terça-feira, 14 de março de 2017

MANIFESTO DE ALERTA - 15/03/2017

Sem uma alternativa dos trabalhadores
para derrotar Temer, a direita vai impor a sua

O governo Temer já aprovou o congelamento dos gastos da saúde, educação, salários e contratação de funcionários até 2037. Agora pretende aprovar o que na prática representa a extinção do direito à aposentadoria. Na pauta, segue a terceirização das atividades fins e a primazia do negociado sobre o legislado. O que deixaria sem efeito a CLT. Também cogitam a extinção da justiça trabalhista. A energia elétrica subirá em abril.

Os golpistas acreditam que com a chantagem da crise e do desemprego podem impor todas suas aspirações escravocratas históricas sobre os explorados.


Mas o governo é fraco e cambaleia soterrado em denúncias de corrupção realizadas pelos próprios “aliados”, que planejam uma saída pela direita e salivam livrar-se de Temer( e seus amigos do PMDB ) assim que aprovarem as medidas de destruição e expropriação dos direitos do povo trabalhador. Em nome do combate à corrupção e à violência urbana, nossos inimigos planejam impor um governo forte pós-Temer que violentamente nos obrigue a aceitar o arrocho salarial, o fim da aposentadoria, da saúde e educação públicas e gratuitas em favor da ampliação do saque aos cofres do Estado através da dívida pública pelo capital financeiro.

A desilusão com os governos do PT, por um lado, e o desespero com a corrosão de suas condições de vida, por outro, seduz as classes médias, mais facilmente manipuláveis pela mídia e pela direita pró-imperialistas, para uma saída reacionária contra os trabalhadores e os setores mais pobres da população.

FRENTE ÚNICA, MAS SEM ILUSÕES ELEITORAIS

Nossa classe deve impulsionar a mais ampla frente única contra o regime golpista de conjunto, quebrar todos os entraves burocráticos para ampliar nossas mobilizações contra Temer e suas medidas de arrocho.

Não podemos repetir os erros da política de colaboração de classes que entregou o poder aos golpistas. A “pressão sobre o Congresso” não derrotou o impeachment, como o Lobby parlamentar e a tentativa de emendar as PECs também não assegurarão nossos direitos. Essa política que segue sendo defendida pelo PT e PCdoB, sob o eufemismo de “oposição propositiva” só nos trará mais derrotas. A PEC 287 deve ser rejeitada em bloco.

A força do golpismo reside nas ilusões dos golpeados que por dentro do regime e em acordo com o regime golpista pode-se reverter a situação.

Só haverá Greve Geral ou luta de massas que derrote os ataques, se grande parte de nossa classe superar a ilusão da “vingança nas urnas” com uma improvável candidatura de Lula em 2018.

Primeiro que nós sabemos que o PT em busca de um compromisso com a direita entrega nossos direitos para os patrões;

Segundo, foi o próprio Lula um dos primeiros a retirar os direitos previdenciários que agora são ameaçados por completo com Temer;

Terceiro, que Lula talvez nem candidato seja;

Quarto, se ainda assim fosse reeleito, Lula não vai reverter os ataques como não reestatizou as privatizações de FHC.

Mesmo com táticas, às vezes diferentes, a estratégia da direção da CUT é a mesma de Lula. A defesa de nossos direitos históricos depende unicamente de nossa organização, exige a construção de uma grande luta de massas nas ruas e uma alternativa de poder própria dos trabalhadores.

POR UMA NOVA APOSENTADORIA

A contrarreforma da previdência pretende substituir o “trabalhar até ficar velho e pobre” pelo “trabalhar até morrer”. A luta não atrai quando não vale a pena para muitos. É preciso defender o fim da sonegação capitalista e dos desvios do recurso da previdência, por uma aposentadoria universal, integral reajustada automaticamente de acordo com o aumento do custo de vida e que o valor mínimo fosse o salário mínimo do DIEESE, controlada por trabalhadores da ativa e aposentados com paridade enre ambos e direito à aposentadoria especial para os empregos insalubres e extenuantes com limite de 25 anos de trabalho.

A LUTA CONTRA O DESEMPREGO

É preciso organizar a luta unificada de empregados e desempregados em Comitês de luta que reivindiquem o fim do pagamento da dívida pública para o capital financeiro, restaurantes comunitários e gratuitos, ampliação do seguro desemprego, plano de obras públicas em grande escala controlado pelos trabalhadores para ampliar a rede de saúde, educação, moradia, o acesso a água, ao saneamento básico e criar empregos para todos.

Antes que a direita realize a substituição direta ou indireta de Temer, precisamos apresentar uma alternativa de esquerda e dos trabalhadores pelos e para os trabalhadores. Para tudo isso, é necessário reunir os melhores lutadores sociais em uma organização política partidária centralizada e coesa capaz de organizar a luta contra o fim da aposentadoria e o regime golpista até a tomada de poder revolucionária dos trabalhadores.