sábado, 9 de abril de 2016

PANAMÁ PAPERS - O ESCÂNDALO INTERNACIONAL DOS PARAÍSO FISCAIS

Uma operação da OTAN contra os BRICS, para perseguir os inimigos e manter sob achaque os aliados

Na web do jornal alemão Süddeutsche Zeitung
que “revelou” o escândalo, ainda que Putin não conste
na lista, a sua imagem figura como central
A operação “Panamá Paperes” é a mais recente arma de propaganda e ataque jurídico policial e econômico da guerra fria intercapitalista da OTAN contra os BRICS.

Assim como a corrupção faz parte do capitalismo, os paraísos fiscais fazem parte do mercado mundial. Mas, de súbito foi "revelado" com grande alarde pela grande mídia mundial a existência de uma fábrica de empresas offshores para sonegação fiscal montado pela panamenha “Mossack Fonseca”.

O escândalo foi imediatamente apelidado de “Panama – Papers”. Por trás dele está uma operação da CIA cujo objetivo central é envolver o presidente russo Putin, a alta cúpula dos governos chinês, iraniano e sírio e seus aliados em lavagem de dinheiro e operações de evasão fiscal.

Para disfarçar que o foco da operação é o bloco Eurásico, foi revelado também a participação de presidentes, como Macri, políticos, ricos e famosos, como o juiz Joaquim Barbosa ou o jogador Messi.

Todo Estado burguês é um comitê gestor dos negócios capitalistas, lícitos e ilícios. A corrupção de funcionários do Estado por corruptores capitalistas é, portanto, endêmica ao capitalismo. Mas, quando querem atacar seus rivais de classe os grupos burgueses beligerantes elegem a corrupção alheia como o grande mal da sociedade. A política expansionista do capital financeiro que corrompe, derruba ou invade países mundo afora, assim como a sangria impiedosa de recursos para as metrópoles do grande capital é a regra do imperialismo. Existem dezenas ou centenas de paraísos fiscais no planeta, em forma de ilhas artificiais, pequenos protetorados do imperialismo como Andorra, Antilhas Holandesas, Aruba, Bahamas, Ilhas Bermudas, Ilhas Cayman, Costa Rica, Hong Kong, Macau, Ilha da Madeira, Ilhas Marshall, Ilhas Maurício, Mônaco, Tonga, Ilhas Virgens Americanas, Ilhas Virgens Britânicas, assim como o Panamá. Mas, paradoxalmente, a operação da inteligência imperial dos EUA “revelou” que o principal pilar da sonegação de impostos aos cofres públicos planetários é realizado pela Mossack Fonseca no Panamá.

A primeira informação a saber sobre o sistema mundial que nos domina é que 1% se apossou, privatizou metade de toda a riqueza produzida pelo trabalho social dos outros 99%. A primeira vez que a desigualdade alcançou esse nível histórico foi em 2015. Os 37 super capitalistas tem mais dinheiro do que o restante dos 7 bilhões de pessoas juntas. Esse é o grande roubo mundial.

Legalmente os super-ricos, banqueiros e donos de multinacionais rouba os trabalhadores e a populações de países inteiros pelo controle hegemônico que possuem sobre os meios de produção e distribuição. Isso é realizado não pagando pela maior parte do trabalho realizado pelos trabalhadores, a mais valia, através dos salários miseráveis diante da riqueza total produzida, da exploração salarial da massa de trabalhadores, da remessa de lucros das filiais das multinacionais as matrizes. Uma significativa parte desse roubo global permitido, legal, é sonegado pelos capitalistas para o Estado. Aí se encontra a sonegação fiscal, muitas vezes em forma de desvio ilegal de fundos para paraísos fiscais.

A ONG que divulgou a operação é financiada por George Soros e a USAID. Nessa operação, o imperialismo aplica a regra: para os amigos tudo, para os inimigos, a lei! Mas, a inclusão dos amigos na listagem também serve para mantê-los na linha.

Os trabalhadores de todo mundo devem ter claro o significado desta operação, é uma ofensiva do imperialismo que se a primeiro momento se volta contra os adversários capitalistas, representará de conjunto uma ofensiva contra os trabalhadores e os povos oprimidos do mundo. Faz parte do mesmo projeto golpista que derrubou os governos de Honduras, Paraguai, Líbia, Ucrânia, quer agora derrubar o governo Dilma e instaurar um governo de direita para liquidar todas as conquistas sociais e trabalhistas conquistados desde a criação da CLT e da Petrobrás. Isso deve animar ainda mais nossa luta pela frente única anti-imperialista, pelo fim da remessa de lucros, pela estatização sob o controle dos trabalhadores de todo o capital financeiro.