sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

PETRO ESTADOS

A teoria dos Petro-Estados
Posicionamento da FCT diante dos governos Bolivarianos

Nós defendemos a unidade da luta com os governos bolivarianos da Venezuela, Equador e Bolívia quando atacados pelo imperialismo, numa frente anti golpista ou anti-imperialista. Os governos bolivarianos dirigem Estados capitalistas, são governos de frações “nacionalistas”, estatistas, mas que se opõem ao controle operário das empresas estatizadas e sobretudo a realização de verdadeiras revoluções proletárias, com completa expropriação da classe dominante, como ocorreu em Cuba. Nós não apoiamos esses governos nem criticamente.

BOLIVARIANISMO E OS PETRO-ESTADOS

A posição de ir além da frente única e além de defendermos a eles [contra o imperialismo e o golpismo] e passar a apoiá-los são coisas muito distintas.

Na verdade, os governos bolivarianos têm uma característica comum, além de reivindicarem a figura de Simon Bolívar (que, segundo Marx, seria “o mais covarde, brutal e miserável dos canalhas”, Carta a Engels 14/02/1858) e estarem na América Latina, é o fato de são burguesias que vivem da renda petroleira ou do gás, condição em que os fazem em parte adversários do imperialismo na política, as vezes sócios fornecedores, na economia. Mas, estruturalmente existe um novo nacionalismo com políticas estatizantes em relação as companhias petrolíferas, onde também se inclui a Rússia, apoiado na renda dos hidrocarburetos em geral no mundo de países não imperialistas que se opõe as ambições monopolistas por parte do imperialismo e suas corporações as que antes eram as 7 irmãs e hoje são 4 grandes companhias que controlam grande parte do petróleo mundial. Eles entram em choque com o imperialismo para que setores da burguesia nacional fiquem com uma parte maior da exploração do petróleo e gás e neste choque precisam se apoiar nas massas, fazer um certo populismo.

Não podemos confundir esse populismo com alguma espécie de socialismo. A história nos mostrou que nenhuma burguesia nacionalista conduziu verdadeiramente a luta de classes ao socialismo. São governos que só buscam negociar melhores condições com o imperialismo, sendo incapazes de conduzir seus países a libertação nacional em relação ao imperialismo. Eles não se apoiam nas massas por ser revolucionários, mas para que esta burguesia nacional possa ter apoio popular na barganha com o imperialismo e suas frações burguesas dentro desses países.

BOLIVARIANOS SÃO ADVERSÁRIOS DO IMPERIALISMO?

Tem contradições com o imperialismo, são adversários, mas não inimigos de classe. Enfrentam o imperialismo contra os seus interesses em tornar esses povos vassalos.

E OS DEMAIS PAÍSES LATINOS? QUAL A NOSSA POSIÇÃO?

São adversários por estas contradições que o camarada se referiu, mas inimigos de classe eles são é dos trabalhadores. Basta que os trabalhadores verdadeiramente tentarem avançarem para estabelecer o controle operário dos meios de produção nos países bolivarianos, aí veremos os dentes dos governos bolivarianos contra o socialismo
Colômbia, Chile, México e Perú são governados por partidos pro imperialistas, vassalos, dependente dos EUA.

Nossa posição é a que foi aprovado no nosso I Congresso em relação a todos que entrarem em choque contra o imperialismo, sejam governos, guerrilhas (Hamas, Hezbolah, Curdos, Farcs), frente única com eles, mas nenhum apoio político.
O Brasil hoje é parcialmente dependente dos EUA, mas sua aliança hoje com o bloco Russo Chinês, inimigos globais do Imperialismo, dos EUA e UE, coloca o governo do PT atual como indesejável para o EUA, e também por isso querem derrubar a Dilma e prender o Lula. A pecha de "luta contra a corrupção" é para atrair a classe média vira lata.

A FTC É A FAVOR DO ATUAL GOVERNO BRASILEIRO?

Nós defendemos o PT contra o golpe. Mas somos contra a guinada de direita de Dilma, que faz isso para negociar com a burguesia golpista.

A FCT não defende apoio (nem crítico) a nenhum governo burguês, sendo o do PT um governo burguês que realiza medidas contra os trabalhadores. Nós combatemos o “Fora Dilma!” e o macarthismo antipetista, mas não defendemos nem o governo nem suas medidas antioperárias nem o PT. Somos contra o golpe e seus agentes.

Exatamente por não termos uma política permanente de apoio aos governos nacionalistas burgueses, como defendia um membro da FCT que saiu do agrupamento ao ser contrariado por nossa defesa intransigente da independência política da classe trabalhadora, em algumas situações, como no segundo turno de 2014, fomos obrigados a chamar voto em Dilma para derrotar a direita golpista tucana, em outras, como no segundo turno das eleições presidenciais argentinas, chamamos o voto nulo, como defende o documento da nossa corrente irmã, a TMB, publicado na seção internacional desta edição do FdT.

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