terça-feira, 6 de setembro de 2016

PANFLETO DA FCT - 7/SET/2016

Do golpe à resistência do povo!

No 7 de setembro comemoram uma independência que não existe de fato no Brasil. Também nesta data, a direita costuma ir as ruas reivindicando a volta da ditadura. Por isso, é um profundo erro que o protesto dos explorados e oprimidos e agora, o GRITO DOS GOLPEADOS, saia dividido em muitas cidades. 

Precisamos acuar a direita e o governo golpista, massificar as manifestações em direção a uma greve geral, que derrote os ataques, o golpe e vire o jogo a nosso favor.

Ao contrário de andarmos para frente, em direção a uma verdadeira independência, o Golpe do impeachment de Dilma foi desferido para aprofundar a dependência do Brasil em relação aos EUA, o parasitismo, a exploração e opressão sobre a nossa classe. O Imperialismo não abre mão de seu controle sobre o Brasil e de toda América Latina, ainda mais agora, em meio a aumento das tensões contra a Rússia, a China e os BRICS.

UM GOLPE DO IMPERIALISMO E SEUS AGENTES CONTRA OS TRABALHADORES

O impeachment foi contra Dilma, mas é evidente que o golpe tem como alvo principal os trabalhadores e seus direitos, aumentando mais ainda os lucros e privilégios dos patrões, do capital financeiro e multinacionais.

O Golpe parlamentar de 2016 pariu um governo mais frágil que o golpe militar de 1964. Todavia, o governo Temer anuncia ambições maiores de nos escravizar, usando a falsa justificativa da “modernização das relações trabalhistas”. Nem os militares ousaram ameaçar a CLT, o 13º salário, as férias, a aposentadoria, a ampliação da jornada para 80 horas e o fim do salário mínimo!

Temer tem ainda a missão de entregar de vez a Petrobrás, os Correios, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil para os patrões, além de acabar com o SUS, com as universidades públicas, com o direito de greve e de manifestação, congelar salários, entre dezenas de outros ataques já anunciados.

No terreno das ruas, é o povo trabalhador e oprimido quem deve impor seus interesses e lutar por uma verdadeira independência nacional em relação ao imperialismo como parte da luta por sua emancipação em relação a toda exploração patronal.

A CONCILIAÇÃO COM A DIREITA E O ELEITORALISMO PREPARAM NOVAS DERROTAS

Acomodado com colaboração de classes, o PT segue se opondo a qualquer saída que rompa com os nossos inimigos de classe, representantes políticos e jurídicos da burguesia que passaram por cima das eleições que elegeram Dilma.

Entre ameaças da boca para fora e bravatas pela greve geral, a Frente Brasil Popular chama manifestações de rua contra o Golpe, mas não mobiliza prá valer. Até agora, para esses dirigentes do movimento de massas, a última palavra deve ser a do Congresso e Justiça golpistas. Nessa lógica, a função das ruas é meramente pressionar parlamentares e juízes, os quais passamos a conhecer mais ainda nesse processo. Sob essa política desastrosa, só temos colhido derrotas consecutivas.

Da mesma forma, todas as orientações que desviam a luta de massas para o terreno hegemonizado pela reação golpista tende a colher mais derrotas. “Eleições gerais”, “Diretas já!”, “Assembleia Constituinte”, “Vingar-se nas urnas, em 2018, votando em Lula”, podem ajudar a burguesia a substituir um governo golpista frágil, a cada dia mais odiado pelas massas, por um governo de direita forte, que seria legitimado pelas eleições para impor o programa escravocrata que Temer não tem forças para executar. Basta lembrar que o atual presidente do TSE é o tucano Gilmar Mendes. 

“FORA TEMER!”, MAS SEM LEGITIMAÇÃO ELEITORAL DO GOLPISMO OU INTERVENÇÃO MILITAR. A SAÍDA É NA MARRA, NA LUTA POR UM GOVERNO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES!

A colaboração de classes e o oportunismo confundiu, desmobilizou e desarmou politicamente os trabalhadores. A confusão na cabeça da vanguarda “revolucionária” hoje é a maior aliada do golpe, pois muitos partidos de esquerda nem sequer reconhecem que houve um Golpe.

Por isso, sendo mais frágil que o golpe anterior, esse é mais ousado nos ataques porque até agora a ofensiva da direita não encontrou uma resistência à altura.

O imperialismo, parte da cúpula golpista e da mídia sabe dessas contradições e já se prepara para um pós-Temer, caso o governo atual não consiga impor o programa escravagista.

Não podemos deixar que esse regime contrarrevolucionário consolide com Temer ou com algo pior que ele, uma ditadura capaz de impor sobre nós as derrotas políticas, sociais e econômicas que pretende. Não temos tempo a perder e devemos nos aproveitar de sua fragilidade e contradições.

Nesse grave momento, é inadmissível que predominem ainda os vícios burocráticos e sectários que dividem nossos atos, concentrações e enfraquecem nossa resistência, evitando que ela se massifique.

Para piorar, a esmagadora maioria da esquerda está embriagada com as eleições municipais. PT, PCdoB e PSOL fazem coligações com os golpistas e secundarizam a luta contra o golpe e os ataques aos nossos direitos. Para não falar do esvaziamento das campanhas salariais por parte das direções, hábito comum em anos eleitorais.

Precisamos unificar as lutas, greves, ocupações, campanhas salariais, assembleias sindicais, rumos a construção de uma greve geral em defesa de nossos direitos e por um governo revolucionário dos trabalhadores.

Simultaneamente, a partir dos melhores lutadores da resistência anti-imperialista, antigolpista e anticapitalista, precisamos construir um novo instrumento de luta, capaz de superar o oportunismo do PT, que desarmou as principais organizações de massas do país frente ao golpe, e o sectarismo dos que apoiaram o golpe com uma fraseologia esquerdista. Precisamos reunir os melhores lutadores em um partido revolucionário dos trabalhadores!