terça-feira, 6 de setembro de 2011

NASCE A FOLHA DO TRABALHADOR

Novo boletim de agitação proletária da Liga Comunista
Primeira página do Folha do Trabalhador
A Liga Comunista lança uma nova publicação, a Folha do Trabalhador. Será um boletim feito por trabalhadores de vanguarda e avançados, principalmente para a agitação entre a juventude trabalhadora e os proletários médios, a fim de elevar o nível de compreensão política de nossa classe.
A princípio, a Folha do Trabalhador abordará os problemas imediatos da agitação, crônicas do movimento operário na cidade de Guarulhos, vinculando cada problema estreito e local às necessidades da luta de toda a classe trabalhadora pela revolução socialista. A nossa Folha será menor em quantidade de páginas, mas de maior tiragem e mais regular que “O Bolchevique”, que ficará dedicado a propaganda e a análises mais densas da realidade política.
O jornal não tem preço de capa, mas será mantido através da contribuição voluntária dos próprios leitores, tanto do ponto de vista financeiro quanto em informes para a preparação dos artigos. Como se define em sua página inicial:


“A Folha do Trabalhador é uma publicação impulsionada pela Liga Comunista, por trabalhadores e estudantes independentes dos patrões e dos governos patronais. A Folha do Trabalhador não é apartidária, está a serviço da construção do Partido Revolucionário dos Trabalhadores, um instrumento de luta que ainda não existe e que é vital para a nossa vitória estratégica. Colabore conosco espontaneamente com o que puder”.

Neste primeiro número, impresso hoje, 06 de setembro de 2011, estão incluídos os seguintes artigos:

7 DE SETEMBRO
Só a revolução socialista trará a verdadeira independência nacional!
• As multinacionais nunca enviaram tanto dinheiro para suas matrizes como agora • A riqueza dos patrões é alimentada com a pobreza dos trabalhadores imposta pelo governo patronal • + miséria + repressão + corrupção • Por uma revolução agrária que liberte as forças produtivas no campo • Em defesa da Revolução Permanente

A importância econômica dos condutores e a luta pela independência política da nossa classe em relação aos patrões
• Jogo de cena e pelegagem • Gangsterismo sindical: “bate-paus” do Sincoverg agridem chapa de oposição • Juntos, 12.000 condutores possuem uma força enorme

Estudantes e trabalhadores unidos contra a exploração dos patrões e por um transporte estatal, gratuito e de qualidade, controlado por quem nele trabalha e pelos usuários!

Sincoverg e SEISA, unidos contra os trabalhadores

UNIFESP - Guarulhos
Pela unificação da luta dos estudantes e professores com a greve dos Técnicos-Administrativos!

Metalúrgicos/Guarulhos: Construir a greve na CEL-Europa!

Caos na saúde pública = lucro dos convênios médicos!

Saudação internacionalista dos condutores socialistas da Grã Bretanha ao nascimento da Folha do Trabalhador

Fora o imperialismo e seus mercenários da Líbia!

O que são classes sociais ?
---------------------------------------------------------------------


7 de setembro
Só a revolução socialista trará a verdadeira independência nacional!
do FdT1

Por trás dos discursos enaltecedores da tal “independência” do Brasil o que se esconde é o fato do país jamais ter sido um país independente. Pelo contrário, nunca fomos tão colonizados como agora.

Passados 189 anos da falaciosa independência, perpetuam-se as relações de opressão sobre o povo trabalhador, agora sob a cobertura dos governos da frente popular, os maiores colaboradores do saque imperialista ao país.

O Brasil passa por um acelerado processo de desindustrialização de sua economia, aprofundando cada vez mais sua condição de exportador de produtos primários (predominantemente agrícolas) como era em 1822.

Atualmente, o governo da frente popular com Dilma como seu representante, para agradar seus amos imperialistas vem dilapidando todo patrimônio nacional através das privatizações, entregando de bandeja para os bandidos capitalistas, setores estratégicos de nossa economia e de defesa nacional como portos, aeroportos, correios, Petrobras e etc. e bancando via BNDES, o completo domínio do capital estrangeiro sobre o país. Setores como construção, farmacêutica, transportes, telecomunicações, agronegócio, etanol e supermercado-varejista se encontram totalmente dominados pelo capital estrangeiro.

Os supermercados-varejista, por exemplo, que definem o preço dos alimentos e dos eletrodomésticos vendidos para os trabalhadores, são controlados praticamente por duas multinacionais como o Casino da França, que controla o Grupo Pão de Açúcar, que adquiriu o Extra, Sendas, Assai Atacadista, Compre Bem e Casas Bahia, e o Wal Mart, uma das maiores empresas do mundo, que vem expandindo seus tentáculos no Brasil. Sendo assim, apesar do Brasil ser um exportador de produtos agrícolas, a população paga caro pelo que come, pois os preços são determinados por um monopólio capitalista.

