terça-feira, 11 de junho de 2013

CIA - BIG BROTHER

Comprovado: Todos estamos sob vigilância da CIA!
Em defesa incondicional de Snowden!
Pela liberdade imediata de Bradley Mannin!

Em meio a farsa do julgamento e punição exemplar com a pena máxima do império contra Bradley Mannin, o mais proeminente prisioneiro político na história moderna dos Estados Unidos, um ex-funcionário de uma empresa terceirizada pela CIA, a NSA (National Security Agency), Edward Joseph Snowden, reivindicou ser a fonte do maior vazamentos de informações secretas da política de Estado imperial dos EUA depois do vazamento realizado por Mannin. Snowden denunciou que sob o governo Obama, a CIA controla de forma sistemática toda a rede de informações do planeta. Não se trata bem de uma novidade, mas de uma suspeita que todo mundo tinha mas que a própria opinião pública imperialista tratava de atenuar alegando tratar-se de mera “teoria da conspiração”.

As informações revelam um programa de espionagem que abrange as conversas telefônicas de todo os EUA bem como de toda a internet do planeta com a colaboração da Microsoft, Yahoo, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube, Apple. Isto vai muito além do Patriot Act de Bush e reforça de sobremaneira as tendências fascistas do regime imperialista.

Para espanto de parte da sociedade estadunidense, Snowden deixou claro que tal controle não se restringe aos inimigos do império ianque. Segundo ele “ Nós coletamos mais comunicações digitais da América do que fazemos dos russos." e tal coleta abrange nada menos que todas as pessoas que usam telefone e internet. A denúncia fez com que imediatamente a carapuça de Bush caísse mais uma vez sobre Obama que tratou de justificar com o mesmo cinismo a política de segurança nacional global do império: "Não podemos ter 100% de segurança com 100% de privacidade e sem nenhum inconveniente".

Na verdade, por trás de sua cara de bom moço e da imagem de imperador negro que veio de baixo, as políticas repressivas de Obama já ultrapassaram muito a gestão Bush em perversão, tortura, execuções através da manutenção de Guantánamo, ataques por drones, pela ação dos mercenários patrocinados pela Casa Branca na Líbia e na Síria, etc.

No dia 20 de maio Snowden tirou férias, viajou para Hong Kong e de lá vazou as informações que dispunha para os jornais The Guardin e Washington Post, ele assumiu ter sido o “garganta profunda”[1] desta vez, provavelmente para proteger-se, evitando correr o risco de ser desaparecido misteriosamente quando a CIA o descobrisse e antes mesmo que o mundo soubesse sua identidade. "Eu não tenho nenhuma intenção de esconder quem eu sou, porque eu sei que eu não fiz nada de errado", disse ele ao The Guardian. Snowden vai entrar para a história como um dos denunciantes mais conseqüentes da América, ao lado de Daniel Ellsberg e Bradley Manning. Ele é responsável por entregar o material de uma das organizações mais secretas do mundo - a NSA. Todos os Estados da Europa e inclusive a grande economia alemã e suas multinacionais concorrentes das dos EUA tem sido alvo da espionagem estadunidense através de um programa da NSA conhecido como Informant Boundless.

"A NSA visa especificamente às comunicações de todos... eu sentado na minha mesa, certamente, tinha a autoridade para grampear qualquer pessoa, você ou seu contador, a um juiz federal ou mesmo ao presidente, bastava ter seu e-mail pessoal... Eu não quero viver numa sociedade que faz este tipo de coisas. Eu não quero viver em um mundo onde tudo o que fazemos e dizemos é registrado. Isso não é algo que eu estou disposto a apoiar ou suportar".

Questionado na entrevista realizada durante vários dias aos repórteres do The Guardian, Glenn Greenwald e Ewen MacAskill, em Hong Kong. sobre a possibilidade de eficazes medidas preventivas contra essa vigilância como antivírus e etc., Snowden respondeu: "Você nem sequer estão conscientes do que é possível. A extensão de sua capacidade [do Informant Boundless] é horrível. Podemos plantar bugs [erros] em suas máquinas. Uma vez que você esteja na internet, eu posso identificar sua máquina, seu computador. Você nunca vai estar seguro com qualquer proteções que você use."

