Pelo armamento de todo o povo líbio para derrotar a ofensiva imperialista junto a Gadafi contra quem
depois os trabalhadores acertarão as contas!
Construir uma oposição operária e
revolucionária ao governo Dilma!
Liquidar toda a máquina de guerra repressiva contra a população trabalhadora, aprimorada desde a ditadura militar e em pleno funcionamento contra nossas lutas hoje!
dO Bolchevique # 4
Em abril de 1964, um setor das forças armadas brasileiras realizou um golpe de Estado, que na época denominou de "Revolução", contra o governo João Goulart. O golpe, articulado pela CIA, foi apoiado amplamente pelos setores mais reacionários da sociedade brasileira, como os monarquistas (da família Orleans e Bragança), e fundamentalistas católicos da TFP. Foram realizadas manifestações de massa com milhares de pessoas nas "marchas com Deus pela família e pela liberdade". Alguns setores da juventude de direita conformaram o Comando de Caça aos Comunistas e pegaram em armas contra a militância estudantil que na época apoiou Jango e lutou contra a ditadura.
Através da "Operação Brother Sam" os EUA cercaram a costa brasileira com sua frota e se prepararam para invadir o país caso os golpistas nativos não tivessem força para destituir Jango. A operação consistia no envio de 100 toneladas de armas leves e munições, navios petroleiros com capacidade para 130 mil barris de combustível, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com a carga de 50 helicópteros com tripulação e armamento completo, um super porta-aviões da categoria Forrestal, seis destroieres, um encouraçado, além de um navio de transporte de tropas, e 25 aviões C-135 para transporte de material bélico. Uma "ajudinha" aos golpistas nacionais de grande porte bélico, mas relativamente pequena se comparada ao imenso aparato destruidor da OTAN que bombardeia por semanas a Líbia. Como isto ainda não se mostrou suficiente para derrotar Gadafi,Obama declarou que está enviando mais armamentos pesados para os "rebeldes" líbios, que já vinham recebendo armas antes do início da "guerra civil", além de disponibilizar um contingente maior de "instrutores militares" do Pentágono, que atuam lá como atuaram cá. Nestes, como em todos os golpes de Estado, os acontecimentos similares não são mera coincidência, fazem parte do esquema imperialista por recolonizar e disciplinar suas semi-colônias.
O golpe no Brasil, como na Bolívia em 1964 (Barrientos) e na Argentina 1966 (Onganía), foi uma medida de contenção das aspirações autonomistas de um setor das burguesias nativas semicoloniais, animadas com o período pós-guerra, em que desenvolveram uma limitada indústria nacional substitutiva das mercadorias que até a II Guerra eram importados da Europa. Também estava orientado a conter o contágio continental da Revolução Cubana ocorrida em 1959 e, de uma forma preventiva, combater o ascenso do movimento operário mundial que teve seu pico em 1968. Vale destacar que também na Indonésia, influenciada pelas revoluções chinesa, coreana e a vietnamita ainda em curso, o imperialismo desferiu um sangrento golpe militar em 1967.
O golpe dos "revolucionários de primeiro de abril" representou o recrudescimento da repressão política a serviço do aumento da mais-valia sobre o proletariado e da pilhagem imperialista sobre as riquezas nacionais, do mesmíssimo modo como o governo Obama e o imperialismo europeu querem fazer na Líbia por trás do suposto combate à tirania de Gadafi.
O "FORA JANGO!" DO EX-TROTSKISTA DE ONTEM E O "FORA GADAFI!" DOS PSEUDO-TROTSKISTAS DE HOJE
De fato, houve três golpes dentro do golpe. Em um primeiro momento a direita civil se juntou aos golpistas. Parte do empresariado e dos governadores dos estados mais ricos da região sudeste do Brasil, como os do leste da Líbia hoje, e a quase totalidade da mídia nacional e internacional, articularam "a revolução" contra a "tirania de Jango", juntamente com os militares que romperam com o presidente.
Em abril de 1964, um setor das forças armadas brasileiras realizou um golpe de Estado, que na época denominou de "Revolução", contra o governo João Goulart. O golpe, articulado pela CIA, foi apoiado amplamente pelos setores mais reacionários da sociedade brasileira, como os monarquistas (da família Orleans e Bragança), e fundamentalistas católicos da TFP. Foram realizadas manifestações de massa com milhares de pessoas nas "marchas com Deus pela família e pela liberdade". Alguns setores da juventude de direita conformaram o Comando de Caça aos Comunistas e pegaram em armas contra a militância estudantil que na época apoiou Jango e lutou contra a ditadura.
