quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

TRABALHADORES SEM TETO - SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP

Derrotar a repressão de Luis Marinho (PT)!
Todo apoio à ocupação Devanir José de Carvalho!


Reproduzimos abaixo o artigo do jornalista de Cadu Bazilevski, diretor de base da Regional do ABCD, do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, sobre a Ocupação Devanir José de Carvalho, onde a questão social foi tratada como caso de polícia (como na época do época do ex-Presidente Washington Luís, na Primeira República), agora pela Prefeitura de São Bernardo do Campo do Partido dos Trabalhadores, tendo sido repudiada por amplas parcelas da esquerda na cidade e até dentro dos militantes do partido na cidade. A Liga Comunista se solidariza com os lutadores trabalhadores sem teto e suas organizações e repudia o prefeito de São Bernardo do Campo (SBC), Luis Marinho, e luta pela revolução urbana que exproprie os especuladores imobiliários, defendidos com violência policial pela prefeitura petista e sua Guarda Civil, e ponha o conjunto do espaço urbano sob o controle dos trabalhadores. 

Militantes dos movimentos sociais repudiam truculência da GCM de São Bernardo em desocupação no Cooperativa 

Militantes de diversas organizações políticas e dos movimentos sociais se reuniram na noite desta sexta-feira, 5, no auditório da Câmara de São Bernardo para participar de ato de repúdio à ação truculenta da Guarda Civil Municipal (GCM) comandada pelo secretário de Segurança Urbana, Benedito Mariano, dando fim à ocupação Devanir José de Carvalho, no último sábado, 29, no bairro Cooperativa. Mais de 300 famílias foram violentamente retiradas do local debaixo de bombas de efeito moral e balas de borracha.

O ato desproporcional foi duramente criticado, inclusive por militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), o mesmo do prefeito Luiz Marinho (chefe do Executivo são bernardense) e gerou mal estar com o secretário de Governo da cidade, José Albino, após declarações divulgadas pelo maior jornal da região, em que afirma que toda ocupação em São Bernardo receberá o mesmo tratamento visto no final de semana.

Na quarta-feira, 3, a administração municipal divulgou nota de esclarecimento sobre o caso. O governo do prefeito Luiz Marinho afirmou no texto que quando o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) – com apoio da Central de Movimentos Populares (CMP) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) – invadiu o terreno na estrada Fukutaro Yida “afrontou uma política habitacional que o município vem estruturando desde 2009” e que os movimentos que lutam por moradia têm um caminho bem definido, “a articulação e apresentação de proposta de empreendimento por meio do Programa Minha Casa Minha Vida”.

No início da reunião, Ernesto Guevara, filho de Devanir José de Carvalho – que dá nome à ocupação – falou da importância da homenagem dada a seu pai. Guevara também questionou as declarações de José Albino e lamentou suas palavras.

Gabriela Valentim, coordenadora do MLB, fez uma análise de toda situação, defendeu o direito de luta por moradia e leu uma carta aberta ao povo de São Bernardo na qual o MLB faz suas reivindicações. Entre elas estão: fim imediato das desocupações por ação da GCM, proibição do uso de armas de fogo e bombas de efeito moral pela GCM, fim da tropa de Choque da GCM, desmilitarização da Polícia Militar, a desapropriação do terreno invadido no último sábado, inclusão das famílias da ocupação Devanir José de Carvalho no bolsa-aluguel e nenhum corte de verba nas áreas sociais para o ano de 2015 em todas as esferas do poder público.

Em seguida, foi a vez das pessoas que estavam presentes durante a desocupação darem seus depoimentos. A constatação do uso excessivo de força por parte da GCM foi unânime. Entre os que deram suas versões dos fatos estavam jovens, mulheres, gestantes e crianças. Todos afirmaram que não houve resistência, mas que mesmo assim não houve tempo nem espaço para negociação.

Além de integrantes do MLB, CMP e MTST, estiveram presentes militantes políticos do PT, PC do B, PCR e PSOL; dirigentes dos sindicatos dos Professores (Apeoesp) e Jornalistas (SJSP); e várias organizações do movimento estudantil.

Por fim, os representantes destas organizações políticas fizeram suas ponderações. A repulsa pela forma como toda desocupação foi conduzida ficou nítida. Mas isso se reverteu em motivação e os movimentos sociais presentes nesta atividade prometeram organizar outra manifestação por direito à moradia na tarde da próxima quarta-feira, 10, na praça da Matriz, no centro.