com o lambertismo na década de 1980), mas se afastou desta corrente internacional devido às diferenças sobre a questão líbia.

O SF tem como órgão de divulgação um jornal de mesmo nome. Como pode se identificar na declaração, o SF combate a capitulação dos revisionistas ao imperialismo e ao nacionalismo burguês que marcou a trajetória do healysmo. Além do combate pelas posições principistas contidas no documento que apresentamos aos trabalhadores e a sua vanguarda internacionalista, recentemente os camaradas de SF estiveram profundamente envolvidos em seu país na luta contra os cortes nos serviços públicos realizado pelo governo conservador de David Cameron.

O RMG é um agrupamento de organizações da África do Sul, que estão em um processo de fusão iniciado através do Bolshevik Forum (Fórum Bolchevique) e entre os Bolshevik Study Circles (Círculos de Estudos Bolcheviques) e dos Coletivos Workers Government e Labour Left (CWG, Coletivo Governo Operário e LLC, Coletivo dos Trabalhadores de Esquerda). Os grupos e indivíduos envolvidos no Fórum Bolchevique vêm de diversas origens, mas a maioria compartilha uma experiência comum na Workers Internationalist League of South Africa (WILSA - Liga Internacionalista dos Trabalhadores da África do Sul). A WILSA foi uma tentativa de construir uma organização revolucionária internacionalista trotskista na África do Sul nos anos 1970 e 1980. Em condições difíceis, um significativo grupo surgiu com forte implantação no movimento de massas, incluindo os sindicatos, organizações estudantis e estruturas da comunidade local. No entanto, com a integração do Congresso Nacional Africano ao regime segregacionista burguês sul africano na década de 1990, um setor da direção do WILSA capitulou ao CNA e às expectativas criadas pelo governo Mandela em 1994. Isto levou a ruptura em diferentes ritmos de diversos membros desta organização.

Muitos ex-militantes se reagruparam em torno do CWG e do jornal Qina Msebenzi, ligando-se a princípio internacionalmente a Lennist-Trotskyist Tendency (LTT, conformada por uma ex-ruptura do healismo internacional que hoje é dirigida pelo Workers Action da Grã Bretanha). O CWG na época defendia a convocação de uma Assembleia Constituinte Democrática exigindo sua convocação pelos órgãos de luta contra o regime de transição pactuada com o apartheid. Também fez campanha pela construção de um Partido Operário baseado na ruptura sindical dos trabalhadores com o burguês CNA e seu aliado stalinista, o Partido Comunista Sul Africano. O RMG declara que apesar das dificuldades de construção nas condições da África do Sul, considera ser imprescindível impulsionar uma corrente bolchevique para continuar a luta por um partido da vanguarda revolucionária do proletariado como parte de uma internacional revolucionária, a Quarta Internacional.

Apesar das diferenças políticas e programáticas que a LC possui com o SF e com o RMG, consideramos extremamente progressiva a constituição da declaração abaixo a fim de apontar uma alternativa internacional do trotskismo principista e revolucionário diante da vergonhosa capitulação dos revionistas à atual ofensiva imperialista recolonizadora de Obama.

DECLARAÇÃO AOS TRABALHADORES DO MUNDO E À SUA VANGUARDA INTERNACIONALISTA

Em defesa incondicional da Líbia contra o imperialismo!
Frente Única Militar com Gadafi para derrotar a OTAN e os “rebeldes” armados pela CIA!
Nenhuma confiança no governo de Trípoli! Somente pelo armamento de todo o povo e pela revolução permanente nós poderemos vencer esta luta!

A crise econômica mundial aumentou os apetites do imperialismo para superexplorar a classe trabalhadora e recolonizar as riquezas do planeta. Em nome de salvar os capitalistas da crise especulativa, os governos burgueses de todo o mundo transferiram muito dinheiro dos cofres estatais para o grande capital privado. Agora, os governos burgueses buscam recapitalizar seus cofres. Para isto, impõem sobre a classe trabalhadora o pagamento da conta da orgia financeira, o qual é feito através do ajuste fiscal, do ataque aos salários, às conquistas trabalhistas e sindicais, à previdência social, etc. Isto também provocou aumento do custo de vida das massas e acentuou as disputas interimperialistas pela partilha das semicolônias.

Na Europa, da Grécia à Portugal, a resistência popular foi contida pelas direções partidárias e sindicais pró-imperialistas. Nos EUA (Winsconsin) as direções operárias ligadas ao Partido Democrata fizeram o mesmo. Na América Latina, até o momento, mas não por muito tempo, os governos da chamada “centro esquerda” vêm retardando e amortecendo o conflito social através do controle que exercem sobre as organizações de massa. Obama ordenou o início do bombardeio sobre a Líbia quando estava com Dilma Roussef, governo pró-imperialista no Brasil.

Agora, na África, as oposições burguesas liberais das ditaduras da Tunísia e do Egito realizaram acordos de transição democrática para estabilizar os países com novos governos fantoches dos EUA e Israel. Nós não consideramos estes processos como “revoluções árabes” ou “revoluções democráticas”. São levantes populares, expressões genuínas da indignação com os aumentos de preços e aumento da opressão causada pela crise imperialista que começou em 2008, mas o imperialismo procura desviar estas situações potencialmente revolucionárias para ampliar seu domínio na África e no Oriente Médio.

