Contra a caçada iniciada por James Cameron, do Partido Conservador e continuada por seus marionetes dentro do Partido Trabalhista e do PC da Grã Bretanha
A burguesia e sua extrema direita desencadearam uma ofensiva contra o proletariado e sua vanguarda militante. Apesar de alguns espasmos significativos e importantes batalhas momentaneamente ganhas, há mais de 40 anos os trabalhadores não assaltam o poder, expropriam seus capitalistas e derrotam o imperialismo como fizeram no Vietnã. Nesse mesmo processo, perdemos importantes postos avançados da luta contra a propriedade privada dos meios de produção, como a URSS, o Leste Europeu, a China, apesar de que eram países dirigidos por burocracias despóticas. A quase totalidade das organizações de esquerda diminuíram de tamanho de 1980 para cá, muitas desapareceram. Muitos quadros debandaram e nem sempre foram substituídos por novos militantes qualitativamente a altura das tarefas atuais da luta de classes.
Nesse processo, Gerry Downing e o Socialist Fight são uma exceção que justifica a regra. Por suas posições programáticas, o pequeno Socialist Fight possui uma enorme importância na resistência ideológica, teórica e política contra a reação da direita mundial e na defesa do proletariado mundial e dos povos oprimidos, irlandeses, palestinos, curdos, líbios, sírios. O Socialist Fight é uma das raras organizações britânicas que honrou o princípios comunista nos ensinado por Karl Liebknecht de que o inimigo principal é sua própria burguesia imperialista, demostrando isso de forma cabal na guerra das Malvinas, quando como Trotsky, reivindica a defesa da Argentina oprimida, sob uma ditadura militar, contra a Inglaterra ‘democrática’ imperialista. No mesmo sentido, o Socialist Fight luta em defesa dos presos políticos irlandeses contra o imperialismo britânico e seus sócios como os EUA e Israel que estendem a política colonial sob o Oriente Médio e o restante do planeta.
Por tudo isso, não foi apenas por um oportuno ataque indireto ao Laborismo que Downing e o SF foram caluniados publicamente, do alto da tribuna do Parlamento britânico, por ninguém menos que o próprio e então Primeiro Ministro do Partido Conservador, David Cameron. A reação ideológica burguesa pressiona, intoxica e devora os que não possuem a mesma firmeza do Socialist Fight. A direção aburguesada do laborismo, pressionada por gente como Tony Greenstein e Jack Conrad (do Partido Comunista da Grã Bretanha, CPGB), converteram-se em correia de transmissão da direita e do sionismo e expulsou o SF de suas fileiras no dia 6 de janeiro, sob a mesmíssima falsa acusação de "apoio ao terrorismo" e antissemitismo desferida por Cameron contra Downing e valorosos camaradas internacionalistas como Ian Donovan.
Vídeo com um programa de entrevista Daily Politics com Gerry Downing que também reproduz a intervenção no púlpito em que Cameron exige a expulsão dos militantes do SF para o Partido Trabalhista
Vale destacar o motivo que levou o CPGB, o último membro da frente anti-SF, a se juntar a caçada convocada por Cameron. Esse Partido Comunista passou a repercutir os ataques da reação não apenas se opõe historicamente a nossa política trotskista. O CPG se animou a atacar o SF depois que o blog de nossa seção britânica criticou a história da revolução russa contada pelo dirigente do partido, Jack Conrad, que se indignou quando criticamos sua versão da história que qualifica a Lenin e Trotsky como poucos significativos para a revolução, por afirmar que as Teses de Abril, de Lenin, não tiveram grande importância e que a teoria da Revolução Permanente, de Trotsky, simplesmente não se aplicava a Rússia. Simultaneamente o dirigente do CPGB buscou elevar a importância de Kamenev, Zinoviev e Stalin como líderes centrais da tomada do poder pelos bolcheviques. Como bom stalinista, Conrad junta-se a direita para perseguir os trotskistas e salvar seu orgulho individual e sua frágil falsificação da história da revolução russa.
Perguntamos: a quem beneficia a caçada iniciada por Cameron contra o SF? Aos povos oprimidos do mundo, aos trabalhadores? a causa palestina? a unidade revolucionária dos trabalhadores hebreus, árabes e palestinos? aos 38 mil trabalhadores africanos ameaçados de expulsão de Israel por Benjamin Netanyahu neste momento? ou ao Estado sionista, ao seu aliado Donald Trump e a direita fascista britânica?
Declaração de Gerry Downing em resposta ao ataque de Cameron / Guido Fawkes contra o Partido Trabalhista e contra mim pessoalmente
Nós da Frente Comunista dos Trabalhadores do Brasil denunciamos essa caça às bruxas pró-sionistas, dos partidos imperialistas e dos dirigentes pequenos burgueses da esquerda britânica, campanha que recorre as mesmas falsificações do sionismo para se passar de vítimas e acuar seus adversários, aproveitando-se da tragédia histórica sofrida pelo povo hebreu, para hoje esmagar com métodos nazistas o povo palestino e suas aspirações nacionais, apoiados por Trump. Reivindicamos do CPGB e do Laborismo o fim da campanha macarthista contra os militantes do Socialist Fight, sua plena reabilitação aos fóruns trabalhista, e a unidade dos trabalhadores e suas organizações contra o imperialismo e o sionismo.
Humberto Rodrigues, pela Frente Comunista dos Trabalhadores