AS MULTINACIONAIS NUNCA ENVIARAM TANTO DINHEIRO PARA SUAS MATRIZES COMO AGORA

As remessas de lucros e dividendos das filiais das multinacionais instaladas aqui para suas matrizes no exterior no primeiro semestre deste ano foi de US$ 18,768 bilhões, valor recorde desde 1947. Em outras palavras, as multinacionais nunca transferiram tanto dinheiro fabricado no Brasil para suas matrizes nos países imperialistas como agora.

Já as matrizes das indústrias automobilísticas instaladas no Brasil, receberam só no primeiro quadrimestre do governo Dilma, remessas superiores a US$ 2,2 bilhões, ou seja, nada menos que 238% a mais do que o mesmo período de 2010. De acordo com as previsões do Banco Central, em 2011, as remessas ao exterior vão atingir a cifra de US$ 37 bilhões ante os US$ 30,4 bilhões de 2010.

A RIQUEZA DOS PATRÕES É ALIMENTADA COM A POBREZA DOS TRABALHADORES IMPOSTA PELO GOVERNO PATRONAL

Para que isto seja assim para as multinacionais, banqueiros e empresários, o salário mínimo do país tem que ser um dos menores do mundo. E quem já aposentou precisa ganhar menos ainda. Por isto, o governo vetou o reajuste real das aposentadorias com valor superior ao salário mínimo para 2012.

Além disso, Dilma começou seu mandato fazendo o maior corte de gastos públicos da história brasileira: R$ 50 bilhões, e irá cortar mais R$ 14 bilhões do orçamento. Estes dois cortes já somam quase R$ 60 bilhões, e são uma forma mascarada de aplicar o plano de austeridade fiscal como na Europa, fazendo com que os trabalhadores paguem todo o custo de mais uma crise capitalista de grandes proporções que já atinge o país, e ao mesmo tempo proporcione condições ideais de acumulação do capital imperialista à custa de maiores sacrifícios do proletariado brasileiro que vê os serviços básicos de saúde e educação cada vez mais precarizados (ler matéria, “Caos na saúde pública” nesta edição do FdT), como analisamos na edição de número 05 de O Bolchevique, jornal da Liga Comunista.

+ MISÉRIA + REPRESSÃO + CORRUPÇÃO

É importante ressaltar que o governo Dilma - governo composto pela maior coalizão de partidos burgueses da história do Brasil -  conseguiu implementar um conjunto de ataques aos trabalhadores que nem sequer os militares, com os tanques nas ruas, aplicaram. Isto não quer dizer que o governo atual não se utilize também da repressão contra as classes trabalhadoras. As milícias e as UPPs, por exemplo, postas em prática no Rio de Janeiro, servem para ocupar os bairros dos trabalhadores para amedrontá-los desde sua casa. Há também a criminalização dos movimentos sociais e das lutas dos trabalhadores.

Praticamente, todos os partidos burgueses estão dentro do governo. Todo mundo sabe que eles estão lá para roubar o máximo possível dos cofres do Estado para beneficiar sua quadrilha. Os ajustes orçamentários determinados pela crise econômica fazem com que Dilma reduza as verbas públicas para saúde, educação e transporte e também que aumente a disputa entre os partidos governistas pelo restante do orçamento. Por isto, todo dia tem um novo escândalo de corrupção em algum setor do governo Dilma.

Aproveitando-se das expectativas populares com a Copa do Mundo de Futebol e com as Olimpíadas as grandes máfias capitalistas assaltam mais ainda os cofres do Estado. Para os empreendimentos da copa do mundo e olimpíadas, institucionalizou-se os despejos em massa e a corrupção, principalmente com as flexibilizações para os contratos de licitações das obras de estádios e a venda dos aeroportos.

A “vantagem” dos governos do PT é que estas medidas completamente impopulares só podem ser realizadas devido a política vergonhosa de colaboração de classes práticada pelos partidos “de esquerda” e pela burocracia sindical, através das centrais sindicais governistas (CUT, CTB, Força Sindical, Nova Central e etc.) que recebem apoio crítico da Conlutas e Intersindical, manietando em conjunto a classe operária e tornando suas instituições de luta (sindicatos, associações, centrais) completamente submissas aos interesses da burguesia e do imperialismo.

