sábado, 26 de março de 2011

EUA

Brutal ataque aos direitos salariais e sindicais dos trabalhadores, Minuteman, Tea Party, recolonização
“democrática”... Obama choca o ovo da serpente

dO Bolchevique #3

Gráfico do valor das horas trabalhadas entre 2001 e 2010
mostra a desvalorização da força de trabalho na Europa e nos EUA
No Estado de Wisconsin, o governador republicano tomou uma medida brutal contra o funcionalismo público que, se não for derrotada, servirá de exemplo para que os capitalistas e seus governos estendam este ataque aos trabalhadores de todo o mundo.

O projeto de lei apresentado por Scott Walker: 1) liquida a negociação coletiva dos empregados públicos sobre a aposentadoria e outros benefícios sociais; 2) reduz a possibilidade de que haja aumentos salariais maiores que a inflação oficial, ou seja, anula a possibilidade de qualquer aumento real de salários, a menos que tal aumento seja aprovado em referendo pela maioria dos votantes; 3) autoriza que os trabalhadores deixem de pagar o imposto sindical e que a filiação aos sindicatos precise ser renovada anualmente; 4) estabelece que os empregados públicos realizem uma contribuição por seus planos de pensão e seguros de saúde.

Encabeçado pelo governador de Wisconsin e patrocinado por Obama, o arrocho fiscal que toma forma nos Estados Unidos faz parte do grande ajuste de contas tendo como justificativa a crise econômica que se abateu no país desde 2007. Justificativa sim, porque a grande burguesia planetária nunca esteve tão rica como agora.

Os lucros das empresas no ano passado foram os maiores da história do império desde quando começaram a ser registrados.

A burguesia trilionária causadora da crise foi presenteada com mais dinheiro estatal em forma de generosos pacotes de “salvação” e mais isenções de impostos enquanto a classe trabalhadora vem sendo sacrificada através de demissões em massa, quebra de contratos e estabilidade de trabalho, perda de direitos de previdência e sindicalização e mais uma série de medidas para desvalorizar a sua força de trabalho, aumentar a mais-valia e quebrar a sua resistência sindical organizada.

Obrigado a se pronunciar após duas semanas de completo silêncio, e pressionado pela opinião pública para agir de acordo com o que havia prometido durante sua campanha em 2007, quando garantiu “piquetear com os trabalhadores caso a estes fosse negado o direito de se organizar e negociar seus salários com o empregador através de sindicatos” (The Daily Caller, 28/02/11), Obama encenou uma crítica ao governo de Wisconsin ao afirmar que as medidas eram um ataque aos sindicatos. Porém, logo em seguida, fez uma outra declaração em sentido oposto, em apoio ao saque dos Estados, alegando saber que os governadores “...estão tendo que tomar decisões sobre as suas forças públicas de trabalho e sei o quanto difícil isso pode ser. Recentemente congelei os salários de empregados federais durante dois anos. Não era algo que queria fazer, mas o fiz por causa da difícil situação fiscal em que estamos. Acredito que todo mundo deve se preparar para sacrificar algo a fim de resolver nossos problemas económicos” (Chicago Tribune, 28/02/11). A grande falácia ecoada aos quatro cantos do país acerca da falência dos Estados membros dos EUA tem sido usada para confundir a classe trabalhadora do país sobre os reais motivos dos saques gigantescos e nunca vistos às conquistas e direitos dos trabalhadores públicos em todas as categorias.

Levado há dois anos à presidência da grandiosa máquina opressora mundial, o senador negro de Illinois leva a cabo a sua escalada ofensiva em uma verdadeira guerra contra a classe operária e seus direitos mais básicos, e contra os povos oprimidos do planeta, obrigados a pagar pela crise do capital.

Afoita para usar a crise econômica e financeira de 2007-2008, a burguesia dá inicio a um gigantesco plano de resgate de capital apostando em Obama para ser, por um lado, a pedra desviadora de atenção do tabuleiro na luta de classes, e por outro, o perfeito advogado do diabo que de uma maneira mais “refinada”, porém tão nociva quanto a de seus antecessores, prepara o terreno para um novo ataque imperialista.

