segunda-feira, 12 de setembro de 2016

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016 - 1o. TURNO

Votar Nulo e nas candidaturas do PCO, denunciar o Golpe e construir a Greve Geral!
Posição da FCT para o 1º turno das eleições municipais de 2016

Atravessamos um grave momento político marcado por um Golpe de Estado. Na falta de resistência a altura, a direita, agente do imperialismo, avança contra os trabalhadores recorrendo por enquanto a manobras parlamentares e jurídicas A estratégia do impeachment é dar um salto de qualidade na opressão política e social do Estado sobre a população trabalhadora e pobre para impor a recolonização imperialista do Brasil. Sendo assim, essas eleições embora formalmente ordinárias são excepcionais. Visam manter uma falsa aparência de continuidade democrática pós-golpe enquanto é ampliado o recrudescimento do regime político e a repressão policial e militar. O resultado principal delas será a legitimação no poder local do centro conservador e da direita reacionária. Prefeitos e vereadores farão a sua parte para auxiliar o governo federal golpista a tornar mais intenso o saque sobre as massas com o aumento de tarifas públicas, o congelamento salarial dos servidores, o estrangulamento da saúde e educações públicas, etc.;

Diante dessa conjuntura os membros do Jornal Folha do Trabalhador decidiram:

1. Não lançar candidaturas próprias de militantes e simpatizantes em 2016;

2. Votar nas candidaturas a prefeito e vereador do Partido da Causa Operária, como instrumento da denúncia do Golpe e da política escravocrata do governo golpista sem ilusões em “eleições gerais” ou “diretas já!”;

3. Onde esse partido não possuir candidatos nós recomendamos a população trabalhadora a votar nulo, em branco ou abster-se;

4. PT e PCdoB apresentam candidaturas aburguesadas com programas eleitorais oportunistas. Apesar de serem o alvo imediato dos golpistas, da fúria da direita, do antipetismo e da criminalização de suas atividades políticas beirando a ameaça de extinção, esses partidos não tem como eixo principal a denúncia do golpe nem muito menos a organização dos trabalhadores contra os ataques históricos anunciados pelos golpistas. E pior, se declaram dispostos a colaborar com as caçadas policiais e jurídicas contra si mesmos e em centenas de cidades esses partidos estão coligados com os partidos golpistas, sendo então coligações que servem para confundir inimigos com amigos;

5. As candidaturas do PSOL e PCB também não tem como eixo a denúncia do golpe. Demonstrando que aprendeu muito pouco acerca dos próprios erros no golpe passado, o PCB nem sequer descobriu ainda que houve um golpe. Por sua vez, onde acredita ter chances reais de se eleger, como em Porto Alegre, o PSOL abraçou abertamente um programa neoliberal, de defesa da Lei de Responsabilidade Fiscal, privatizações, terceirizações, PPPs.;

6. As candidaturas do PSTU seguem defendendo a política do "Fora Todos!", desastrosa até para o próprio PSTU. Esse slogan filo-anarquista é funcional ao Golpe dos agentes do imperialismo;

7. O golpe triunfou porque o lado de lá, orquestrado pelo imperialismo, foi mais forte e decidido e o lado de cá estava desiludido e confundido pela política de colaboração de classes do PT. Isso permitiu inclusive um avanço ideológico das ideias contrarrevolucionarias e anticomunistas nas classes médias a ponto da direita realizar manifestações de rua como não fazia desde 1964. Essa ofensiva da direita se expressou e se expressa ainda também no terreno eleitoral, com a eleição do Congresso mais reacionário de toda a história do país, do golpista-mor Eduardo Cunha para presidente da Câmara, da aprovação de várias medidas pró-imperialistas e antioperárias no Congresso, além da aprovação folgada do próprio impeachment na Câmara e Senado. Clarificar a consciência dos trabalhadores para que não aceitem nem o Golpe nem suas medidas decididas por seus inimigos de classe nos fóruns que hegemonizam os golpistas (Legislativo, Judiciário, PF, MPF) para escraviza-los é uma tarefa de primeira ordem;

8. Sendo assim, as saídas eleitoralistas para a crise, via eleições gerais, diretas já ou mesmo por assembleia constituinte (essa última, erroneamente também defendida pelo PCO) tendem a ser, nesse momento, funcionais a escalada golpista. O PCdoB, assim como o PSTU e sua ruptura, o MAIS, agitam igualmente como setores crescentes da frente golpista, o "plano B" diante do fracasso do governo Temer. Essas consignas podem ajudar a burguesia a substituir um governo golpista frágil, a cada dia mais odiado pelas massas, por um governo de direita forte, um tucano, uma Marina, um Moro ou algo similar. A grande mídia golpista, Globo, Veja, Folha, Estadão, assim como no “Fora Collor”! e nas “jornadas de junho de 2013” quer se apropriar do descontentamento contra Temer para preventivamente apresentar uma solução de continuidade golpista, como a convocação de eleições extraordinárias, mais fraudulentas à vontade popular, onde a esquerda e até o PT participassem debilitados pela coação jurídico-policial. O importante para o imperialismo e seus agentes nacionais não é preservar Temer, mas avançar de algum modo com o programa escravocrata pelo qual foi imposto o Golpe, eliminar tudo que não deseja na legislação atual, na Constituição de 1988, ECA, etc. Como avisamos desde maio, “Temer não passa de uma ponte para o controle absoluto do governo do Brasil pelos EUA, passando por cima do próprio PMDB e sob o tacão dos monopólios (Serra), dos banqueiros (Meirelles) e da repressão (Moraes)”. Temer não passa de “um governo pré-bonapartista,
hospedeiro de uma ditadura do capital financeiro e das multinacionais imperialistas”.

9. O resultado dessas eleições municipais tende a ser uma maior militarização do regime, fortalecido e “legitimado” no âmbito local. Os trabalhadores precisam acreditar apenas em suas próprias forças e nos instrumentos de massas e de vanguarda que essas forças construírem, a greve geral, um reagrupamento sindical e popular da vanguarda lutadora derivado das lutas de resistência e de um novo ascenso contra o regime golpista e escravocrata e um partido revolucionário dos trabalhadores.

Notas relacionadas:

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