domingo, 22 de julho de 2018

ALCOOLISMO

Dos seis bilionários mais ricos do Brasil,
que concentram mais dinheiro que os
100 milhões mais pobres, três são donos
da ABInbev. Os outros são donos de banco,
da Globo e do Facebook
Pela expropriação da grande burguesia
golpista da indústria de bebidas!

Davi Lapa

O Brasil perde com o consumo de bebida 7,3% do PIB por ano. Esse custo atingiu em 2014, algo como 372 bilhões bancado pelo governo através de acidentes de trânsito, tratamentos, gastos com convênios médicos privados, despesas inesperadas que destroem o orçamento de famílias, desemprego, afastamento do trabalho custeado pela Previdência Social, baixa eficiência das empresas e tantos outros silenciosos sintomas.

O Brasil perde com alcoolismo 4,5 vezes mais do que o lucro dos fabricantes de bebidas, pequenos e grandes grupos de fabricantes de bebidas, movimentam 1,6% de todas as riquezas produzidas no país. A indústria de bebidas e o alcoolismo induzido pela mesma causam um prejuízo econômico enorme ao país. Mas não fica por aí.


Artigo publicado no FT29
O homem mais rico do país não é um banqueiro, é Jorge Paulo Lemann e seus sócios donos da AB Inbev, a maior empresa de cerveja do planeta, que compõem juntamente com os banqueiros a meia dúzia de capitalistas possuidores de uma riqueza superior a metade mais pobre da população nacional, sendo diretamente responsáveis por sua pobreza.

Pela mercadoria que vendem, são também responsáveis pelo acentuado entorpecimento popular. Fazem fortuna por conta dos benefícios dados pelo governo, pagando menos impostos do que o alto custo que causam ao país. Esse Cartel da AB Inbev foi o principal patrocinador do golpe contra o governo Dilma e tem um lobby fortíssimo no Congresso Nacional para continuar explorando esse mercado lucrativo. Agora, na privatização da Eletrobrás, Lemann espera recuperar seus ‘investimento’ no Golpe apropriando-se da estatal.

Sendo o principal patrocinador na mídia, vende o consumo de bebidas como uma recreação, escondendo os verdadeiros danos que causam aos trabalhadores, suas famílias e o país. Enquanto outros setores da economia estão estagnados, a indústria de bebidas alcoólicas prevê crescimento, com o aumento do consumo de bebidas.

Na década de 90 o índice das pessoas que desenvolviam a doença do alcoolismo era de 10%. Hoje chega a 13,7%, um claro indicador de que o incentivo ao consumo aumentou, pois desenvolverá a doença aquele que fizer uso da bebida alcoólica. No Brasil as cervejarias são as patrocinadoras de grandes eventos; Carnaval, festas e etc, onde se estimula o consumo de bebidas. Com agravante que a bebida alcóolica é porta de entrada para outras dependências, favorecendo assim o tráfico de drogas.

Os comunistas não são ascetas, nem antialcoólicos como certas seitas religiosas. Livre da exploração capitalista, o consumo do álcool não necessariamente conduz ao alcoolismo, desde que, sejam superados os elementos que induzem a adiccção e ao vício, e ainda que o possam fazer, por certo se um sistema de saúde público abordar o alcoolismo como una enfermidade social, o mesmo pode ser superado como uma epidemia funcional ao controle social e ao enriquecimento de um punhado de parasitas burgueses.
Em todos os países, mas sobretudo no Brasil, a expropriação sob controle operário da indústria alcoólica (incluindo a cachaça, o vinho e outros) é essencial para a classe trabalhadora libertar-se da exploração, do entorpecimento e do golpismo. Como nos relegou a grande revolução russa:
A revolução foi herdeira da liquidação do monopólio da vodka; sancionou o facto, fundando-se, porém em considerações de princípio. É só depois da conquista do poder pela classe operária — poder construtor consciente de uma economia nova — que a luta do governo contra o alcoolismo, luta ao mesmo tempo cultural, educativa e coerciva, adquire toda a significação histórica.

Leon Trotsky
(Questões do modo de vida, 1923).