Os repórteres perguntam: “Você acha que o que você fez é um crime?” Ele responde: "Nós vimos criminalidade suficiente por parte do governo, seria muito hipócrita fazer esta acusação contra mim”. “O que você acha que vai acontecer com você?”. Resposta: "Nada de bom... Meu medo principal é que eles vão cair em cima de minha família, meus amigos, minha namorada, em quem quer que se relacione comigo... Eu vou ter que viver com isso para o resto da minha vida. Eu não vou ser capaz de se comunicar com eles. Eles [as autoridades] vão agir agressivamente contra qualquer um que me conhece. Isso não me deixa mais dormir à noite."

Também não se pode descartar que Snowden tenha vendido sua denúncia à China em meio a guerra cibernética entre China e EUA. As revelações de Snowden desmoralizam por completo a acusação dos EUA contra a China. Afinal o que é bisbilhotar o Pentágono, como Obama acusa a China, diante da bisbilhotagem contra todo o planeta realizada por Obama? Se nossa suspeita se confirma, trata-se de um duro golpe chinês na guerra cibernética. Todavia, um golpe muito mais estratégico está em andamento. Nos próximos meses a China poderá alcançar o controle dos satélites em órbita da Terra se consolida seu programa espacial de domínio da rota Terra-Lua. Por isto, não nos causa estranheza que Snowden tenha fugido para Hong Kong.

Imediatamente a própria mídia burguesa para a qual Snowden revelou a denúncia, tratou de tomar distância do denunciante e o Washington Post apresentou uma pesquisa de que supostamente 56% dos estadunidenses concordam em serem espionados. Reeditando a máxima de que um povo que oprime outro forja suas próprias cadeias, o denunciante da NSA declara: “Originalmente a NSA recolhia informações de inteligência apenas no exterior, mas agora, cada vez mais, isso acontece domesticamente” (G1, 10/06/2013) e ele justifica seu ato dizendo “que fez as revelações porque o povo americano precisa decidir se apóia ou não a espionagem que é feita dentro do próprio país. ‘Meu maior medo é que nada mude’” (idem).

Snowden é um mercenário que traiu seus contratantes. Roma só pactuou a paz con Cartago quando a solidariedade de classe internacional da civilização escravista se impôs como uma necessidade prioritária para conter a “revolução dos mercenários em Cartago". Em carta a Engels em 25 de de Setembro de 1857, Marx assinala que, em sua origem, o salário (do latim salarium, o pagamento em sal como equivalente geral) foi pago aos exércitos mercenários cartagineses. Não por coincidência a função pró-imperialista que a Al Qaeda cumpriu na Guerra contra a URSS no Afeganistão (década de 1980), na Líbia (2011) e cumpre agora na Síria entra em contradição com a luta que travou na década de 10 do século atual e ainda trava no Afeganistão e sua atual luta contra o imperialismo no Mali. Pela enésima vez a história comprova, um mercenário também pode entrar em contradição com quem lhe paga.

Como já apontamos em "NOVAS TECNOLOGIAS MILITARES E LUTA DE CLASSES", por sobre a mais poderosa máquina de espionagem planetária já criada, seguem imponentes as leis da luta de classes! Antes do momento que o proletariado do planeta, incluindo e principalmente o próprio proletariado dos EUA, se levante para acertar contas definitivas com o império capitalista, as contradições da luta de classes aplicam golpes nos opressores a nosso favor, golpes que nos revelam como age o inimigo, como defender-se, como resistir. Contradições como esta também revelam sintomaticamente a decrepitude do imperialismo, desmascaram-no para as massas de forma cada vez mais ampla. São contradições que só encontrarão solução progressiva nas mãos do proletariado organizado em seu partido político, o partido da revolução socialista mundial!
Os revolucionários de todo mundo devem defender incondicionalmente a Snowden, seus familiares e amigos contra toda e qualquer perseguição estatal imperial e reivindicar a libertação imediata e incondicional de Bradley Manning, preso político da guerra de classes do século XXI.

[1] "Garganta funda (Deep throat em inglês e Garganta Profunda no Brasil) foi o nome de código pelo qual ficou conhecido um informante que deu as informações aos jornalistas do Washington Post que desmascararam o plano do presidente Richard Nixon para destruir os rivais do Partido Democrata, e que ficou conhecido como Caso Watergate, que levou à queda de Nixon. Só em 31 de maio de 2005 é que Garganta Profunda decidiu se revelar ao mundo, por meio de um artigo de revista. Ficou-se sabendo que era W. Mark Felt, Vice-diretor (‘número dois’) do FBI na década de 1970. Mark faleceu no dia 19 de Dezembro de 2008 com 94 anos." http://pt.wikipedia.org/wiki/Deep_Throat_(Watergate)