terça-feira, 30 de setembro de 2014

ELEIÇÕES 2014 - CHAMADO A VANGUARDA CLASSISTA

Um chamado a vanguarda classista
do Folha do Trabalhador #21


A Liga Comunista retoma as tradições marxistas de intervenção nas eleições burguesas.

Fazemos um chamado ao conjunto da vanguarda militante que não possui candidatos nestas eleições (ou que se encontra insatisfeita nos partidos de esquerda que possuem candidatos que não representam seus anseios classistas) para que conosco se delimite de forma rigorosa do oportunismo eleitoral, ao passo que aproveitemos  essa conjuntura como tribuna de denúncia contra o próprio eleitoralismo, o trabalho escravo, as demissões, a falta d´água, de saúde, educação, habitação, o assédio moral, a repressão policial, o machismo, o racismo, o clericalismo, o arrocho salarial, o endividamento da população trabalhadora.


APOIAR AS CANDIDATURAS AUTENTICAMENTE
OPERÁRIAS E COMUNISTAS DA LC

Nas eleições, 100% dos candidatos apresentados pela LC são operários, genuínos trabalhadores estruturalmente vinculados a classe em seus locais de trabalho. Diferentemente da quase totalidade das organizações de esquerda que se reivindica leninistas apenas em palavras, a LC segue as determinações da III Internacional dos tempos de Lenin e Trotsky, que em seu IV Congresso estabeleceu como “regra inviolável” que pelo menos “90% dos candidatos partidários devam ser de trabalhadores comunistas que estejam trabalhando”. Nossos exemplos de verdadeiros comunistas no parlamento são os bolcheviques na IV Duma e de Karl Liebknecht, fundador da Liga Espartaco alemã, no Reichstag.

Nossos candidatos a deputado federal e estadual são, respectivamente, Antonio Junior, metalúrgico, ex-dirigente estudantil no Amazonas, cipeiro em uma fábrica de trens de propriedade de uma multinacional e dirigente da corrente sindical Vanguarda Metalúrgica; e Levi Sotto, operário da construção civil, fundador do PT do bairro da Lapa e do núcleo operário conhecido como PT Catão (da Rua Catão), no início da década de 1980 e ativista do movimento negro.

É nesse sentido que chamamos a tomar como vossas as nossas canditaturas, a organizar a luta no local de trabalho, a votar nos candidatos operários da Liga Comunista, que intervém nas eleições para usá-las como tribuna de agitação a serviço da revolução socialista, em uma campanha muito distinta da campanha pequeno burguesa e social democrata da decomposta “Frente de Esquerda”.

CONTRA O SECTARISMO E O CRETINISMO ABSTENCIONISTA

Não defender candidaturas autenticamente operárias e que fazem agitação pelos interesses imediatos e históricos da população trabalhadora, candidaturas que se opõem a cretinismo parlamentar e eleitoral e ao oportunismo é um ato de sectarismo mesquinho, alijado de uma autêntica alternativa dos trabalhadores.

Não podemos deixar passar em branco o cretinismo abstencionista e antiparlamentar. Como bem denunciou Trotsky (“Espanha, última advertência”). Esta é a política dos agrupamentos que, sob a influência de um típico radicalismo liberal pequeno burguês e do ceticismo, passaram a defender o boicote ou o voto nulo, não como tática diante de uma conjuntura adversa, mas já como princípio para encobrir sua acomodação militante. Isto é coerente com uma militância cada vez mas restrita ao mundo virtual.

Ao contrário destes inúteis para luta do proletariado, a LC, em 2010 e 2012, defendeu o boicote e o voto nulo, respectivamente, mas realizou uma verdadeira campanha de agitação nos bairros e concentrações proletárias, com vendagem de jornais, panfletagens, pichações em muros, estações ferroviárias, reuniões em local de trabalho, etc.

DISPUTAR A CONSCIÊNCIA E CONSTRUIR O PARTIDO

Em 2014, a partir da concessão democrática da legenda do PCO a LC, por meio de seus militantes operários, nossa organização atua nas eleições, para disputar a consciência das massas em favor da construção de uma oposição operária e revolucionária ao governo Dilma ao mesmo tempo em que invocamos a necessidade de combinar esta via de alternativa de poder proletária com a tática da frente única anti-imperialista contra a oposição de direita (Aécio e Marina) e todos seus satélites oportunistas (PSOL e PSTU).

A LC propagandeia o seu programa e faz de suas candidaturas instrumentos da luta das massas, como por exemplo, colocando-as a serviço do combate ao trabalho escravo na construção civil ou pela vitória da campanha salarial dos metalúrgicos de Campinas e região industrial. Buscamos contribuir no limite de nossas forças para a evolução da consciência dos trabalhadores para que adquiriam uma compreensão mais ampla e ousada da luta contra o capital, a partir das suas condições objetivas atuais tendo como objetivo nada menos que a revolução social. Denunciamos o caráter antidemocrático da eleições burguesas e o papel reacionário do parlamento, do Estado e das instituições da classe dominante como a polícia, a justiça e a mídia patronais, visando contribuir para a superação das ilusões eleitorais e constitucionais do conjunto da população explorada e oprimida, no sentido da formação de um partido operário, marxista e revolucionário, seção brasileira da IV Internacional reconstruída, objetivando um governo operário e dos trabalhadores, isto é, a ditadura do proletariado.

Notas relacionadas:

1. PROPAGANDA ELEITORAL DE RADIO E TV DE LEVI