sábado, 30 de abril de 2011

SUMÁRIO E EDITORIAL DO BOLCHEVIQUE #4

SUMÁRIO DO JORNAL O BOLCHEVIQUE #4 ABRIL-MAIO DE 2011


EDITORIAL:
Construir o partido revolucionário, reconquistar o primeiro de maio para a classe trabalhadora!


DECLARAÇÃO AOS TRABALHADORES DO MUNDO E À SUA VANGUARDA INTERNACIONALISTA Socialist Fight (Grã-Bretanha) - Liga Comunista (Brasil) - Revolutionary Marxist Group (África do Sul)
Em defesa incondicional da Líbia contra o imperialismo! Frente Única Militar com Gadafi para derrotar a OTAN e os “rebeldes” armados pela CIA! Nenhuma confiança no governo de Trípoli! Somente pelo armamento de todo o povo e pela revolução permanente nós poderemos vencer esta luta!


A CIA NA LIBIA:
O caráter contrarrevolucionário dos 'rebeldes' de Bengasi
OS “REBELDES” NÃO NASCERAM ONTEM • “REVOLUCIONÁRIOS” CUJA VITÓRIA DEPENDE INTEIRAMENTE DA AÇÃO DO IMPERIALISMO • “REBELDES” RACISTAS, XENÓFOBOS E ANTIOPERÁRIOS • OS CRIMES DOS EUA E DA UE NA LÍBIA • DERROTAR O GOLPISMO IMPERIALISTA E AVANÇAR CONTRA O DECRÉPITO REGIME DE GADAFI RUMO À REVOLUÇÃO PROLETÁRIA


DA “OPERAÇÃO AJAX” À “ODISSEIA DO AMANHECER”:
O “know how” golpista de 1953, turbinado em 2011
O GOLPISMO MADE IN CIA COMO AGENTE CONSCIENTE DE LEVANTES INCONSCIENTES DE MASSA RESTAUROU O CAPITALISMO NO LESTE EUROPEU E NA URSS • CONTRARREVOLUÇÃO ETAPISTA • OS GOLPES MILITARES “VERSÃO 2000” NA AMERICA LATINA E NO ORIENTE MÉDIO • OS REVISIONISTAS APOIAM POLITICAMENTE O COMPLÔ DA CIA CONTRA A LIBIA


ESPECIAL ÁFRICA DO NORTE E ORIENTE MÉDIO 4/4 (ATUALIZADO)
SU, CMI, L5I, LIT, PO, FT, FLTI:
Finalmente as ‘Internacionais’ revisionistas se ‘reunificam’ em Bengasi
PABLO, O PRIMEIRO LIQUIDACIONISTA DO TROTSKISMO • SECRETARIADO UNIFICADO • ACORDO INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES (LAMBERTISMO) • CORRENTE MARXISTA INTERNACIONAL • LIGA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES • UNIDADE INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES • LIGA PELA 5A INTERNACIONAL • PARTIDO OBRERO • PARTIDO DA CAUSA OPERÁRIA • FRAÇÃO TROTSKISTA • FRAÇÃO LENINISTA TROTSKISTA INTERNACIONAL • MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO • LORISMO (PARTIDO OPERÁRIO REVOLUCIONÁRIO) • PARTIDO OPERÁRIO MARXISTA  • ESPARTAQUISTAS (LCI, TBI, IG) • COLETIVO LENIN • DO CONCILIACIONISMO PRÓ-IMPERIALISTA AO CONCILIACIONISMO PRÓ-NACIONALISTA • WORKERS REVOLUTIONARY PARTY • LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA • OS REBELDES CONTRARREVOLUCIONÁRIOS SÃO O ARÍETES DA RECOLONIZAÇÃO IMPERIALISTA


O REVISIONISMO DA CMI:
Liga Comunista combate posições de Alan Woods e da CMI na USP
SOBRE A CMI E A EMPT • O MITO DA “INSURREIÇÃO POPULAR” NA LÍBIA • CMI E EMPT SÃO CRIAÇÕES DO DOMESTICADO “TROTSKISMO” LABORISTA E PETISTA • POR TRÁS DO “NÃO À INTERVENÇÃO IMPERIALISTA”, 100% DE APOIO AOS GOLPISTAS QUE REIVINDICAM A INTERVENÇÃO DA OTAN


Campanha de assinaturas dO Bolchevique


CONTRA-ATO DE COMBATE AOS NEONAZISTAS DE JAIR BOLSONARO:
Construir a Frente Única Anti-fascista!


