terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PANFLETO FCT PARA O 16/12/2015

Derrotar o Golpe nas ruas!
Por uma paralisação nacional contra o impeachment, com ocupação dos locais de trabalho, estudo e moradia na cidade e no campo
Panfleto da Frente Comunista dos Trabalhadores para o 16/12/2015, dia nacional de luta contra o golpe do impeachment
GOLPISTAS ADEREM AO “FORA CUNHA!” PARA “MORALIZAR” O GOLPE

Pelo menos em uma questão a maioria das forças golpistas oposição burguesa, a embaixada dos EUA, Globo, Folha, PSDB, DEM,... chegou a um entendimento: para o impeachment parecer legítimo, precisam livrar-se primeiro do mafioso corrupto que preside o processo hoje, Eduardo Cunha (PMDB). Acreditam que é preciso moralizar o Golpe de Estado. As manifestações de rua da direita se tornaram cada vez menores do início do ano para cá. A classe média reacionária, embora esteja cada vez mais raivosa contra o PT, o governo Dilma, a esquerda em geral e a população pobre e trabalhadora, não se sente confortável no papel de idiota, combatendo a corrupção liderada pelo mega-corrupto Cunha. Assim, a frente golpista se prepara para voltar com toda força em 2016, capitaneada por um canalha menos queimado politicamente.

O PIOR JÁ PASSOU?

Mas é um terrível erro da esquerda hoje, principalmente dos partidos que dirigem as organizações de massa (PT e do PCdoB), acreditar que porque o impasse continua dentro da frente golpista entre as diversas frações do PMDB (Temer, Cunha, Calheiros) e também dentro do PSDB (Alckmin, Aécio) e porque as manifestações da direita se arrefeceram, a ameaça de golpe foi afastada. Desgraçadamente, PT e PCdoB acreditam que podem suspender o processo golpista com mais concessões e negociações com a direita burguesa, com o Judiciário e no próprio Congresso, onde a oposição golpista chega cada vez mais perto de obter os 2/3 necessários para aprovar o impeachment de Dilma.


O QUE QUEREM OS GOLPISTAS

A oposição burguesa são mercenários dos EUA que desejam recolonizar o país, eliminar todos os direitos históricos da população trabalhadora, terceirizar e privatizar tudo que for lucrativo, como a Petrobrás, irrestritamente, reduzir drasticamente os salários sob a chantagem do desemprego e reprimir barbaramente todas as greves e manifestações de resistência, lançando mão da “lei antiterrorista”, uma exigência do imperialismo, que o PT ajudou a aprovar. Ao final, a derrubada de Dilma pela direita resultará em uma derrota muito maior para a classe trabalhadora do que para Dilma e para o PT. Além disto, pretendem eliminar as chances da esquerda voltar a ocupar o governo nacional por longas décadas.

A DISPUTA É MUNDIAL, IMPERIALISMO X BRICS

Por trás dos fatos e personagens nacionais, o Golpe de Estado que está em andamento há mais de um ano no Brasil é uma expressão da disputa mundial pelo controle do governo do Brasil na atual Guerra Fria intercapitalista. De um lado está o imperialismo dos EUA, a OTAN e o Japão. De outro lado, estão a China, a Rússia, os governos bolivarianos e o Irã. O conflito já tem duas guerras civis abertas, na Ucrânia e na Síria e já ocasionou várias “mudanças de regime” ou Golpes de Estado (Honduras, Equador, Líbia, Paraguai, Egito, Tailândia, Ucrânia, Guatemala, Romênia). Como a disputa é mundial, é inócuo acreditar que capitular as pressões da direita por uma política econômica neoliberal, como vem fazendo Dilma, vá salvar seu mandato. As derrotas sofridas neste ano pela esquerda nacional-populista para os agentes do imperialismo, nas eleições presidenciais na Argentina e nas eleições parlamentares na Venezuela, respectivamente, são um dos elementos fundamentais da pressão imperialista internacional sobre a conjuntura brasileira em favor da direita e do impeachment. Putin, a China os Brics, não representam os interesses dos trabalhadores mas devemos aproveitar toda divisão da classe burguesa para impor derrotas ao imperialismo.

