domingo, 18 de janeiro de 2015

FRENTE ÚNICA - DECLARAÇÃO DO COMITÊ PARITÁRIO

Frente única para derrotar a ofensiva
patronal, do governo e da direita!
Metalúrgicos da Volks apontam o caminho da luta!
Declaração do Comitê Paritário (Liga Comunista, Coletivo Lenin, Resistência Popular Revolucionária)

2015 começou sob intensos ataques dos governos e dos patrões, com ameaças de demissões em massa na Volks, Ford, Mercedes, ameaça ao seguro desemprego, ao auxílio doença, as pensões, aos abonos salariais, etc; terceirização das perícias médicas, aumento dos impostos, falta d`água e falta de energia elétrica nos bairros operários.

Os metalúrgicos da Volks, na luta contra a ofensiva patronal, que objetivava demitir 800 trabalhadores, foram além da política da burocracia sindical e colocaram milhares de manifestantes para travar a via Anchieta, juntamente com os trabalhadores da Ford e da Mercedes. A exemplo desta histórica e emblemática vitória de uma parcela importantíssima da classe trabalhadora brasileira, a esquerda deve retomar métodos de luta mais efetivos e adotar combativa postura frente as politicas de austeridade de Dilma. Muito embora, conduzida pela burocracia sindical, a vitória desta batalha tenha sido parcial, por ter aceito a imposição do PDV e a demissão dos terceirizados. 

A direita saiu fortalecida de 2014, ano marcado por tentativas de golpes eleitorais e mobilizações de setores mais reacionários da classe média, classe esta xenófoba, racista, antipopular e raivosa como não se via desde a marcha da família em 1964.

Dilma e o PT venceram amparados por uma base popular muito receosa de ver seus direitos cassados por uma possível vitória eleitoral da direita tradicional.

A CAPITULAÇÃO DE DILMA AS PRESSÕES DA DIREITA
SÓ PAVIMENTA O CAMINHO DA DIREITA

Mas, sob pressão da direita, a gestão Dilma assume o programa derrotado nas urnas, acreditando que, atendendo as demandas do capital financeiro e da burguesia, esvaziará as forcas golpistas.

A tática consiste exatamente em atacar os direitos adquiridos pela classe trabalhadora e governar mais 4 anos sem golpe parlamentar ou jurídico armado pelos Bancos Privados com o apoio da Grande Mídia.

CAPITULAÇÃO EVITA GOLPISMO?

A direita explora a fragilidade do novo governo PT, assim como vem explorando o mito do governo capitalista sem corrupção e a farsa de que a crise econômica seria uma “marolinha”. Enquanto Dilma vem exaurindo seu próprio capital político, a direita busca adquirir apoio popular se afastando de grupos abertamente golpistas, pois sua tática é via um impeachment legitimado por manifestações de rua amplificadas pela grande mídia, como ocorrido recentemente no Paraguai e Ucrânia.

Mesmo adversárias das  políticas do PT, várias organizações de esquerda, equivocadamente, acreditam que a capitulação de Dilma dissipará os riscos de golpe e, que, sendo assim, não se faz necessário combater a direita com uma forte frente única anti-golpista. Este engano pode custar muito caro a esquerda em geral.

O GOLPISMO E A NOVA GUERRA FRIA

A tática da internalização da política da direita só serve para pavimentar o caminho da reação e não tem eficácia contra o golpismo. Por que? Porque mesmo a mais neoliberal política econômica a ser aplicada por Dilma não saciará o problema atual dos EUA, colocado pela nova guerra fria mundial, onde o imperialismo tenta conter a crescente influência econômica, política e militar do bloco de países liderados por Rússia e China.

O golpismo no Brasil é, sobretudo, produto desta nova conjuntura internacional, oriunda da necessidade dos EUA de reconquistar seu pátio traseiro latino-americano, expulsando do governo o PT (articulista continental dos BRICS e defensor da desdolarização das transações comerciais), para substituí-lo por um típico governo de direita pró-imperialista.

NÃO A COOPTAÇÃO POLÍTICA! POR UMA
FRENTE ÚNICA CONTRA A DIREITA E
CONTRA AUSTERIDADE FISCAL DE DILMA

Sabendo da movimentação da direita, tanto nas ruas como nas instâncias mais altas do Estado (Congresso, STF, Polícia Federal e Ministério Público), Lula estimula o MTST a convocar uma espécie de “frente popular de massas” para tentar disputar as ruas com a direita, fazer uma blindagem relativa de Dilma e preparar sua candidatura para 2018. O PT precisa cooptar os movimentos sociais para: 1) Controlar o desgaste das greves e movimentos de rua ao próprio Governo; 2) demonstrar para os grandes Bancos e Corporações Privadas que estes ainda precisam do PT para governar sem crise social.

Nós, do Comitê Paritário (Liga Comunista, Coletivo Lenin, Resistencia Popular Revolucionária), chamamos os trabalhadores organizados nos movimentos sociais, grupos, coletivos e partidos de esquerda neste encontro para sair daqui com uma Frente Única contra a política anti-proletária de Dilma e em combate à direita e extrema-direita organizadas.

FRENTE ÚNICA SIM! FRENTE POPULAR NAO!

Não temos nenhuma ilusão na reedição de uma Frente Popular, que desmonta a mobilização social para assegurar sua condição de eficaz gestora do capital.
Acreditamos que esta Frente Única deve programar um calendário nacional unificado de greves e agitação nas ruas, disputando-as palmo a palmo contra a direita e os patrões. A Frente Única contra a direita deve coordenar as lutas contra as demissões em massa nas categorias da indústria e outros setores de serviços essenciais (ferroviários, metroviários, rodoviários), com os movimentos populares de luta por moradia (FIST, MTST, MNLN).

Ao mesmo tempo, a própria Frente Única será capaz de dar um salto de qualidade organizacional nos movimentos populares, na coordenação das manifestações, e, consequentemente, conseguirá repelir qualquer tentativa de influência ou sequestro da pauta de reivindicações dos trabalhadores pela ofensiva da direita midiática, com seus conhecidos instrumentos ideológicos para  insuflar a classe média conservadora, infiltrando elementos de extrema-direita nas manifestações de esquerda.