Realizando, com uma roupagem “democrática”, uma ofensiva imperialista mais ampla que a de Bush, na Palestina, Afeganistão, Haiti, Honduras, Iraque, Irã, Coréia do Norte, Egito, Tunísia e Líbia, Obama visa a implementar em ritmos cada vez mais intensos o processo de recolonização engendrado pelos apetites vorazes do capital financeiro pós-crise econômica.

Mesmo antes de entrar para o gabinete presidencial, Obama começa a reaquecer a máquina dos superlucros burgueses ao assumir os compromissos de empresas como a Lehman Brothers, que ao declarar falência livrou-se de todos os seus débitos e compromissos trabalhistas, jogando os mesmos nas costas do Estado. Um exemplo ainda mais óbvio da sua necessidade de mostrar-se a altura do posto que assumiria, deu-se através do financiamento governamental de empresas como a GM no inicio de 2008, quando o dinheiro sangrado dos trabalhadores foi usado para tornar ainda mais robusta as contas bancárias dos seus acionistas através da injeção de liquidez bilionária patrocinada por Obama. A General Motors, que ameaçou falir se não cortasse empregos, salários e conquistas trabalhistas, festejou quase U$ 5 bilhões de lucros em 2010. Ao mesmo tempo em que garantia o livre acesso da burguesia ao dinheiro estatal, ainda em 2008, Obama assinava a lei “FISA Amendments Act of 2008”, dando ao Estado norte-americano total liberdade para vigiar, interceptar, buscar e aprisionar sem necessidade de esclarecimento prévio a qualquer indivíduo ou organização dentro e fora dos Estados Unidos que sobreponha os interesses e a segurança burguesa.

Com a popularidade estrategicamente baixa durante o período das eleições para o congresso norte americano, Obama garantia a manutenção de uma estratégia de revezamento muito conhecida dentro da política burguesa norte americana, em que tanto os democratas quanto os republicanos “comem” do dinheiro do Estado nas mesmas proporções. Assim, Obama perdia nas eleições passadas de novembro de 2010 o apoio do congresso então democrata, passando a cadeira para os republicanos. Porém, se analisarmos essa mudança de roupa do Congresso dentro da perspectiva da luta de classes, percebe-se que isto somente cria as circunstâncias ideais para que Obama possa não só continuar sua ofensiva contra a classe trabalhadora, mas sobretudo aperfeiçoá-la, usando a suposta pressão sofrida pelo congresso como pano de fundo.  Um nítido exemplo dessa medida “bipartidarista” foi a prorrogação da lei “Tax Cuts” criada no governo Reagan através da lei Tax Reform Act em 1986 e reativada no governo Bush. Cheio de munição e reenergizado um mês após as eleições, Obama toma a medida até então mais ousada do seu governo em favor da burguesia, estendendo por mais dois anos o corte de impostos que diretamente beneficia os milionários do país.  “A aprovação da lei (Tax Cuts) no Congresso foi a evidência mais dramática até então de que compromissos bipartidários estão inesperadamente ressuscitando semanas depois das eleições de novembro (The Independent, 18/12/10).” A classe trabalhadora não só dos Estados Unidos, mas de todas as suas semicolônias, é quem vêm pagando esse banquete que há séculos é oferecido às classes dominantes, que se tornaram mais poderosas desde a contrarrevolução nos Estados Operários da URSS e Leste Europeu.

DESNORTEADOS E COAGIDOS,
OS TRABALHADORES REAGEM PARA NÃO PAGAR A CONTA

Analisando a conjuntura norte americana, o curso dos acontecimentos revela uma escalada gigantesca rumo a fascistização do país.  Não por acaso, antes mesmo da saída de Bush, a grande vedete Sarah Palin entrava em cena, alimentando com seu sorriso, “porte atrativo” e linguagem típica do “Uncle Sam”, o americanismo em camadas da pequena burguesia e da classe trabalhadora. Pregando o credo dos interesses nacionais, a cativante – e muito bem paga – Palin, montava o cenário para o aparecimento do Tea Party. Como time preliminar dos republicanos, pago para pressionar o “commander and chief” norte-americano a acelerar sua ofensiva contra as massas, o Tea Party recebe milhões em doações “anônimas”.