INFORME DA FÁBRICA:
Conhecer o proletariado para solidificar nossas teorias e construir o partido revolucionário dos trabalhadores
A ALTÍSSIMA PRODUTIVIDADE DÁ A MEDIDA DA ESPETACULAR MAIS-VALIA • A LUTA DE CLASSES PELO TEMPO • ESFORÇO REPETITIVO E POLUIÇÃO SONORA • APRENDER PARA SUPERAR A ERA LULISTA E CONSTRUIR O PARTIDO TROTSKISTA DO PROLETARIADO


PRIMEIRAS REVOLTAS CONTRA A SUPEREXPLORAÇÃO NAS OBRAS DO PAC:
Organizar a luta nacional do proletariado contra as empreiteiras e o governo Dilma!
A CSP-CONLUTAS E O PROLETARIADO DA CONSTRUÇÃO CIVIL


CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO DA USP:
No “lixo de Rodas” não dá para trabalhar nem estudar. Construir a Greve Geral na USP! Pelo pagamento direto da universidade para as trabalhadoras, pela efetivação imediata!
GREVE GERAL CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO ESCRAVAGISTA!

CARTA ABERTA À COMUNIDADE ACADÊMICA DA UFMA
Documento escrito pelos Trabalhadores em Educação do Centro de Ciências Humanas/UFMA, apresentado em Assembléia Sindical, e divulgado amplamente para toda a comunidade acadêmica da UFMA. Um basta às relações pautadas em um regime de castas arraigado na estrutura da Universidade Pública.

Moção de apoio dos Trabalhadores de Base da UFMA à luta dos trabalhadores efetivos e terceirizados da USP


BRASIL 1964 - LÍBIA 2011:
Liquidar toda a máquina de guerra repressiva contra a população trabalhadora, aprimorada desde a ditadura militar e em pleno funcionamento contra nossas lutas hoje!
O “FORA JANGO!” DO EX-TROTSKISTA DE ONTEM E O “FORA GADAFI!” DOS PSEUDO-TROTSKISTAS DE HOJE • DE SARNEY A DILMA, A DITADURA “DEMOCRATIZADA


DECLARAÇÃO DA LC AO ATO CONTRA A PRESENÇA DE OBAMA NO BRASIL:
Fora Obama da Líbia, Brasil, Afeganistão, Iraque e Haiti! Liberdade imediata para todos os presos políticos da manifestação do dia 18/03 encarcerados por Dilma e Cabral!


DECLARAÇÃO DA FRENTE ÚNICA CONTRA A PRESENÇA DE OBAMA NO BRASIL:
Vamos caminhar hoje até onde pudermos contra Obama e o Imperialismo!


“FORA OBAMA!” NO RIO EM 20/03:
Protesto na Cinelândia (Rio de Janeiro) rompe barreira política imposta pelas burocracias dirigentes da CUT, MST, CTB e CSP-Conlutas ao "Fora Obama!”
“PARA NOSSOS PRESOS LIBERTAR, É PRECISO AVANÇAR!” • APESAR DOS PELEGOS, “YES, WE CAN!” PROTESTAR CONTRA OBAMA!


EDITORIAL
Construir o partido revolucionário, reconquistar o primeiro de maio para a classe trabalhadora!

Os motivos pelos quais lutaram e foram executados os operários mártires de Chicago, a luta pela jornada de 8h de trabalho e contra a exploração capitalista, são mais vigentes do que nunca. Depois da crise econômica mundial os trabalhadores vêm sendo obrigados a trabalhar mais por menores salários e menos direitos. O capitalismo dá um salto para trás nas relações de trabalho e, consequentemente, em todas as demais relações sociais. Uma imensa massa é sujeita a abrir mão de todas as conquistas trabalhistas obtidas desde os mártires de Chicago até os nossos dias, como vi­mos nas obras do PAC, nas novas contratações em qualquer local de trabalho, entre a juventude teleoperadora, através da terceirização. Vale destacar, que esta última modalidade de superexploração, onde a burguesia e patrões subcontratadores da força de trabalho lucram mais com o não pagamento de direitos elementares, é nada mais do que a institucionalização dos “gatos”, tão oportunos para potencializar o crescimento do país de Collor a Dilma.

O mesmo saque impiedoso dos trabalhadores pelas classes dominantes, vemos hoje em todo planeta, mas particularmente na África e no Oriente Médio. Contando com o apoio direto ou com a passividade de todos os governos burgueses do planeta, os EUA, através da OTAN e apoiado militarmente pela França e Inglaterra, faz da Líbia um novo Afeganistão ou Iraque. Um diferencial importante neste conflito é que Obama conseguiu dividir a “Velha Europa”, que resistia a recolonização à la Bush, e arrastou Sarkozy para o ser seu testa-de-ferro na coalizão. Isto possibilitará à França imperialista, ter como recompensa o aumento da cota de petróleo líbio, e a Obama, diminuir o custo político da aventura militar, aumentando mais ainda sua cota também.

Apesar da crise mundial provocar um acirramento das disputas interimperialistas, mais protecionismo comercial e maior disputa de domínios, Obama logrou contra a Líbia uma frente mais ampla do que a que Bush articulou contra o Iraque. Tão ampla, que graças à capitalização imperialista dos levantes populares árabes, a propaganda de guerra “humanitária” e um teatro de insurreição em Bengasi, conseguiu a adesão de grande parte das correntes de esquerda, que foram às ruas contra a ocupação do Iraque, atrás do slogan “Fora Gadafi!”. Para ficar em paz com suas consciências pequeno-burguesas, os revisionistas usam como álibi uma declaração protocolar de que são contra a intervenção militar imperialista. Mas, tirando esta fachada, quase todos aderiram com vuvuzelas e tudo mais a “revolução líbia”, completamente fabricada pela CIA (ver nesta edição artigos “A CIA na Líbia” e “Da ‘Operação Ajax’ à ‘Odisséia do Amanhecer”). O neocolonialismo desenvolveu um ‘know how’ bastante trivial voltado à enganar a opinião pública e tomar o controle das nações oprimidas. São facilmente identificáveis as digitais da CIA tanto na conspiração imperialista que instituiu a ditadura militar no Brasil, precedidas das “massas nas ruas” nas “marchas com Deus pela família e a propriedade” quanto no que assistimos na Líbia ou na Síria hoje (ver “Brasil 1964 – Líbia 2011”).

Como demonstramos, os marxistas, defensores da estratégia proletária e revolucionária contra o imperialismo, têm uma política diametralmente oposta à dos apoiadores dos “revolucionários” de Bengasi, e os denunciamos em um rigoroso combate literal (“SU, CMI, L5I, LIT, PO, FT, FLTI”: Finalmente as internacionais revisionistas se reunificam em Bengasi”) e também pessoalmente (“Liga Comunista combate posições de Alan Woods e da CMI na USP”). Isto também deve existir em ações práticas e não sectárias como a de constituir uma frente única com distintas organizações políticas para construir um protesto contra a presença de Obama no Brasil, rompendo com a disciplina imposta pela burocracia sindical do governo anfitrião do imperador (CUT, MST) e seus satélites (CSP-Conlutas), como demonstramos no balanço que fizemos desta atividade na quarta capa deste O Bolchevique (ver “Protesto na Cinelândia rompe barreira política imposta pela burocracia sindical dirigente da CUT, MST, CTB e CSP-Conlutas ao ‘Fora Obama!’”), até a publicação de uma declaração internacional “Declaração aos trabalhadores do mundo e à sua vanguarda internacionalista da LC do Brasil, Socialist Fight da Grã-Bretanha e Revolutionary Marxist Group da África do Sul” que reproduzimos nesta quarta edição dO Bolchevique.

Assumimos estas posições principistas diante do principal conflito do cenário mundial hoje, ao mesmo tempo em que ao lado de outras organizações políticas e militantes enfrentamos a crescente reação da direita. Animados com a política nacional do PT, de desmoralização das lutas sociais, e com o aumento da repressão sobre os trabalhadores promovido pelos governos estadual e municipal paulistas, os neonazistas voltam a levantar a cabeça no país, a ponto de realizar um ato público armado na Avenida Paulista, no mesmo local aonde os neonazistas vêm realizando impunemente ataques criminosos a gays (ver “Contra-ato de combate ao ato de apoio ao anticomunista, homofóbico e racista deputado Jair Bolsonaro: Construir a Frente Única Anti-fascista!”). Cerrar fileiras para cortar as asinhas da reação é uma obrigação de todo aquele que diz defender os negros, nordestinos, mulheres e homossexuais, e mais ainda dos trotskistas, que sabem honrar a tradição da LCI de 1934.