O GOLPE TRIUNFARÁ SE MANTIDA A ATUAL TÁTICA COVARDE
E BURGUESA DO PT, DE ADAPTAÇÃO PASSIVA,

Priorizando a conciliação burguesa sobre as organizações de massas (CUT, MST, sindicatos) que apenas apoiam criticamente a política neoliberal, realizam manifestações despretensiosas que não estão à altura do combate a ser realizado contra o Golpe iminente. Se colocarmos nas ruas quase a mesma quantidade de manifestantes da direita, a mídia burguesa continuará cumprindo seu papel de justificar o Golpe que é o povo que está querendo o “Fora Dilma!”. Mas ela não conseguirá ocultar uma paralisação nacional nas principais categorias, sindicatos e movimentos dirigidos pela CUT, MST, UNE, MTST,... Se fizermos greve na Petrobrás, nos Correios, indústrias metalúrgicas, bancos, aí sim realizaremos uma luta eficaz para esmagar o Golpe de Estado e varrer a direita reacionária das ruas. Mas a pergunta é: podem os milhares de sindicatos da CUT contar com suas bases para fazer uma greve política contra o Golpe de Estado parlamentar? Depois de anos fazendo colaboração de classes, a CUT não está demasiadamente desmoralizada para isso?

MOBILIZAR AS MASSAS PARA DEFENDEREM SEUS INTERESSES
OU DEFENDER O GOVERNO DILMA E A DEMOCRACIA DOS RICOS?

É preciso mobilizar os trabalhadores para lutarem por si, por sua classe e não em defesa de um governo ou de um partido que os traíram e em quem não confiam mais ou da democracia dos ricos que não os representa e nunca os representou.

O ABORTO DO GOLPE NA VENEZUELA (2002)

Depois que a população pobre na Venezuela entrou em cena e abortou o Golpe contra Chavez em 2002, Chavez foi obrigado a dar um giro à esquerda. Em favor de Dilma está o fato de seu partido dirigir as principais organizações de massas do país, o que Chavez não dispunha naquela época. Abortando o golpe, os trabalhadores se sentirão fortalecidos, ganharão tempo de organização para derrotar o conjunto da política neoliberal de ajuste e lutar por um governo próprio.

A OPOSIÇÃO PEQUENO-BURGUESA

PSTU, PCB, correntes do PSOL e satélites desta constelação como MES/PSOL, CST/PSOL, EM (IMT) MRT-LER, PCB, MNN, LBI colapsou programaticamente diante dessa disputa crucial para o destino da classe trabalhadora brasileira, segue uma linha de sectarismo funcional ao golpismo da direita pró-imperialista, a mesma linha que a maioria destes grupos teve quando apoiou a oposição mercenária pró-imperialista “revolucionária” e “rebelde” na Líbia, Síria e Ucrânia. Esta esquerda pequeno burguesa divide-se entre os que defendem abertamente o “Fora Dilma!” e à interrupção do seu mandato com “eleições Gerais”, que não por acaso é na mesma linha da oposição de direita, de Aécio (PSDB), E. Cunha (PMDB) e Paulinho da central sindical aliada dos patrões, a “Força Sindical”, e os que se opõem a lutar contra o impeachement, advogando um suposto terceiro campo ideal quando o Golpe de Estado é real. Aqueles que não sabem combater a direita, o fascismo e o imperialismo são completamente alheios aos trabalhadores, não se importam com o destino de nossa classe. 

DERROTAR O IMPEACHMENT, ORQUESTRADO PELOS PIORES INIMIGOS DA POPULAÇÃO TRABALHADORA,


Derrotar o impeachment, orquestrado pelos piores inimigos da população trabalhadora, o grande capital e pelo imperialismo, que imediatamente tem como alvo Dilma e o PT, mas que farão como vítima principal a população trabalhadora, é a tática que favorece a nossa luta em defesa das nossas conquistas trabalhistas e sociais e também em defesa dos interesses históricos de nossa classe, é a tática que favorece o combate por um partido revolucionário dos trabalhadores, por um verdadeiro governo dos trabalhadores, conquistado através da revolução social, pelo socialismo!