Palin, “a abelha rainha, recebe de corporações como o canal de televisão Fox News nada menos que um milhão por ano” (The New York Magazine, Abril, 2010). Isso sem contar o seu programa de televisão “reality show” Alaska, o palco perfeito usado pela burguesia para a catequização do proletariado acerca dos interesses “nacionais”, como minimização do Estado, xenofobia contra dos imigrantes, discriminação racial, privatizações, etc.

A estratégia é jogar setores da classe trabalhadora uns contra os outros através de um trabalho diário de propaganda. Assim, os trabalhadores norte-americanos, desarmados de qualquer instrumento que os leve ao desenvolvimento da consciência e à compreensão de que esta luta deve ser travada entre classes, se autoflagela e não avança.

O desmantelamento das organizações trabalhistas dentro dos Estados Unidos se intensifica de maneira brutal nessa década, mas esse não é um processo novo. Muito bem articulada, a transferência de empresas durante o período de quebra da indústria norte americana, intensificada pelo neocolonialismo das décadas de 70 a 90, foi um dos motores dessa mudança. Esse processo, fruto da colaboração de classes entre os sindicatos da época e os patrões, desarmou as massas, atrasando em décadas sua organização e abrindo caminhos para significativas perdas de conquistas para a classe trabalhadora. “Já na década de 70, o crescimento do desemprego, da competição internacional e o movimento da indústria contra a sindicalização diminuíram a posição e o poder de barganha de muitos sindicatos americanos, deixando-os vulneráveis a uma ofensiva de controle renovado” (Economic History Association, 01/02/10). Esses desdobramentos meticulosamente preparados pelo imperialismo ianque para intensificar a pilhagem da mão de obra nos Estados Unidos garantiram à burguesia um maior poder de manipulação e opressão sobre as massas.

Um dos exemplos mais nítidos da capitulação e rendição completa dos sindicatos aos interesses do empresariado se vê hoje em Nova Iorque. Numa corrida ao ajuste fiscal pós-crise econômica da casa própria, o multibilionário Bloomberg, num inédito terceiro mandato, presenteia a sua corja de cúmplices “decidindo colocar todo o grosso da crise criada pelos seus queridos amigos bilionários do Wall Street completamente nas costas da classe trabalhadora e das camadas mais pobres da população” (World Socialist, 19/11/10).

Em meados de 2010, Bloomberg anunciava aos quatro cantos a possível falência da cidade de Nova Iorque e a necessidade de um ajuste de U$1,6 bilhões de dólares. O mais interessante é que já no final do ano, “o contador do estado de Nova Iorque Thomas DiNapoli anunciava uma projeção em que Wall Street estava no ranque de conseguir pelo menos U$19 bilhões em lucro, sendo este o quarto melhor ano já visto por eles, e que o famoso bônus anual dado aos executivos e traders iria possivelmente alcançar um novo recorde” (ABC News, 18/11/10).

Num claro ataque aos trabalhadores nova-iorquinos, em que promove o sucateamento e dos serviços públicos, o prefeito anuncia um corte drástico em setores da educação, cultura, limpeza, e transporte público, prejudicando creches, asilos, bibliotecas, instituições culturais, etc. A primeira punhalada aconteceu há poucos dias quando o multibilionário divulgou na mídia burguesa uma lista de demissões de mais de quatro mil professores até junho, caso o sindicato dos professores não aceitasse quebrar o contrato que garante segurança por tempo de trabalho aos professores que estão no sistema por mais de quatro anos. A Federação de Professores Unificados (UFT), numa covarde cooptação ao governo, se nega a seguir o exemplo dos professores de Wisconsin e chamar a categoria para uma paralisação. A orientação do sindicato é para que os professores entrem em contato com os deputados ou senadores novaiorquinos para pressioná-los a ir contra Bloomberg. Tamanha peleguisse pró campanha eleitoral de 2012, não só deixa a categoria isolada e amedrontada, mas sobretudo deixa claro o que o sindicalismo se conduz a um beco sem saída rumo a sua própria liquidação.