Através da "Operação Brother Sam" os EUA cercaram a costa brasileira com sua frota e se prepararam para invadir o país caso os golpistas nativos não tivessem força para destituir Jango. A operação consistia no envio de 100 toneladas de armas leves e munições, navios petroleiros com capacidade para 130 mil barris de combustível, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com a carga de 50 helicópteros com tripulação e armamento completo, um super porta-aviões da categoria Forrestal, seis destroieres, um encouraçado, além de um navio de transporte de tropas, e 25 aviões C-135 para transporte de material bélico. Uma "ajudinha" aos golpistas nacionais de grande porte bélico, mas relativamente pequena se comparada ao imenso aparato destruidor da OTAN que bombardeia por semanas a Líbia. Como isto ainda não se mostrou suficiente para derrotar Gadafi,Obama declarou que está enviando mais armamentos pesados para os "rebeldes" líbios, que já vinham recebendo armas antes do início da "guerra civil", além de disponibilizar um contingente maior de "instrutores militares" do Pentágono, que atuam lá como atuaram cá. Nestes, como em todos os golpes de Estado, os acontecimentos similares não são mera coincidência, fazem parte do esquema imperialista por recolonizar e disciplinar suas semi-colônias.
O golpe no Brasil, como na Bolívia em 1964 (Barrientos) e na Argentina 1966 (Onganía), foi uma medida de contenção das aspirações autonomistas de um setor das burguesias nativas semicoloniais, animadas com o período pós-guerra, em que desenvolveram uma limitada indústria nacional substitutiva das mercadorias que até a II Guerra eram importados da Europa. Também estava orientado a conter o contágio continental da Revolução Cubana ocorrida em 1959 e, de uma forma preventiva, combater o ascenso do movimento operário mundial que teve seu pico em 1968. Vale destacar que também na Indonésia, influenciada pelas revoluções chinesa, coreana e a vietnamita ainda em curso, o imperialismo desferiu um sangrento golpe militar em 1967.
O golpe dos "revolucionários de primeiro de abril" representou o recrudescimento da repressão política a serviço do aumento da mais-valia sobre o proletariado e da pilhagem imperialista sobre as riquezas nacionais, do mesmíssimo modo como o governo Obama e o imperialismo europeu querem fazer na Líbia por trás do suposto combate à tirania de Gadafi.
O "FORA JANGO!" DO EX-TROTSKISTA DE ONTEM E O "FORA GADAFI!" DOS PSEUDO-TROTSKISTAS DE HOJE
De fato, houve três golpes dentro do golpe. Em um primeiro momento a direita civil se juntou aos golpistas. Parte do empresariado e dos governadores dos estados mais ricos da região sudeste do Brasil, como os do leste da Líbia hoje, e a quase totalidade da mídia nacional e internacional, articularam "a revolução" contra a "tirania de Jango", juntamente com os militares que romperam com o presidente.
Editorial do Correio da Manhã de 01/04/1964 reivindicando o Fora Jango, no qual o ex-trotskista Edmundo Moniz colaborou. Hoje os pseudo-trotskistas pedem o "Fora Gadafi!" |
No dia três de abril de 1964, há exatos 47 anos, Lindon Gordon, embaixador dos EUA no Brasil, parabeniza Carlos Lacerda: "Vocês fizeram uma coisa formidável! Essa revolução sem sangue e tão rápida! E com isto pouparam uma situação que seria profundamete triste, desagradável e de consequências imprevisíveis no futuro de nossas relações, vocês evitaram que tivessemos que intervir no conflito". Mas, algum tempo depois do primeiro golpe, foi desferido um segundo, quando os militares "cortaram as asinhas" dos setores civis, candidatos a uma suposta eleição pós-Jango, eleição esta que Lacerda contava como ganha. Foi neste momento que vários apoiadores civis do golpe reconsideraram suas posições, incluindo os "golpistas" do Correio da Manhã.
O terceiro golpe foi quando a "linha dura" militar, mais ligada ao imperialismo e a Escola (de golpes) das Américas, decretou o AI-5 para restringir mais brutalmente os direitos civis e chegou a executar por meio de um "acidente aéreo" o general "vacilante" Castelo Branco, primeiro presidente do regime militar.