Todavia, não é possível ser revolucionário e abrir mão de fusionar o programa marxista com a classe trabalhadora. Prognosticamos que o aprofundamento do chamado “crescimento nacional”, baseado no brutal aumento da exploração dos trabalhadores (ver “Primeiras revoltas contra a superexploração nas obras do PAC : Organizar a luta nacional do proletariado contra as empreiteiras e o governo Dilma”), vai resultar em várias revoltas de Jirau. Nas assembleias estudantis da USP apoiamos a luta das trabalhadoras terceirizadas (“No ‘lixo de Rodas’ não dá para trabalhar nem estudar. Construir a Greve Geral na USP! Pelo pagamento direto da universidade para as trabalhadoras, pela efetivação imediata!”). Simultanemente desenvolvemos no Nordeste uma militância de base entre os trabalhadores da Universi­dade Federal do Maranhão que passam por condições similares de humilhações no trabalho (“Carta aberta à comunidade acadêmica da UFMA”) enquanto apoiam suas camaradas do Sudeste (“Moção de apoio dos Trabalhadores de Base da UFMA à luta dos trabalhadores efetivos e terceirizados da USP”). Paralelamente, a LC inicia um valoroso trabalho de inserção no proletariado fabril (ver o informe de fábrica: “Conhecer o proletariado para fundamentar com solidez nos­sas teorias e construir o partido revolucionário dos trabalhadores”.)

O governo canalha de Dilma, agente direto do grande capital contra os trabalhadores prostitui mais uma vez esta data. Por diferenças administrativas, em São Paulo, uma parte dos paus-mandados sindicais do governo burguês vai fazer a festa da conciliação de classes em homenagem a Lula e Mandela no Vale do Anhangabaú (CUT) e outra na Barra Funda (CTB, FS, NCST, UGT, CGTB). Há poucos dias estavam todos os agentes sindicais do governo se acotovelando para correr atrás do prejuízo quando os trabalhadores das obras do PAC explodiram de descontentamento espontaneamente dispondo da vantagem de não haver nenhum burocrata sindical por perto.

Na Praça da Sé, a poucos metros do 1o de maio da CUT, vivem os que já foram “excluídos” da condição de explorados e empurrados para a mendicância. Nesta data, em meio a eles estarão alguns dos que esperam a providência divina ou a implosão do capitalismo para a vida melhorar. Os militantes estarão sob a orientação de dirigentes associados ao regime burguês via aparatos sindicais, ou ao Vaticano. Vale destacar que este ano a Igreja impôs à Conlutas, PSTU, PSOL e Intersindical o humilhante dito “ajoelhou, tem que rezar!”, obrigando-os a não dar um pio contra a missa que abre o 1o de maio da Sé em favor da santificação de Karol Woitila, o João Paulo II. Este papa polonês foi quem orientou, juntamente com Reagan o presidente dos EUA na época, o dirigente do Sindicato Solidariedade, Lech Walesa (a quem até o próprio Lula uma vez chamou, acertadamente, de “pelegão”), a lutar pela restauração capitalista na Polônia. Porém, obedecer a Bento XVI neste 1o de maio não será lá um sacrifício enorme para as correntes que saudaram a contrarrevolução em todo o Leste Europeu e defenderam “Todo poder ao Solidariedade!” assim como hoje estão deslumbrados com a “revolução líbia”.

Os trabalhadores pensam sobre esta data com um profundo sentimen­to de indignação. Foram roubados “até no primeiro de maio” por seus inimigos de classe e seus agentes reformistas e revisionistas. Mas há ainda uma alternativa para a classe operária. Ela mal começou a engatinhar, mas está se construindo de forma molecular e firme para assumir suas tarefas estratégicas. Acreditamos que a construção do partido mundial da revolução não será fruto do crescimento de um só partido auto-proclamado como tal. A LC trabalha firmemente para dar o melhor de suas forças para o que dá sentido à vida de sua militân­cia, a construção de uma direção revolucionária para o proletariado. Para disputar a consciência da vanguarda sincera, estaremos nos atos das centrais burocratizadas deste dia usurpado, com o nosso jornal que acaba de ser publicado. Adquira-o, discuta-o e venha construir a reconquista dos 1os de maio onde comemoraremos a vitória de cada batalha ganha sobre a burguesia.