Se o imperialismo não consegue apropriar-se de forma “pacífica” do que quer, como através do fraudulento plebiscito que dividiu o Sudão, a ONU trata de ocupar o país e impor pela força militar suas igualmente fraudulentas eleições como ocorreu na Costa do Marfim. Tudo isto, com o apoio da União Africana e do governo do CNA na África do Sul.

Na Líbia, na Síria e no Irã, o imperialismo busca realizar golpes de Estado com camuflagem “democrática”, aproveitando-se das “insurreições populares” nos países vizinhos. No Irã, os EUA e Israel buscam reeditar a reacionária “revolução verde”. Na Síria, o imperialismo ianque e seu enclave sionista tratam de criar o mesmo cenário de guerra civil fabricado contra a Líbia para justificar outra intervenção militar estrangeira. Na Líbia, o imperialismo realizou um salto de qualidade em sua intervenção. Não apenas pelo que fez depois de iniciado o processo “rebelde”, mas pelo que preparou antes dele. A “revolta” na Líbia não é qualquer tipo de revolução, mas uma contrarrevolução, com uma direção imperialista apoiada e patrocinada pela CIA. É a continuação de uma série de tentativas de restaurar a monarquia e os privilégios tribais em favor dos EUA e da União Europeia, que começaram logo após Gadafi assumir o poder, em 1969, e continuaram esporadicamente desde então. Não por acaso, a bandeira dos “rebeldes” é a bandeira da monarquia imposta pelo imperialismo, do fantoche Rei Idris (1951-1969).

Os rebeldes da Líbia são agentes da CIA desde o princípio, como foram os golpistas anti-Chavez em 2002 na Venezuela. O imperialismo, tendo à frente os EUA e a França, quer balcanizar a Líbia, assim como fez na Iugoslávia, ou dominá-la de conjunto, como no Afeganistão e no Iraque. Pode ocorrer também o que vimos na Bolívia, onde Evo Morales capitulou a uma nova partilha da exploração do gás em favor dos golpistas pró-imperialistas do Leste do país.

Os que patrocinam a noção ingênua de que o que ocorre na Líbia é uma revolução de "massas", como uma continuidade das revoltas na Tunísia e no Egito, esquecem que as massas foram enganadas para apoiar a queda do Muro de Berlim, a Revolução de Veludo (Checoslováquia ), a Revolução Laranja, (Ucrânia) e todas as outras "revoluções" fabricadas pela CIA. Todos estes movimentos foram, na verdade, contrarrevoluções patrocinados pelo imperialismo.

Desde o início da nova escalada de ataques israelenses contra a Palestina, 20 palestinos foram mortos e 50 feridos, na pior ofensiva israelense na Faixa de Gaza dos últimos dois anos. É o ataque mais sangrento desde 2008, quando uma operação militar matou 1.400 palestinos. Somos a favor da destruição do Estado sionista de Israel e de um governo operário e camponês multiétnico, baseado em conselhos de trabalhadores urbanos e rurais.

Por 21 anos, o Partido Nacional Democrático (PND) de Hosni Mubarak no Egito, foi um membro da Segunda Internacional Socialista (IS), ao lado dos Partidos Trabalhistas da Grã-Bretanha, da Austrália e da Nova Zelândia. A Internacional Socialista só expulsou o PND de suas fileiras em janeiro de 2011, após as manifestações de massa que levaram à renúncia de Mubarak, mas não derrotaram o PND. Porém, fiel à sua longa história de defender o imperialismo britânico, o líder do Partido Trabalhista britânico, Ed Miliband, apoiou inequivocamente aos rebeldes de Bengasi e ao bombardeio da Líbia, com base na completamente hipócrita declaração que, "como internacionalistas, temos a responsabilidade e a oportunidade de ajudar na aplicação do direito internacional e salvar os inocentes deste massacre". Usando as tolas ameaças de Gadafi de que “não teria misericórdia, nem piedade", Miliband sancionou o ataque que está matando muito mais pessoas do que Gadafi poderia ter matado. Mas, como um "efeito não intencional” este ataque vai desviar os recursos do petróleo da Líbia para as mãos dos imperialistas ocidentais para que possam investir nos mercados de Wall Street e da City de Londres, retirando recursos das escolas, hospitais e da previdência social líbia e de outros países africanos.

Jim Murphy MP, conselheiro trabalhista do Secretário de Defesa britânico, deu uma sugestão que foi seguida pelo restante da esquerda reformista na Grã-Bretanha e a nível internacional: "A inércia tem prejudicado a causa da liberdade não apenas para as centenas de milhares de pessoas que se têm rebelado contra Gadafi na Líbia, mas em outros países onde as pessoas estão também a lutar por mudanças."

E para os que ainda têm dúvidas sobre as posições assassinas do imperialista Partido Trabalhista, Murphy escreve: "as nossas convicções devem estar com todas as forças britânicas ao redor do mundo, incluindo os mais de 10.000 britânicos no Afeganistão. Essa corajosa ação no espaço aéreo líbio e no Mediterrâneo deve receber todo o apoio que precisa, porque a sua coragem é o que permite a aplicação da resolução da ONU para proteger o povo líbio". Com naturalidade, ele se desmancha em elogios aos massacres “para salvar vidas” de civis e combatentes no Iraque e Afeganistão ou agora na Líbia.

A maior prova de que os “rebeldes” líbios não passam de carniceiros agentes do imperialismo é o fato de invocarem o bombardeio da OTAN contra o seu próprio povo, como fizeram os colaboracionistas em todos os momentos da luta de classes, desde Thiers na Comuna de Paris (1871) até o Líbano (2006). A cada dia que passa fica mais evidente que os agentes nativos do imperialismo são meros abre-alas para a intervenção multinacional no país. São racistas e xenófobos, inimigos da classe operária negra africana que trabalha na Líbia. Em nome da caçada aos “mercenários de Gadafi”, perseguem os negros para de fato desvalorizar ainda mais a força de trabalho no país, preparando-a para a superexploração da nova era de extrema rapina imperialista. Os “rebeldes” líbios são um bando burguês, de trânsfugas do regime Gadafi a serviço do grande capital internacional.

Os agrupamentos políticos que se reivindicam marxistas, que caracterizam os levantes populares desviados nos países árabes como “revoluções”, são demagogos, que adulam e entorpecem as massas em favor da estabilização de novos governos fantoches burgueses pró-imperialistas. Mas o pior é quando estes grupos, em nome do apoio às massas líbias e da luta pela democracia, se aliam à propaganda de guerra midiática imperialista mundial para camuflar este Golpe de Estado da CIA. Os que neste momento se negam a estabelecer uma frente única militar com Gadafi para derrotar externa e internamente os interesses do imperialismo, traem a luta antiimperialita mundial e a luta contra o Estado genocida de Israel que massacra os palestinos, em particular.

Denunciamos as principais correntes internacionais revisionistas que compartilham formalmente das seguintes posições:

1) caracterizam a existência de uma "revolução árabe" ou "revoluções democráticas" na África e no Oriente Médio;

2) Apoiam os "rebeldes" pró-imperialistas na Líbia

Neste perfil se incluem o Secretariado Unificado da Quarta Internacional (NPA – França, Enlace/PSOL - Brasil); LIT (PSTU - Brasil); UIT (Izquierda Socialista - Argentina); CMI (Socialist Appeal - Grã-Bretanha, Esquerda Marxista do PT - Brasil); CIO (Partido Socialista - Grã-Bretanha, LSR/PSOL - Brasil); IST (SWP - Grã-Bretanha); L5I (Workers Power - Grã-Bretanha); FT (PTS - Argentina, LER - Brasil); FLTI (LOI-DO - Argentina)

Foi a política anti-operária e neoliberal de Gadafi da última década que pavimentou o caminho desta ofensiva reacionária imperialista. Gadafi estabeleceu novos acordos com o imperialismo, destruindo as conquistas dos processos de nacionalização dos meios de produção e das riquezas energéticas pós-1969. Gadafi proibiu os sindicatos e as greves e realizou acordos racistas anti-imigrantes com Berlusconi, patrocinou a campanha eleitoral do fascistóide Sarkozy e privatizou e fez leilões com as riquezas energéticas da Líbia. Deste modo, o caudilho de Trípoli perdeu popularidade junto à população líbia e africana e alimentou o apetite de setores da burguesia nativa em negociar diretamente com o imperialismo, livrando-se do Clã Gadafi.

As massas não podem ter nenhuma confiança no anti-imperialismo de Gadafi. Por isto, reivindicamos o armamento de todo o povo líbio contra o imperialismo e a oposição reacionária. Reivindicamos a defesa incondicional da Líbia contra o imperialismo e seus agentes. Reivindicamos uma frente única militar com Gadafi contra a OTAN e os “rebeldes” monarquistas agentes da CIA. "Rebeldes" que são politicamente semelhantes aos legalistas pró-imperialista do norte da Irlanda, ao Partido da Liberdade Inkatha da África do Sul e os “Contras” da Nicarágua.

Esta foi a tática revolucionária de Lenin e Trotsky diante do levante de Kornilov, ex-general de Kerensky que tentou realizar um golpe de estado na Rússia em agosto de 1917. Os bolcheviques chamaram uma frente única militar e exigiram armas a Kerensky, ao mesmo tempo em que responsabilizaram Kerensky por pavimentar o caminho da reação, e preparam a revolução social. Do mesmo modo, responsabilizamos Gadafi pela reação golpista e impulsionamos as massas a combinar as tarefas da luta anti-imperialista com a luta democrática e socialista para avançar em direção ao estabelecimento de um governo operário e camponês onde o pan-arabismo de Gadafi parou e retrocedeu. A vitória sobre a ofensiva militar imperialista contrarrevolucionária daria um imenso impulso não apenas para que o proletariado líbio acerte as contas com o caudilho de Trípoli, como também impulsionaria a luta dos trabalhadores da Tunísia, Egito, Bahrein, Costa do Marfim, Palestina, Iraque e Afeganistão contra o imperialismo e os capitalistas nativos.

O primeiro passo neste sentido é a luta em nossos próprios países contra as burguesias imperialistas, da Grã Bretanha e semi-coloniais do Brasil e África do Sul. Defendemos a derrota de nossos próprios governos, aliados da recolonização imperialista do proletariado mundial. Defendemos o pleno direito das massas líbias a expropriarem as multinacionais britânicas, brasileiras e sul africanas e a todos os capitalistas na Líbia, em favor da nacionalização sem indenização e sob controle operário.

