quinta-feira, 13 de junho de 2019

GREVE GERAL 14/06

Impulsionar a mobilização permanente para derrubar Bolsonaro e os 3 Ms*!

Se não há justiça para o povo, que não haja paz para o governo” Emiliano Zapata

A disputa em torno da reforma previdenciária virou uma luta de classe contra classe. O conjunto dos poderes burgueses estabeleceu uma trégua momentânea para blindar Moro e defender a reforma da previdência. Incluindo a mídia golpista, o 4º poder, e, principalmente, a Globo.

Foi feito um acordo entre governo e governadores (incluindo os do PT, PCdoB, PDT e PSB) para aprovar uma reforma mais parecida com a apresentada por Temer, atenuando as maldades introduzidas por bolsonazi como a redução no BPC, a imposição de 20 anos de contribuição para a aposentadoria rural (hoje não há obrigatoriedade de nenhuma contribuição) e a vontade explícita de impor os títulos de capitalização.

As maiores bizarrices parecem agora que foram postas como "bodes na sala", agora supostamente retirados, para aprovarem o principal que já havia sido apresentado no governo Temer, o que já havíamos derrotado com nossa greve geral de 2017. A nova manobra, somadas a algumas migalhas que depois de tomarem, soltaram para a educação, bolsa família, as vésperas da nossa greve, veio para tentar nos desmobilizar e assegurar o voto das bancadas estaduais.

Panfelto assinado pela
Folha do Trabalhador e Anti-Morosofia
Representando as oligarquias regionais, os governadores sabem que sem aposentadoria rural ou BPC, as economias dos estados e municípios seriam imediatamente liquidadas. Os governadores de todos os partidos indicarão o voto de suas bancadas e assim poderão assegurar a maioria necessária. Isso demonstra mais uma vez que nossa vitória será imposta pelas ruas.

Mas se derrotarmos a reforma da previdência, Bolsonaro tende a cair (e levar Guedes junto). O miliciano se mostrará incapaz de realizar uma das principais tarefas a ele encomendada. A própria burguesia passará a vê-lo não só como “idiota”, mas também como “inútil”.

Os banqueiros, se conseguirem destruir a aposentadoria pública com essa reforma, acreditam que a população será mais ainda empurrada e entregar seu dinheiro aos bancos, através da aposentadoria privada. Essa é a armadilha da capitalização. Mas, a maioria da população não terá dinheiro para isso. Porque não sobra nada no final do mês a não ser dívidas, com os bancos, para o mês seguinte.

Todas as medidas do governo só fazem com que o desemprego, a extrema pobreza e a marginalidade aumentem. Querem um povo humilhado e sem esperanças para, em troca de um prato de comida ou menos, impor uma nova escravidão.

Mas também aumenta a indignação popular, expressa nas extraordinárias manifestações de 15 e 30/05, quando professores atacados e os estudantes filhos da classe trabalhadora saíram a protestar contra os cortes na educação.

Todavia, a queda de Bolsonaro não resolve o problema dos estudantes e trabalhadores que foram às ruas no mês de maio e no dia 14 de junho na greve geral. Mourão se beneficia com o desmascaramento da VazaJato. O escândalo da VazaJato deu as provas cabais para quem nem convicção tinha acerca do papel criminoso da quadrilha de Curitiba. Na sucessão presidencial, Moro, agente da CIA, que era o queridinho dos EUA para a substituição de Bozo, agora está terrivelmente queimado.

Todavia o vice general, assim como quase todo o Congresso, encabeçado por Maia, e o STF, concordam com a submissão do Brasil aos EUA. E também concordam com uma nova escravidão dos trabalhadores, sem direitos, aposentadoria, saúde e educação públicas. Inclusive, prometem fazer tudo que Bolsonaro não conseguir fazer, mas de uma forma “sensata”, sendo mais úteis ao patronato. Basta ver o discurso de Mourão na Fiesp.

É verdade que nem todos defendem que a terra é plana, que vacina faz mal, que a globalização é coisa de comunista e dizem que veem Jesus na goiabeira. Mas isso não é suficiente para criarmos ilusões em Maia ou Mourão, representantes das oligarquias escravistas.

Lamentavelmente, parte hegemônica das direções do PT, PCdoB e PSOL aproxima-se do Centrão e da ala “sensata” do governo contra o Fora Bolsonaro e na defesa da ordem estabelecida pelo golpe de 2016 e pela farsa eleitoral de 2018, para supostamente derrotar Bolsonaro pelo voto só nas eleições de 2022.

Não perceberam que o tempo da conciliação acabou quando as oligarquias e os agentes do imperialismo, como Moro e Temer, derrubaram Dilma e prenderam Lula. Com ou sem o Bozo, querem seguir adiante com as contrarreformas. Não sobrará nem direitos nem democracia, só farsa e opressão sobre o povo em 2022.

Os capitalistas agora são durões com os pobres, mas estão morrendo de medo de nossa manifestação do dia 14. Eles sabem que podem perder o controle da situação se a luta seguir em frente para junto com a reforma derrubar Bolsonaro e todos os golpistas. E temos tudo para manter o crescente dos dias 15 e 30 de maio, através da organização de nossa resistência nos locais de trabalho, estudo e moradia, se a base não deixar a direção vacilar.

Nosso objetivo é ir além. Ir além na luta contra os cortes na educação, porque o ensino que temos hoje não nos é suficiente. Ir além contra a reforma da previdência, porque o que precisamos é ampliar o direito à aposentadoria e remunerar melhor quem passou a vida trabalhando, além de expropriar as grandes empresas e bancos devedores do INSS.

Precisamos libertar Lula, mas também garantir a convocação de novas eleições gerais já. Tudo isso evitando os erros do passado, lutando contra os banqueiros e escravistas por um governo próprio da classe trabalhadora. Por isso devemos impulsionar uma greve geral por tempo indeterminado para pôr abaixo Bolsonaro-Mourão-Moro-Maia!

* Mourão (vice-presidente), Moro (Ministro da Justiça) e Maia (Presidente da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional).