terça-feira, 23 de janeiro de 2018

CONDENAÇÃO DE LULA PELA 'JUSTIÇA' GOLPISTA

Por Comitês Populares em defesa de Lula e da aposentadoria e contra a fraude eleitoral e o golpe militar
A maioria dos trabalhadores e dos mais pobres acredita que se Lula voltar, ele irá parar os ataques aos nossos direitos. Apostam na candidatura Lula como um instrumento de resistência ao Golpe.

Em pouco mais de um ano, o governo golpista eliminou mais direitos que todos os anteriores. No campo social, trabalhista e previdenciário, praticamente outro regime político foi imposto.

Ainda que desgraças como a febre amarela, a tuberculose, a dengue, a fome e o trabalho escravo, estejam voltando com toda força, as consequências mais perversas das “reformas” de Temer ainda não foram sentidas diretamente pelo povo.


O objetivo do golpe foi aumentar a expropriação e a escravidão do povo pobre e trabalhador, ampliando o saque aos recursos do país e do Estado pelo imperialismo e pelo grande capital golpista. Por isso, só aumentaram a corrupção que usaram como desculpa para derrubar o PT.

O que já era muito ruim, está virando um inferno para a nossa classe. Até então, para submeter os trabalhadores ao regime de exploração, foi realizada uma guerra não declarada contra as classes dominadas, guerra que se expressa através do assassinato de 60 mil pessoas por ano, do genocídio da juventude negra pelo aparato policial que mais mata no mundo, da prisão de quase um milhão de pobres e pretos tratados como bichos, de 25 milhões de subempregados e desempregados, usados para chantagear aos mais de 100 milhões de assalariados do país a trabalhar cada vez mais para ganhar cada vez menos.

Mas tudo isso ainda tende a piorar, a partir da entrada em vigor da nova legislação golpista. Para submeter a população ao novo e infinitamente mais cruel regime de exploração escravista sem sequer mais o descanso da aposentadoria, estão incrementando a guerra contra nós. É isso que preparam no pós-Temer, qualquer que seja o processo para sua sucessão. Em outras palavras, os golpistas escravagistas preparam uma nova ditadura, pior que a anterior (1964-85), através da intervenção militar, já anunciada pela cúpula das Forças Armadas.

Os golpistas querem caçar Lula e fazer uma eleição fraudulenta para legitimar o Golpe e seu aprofundamento. Defendemos Lula e sua candidatura contra seus algozes da direita golpista, mas não sua política de colaboração de classes, que desarmou e desorganizou os trabalhadores para enfrentar o Golpe e a ofensiva patronal.

As direções da CUT, PT, CTB, PCdoB, que até 2016 ridicularizavam os que alertava para o risco do Golpe de Estado via impeachment, agora em 2018 não acreditam na ameaça da intervenção militar, nem se preparam para evitá-la.

As direções sindicais e de esquerda não chamam a população trabalhadora à mobilização de rua para além de uma tímida defesa de Lula e da democracia, suspenderam a greve geral do dia 30/06/2017, ficaram paralisados diante da aprovação da reforma trabalhista e também suspenderam a paralisação nacional do 05/12/2017.
"Exigimos que coloquem todo o aparato que hoje controlam, sindicatos, governos, meios de comunicação, armamento, tudo, a serviço da luta e dos comitês de luta contra o golpismo."
Reivindicava a Folha do Trabalhador das direções do PT e da CUT, em 01/04/2014,
dia que o Golpe militar de 1964 completava 50 anos e a cruzada golpista do
imperialismo já havia derrubado os governos de Honduras, Paraguai, Líbia, Ucrânia...
e registrava o início de uma era de golpes parlamentares no mundo.
Enquanto a direita prepara a segunda fase do golpe, as direções da esquerda fazem uma movimentação de faz de conta que fica muito aquém do potencial mobilizador dos sindicatos e organizações sociais que dirigem. Mas a classe trabalhadora pode virar a mesa, desde que se organize para ganhar essa guerra contra os golpistas e os patrões.

Os mil comitês populares espalhados pelo Brasil, propostos por nós da FT desde 2014, não podem se restringir à defesa da candidatura Lula nem a serem meros comitês de campanha eleitoral desse ou daquele candidato a deputado da frente popular.

Os comitês devem organizar a luta geral contra o regime golpista e suas medidas nos locais de trabalho, moradia e estudo, tendo como perspectiva a derrota da contrarrevolução e a luta por um governo revolucionário dos trabalhadores.