● Derrotar o imperialismo! Lutar pela soberania, unidade e independência da Líbia com os métodos da revolução permanente!
● Frente única militar com o exército líbio contra o pró-imperialista Conselho Nacional de Transição (CNT) e contra todos os grupos patrocinado pela CIA!
● Construir Comitês Revolucionários em todos os locais de trabalho, estudo e moradia contra a intervenção imperialista!
● Por uma Assembleia Constituinte com base nesses comitês revolucionários.
● Por um governo operário e camponês!
● Em defesa do direito de criação de sindicatos e do direito de greve!
● Não ao controle de imigração, igualdade de direitos e condições de trabalhadores para todos os imigrantes!
● Controle operário dos locais de trabalho e dos campos petrolíferos, subsídios aos alimentos e bens essenciais, salário mínimo vital, pleno emprego para todos; expropriação das empresas e capitais imperialistas!
● Por greves e ocupações para impedir o envio de tropas e munição para atacar a Líbia!
● Por uma Federação Socialista do Norte da África e Oriente Médio!

Declaração assinada por
SOCIALIST FIGHT - Grã Bretanha
REVOLUTIONARY MARXIST GROUP - África do Sul
LIGA COMUNISTA - Brasil
21 de abril de 2011

Socialist Fight
PO Box 59188, London, NW2 9LJ

Revolutionary Marxist Group

quinta-feira, 21 de abril de 2011

STATEMENT ON LIBYA BY LC-SF-RMG

DECLARATION TO THE WORKERS OF THE WORLD
AND THEIR INTERNATIONALIST VANGUARD

For the unconditional defence of Libya against Imperialism!
For a Military United Front with Gaddafi to defeat NATO and the CIA armed "rebels"!
No confidence in the government of Tripoli; only by arming all the people and by the permanent revolution can we win the struggle!

The global economic crisis has increased the appetites of Imperialism to appropriate the planet's riches by super exploiting the working class and recolonisation. Capitalist governments of the world have moved enormous sums of money from state coffers to large private capitalist financial intuitions in the name of saving capitalism’s crisis cause by speculation. Now the bourgeois governments are seeking to recapitalise their coffers. For this, they force the working class to pay the price of this financial orgy. This payment is made through fiscal adjustments, the attacks on wages, and victories over unionised labor and the attack on social security, etc. It has also increased the cost of living for the masses, and increased inter-Imperial competition in the semi-colonies.

In Europe, from Greece to Ireland, popular resistance was restrained by pro-Imperialist party leaders and trade unions. In Wisconsin in the USA workers leaders linked to the Democratic Party did the same. In Latin America, so far, but not for long, the governments of the "centre left" are delaying and dampening social conflict by the control they exert over mass organizations. Obama ordered the start of the bombing on Libya when he was with the pro-imperialist President Dilma Rousseff, in Brazil.

In Africa the liberal bourgeois opposition to dictatorships in Tunisia and Egypt made democratic transition arrangements to install new puppet governments to stabilise the country and keep it sympathetic to the U.S. and Israel. We do not consider these processes as "Arab revolution" or "democratic revolutions." These popular uprising are genuine expressions of the outrage at price increases and increased oppression caused by the imperialist crisis which began in 2008 but Imperialism seek to divert these potential revolutionary situations enhance and extend its dominance in Africa and the Middle East.

If Imperialism cannot take ownership peacefully as in the fraudulent referendum that divided the Sudan, then the UN will come to occupy the country by military force and impose their fraudulent elections as happened in Ivory Coast. All this, with the support of the African Union and the ANC government in South Africa.

In Libya, Syria and Iran, Imperialism seeks to accomplish coups camouflaged as "democratic", by taking advantage of the "popular uprising" in neighbouring countries. In Iran, the U.S. and Israel seek to revive the reactionary "green revolution". In Syria U.S. Imperialism and its Zionist enclave strive to create the same scenario of civil war to justify another military intervention. In Libya, Imperialism made a qualitative leap in its intervention. Not only by what it did after starting the "rebellion", but they had also prepared beforehand. A "revolt" in Libya is not any kind of revolution, but a counterrevolution, directed by Imperialism and supported and sponsored by the CIA. It is the continuation of a series of attempts to restore the monarchy and tribal privileges in favour of U.S. and European Union, which began shortly after Gaddafi took power in 1969 and continued sporadically since then. Not coincidentally, the flag of the "rebels" is the flag of the monarchy imposed by Imperialism, the flag of the puppet King Idris (1951-1969).

Rebel leaders in Libya were CIA agents from the beginning, as were the anti-Chavez coup leaders in Venezuela in 2002. Imperialism, headed by the U.S. and France, seek to balkanised Libya, as it did in Yugoslavia or to dominate it together, as in Afghanistan and Iraq. We have also have seen this in Bolivia, where Evo Morales surrendered a larger share of the revenues from gas exploration to the pro-Imperialist coup makers in the east of the country.