Um ataque de proporções monstruosas vem sendo lançado também contra a população imigrante dos Estados Unidos. A recessão da indústria norte-americana intensificada nas décadas de 70 e 80, deixou regiões inteiras da América do Norte completamente ociosas. Através da exploração de novos mercados no país, – como a construção civil e o entretenimento – apresentados à desiludida classe operária como mais uma possibilidade do sonho americano, a burguesia encontrou o “New Deal”. O sonho da casa própria, através de fantásticos financiamentos bancários patrocinados pela burguesia e seus comparsas políticos encantou o país. No pacote também se encontrava a transformação de cidades como Nova Iorque, Las Vegas, Los Angeles e Miami em verdadeiros parques de diversão para adultos. Comprando a idéia vendida pelos burgueses de que tudo era financiável, a classe trabalhadora vivia então a fantasia do poder de compra.

Os supostos “tempos áureos” atraíram milhões de imigrantes do mundo inteiro. Como mão de obra barata, os imigrantes, em sua grande maioria de origem latina, passavam a liderar o trabalho da prestação de serviços manuais, domésticos e de sub-entretenimento. De repente, a classe trabalhadora despossuída de bens se via na condição de não só realizar o sonho da casa própria, mas também manter um padrão de vida pequeno-burguês. Porém, quando realidade e fantasia começam a se separar e as massas, completamente endividadas, percebem que os “bons tempos” de fato nunca existiram, a burguesia mais uma vez usa de suas artimanhas e joga a população contra a sua parte mais pobre, os imigrantes, que passam de explorados a vilões.

MINUTEMAN – A NOVA KU KLUX KLAN

O ataque aos imigrantes é realizado da forma mais brutal pelo fascista Minuteman, milícia da extrema direita fundada por Jim Gilchrist – um dos cães de guerra dos Estados Unidos durante a guerra do Vietnã – que  sequestra, tortura e mata latinos que tentam cruzar a fronteira ou que já estão vivendo no país sem documentos. “Comparado a grupos de exterminio como o Ku Klux Klan usado contra os negros do sul do pais na decada de 60” (The Tribune, 18/07/05), o Minuteman e suas vertentes agem a mando do governo federal e dos governadores dos estados do Arizona, California, Utah, Minnesota e Maine, fazendo o trabalho sujo do terrorismo paraestatal necessário à burguesia nesse momento de aperto dos cintos e contenção de gastos impostos aos trabalhadores.

O Minuteman aterroriza a vida desses trabalhadores e de seus filhos, os quais diariamente temem voltar da escola e ser sequestrados, abusados sexualmente, torturados e mortos, ou até mesmo chegar em casa e não encontrar seus pais, que podem ter tido suas residências invadidas e sido deportados. Os que conseguem sobreviver à pressão, à xenofobia e ao drama de uma sobrevivência ameaçada, terminam os estudos e têm que se sujeitar aos sub-empregos que lhes estão disponíveis, uma vez que encontram-se excluídos da possibilidade de acesso à Universidade.

Todo esse perverso ataque encontra respaldo na legislação norte americana, que considera crime inclusive dar água ou ajudar diretamente a um imigrante indocumentado e faz parte de uma campanha de renacionalização da “América”, a qual, por sua vez, está embasada no ódio aos imigrantes e no desespero dos radicais brancos, que jogam sobre as costas dos imigrantes a culpa pela falência do “American Way Of Life”.

Diariamente centenas de corpos sao jogados no deserto. A propria Janice Brewer, governadora do Arizona, que neste mês de março está passando férias com sua amiga Palin no Alaska, para se safar dos crimes cometidos, declarou a imprensa que “as suas patrulhas haviam encontrado muitos corpos no deserto, uns queimados e outros apenas deitados com a cabeça decepada” (The Washington Post, 11/07/10).

Em maio de 2009, em Pima County, no Arizona, Shawna Forde juntamente com seus amigos do “Minuteman em Defesa da America, invadiu a casa de uma familia de imigrantes e matou a sangue frio a garota Brisenia Flores e seu pai“. Aparentemente Brisenia pediu compaixao pela sua vida antes de receber um tiro na cabeça” (Center for American Progress, 15/02/11).

