sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O HÁLITO DA III GUERRA MUNDIAL

O odor da guerra...

Esta é a tradução para o português de um artigo do jornalista russo Nikolai Yurenev que por outros meios chega a conclusões similares às nossas, da Frente Comunista dos Trabalhadores e do Comitê de Ligação pela IV Internacional, sobre a marcha da terceira guerra mundial. Ele aponta, que assim como no conflito em Donbasse, leste da Ucrânia, e da Síria agora, também está se abrindo uma frente de batalha russo-turca. Ou seja, que desde vários poros se prepara a III Guerra Mundial.

Ilustração representando o assassinato do Arquiduque Francisco Fernando
e de sua esposa, a Duquesa Sofia de Hohenberg. O acontecimento foi
interpretado posteriormente pelos historiadores como o fato que
deflagrou a I Guerra Mundial em 28 de julho de 1914.
Se aproxima o hálito podre da guerra. Muitos ainda não perceberam, para a maioria é inacreditável, mas a guerra já está acontecendo. No meu caso, não posso mais desprezar a sensação de que a terceira guerra mundial já começou. Seguimos nos enganando e nos deixando enganar pensando que se tratam apenas de conflitos locais...

Mas, as fileiras de nossos aliados diminuem, enquanto as de nossos oponentes aumentam.

Até hoje, a Rússia já tem duas frentes abertas: no front ucraniano, em Donbass e no front sírio. A abertura do terceiro, na Turquia, parece estar na esquina. E, a partir daí quem sabe.

Não existe, portanto, uma só frente de batalha nesta guerra. Ela se regionaliza em todas as partes do globo. No futuro os historiadores identifiquem o momento em que ela começou, a genesis da III Guerra Mundial. Pode ser que essa linha já tenha sido cruzada. Afinal de contas, a II Guerra Mundial não começou no dia 22 de junho de 1941 [início do ataque alemão a União Soviética ], mas em setembro de 1939.

Se observamos a Síria, o conflito já envolveu inclusive a OTAN, a Rússia e outros 50 países. Como pode isso não ser uma guerra mundial?

A Turquia, membro da OTAN, derrubou um avião russo. Em troca, nossa defesa prometeu derrubar aeronaves turcas. Foi instalado um sistema antimísseis S-400. Imagine se derrubasse um avião dos EUA. Se tivesse no lugar dos turcos, eu aceitaria tal provocação. A partir daí se abriria a Caixa de Pandora.

Não não sou nem um pessimista nem busco fazer alerme. Mas é meu dever dizer para aonde apontam as tendências dos acontecimentos de agora.

O problema é que muitos dos atuais patriotas instalados em seu sofá, que se encontram na reserva não tem a menor ideia do que realmente significa a guerra. Acreditam que seria como acalorados debates televisivos, em que enalteceríamos com orgulhos “nossos filhos” com uma mentalidade patriótica.

Mas a guerra, com seu cheiro azedo de pólvora, se nega a abandonar nosso olfato. O cheiro de combustível e pneu ardendo, o cheiro de metal fundindo-se sob o calor insuportável. E o enjoativo cheiro de gordura queimada, gordura humana. É o cheiro da roupa que passa semanas sem ser lavada. É o mau cheiro de merda e urina de um sanitário, utilizada com uma certa parcimônia a princípio mas logo depois usado sem nenhuma decência ou cuidado.

A guerra é o fedor dos corpos em decomposição sob o sol intenso, corpos podres de cor esverdeada dos quais os aves arrancam os olhos. É ver esse corpo pelo qual ninguém mais se preocupa, abandonado aos pés de um edifício sob o fogo inimigo.

A guerra fede a cigarros baratos misturados ao vapor de licor caseiro da confraternização em memória aos mortos do ataque derrotado de ontem.
O odor da guerra é o de um batalhão de grangrenados sob os cuidados médicos, com ataduras empapadas de sangue, que já não servem mais ao garoto que morreu com um estilhaço enfiado no estômago.

Mas, sobretudo, é o aroma do perfume e dos cigarros de luxo de uma reunião de algum político que se beneficia da guerra. Do incomparável aroma de tinta das cédulas recém-saídas do banco.