O combate contra o recrudescimento do regime militar não se deu de forma consequente através dos movimentos guerrilheiros rurais (AP-MNR em Caparaó, PCdoB no Araguaia) ou urbanos (AP, MR-8, ALN, VPR, VAR-Palmares, POLOP, MOLIPO, PCBR, FALN, POCCombate) que por mais heroicos que tenham sido, e cujos mortos reivindicamos como nossos mártires, não ofereceram uma forte resistência ao regime, como o fizeram as jornadas de greves operárias em 1968 (cujo principal foco nacional foram Contagem/MG e de Osasco/SP) e 1978-1979 (ABC paulista), e de um modo limitado as mobilizações estudantis do mesmo período.
Os marxistas revolucionários, ainda que possam recorrer taticamente à guerra de guerrilhas na luta militar contra a burguesia, têm como estratégia a organização de massas do proletariado e do campesinato pela tomada do poder, e não a do foco guerrilheiro, que isola os melhores combatentes da luta anticapitalista das massas. Por isso, é uma tática equivocada, derivada de uma política não proletária nem marxista que ceifou a vida de valorosos combatentes como Marighela e Lamarca só para citar os mais conhecidos em meio as centenas de militantes executados pela ditadura.
Na luta contra a ditadura militar como contra o golpismo de hoje na Líbia, é preciso organizar a população trabalhadora por seu lugar de trabalho, estudo e moradia e reivindicar o armamento de todo o povo que pode lutar na mesma trincheira militar de Jango e Brizola, Sukarno, Saddam Hussein ou Gadafi, sem lhes emprestar nenhum apoio político, sem capitular ao nacionalismo burguês e os responsabilizando pela política burguesa colaboracionista que pavimentou o caminho do golpe pró-imperialista.
DE SARNEY A DILMA, A DITADURA "DEMOCRATIZADA"
A atual democracia burguesa é um avatar, uma "encarnação mítica" da ditadura do capital. Quando necessário, como se vê em qualquer greve ou manifestação de resistência dos explorados contra a ditadura capitalista, a democracia mostra os dentes, rompe com a legalidade constitucional, esmaga os direitos civis e democráticos, como na invasão policial das UPP's nos bairros proletários do Rio de Janeiro, na repressão as lutas contra o aumento das passagens nos transportes e, neste exato momento contra as greves operárias realizadas pelos trabalhadores das obras do PAC em vários locais do país.
Dilma, a "mãe do PAC" e ex-guerrilheira, é hoje quem assume a condição de gestora dos negócios da burguesia e desfere contra os trabalhadores e as trabalhadoras o ataque que ela combateu quando era militante da Organização Revolucionária Marxista - Política Operária, conhecida como Polop. É o atual governo do PT-PCdoB-PMDB e cia, composto por vários ex-guerrilheiros, o responsável por dar uma fachada popular e democrática à ditadura capitalista, por ocultar as atrocidades de ontem e de hoje, recusar-se a abrir os arquivos da ditadura militar, a punir os torturadores e militares genocidas, por aprimorar o aparato do Exército, a PF, a inteligência contrarrevolucionária da ABIN, as PMs e os BOPE's, por praticar a tortura dissimulada contra qualquer pobre preso, por manter trancafiado a serviço do imperialismo e do grande capital a Cesare Battisti, o dirigente do grupo chileno Frente Patriótica Manuel Rodríguez, Maurício Norambuena, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da Liga dos Camponeses Pobres, dos vários movimentos de sem teto, índios, quilombolas, camelôs, dentre tantos presos políticos tornados reféns do Estado burguês por lutar de alguma forma contra o capitalismo.
Nós revolucionários não lutamos contra o golpe militar pró-imperialista por saudosismo, como se não continuassem hoje no poder os mesmos interesses burgueses que se impuseram ontem e todos os dias contra a nossa classe ou não estivesse em curso o mesmo esquema recolonialista hoje na Líbia, e que poderão se voltar até contra o próprio governo do PT no futuro.
Também não somos indiferentes entre as duas máscaras (democracia ou ditadura) da ditadura do capital, mas acreditamos que a conquista das liberdades democráticas e civis, a apuração profunda e o julgamento de todos os crimes, a punição dos executores e mandantes civis e militares, políticos e empresários capitalistas, que nenhum governo burguês e menos ainda os brasileiros foram capazes de realizar nem realizarão jamais, assim como a destruição de toda a máquina de guerra contra a população trabalhadora a serviço do imperialismo, do Brasil à Líbia, são tarefas dos trabalhadores e estudantes organizados com seus tribunais populares.
Estas tarefas democráticas só podem ser realizadas pelo método da revolução permanente, combinando as reivindicações democráticas com as socialistas, rumo à tomada do poder pelos trabalhadores e através da construção do partido mundial da revolução socialista, a IV Internacional.
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