segunda-feira, 30 de maio de 2011

ELEIÇÃO PARA REITOR DA UFMA 31 DE MAIO DE 2011

Nestas eleições para Reitor nós não vamos apoiar a continuidade de uma ditadura contra nós mesmos
panfleto distribuído na Universidade Federal do Maranhão - UFMA

Nos Conselhos de Centro e Colegiados, nossa representatividade é irrisória; nos Conselhos Superiores, somos representados pelo DCE e SINTEMA - o que dizer quando vemos nossas entidades representativas, dirigidas pelo PCdoB, de braços dados com a Administração Superior apoiando a continuidade de tudo o que está aí? Nossos votos valem muito menos do que os votos dos professores nas eleições para Reitor...


Nossas vozes não são ouvidas, nossos problemas são silenciados pela voz oficial da “democratização de acesso ao Ensino Superior”. No entanto a condição elementar da democracia formal de que cada homem tem direito a um voto, estabelecida na revolução francesa, há mais de 200 anos, ainda não chegou à universidade, não chegou à UFMA. O voto dos trabalhadores técnico-administrativos e estudantes valem menos do que o dos professores dentro da UFMA. Os terceirizados sequer têm direito a voto. O que pensamos vale menos? Nós valemos menos? E ainda querem nos coagir a nos fantasiar vestindo a camisa de apoiadores do candidato à reeleição da UFMA como se fôssemos palhaços?

Duvidamos que a UFMA conseguisse funcionar um dia sequer sem o trabalho dos técnico-administrativos que, na hora de decidir sobre os rumos da universidade, são desprezados por uma consulta que só serve para legitimar a continuidade desta ditadura sobre nós. A ‘democracia’ na Universidade, na verdade, parou no tempo, está atrasada há séculos. Ao contrário da exaltação à liberdade e à democracia que se finge nos gabinetes, auditórios e salas de aula, a UFMA permanece sendo um dos setores mais antiquados e antidemocráticos da sociedade. Nós sentimos isto na pele, na humilhação diária que sofremos sob o tacão desses democratas. A Universidade parou na Idade Média, tempo em que foi criada, por esta razão permanece dividida em estamentos: (1) o Magnífico REItor com seu clero de Pró-Reitores, (2) a nobreza das chefias, (3) os professores, alunos e funcionários servos e (4) os vassalos terceirizados.

Nos recusamos a participar das eleições para Reitor, já que nunca haverá candidato democrático enquanto a estrutura universitária for antidemocrática, monárquica, feudal. Fazemos ressoar em nossas palavras as vozes de tantos estudantes e trabalhadores de todas as Universidades públicas do país que são conscientes de que esta não é a Universidade pública que queremos. Esta é a universidade que querem Dilma, Roseana Sarney, as empreiteiras, os donos das empresas terceirizadoras e os partidos patronais que os apoiam. Esta instituição dividida em castas, feudal, das magnificências, das vestes talares que ostentam poder enquanto servos e vassalos estão nas bases sustentando os pilares da academia.

Como nenhuma das candidaturas que se apresentam nestas eleições para Reitor se compromete com uma luta pela mudança profunda nas atuais relações de trabalho e de governo na UFMA, como a vitória de qualquer uma delas significará apenas a continuidade da opressão, sufoco, excesso de trabalho e humilhações que sofremos, não vamos dar nosso voto a nenhuma delas. Anularemos nossos votos ou nem vamos votar. Defendemos a soberania da assembleia de toda a comunidade universitária sobre todos os outros poderes constituídos na universidade. Defendemos que a universidade seja gerida pelos três setores que a compõem, estudantes, professores e funcionários. Só assim quem trabalha e quem estuda poderá governar a universidade de forma democrática.

Estudantes e Trabalhadores de Base da UFMA