Those who hold the naïve notion that what happens in Libya is a revolution of "masses" and a continuation of the riots in Tunisia and Egypt, they forget that the masses have been duped by the fall of the Berlin Wall, the Velvet Revolution (Czechoslovakia), the Orange Revolution (Ukraine) and all other ‘revolutions’ made in the CIA. They were all, in fact, counterrevolutions, sponsored by Imperialism.

Since the new escalation of Israeli attacks against Palestinians 20 Palestinians have been killed and 50 wounded in the worst Israeli offensive in Gaza for two years. It is the bloodiest attack since the 2008 military operation that killed 1,400 Palestinians. We are for the destruction of the Zionist state of Israel and for a multiethnic workers’ and peasants’ government a based on workers’ and peasants’ councils.

For 21 years Hosni Mubarak’s National Democratic Party (NDP) in Egypt was a member of the Socialist (Second) International (SI) alongside the New Zealand Labour Party, the Australian Labor Party and the British Labour Party. The SI only expelled the NDP in January 2011, after the mass demonstrations emerged that brought down Mubarak, but not the NDP. But true to its long history of defending British Imperialism British Labour leader Ed Miliband gave unequivocal support to the Benghazi rebels and to the bombing of Libya on the totally hypocritical basis that, “as internationalists we have both the responsibility and the opportunity to help enforce international law and save innocents from slaughter”. Using Gaddafi’s foolish threat of "no mercy, and no pity” he sanctioned the bombing which will result in far more deaths than Gaddafi could have caused, but, as an ‘unintended consequence’ will put the oil resources of Libya in the hands of western Imperialism to invest in the markets of Wall street and the City of London and divert it from schools, hospitals and welfare payments in Libya and investments in other African countries.

Jim Murphy MP, Labour's Shadow Defence Secretary gave the cue that the rest of the soft-left in Britain and internationally have followed, “Inaction would have undermined the cause of freedom not just for the hundreds of thousands of people who have risen up against Gaddafi in Libya, but in other countries where people are also fighting for change.”

And just so as we are left in doubt about the Labour party’s position on Imperialism’s murderers Murphy writes; “our thoughts should be with all British Forces around the world, including the more than 10,000 Britons in Afghanistan. Those undertaking courageous acts in the sky above Libya and in the Mediterranean should be given all the support they need because their bravery is what enables the UN resolution to be enforced and the Libyan people to be protected”. There is, naturally, no concern about the civilians and fighters blown to pieces ‘to save lives’ in Iraq, Afghanistan or now Libya only concern and praise for the killers.

The greatest proof that the "rebels" are nothing but butchers and Libyan agents of Imperialism is that they have invoked NATO bombing on their own people, as did the collaborators at all times of the class struggle since the Paris Commune Thiers (1871) to Lebanon (2006). As each day passes it becomes clearer that the native agents of Imperialism are merely open cat’s paws for multinational intervention in the country. They are racists and xenophobes, the enemies of all black working class Saharans in Libya. In the hunt for "Gaddafi mercenaries” they seek to demoralise the work force in the country, preparing it for the super exploitation in a new era of extreme Imperialist plunder. The Libyan "rebels" are a bunch bourgeois turncoats from Gaddafi regime in favour of big business internationally.

Political groupings claiming to be Marxists who portray the popular uprisings in the Arab world as diverted "revolutions" are demagogues, who flatter and stupefy the masses while new pro-Imperialist bourgeois puppet governments are being stabilised. But the worst is when these groups in the name of supporting the Libyan masses in their struggle for democracy, combined with Imperialist war propaganda by the world media to cover up the CIA coup. Those who now refuse to establish a military front with Gaddafi externally and internally to defeat the interests of Imperialism, betray the struggle and the fight against global Imperialism and the genocidal state of Israel that massacres the Palestinians.

We denounce the main international revisionist currents that formally share the following positions:

1) characterise the existence of an "Arab revolution" or "democratic revolutions" in Africa and the Middle East

2) Support the pro-imperialist "rebels" in Libya

These include the USFI (NPA - France), LIT (PSTU - Brazil), ITU (IzquierdaSocialista - Argentina), IMT (Socialist Appeal - Britain); CWI (Socialist Party - Britain): IST (SWP - Britain). FT (PTS - Argentina); FLTI (LOI-DO - Argentina); L5I (Workers Power - Britain).

It was the anti-working class, neoliberal policies of Gaddafi during the last decade that paved the way this reaction. Gaddafi has established new agreements with Imperialism, destroying the gains of the process of nationalisation of the means of production and post-1969 energy resources. Gaddafi banned trade unions and strikes and made racist anti-immigrant agreements with Berlusconi, he has sponsored the election campaign of Sarkozy and privatized and made auctions with the energy resources of Libya. Thus, the caudillo of Tripoli has lost popularity with the Libyan and African population and fuelled the appetite of sectors of the native bourgeoisie to negotiate directly with Imperialism, freeing up Gaddafi clan.

The masses can have no confidence in the anti-Imperialism of Gaddafi. Therefore we demand the arming of the whole Libyan people against Imperialism and the reactionary opposition. We demand the unconditional defence of Libya against Imperialism and its agents. We demand a military united front with Gaddafi against NATO and the royalist, CIA agent, "rebels" who are politically similar to the pro-Imperialist Loyalists of the north of Ireland, the Inkatha Freedom Party of South Africa or, more closely, the Contras of Nicaragua.

