quarta-feira, 8 de outubro de 2014

METALURGICOS - HORTOLÂNDIA / SP

15ª greve dos operários da CAF: Derrotar a intransigência da multinacional imperialista e de Alckmin que lançam pesado aparato policial para reprimir a nossa luta!

No dia 06 de outubro teve início a 15ª paralisação dos trabalhadores da CAF-Brasil por tempo indeterminado. Os metalúrgicos reivindicam um reajuste salarial digno com aumento real de salário. Mas diante da intransigência patronal de querer conceder apenas o aumento da inflação segundo o INPC, a companheirada mostrou na prática que sabe que os patrões só nos escutam quando as máquinas são silenciadas. No dia 24/09, os companheiros já tinham paralisado a produção por 24 horas por aumento real.

O que está em jogo nesta luta vai muito além do que mais uma greve salarial. Existem muitos conflitos de primeira grandeza da luta de classes e da economia política nacional que fazem dela uma luta profundamente significativa, primeiramente para o aprendizado dos próprios trabalhadores da CAF e, de forma mais ampla, para o conjunto dos trabalhadores brasileiros.

A greve teve início no dia seguinte ao das eleições nacionais burguesas, vencidas de forma estranha e com uma votação suspeita por Alckmin o governador tucano que já carrega um desgaste político de uma década e meia, que é responsável pela maior crise de falta d´água da história do Estado mais rico do país, pela repressão policial tamanha que provocou a explosão das manifestações conhecidas por jornadas de junho do ano passado e por um grande escândalo de corrupção em que a CAF foi envolvida.

A multinacional produz trens e tem como principal freguês o governo do Estado de São Paulo junto com o qual foi acusada de montar o esquema do “trensalão”, onde distintas empresas fabricantes de trens combinaram os preços dos vagões para que custassem 425 milhões de reais a mais do que o preço inicial a fim de que 30% ficasse para o tucanato [ 1 ]. Muito dinheiro que é retirado do programa de expansão dos transportes públicos, expansão tão necessária para atenuar o sofrimento dos trabalhadores que levam 3 horas ou mais para ir e voltar do trabalho; dinheiro que também poderia ter ido para a prevenção contra a crise de abastecimento de água ou que poderia servir para aumentar os salários dos trabalhadores.

A PM de toda a região que veio reprimir a greve com várias viaturas e aparato desproporcional foi requisitada pela direção da multinacional espanhola ao seu sócio, o governo Alckmin, quem manda na PM, para obrigar os trabalhadores a entrar na fábrica. Mas, mesmo assim, ninguém entrou.

MASOQUISMO NÃO, FRAUDE SISTEMÁTICA!

O tucanato fez a festa nas eleições de 2014 em São Paulo, assegurando a sua manutenção do no poder logo no primeiro turno, substituiu Suplicy por Serra no Senado, garantiu uma também estranhíssima votação presidencial em São Paulo para Aécio que perdeu e feio até onde deveria ser mais forte, Minas Gerais, onde o PT ganhou não só para presidente mas também elegeu o próprio governador e ainda elegeu sua maior bancada ultraconservadora no Congresso Nacional e na ALESP, composta por policiais corruptos, pastores evangélicos, filhotes do tucanato, etc.

Tudo isso é explicado como sendo masoquismo da população paulista que prefere votar em quem lhe explora, oprime, humilha e massacra. Nós dizemos que não, que desde os institutos de pesquisa (com seus resultados pré-fabricados, voltados a indução dos eleitores a acreditar no sistema e para a legitimação da crença na fraude quando consumada com a abertura das urnas), passando pela quase totalidade da mídia até chegar ao Tribunal Regional Eleitoral, as eleições foram manipuladas e fraudadas de forma combinada e sistemática em favor da vitória do tucanato  da forma mais desesperada possível diante do risco de perder o principal e um dos últimos bastiões tucano. Nada disto seria possível se não contasse com a aquiescência conciliadora do PT, que capitula e negocia acuado e com medo de perder o governo federal.

A HORTOLÂNDIA OPERARIA RESISTE

Mas, dos 645 municípios do Estado de São Paulo, apenas em uma cidade o PSDB perdeu feio nas eleições para o PT na disputa para presidente, governador, senador e deputados, Foi Hortolândia, fato registrado pela Exame, a principal revista econômica burguesa brasileira, como um alerta para a burguesia: “Porque Alckmin não conseguiu conquistar Hortolândia” [ 2 ]. Isso também explica porque apesar do PT já bastante degenerado e aburguesado contar com os votos dos trabalhadores, Hortolândia, governada pelo PT e cercada de fábricas por todos os lados, é um bastião de resistência contra a reação e por isso também todo o aparato policial da região foram lançadas para reprimir a primeira greve operária a desafiar a grande burguesia e o seu principal governo no país a fim de que após o esmagamento do setor mais firme na luta contra a reação na região, os trabalhadores da fábrica que mais fizeram greves nos últimos 5 anos, Alckmin consiga conquistar Hortolândia.

Sendo assim, a Fiesp, os patrões da empresa imperialista e o tucanato tentarão por todos os meios impor uma derrota econômica e política na CAF, perseguir sua combativa vanguarda fabril e desmoralizar o sindicato.

Por isso, a Vanguarda Metalúrgica chama a todos os trabalhadores e sindicatos a cobrirem a greve da CAF com todo tipo de solidariedade e convoca todos os trabalhadores da CAF, chão de fábrica e administrativo, a se manterem firmes para arrancarmos da patronal nosso aumento real, provando que não passarão por nossa muralha operária e que a partir de nossa vitória nesta greve os trabalhadores começarão a resistência até a derrota final de Alckmin e de todos os patrões e seus representantes políticos.

Notas: