O sectarismo golpista
Uma ala da esquerda brasileira tornou-se funcional a ofensiva golpista a serviço do imperialismo
Uma ala da esquerda brasileira tornou-se funcional a ofensiva golpista a serviço do imperialismo
Publicado em 29 de setembro de 2016, última atualização 20 de setembro de 2022
Alguns partidos e organizações de esquerda adotaram posições políticas aventureiras que foram funcionais a campanha da direita pelo Golpe de Estado. Na vanguarda, que já se encontrava confundida e desmoralizada pela política de conciliação de classes do PT, a política desses agrupamentos serviu para dividir a resistência e fortalecer a ofensiva ideológica da direita, um caminho oposto ao da construção de uma alternativa proletária e revolucionária a falência do petismo.A medida em que a ficha cai, a um alto custo para toda a vanguarda e para a nossa classe, a maior parte desse setor vai abandonando a posição original equivocada e migrando para a resistência. Todavia, uma fração cada vez mais minoritária tem se tornado ainda mais recalcitrante e segue ajudando nossos inimigos a imporem um Estado de exceção no Brasil, comemorando a vitória do Golpe, embelezando com uma fraseologia de esquerda os argumentos golpistas e a farsa do "combate a corrupção" e reivindicando, por exemplo, a prisão de Lula.
Mesmo entre os que se somaram a luta contra Temer e os golpistas tardiamente, depois que o impeachment foi aprovado, muitos ainda não reconhecem que existiu um Golpe de Estado no Brasil. Ninguém combate firmemente o que despreza ou subestima. E precisamos de muita força para derrotar o maior ataque aos trabalhadores de toda sua história. Combater essas posições divisionistas dentro da vanguarda em favor da unidade na ação da esquerda contra a ofensiva da direita é a função deste artigo. "Vamos precisar de todo mundo para banir do mundo a opressão", como diz a canção de Beto Guedes.