This was the revolutionary tactics of Lenin and Trotsky before the Kornilov uprising, Kerensky's former general who tried to carry out a coup in Russia in August 1917. The Bolsheviks called for a united front and military weapons to Kerensky demanded at the same time that Kerensky be blamed for paving the path for reaction, and thus prepared a social revolution. Similarly, the reaction to the responsibility of Gaddafi for the coup will drive the masses to combine the tasks of the anti-Imperialist struggle with the democratic and socialist to move toward the establishment of a workers and peasants government where the pan-Arabism of Gaddafi has stopped. The victory over the counterrevolutionary Imperialist military offensive would not only be a huge boost for the proletariat Libyan who could settle accounts with the warlord of Tripoli, but would also give a huge impetus to the struggle of workers in Tunisia, Egypt, Bahrain, Ivory Coast, Palestine, Iraq and Afghanistan against Imperialism and the native capitalists.

The first step towards this is to fight in our own countries against the Imperialist bourgeoisie and semi-colonial Britain, Brazil, South Africa. We advocate the defeat of our own governments, as allies against Imperialist recolonisation of the world proletariat. We support the full right of the Libyan masses to seize the multinational British, Brazilian and South African companies and of all capital in Libya to nationalise them without compensation under workers' control.

● Defeat Imperialism, Fight for the sovereignty, unity and independence of Libya with the methods of permanent revolution!
● For a Military United Front with the Libyan army against pro-Imperialist INTC and against all groups sponsored by the CIA!
● Build Revolutionary Committees in all work-places, colleges and regions against Imperialist intervention!
● For Constituent Assembly based on these revolutionary committees.
● For a Workers and Peasants Government!
● In defence of the right to establish trade unions and the right to strike!
● No immigration control, equal rights and conditions for all immigrant workers!
● Workers' Control of work places and oil fields, food subsidies and essential goods, minimum living wage, full employment, expropriation of all enterprises and Imperialist capitals!
● For strikes and occupations to prevent the movement of troops and munitions to attack Libya!
● For a Socialist Federation of North Africa and the Middle East

Statement on Libya by
SOCIALIST FIGHT - Britain
REVOLUTIONARY MARXIST GROUP - South Africa
LIGA COMUNISTA - Brazil
21 April 2011

Socialist Fight
PO Box 59188, London, NW2 9LJ

Revolutionary Marxist Group

quarta-feira, 20 de abril de 2011

MOÇÃO DOS TRABALHADORES DA UFMA AOS DA USP

Moção de apoio dos Trabalhadores de Base da UFMA à luta dos trabalhadores efetivos e terceirizados da USP

Nós, Trabalhadores de Base da UFMA, somos um grupo de Técnico-Administrativos em Educação da Universidade Federal do Maranhão que faz oposição ao SINTEMA, Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFMA, entidade politicamente dirigida pela CTB. Também sentimos na pele as políticas do governo federal de trabalho precarizado, salários defasados e humilhações aprofundadas por meio do REUNI, projeto executado pela Reitoria da UFMA.

Nos solidarizamos prontamente com a luta das companheiras terceirizadas da Limpadora União, dos efetivos demitidos pela USP em janeiro e dos trabalhadores da Reitoria da USP ameaçados de transferência arbitrária. Exigimos que a Reitoria da USP imediatamente proceda o pagamento dos salários das companheiras rumo à contratação das mesmas diretamente pela própria universidade, reincorpore os demitidos e não aumente o sofrimento de seus funcionários submetendo-os a trabalhar em lugar mais distante de seus locais de moradia.

São Luiz, 19 de abril de 2011
TRABALHADORES DE BASE DA UFMA

sábado, 16 de abril de 2011

CARTA ABERTA À COMUNIDADE ACADÊMICA DA UFMA

Documento escrito pelos Trabalhadores em Educação do Centro de Ciências Humanas/UFMA, apresentado em Assembléia Sindical, e divulgado amplamente para toda a comunidade acadêmica da UFMA. Um basta às relações pautadas em um regime de castas arraigado na estrutura da Universidade Pública.

CARTA ABERTA À COMUNIDADE ACADÊMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Nós, Técnico-Administrativos em Educação do Centro de Ciências Humanas, da Universidade Federal do Maranhão, vimos a público expor à comunidade acadêmica da UFMA a seguinte situação: tem se tornado cada vez mais corriqueira a “devolução” de funcionários à Pró-Reitoria de Recursos Humanos da UFMA por parte das chefias, que geralmente alegam “improdutividade”, “falta de esmero em tarefas”, até mesmo “falta de ética” no exercício das funções dos “devolvidos”. O que poucos sabem é que muitos são os cargos existentes entre os Trabalhadores em Educação: assistente em administração, técnico de laboratório, técnico em assuntos educacionais, jardineiro, técnico em arquivo, motorista, contínuo, digitador, eletricista, servente, sendo que muitos destes estão sendo ou já foram extintos.  

Para melhor compreensão sobre o assunto: quais são as atribuições de um Técnico em Assuntos Educacionais? Porventura seria receber e entregar documentos? Atender telefone? Anotar recados? Digitar ofícios? Providenciar passagens para professores? Não. Um TAE deveria coordenar atividades de ensino, planejamento e orientação, elaborar projetos de pesquisa e/ou extensão, orientar pesquisas acadêmicas, trabalhar com planejamento acadêmico, ou seja, realizar atividades de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão. Mas nossa realidade não é esta.