POR UMA REVOLUÇÃO AGRÁRIA QUE LIBERTE AS FORÇAS PRODUTIVAS NO CAMPO

Outro prova que deixa bem clara a condição de semi-colônia do país é a relação entre o latifúndio dominado pelo capital estrangeiro e o Estado, através do governo Dilma. O latifúndio, rebatizado nos últimos anos de “agronegócio”, realiza uma verdadeira caçada aos camponeses pobres combativos para assegurar a injusta divisão de terras. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2010 houve 1.186 conflitos no campo brasileiro. Só na região nordeste, os conflitos passaram de 320 em 2009, para 440 em 2010, um aumento absurdo de 37,5%. Com relação aos assassinatos, em 2010 houve 34 mortes contra 26 em 2009, ou seja, um aumento de 30%. Durante o governo Lula, ocorreram 289 assassinatos a mais de camponeses pelos latifundiários e seus capangas do que no governo de FHC, mostrando a verdadeira política de extermínio da burguesia e do latifúndio, apoiados pelo Estado burguês, contra o movimento camponês de luta.

A concentração da terra no país, bem como sua estrutura agrária, mostra claramente o papel que o Brasil cumpre na divisão mundial do trabalho, o de mero exportador de commodities.

Segundo dados do INCRA, 1% de grandes fazendeiros detentores de imensas áreas rurais, controlam 55% de todo espaço agrícola brasileiro, enquanto 60% dos pequenos imóveis ocupam apenas 7,8% deste espaço, significando que ao contrário do discurso demagógico dos apoiadores do governo pró-imperialista do PT, o latifúndio longe de desaparecer, vem se fortalecendo sob os cadáveres dos camponeses pobres, com total cumplicidade da direção oportunista e traidora do MST, braço do INCRA e do governo assassino de Dilma no movimento camponês, que ficou patente com a declaração feita pelo dirigente do MST, João Pedro Stédile, em 2010 ao jornal porta voz do latifúndio gaúcho, “Zero Hora” de Porto Alegre, dizendo entre outras coisas “que a ocupação de terras não interessa mais”.

O MST, de movimento combativo dos trabalhadores rurais, vem se tornando através de sua direção vendida, uma organização cada vez mais domesticada, jogando na sarjeta todo respaldo político adquirido com muita luta e sangue dos trabalhadores rurais, em troca de um “prato de lentilhas” na participação da administração do Estado burguês, inimigo de uma profunda transformação agrária.

Basta olharmos o conjunto de políticas levado a cabo pelo governo do PT, que causarão graves impactos sociais, ambientais, como a transposição do Rio São Francisco; que favorecerá a grande especulação da terra na região, os grandes fazendeiros pecuaristas e as empreiteiras; a construção da usina de Belo Monte, passando por cima dos interesses históricos das comunidades indígenas locais, bem como ignorando estudos científicos que comprovam o estrondoso impacto que esta obra causará na flora e fauna da região; a aprovação do novo código florestal, que favorecerá e muito o latifúndio, anistiando seus crimes ambientais e liberando os futuros desmatamentos, onde o MST através de seu silêncio, presta um inestimável serviço tanto ao governo semi-colonial de Dilma, como ao latifúndio e ao imperialismo.

O único meio de transformar as relações arcaicas de produção no campo, bem como a liberalização das forças produtivas dos grilhões em que esta se encontra na sociedade capitalista, é a revolução agrária dos camponeses pobres armados com comitês de auto-defesa, em aliança com o proletariado, liquidando com toda a praga do latifúndio assassino no campo, e expropriando toda grande propriedade sem indenização.

EM DEFESA DA REVOLUÇÃO PERMANENTE

Ao contrário das ilusões das correntes pequeno burguesas como o PSTU, que defende a falsa idéia de uma segunda independência através de uma “revolução democrática” burguesa, acreditamos que esta tarefa histórica só pode ser realizada através do programa marxista para a libertação nacional: A Teoria da Revolução Permanente, desenvolvida pelo revolucionário russo Leon Trotsky, que prova cientificamente como na Rússia em 1917, que nos países coloniais e semi-coloniais, esta tarefa só pode ser alcançada através da ditadura revolucionária do proletariado apoiado no campesinato pobre em direção ao socialismo, eliminando por fim a sociedade de classes. Acreditamos que esta é a tarefa central de todo comunista revolucionário.

Assim, neste momento de extrema decadência imperialista, onde nunca esteve tão atual as alternativas socialismo ou barbárie, coloca-se na ordem do dia a necessidade urgente da criação do único organismo do proletariado capaz de conduzi-lo à libertação e independência nacionais, em direção ao socialismo, o partido Bolchevique-Leninista brasileiro, junto a reconstrução da Quarta Internacional.