domingo, 11 de outubro de 2015

A 3A GUERRA MUNDIAL E AS TAREFAS DOS TRABALHADORES REVOLUCIONÁRIOS

A III Guerra Mundial e as tarefas
dos trabalhadores revolucionários

Declaração do Comitê de Ligação para a Quarta Internacional (CLQI)
Frente Comunista dos Trabalhadores - Brasil
Tendencia Militante Bolchevique
Argentina e Socialist Fight – Grã Bretanha
e do grupo turco Dordunku Blok (Bloco Quarta Internacionalista)

1. Os acontecimentos atuais na Síria são um prólogo da 3a guerra mundial. O imperialismo fabricou o “Estado Islâmico” (EI) e seu barbarismo, para realizar um Golpe de Estado na Síria e para justificar a recolonização do Oriente Médio. Mas o tiro saiu pela culatra. O imperialismo pôs o EI para justificar sua intervenção, mas a existência do EI acabou por justificar a intervenção militar russa. Por isso, neste primeiro momento, o imperialismo está confundido.

2. Todo o prólogo do conflito atual (Afeganistão, Iraque, a crise econômica de 2008, a primavera árabe, aventuras militares expansionistas na Líbia e Síria, disputas no Mar meridional chinês, o golpismo na América Latina, Ucrânia, Irã, Curdistão, Iêmen, Guatemala, Burquina Faso, o drama dos refugiados) acumulou forças para que em um salto de qualidade se gestasse uma grande frente antiimperialista e já a conflagração de um conflito que se alastra muito além das fronteiras sírias, envolvendo a China, o Iraque, Israel e a Turquia. Passado o primeiro momento de confusão, o imperialismo dará uma resposta contra o bloco Eurásico no próprio Oriente Médio ou em qualquer outra região do planeta, que seguramente agravará a tragédia dos refugiados em todo mundo.

3. Em sua resposta ao Bloco Euroasiático é possível que o imperialismo tente aprofundar o conflito mais ao Oriente. Nesse contexto, assume o primeiro plano a defesa do Estado Operário Burocratizado da Coréia do Norte. Também o imperialismo ajustara mais seu controle em sua área direta de influência, o que leva a uma ameaça maior a Cuba e, portanto, devemos também redobrar nossa defesa do Estado Operário de Cuba. Em seguida, nos países onde a ameaça de Golpe de Estado já era grande, como na Nicarágua (para impedir a construção do novo Canal interoceânico) ou no Brasil, nossa política deve ser de combate ainda mais incisivo ao golpismo e a direita.

4. De um lado do conflito está o imperialismo encabeçado pelos EUA, a OTAN e seus agentes terroristas como Israel, o “Estado Islâmico”, etc. Do outro lado, estão povos oprimidos, países que sofrem sanções do imperialismo, países que povos que tem sua economia parasitada e sabotada pelo imperialismo, como o Brasil, povos e países que são invadidos e ocupados militarmente pelo imperialismo. Não existe um terceiro campo nesta guerra e nós não somos pacifistas: Estamos do lado contrário ao imperialismo. Nós estamos com o diabo e sua avó contra o imperialismo!
5. Ainda que seja estabelecido um "cessar fogo mundial", os acontecimentos atuais são um ensaio da nova guerra e do superaquecimento da atual Guerra Fria, sobre o qual, nós viemos alertando desde 2011.

6. Nesta frente única anti-imperialista, os revolucionários não ingressam como mero apoiadores críticos das direções burguesas que agora se enfrentam com o imperialismo. A vitória do imperialismo nesta guerra representará uma derrota de todos os trabalhadores do mundo. A vitória do bloco capitaneado por Rússia e China, representará uma derrota do grande inimigo de todos os povos, mas não ainda a libertação dos trabalhadores da exploração capitalista. Embora a burguesia imperialista e as burguesias da Rússia, China e etc., possam estar em guerra agora, o que todos os patrões mais temem é a revolução proletária, ou seja, a vitória final dos trabalhadores na guerra de classes.

7. Neste momento entre crises econômicas capitalistas, de derrotas e defensiva de nossa classe, a tática mais apropriada para preparar condições mais favoráveis à luta de nossa classe, a fim de virar a mesa em favor dos trabalhadores, está no aproveitamento das contradições do interior do mundo capitalista, ou seja, está na tática da Frente Única de massas com aliados pontuais que dirigem o movimento de massas, sem que isto signifique estabelecer um programa comum com os mesmos e sem prestar qualquer apoio político às direções burguesas e pequeno burguesas desta frente.

8. Esta Frente Única Antiimperialista é uma aliança tática, que nem por um segundo pode ser confundida com uma orientação etapista ou frente populista de luta de classes, e que precisa estar subordinada à defesa dos interesses dos trabalhadores contra os patrões em todas e cada uma das nações e à estratégia da luta pelo partido mundial da revolução, a IV Internacional, e pela revolução permanente em escala planetária.

Nota adicional do Socialist Fight da Grã Bretanha à declaração internacional link aqui.