Nós, Técnico-Administrativos em Educação, deveríamos desempenhar atividades compatíveis com as atribuições dos cargos para os quais prestamos concurso público, mas comumente assumimos ou acumulamos funções de outros TAE’s (assistente administrativo, contínuo, auxiliar operacional, secretário, etc) em decorrência da carência destes profissionais na Universidade, o que acarreta sobrecarga de trabalho, maior cobrança e super-exploração daqueles que estão na ativa.

Em alguns casos, o setor não dispõe de, nem mesmo, UM Técnico, e são estagiários ou tercerizados que atendem ao público insatisfeito com diversas situações da Universidade (não somente questões acadêmicas), resolvem problemas redigindo documentos e encaminhando a setores competentes, orientam o público para a resolução de problemas, ou seja, assumem responsabilidades que estão além de suas atribuições, carregando um setor nas costas.

Milhares de trabalhadores encontram-se nesta mesma situação nas Instituições Federais de Ensino Superior, já que o Governo Federal nunca abre concurso que supra a imensa necessidade de funcionários nas IFES. O resultado é um desvio de função em massa dos profissionais das Universidades: somos técnicos em assuntos educacionais, comunicólogos, mestres em edificações, assistentes administrativos, técnicos em tecnologia da informação, dentre outros, todos DENOMINADOS  por “SECRETÁRIO” ou “MEU SECRETÁRIO” e devemos “empregar esmero nas nossas TAREFAS”.

Conseqüentemente, por sentirem-se desvalorizados, muitos de nossos colegas desenvolvem diversas doenças de cunho emocional e, quando “não servem mais”, são rechaçados, descartados como objetos, “remanejados” como bens móveis de um setor para outro.  Casos não isolados ou particulares e que não se dão por acaso. Ataques de professores e alunos que não sabem a razão pela qual faltam gente e material adequado para atendê-los em suas atividades de ensino, pesquisa, extensão e administrativas não são novidade para nós. O que acontece com muitos de nossos colegas é problema nosso. De todos nós, Trabalhadores em Educação. É problema da Universidade como um todo.

E como a bomba do REUNI estourou em nossas mãos:  a demanda de trabalho cresceu absurdamente, a qualidade dos serviços oferecidos pelas IFES ficou prejudicada, posto que as universidades foram expandidas, mas quase nada é investido pelo Ministério do Planejamento em contratação de técnicos e docentes, prédios são erguidos sem previsão de concursos públicos para suprir esta carência; colegas nossos trabalham em coordenadorias que administram dois cursos (exemplo: Artes Visuais e Educação Artística, Geografia Bacharelado e Geografia Licenciatura); terceirizados passaram a trabalhar até mesmo nos fins de semana para limpar e organizar os prédios;  estagiários são cobrados como se fossem efetivos, recebendo um “auxílio” da Reitoria de R$ 200,00. Enquanto isso, através do PROUNI, o Governo Federal aplica nas universidades particulares o recurso que deveria direcionar às públicas, pagando milhões para os tubarões do ensino cederem algumas bolsas a poucos indivíduos carentes em vez de investir no acesso de todos aqueles que queiram ingressar no Ensino Superior Público.

Diante de todos estes problemas, ainda somos obrigados a tolerar práticas de assédio moral que já foram cristalizadas na nossa Universidade? Somos imprescindíveis para a construção da Universidade Pública de qualidade pela qual todos em discurso dizem tanto prezar, mas ficam completamente alheios à precarização de trabalho pela qual passam os profissionais das IFES.   Estudantes, técnico-administrativos (terceirizados ou não)  e docentes: nossa necessidade histórica de união e organização faz-se cada vez mais urgente!

TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, TRABALHADORES DE BASE DA UFMA

quinta-feira, 14 de abril de 2011

CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO DA USP

No "lixo de Rodas" não dá para trabalhar nem estudar.
Construir a Greve Geral na USP!
Pelo pagamento direto da universidade para as trabalhadoras, pela efetivação imediata!
Reproduzimos abaixo o panfleto da LC para a greve das trabalhadoras terceirizadas da USP, distribuído entre as próprias grevistas, trabalhadores efetivos, assembléias estudantis e para professores da universidade em apoio ao movimento que teve início no dia 08/04/2011.
Marcha de protesto das trabalhadoras da terceirizadora "União" pelo campus Butantã da Universidade de São Paulo
Com salários, vale transporte e vale refeição atrasados desde março, centenas de trabalhadoras da empresa Limpadora União, contratada pela Universidade de São Paulo para realizar a limpeza da instituição, entraram em greve. Embora existam homens participando da paralisação, a maioria esmagadora dos grevistas é composta por trabalhadoras.

Mobilizadas e em luta, elas deixaram de ser “párias”, “invisíveis” pela comunidade universitária de “classe média”, entraram coletivamente em salas de aula denunciando sua situação para estudantes e professores, e marcharam em protesto dentro do campus em direção à Reitoria para exigir que lhes pagem pelo menos a miséria pela qual foram contratadas.

