domingo, 25 de janeiro de 2015

ARÁBIA SAUDITA - RPR

Morreu o rei?
Reproduzimos abaixo um texto do camarada Mário Medina da Resistência Popular Revolucionária

Morreu essa semana, aos 90 anos, o rei saudita Abdullah Bin Abdulazis. Notícia irrelevante, sejamos sinceros. O que a mídia burguesa não diz é que o sujeito não passava de um fantoche dos EUA, que bateu as botas pra dar espaço a outro da mesma laia.

A Arábia Saudita é vizinha do Iraque, da Síria e do Irã, ou seja, um ponto estratégico da geopolítica do Oriente Médio, e joga um papel de relevância no cenário político local, sobretudo como enclave do imperialismo ianque na região; além de figurar como país mais rico do Oriente Médio, um dos países mais poderosos da OPEP.

Os EUA intervém de vários modos na região: financiando mercenários e terroristas em guerras civis, derrubando governos, atacando com drones contra inocentes, etc. Todo tipo de atrocidade eles fazem. Isso é de praxe pra eles e todo mundo sabe disso.

Pois bem, estão fazendo um desmanche político na região e não querem de modo algum que haja mudança no regime saudita, que, em meio a tantas instabilidades, é um importante aliado. São muitos os territórios em disputa na região, com diversos grupos, diversos interesses, conflitos sectários aos cantaros. O destino de países como Iraque e Síria, por exemplo, é incerto. Em meio a todas essas disputas, só a Arábia Saudita é reduto seguro para as maldades ocidentais.

Abdullah chegou a ser suspeito de financiar a Al Qaeda na época dos atentados as torres gêmeas, mas recuperou a simpatia ianque ao aderir a Guerra ao terror que veio logo em seguida, se mostrando um fiel escudeiro dos espoliadores. O governo saudita é uma vergonha para os árabes, uma vergonha para o Oriente Médio. O rei Abdullah assistiu em silencio ao ataque genocida a Gaza foi fiel representante da alta burguesia sunita e dirigiu um governo inimigo dos direitos humanos e dos direitos civis das mulheres e das minorias.

Não morreu um homem. Morreu um fantoche. E vai surgir outro em seu lugar, por mais intrigantes que sejam as disputas internas pela sucessão. O nome do novo líder terá de passar pelo crivo americano, terá de ter a benção do Tio Sam. Dizer que o rei saudita morreu não é notícia. Aguardamos ansiosos o dia de falar que o rei caiu, mas que em seu lugar surgiu uma nova forma de poder, popular, multiétnica, socialista e soviética.