Não por acaso, Shawna Forde é o braço direito de “Jim Gilchrist e Chris Simcox, capatazes que oficialmente receberam apoio político em 2005, de setenta e um deputados do país, assim como outros políticos incluindo o governador da California, Arnold Schwarzenegger, que planejam a reforma imigratória Caucus, a qual explicitamente apóia o projeto Minuteman” (World Socialist, 20/05/2005).

Assim como Brisenia e seu pai, muitos outros imigrantes tem sido assassinados sem nenhuma chance de defesa ou apelo, e todos se calam em reverência ao solo nacional. Todos os que se erguem na luta em defesa dos trabalhadores imigrantes com ou sem documentação, são demonizados e acusados de anti-nacionalistas, anti-mais empregos, anti-saúde gratuita para quem paga imposto, pró-terroristas!

No inicio desse ano, mais uma vez, o mundo assistiu de perto o massacre de Tucson no Arizona, onde seis pessoas foram assassinadas e outras dezenove foram baleadas por tentarem pela “via democrática” reinvindicar junto a deputada local, Gabrielle Giffords, algum socorro aos imigrantes. 

Se analisarmos os desdobramentos políticos sob uma ótica classista, concluiremos que a perseguição aos imigrantes foi intensificada após os protestos no Primeiro de Maio de 2006, quando estes saíram às ruas das principais cidades dos Estados Unidos numa demonstração de força jamais vista no país. Os mais de cinco milhões de imigrantes, em diferentes cidades dos EUA, protestavam contra a draconiana lei de imigração CIRA proposta pelo governo Bush, que transformaria 11 milhões de imigrantes indocumentados em criminosos. Conhecido como o “grande boicote americano”, o protesto não reuniu apenas imigrantes, mas outras fileiras da classe trabalhadora que gritavam contra o desemprego, contra a invasão do Iraque e contra o sucateamento da educação. Porém, numa reação imediata e esmagadora, o rolo compressor burguês deu início a uma bilionária campanha fascista, fazendo a luta de classes retroceder para uma esfera racial e cultural.

O que hoje observamos é um crescente processo de ataques às conquistas duramente obtidas pelo proletariado norte americano, que a cada dia que passa vê o resultado de antigas vitórias serem subtraídos pela burguesia do principal Estado imperialista do planeta.

Diante dessa política francamente reacionária, que é aplicada com a co-gestão das mega-mafiosas direções sindicais burocráticas (AFL-CIO), e que cada vez mais incorpora elementos de caráter fascista – xenofobia, racismo, machismo, homofobia – chamamos os trabalhadores dos EUA a se organizarem para combater essas políticas anti-operarias e antisindicais, construindo organismos de luta nos locais de trabalho que impulsionem e deem continuidade às mobilizações que se iniciam e tendem a se fortalecer na luta contra a reação burguesa.

Contrária às previsões do impressionismo pequeno-burguês de que o recrudescimento do fascismo ianque não se daria na própria gestão Obama, alimentando ilusões de garantias democráticas no atual governo imperialista, o que se vê na realidade é a execução brutal da ofensiva contra os trabalhadores de todo o mundo sob a batuta de Obama. O atual mandatário da Casa Branca nada mais faz do que reeditar a política de seu antecessor Theodore Roosevelt: “Fale macio, carregue um porrete e irá longe”.

Como aprendemos com Trotsky, “Na ausência de um poderoso partido revolucionário do proletariado, uma combinação de semi-reformas, de frases esquerdistas [que nos dias de hoje nem precisam ser tão esquerdistas, bastam ser frases ‘democráticas’ e dúbias, como as que Obama utilizou em defesa dos sindicatos] de gestos ainda mais à esquerda e repressões, podem ser muito mais úteis à burguesia do que o fascismo” (Está na Alemanha A Chave da Situação Internacional, 26/11/1931).

É preciso sair da defensiva para a ofensiva. A derrota dos planos escravocratas do capital imperialista e principalmente de sua ala mais reacionária, a do capital financeiro nazi-sionista –  onde são gestadas em sua maioria as concepções e políticas ultrarreacionárias como o racismo e a xenofobia – depende de que nossos irmãos trabalhadores da América do Norte se emancipem de sua burguesia imperialista pela construção de um verdadeiro Partido da Quarta Internacional.

Ana de Souza, professora da rede pública do
Estado de Nova Iorque e membro da LC