O governo do mais rico estado do país, juntamente com a reitoria da maior universidade pública sul americana e os picaretas capitalistas donos da empresa “União”, realizaram um jogo de empurrar a culpa um sobre o outro enquanto as trabalhadoras padecem sufocadas em dívidas. A causa do problema não reside em atropelos burocráticos ou jurídicos, mas na política do governo tucano e do Reitor Grandino Rodas, de redução dos custos com a universidade através da superexploração dos trabalhadores, subcontratando mão de obra de seus "amigos" como o burguês dono da empresa “União”.

Esta situação é a forma mais extremada de como os patrões roubam os trabalhadores. O trabalhador comum, só por trabalhar para o patrão já é vítima de um roubo, uma vez que os trabalhadores sempre recebem bem menos do que a riqueza que produzem, ou no caso, do valor do serviço que realizam. E os trabalhadores terceirizados são roubados duplamente, pois o patrão terceirizador é um atravessador que subcontrata a mão de obra, recebe um valor do patrão principal, no caso da USP, mete grande parte do dinheiro que recebe no bolso e paga para a companheira terceirizada um salário de fome.


A direção da USP lucra nesta história por não ter que pagar às trabalhadoras terceirizadas nenhuma das conquistas da classe trabalhadora em geral e nem as que foram conseguidas por décadas de lutas dos trabalhadores efetivos da USP. Como todo patrão, o dono da "União" é um sujeito ganancioso que não se contentou com o que ganha e resolveu ganhar mais aplicando dois golpes, ou seja além de não pagar o que deve ao Estado, não paga o que deve às terceirizadas. Por isto dizemos que a situação das companheiras trabalhadores da União é o cúmulo da exploração, é a escravidão. Certamente que o Reitor Rodas sabe de tudo isto que estamos denunciando e muito mais, mas comete estas atrocidades porque sai lucrando com isto. Mas, no capitalismo, os que roubam dos trabalhadores não são punidos, pelo contrário, são muitas vezes premiados por sua "esperteza", por aumentar a lucratividade.

Mas, se por acaso estas mesmas companheiras funcionárias da União, que este mês não receberam nem o miserável salário que lhes é devido, e desesperadas vão ao supermercado pegar comida e não pagam, seriam imediatamente espancadas pelos seguranças do supermercado, pela PM, seriam humilhadas e presas, como centenas de mulheres que hoje estão presas por expropriarem comida ou gêneros de primeira necessidade.

O repasse emergencial dos 30% à União ou a contratação de outra terceirizadora para a limpeza não passam de paliativos que em nada resolvem o problema das trabalhadoras ou mesmo da manutenção da universidade. Elas continuam reféns do empresário que tanto pode desaparecer com o dinheiro, prática comum dos capitalistas, como tendem a ser dispensadas quando o contrato for rescindido. Além desta instabilidade do emprego, continuarão com os salários e condições de trabalho humilhantes e miseráveis mesmo em comparação às péssimas condições dos efetivos da USP.

Por sua vez, o Sindicato dos terceirizados da limpeza de São Paulo, SIEMACO, é uma entidade aliada dos patrões, filiado à UGT, uma central sindical ligada ao PSDB, não por acaso, o mesmo partido do governo Alckmin. Este Sindicato, em vez de representar as companheiras em luta, reuniu-se com a Reitoria sem permitir que elas elegessem uma comissão de negociação de base para participar da reunião, opondo-se também a que o Sindicato dos trabalhadores da USP (Sintusp) participasse da negociação.

GREVE GEAL CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO ESCRAVAGISTA!

A imprensa atacou a paralisação, culpando-a pela sujeira da universidade, quando, na verdade, sujas são as mentiras da mídia patronal contra o movimento e os acordos entre a Reitoria e as terceirizadoras, baseados na perversa e humilhante superexploração das bravas trabalhadoras da limpeza.
 
Em alguns cursos, os estudantes reunidos em assembléia tiraram apoio ativo a greve. O DCE (MES/PSOL) e a ADUSP (professores que defendem as posições políticas do PT, PCdoB e PSOL mas evitam assumir filiação partidária porque pensam ser "livres pensadores") não podem simplesmente fingir-se de mortos, precisam mobilizar os estudantes e professores para apoiar esta luta. A ANEL, CSP-Conlutas, Intersindical devem cobrir de solidariedade esta luta e colocar toda sua estrutura militante e material a serviço do combate a terceirização escravagista na USP. O Sintusp precisa impulsionar uma ampla campanha pela efetivação imediata, sem concurso público, de todos os terceirizados na universidade e pela readmissão dos 271 efetivos demitidos em janeiro de 2011, demitidos justamente para precarizar e privatizar ainda mais as relações de trabalho dentro da universidade. Para isto é necessário construir a Greve Geral da USP.

O primeiro passo para isto é que não seja dado mais um centavo dos cofres da universidade para os picaretas da "União". Que o pagamento do salário, vale transporte e alimentação devidos, seja feito de imediato, diretamente da USP às companheiras terceirizadas! Esta luta é parte do combate para que o conjunto dos funcionários, estudantes e professores da USP destituam a casta de burocratas da burguesia e passem a controlar a universidade para colocá-la verdadeiramente a serviço dos interesses da maioria da sociedade, a população trabalhadora!