segunda-feira, 8 de julho de 2013

BANCÁRIOS - SÃO PAULO

É hora de sermos protagonistas!
Assembléia dia 10 para preparar uma greve de verdade em 11/07

Panfleto elaborado por bancários independentes e pelos agrupamentos de oposição
"Coletivo Bancários de Base", "Uma Classe", "Coletivo Avesso" e "Alternativa Sindical Socialista"

As manifestações de rua, que já mobilizaram milhões de pessoas em todo o país, abriram uma nova etapa na vida política nacional. São inúmeras as vozes das ruas, expressando um claro anseio geral por melhores condições de vida. O inesperado protesto da juventude ganhou tamanha proporção que reverteu o que parecia impossível. Era uma pequena demanda, a redução das tarifas de transporte, que no entanto teve que se chocar contra a arrogância e a repressão conjunta dos governos municipal (PT) e estadual (PSDB). Os trabalhadores têm agora que entrar em cena enquanto classe, força social organizada. O momento é propício, e temos que sair à luta para levantar bem alto as nossas próprias reivindicações.

Ao mesmo tempo, as diversas demandas sociais vitais que foram levantadas pela população nas passeatas, e que também são as nossas – saúde, educação e transporte de qualidade, entre tantas outras –, precisam encontrar na classe trabalhadora organizada o ponto de apoio para derrotar os grandes interesses econômicos que governam o país e perpetuam as misérias cotidianas de milhões.

Nós bancários somos também parte da classe trabalhadora e temos uma série de motivos próprios para entrar na luta. Por isso, exigimos que a direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região marque uma assembleia para o dia 10 de julho, para deliberar sobre paralisação no dia 11. Somente por meio da greve podemos demonstrar também a nossa insatisfação!

O grito de indignação que ecoou nas ruas não pode ser desviado agora para defender interesses governistas e patronais. As grandes Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, UGT e congêneres) atuaram num primeiro momento para que as mobilizações massivas da juventude não confluíssem com os métodos de luta dos trabalhadores. Agora, pela própria força do movimento, se viram obrigadas a chamar um dia nacional de luta em 11/07. Se depender dessas direções, teremos uma manifestação que não estará à altura de expressar a verdadeira força dos métodos de classe dos trabalhadores. Pior ainda, essas Centrais pró-patronais e governistas irão buscar desvirtuar as nossas reivindicações em prol de seus próprios interesses. Não podemos deixar que CUT e CTB transformem o dia 11 num ato de apoio ao governo ou de propostas como a do “plebiscito pela reforma política” defendida por Dilma para conter as mobilizações; e nem que a Força Sindical faça demagogia para tentar fortalecer as falsas alternativas de oposição de direita. Os últimos acontecimentos deram
uma lição valiosa da força da mobilização independente nas ruas. Depende da luta e da organização dos trabalhadores a partir das bases para que se realizem as grandes mudanças e transformações sociais.

Hoje praticamente metade do orçamento vai para o pagamento da dívida, outra parte muito grande vai para incentivos às grandes empresas, sem falar da exorbitância dos gastos com a Copa, e tudo o mais que é desviado para a corrupção. Para termos saúde, educação e transporte, públicos, gratuitos e de qualidade (no “padrão FIFA”, como disseram muitos manifestantes!), temos que lutar:

- Pelo não pagamento da dívida pública aos banqueiros e especuladores!
- Salário mínimo que atenda as necessidades de uma família trabalhadora!
Até o DIEESE que é um órgão pro-patronal estabelece o valor de R$ 2.870,00. Que o valor seja calculado por organizações dos trabalhadores
- Estatização do transporte sob o controle dos trabalhadores e usuários!
Sem a estatização os milhões continuarão indo para o bolso das máfias do
transporte. E quem melhor do que os trabalhadores dos transportes e usuários para determinar as rotas e a racionalidade dos sistemas.
- Estatização do sistema financeiro, do petróleo e demais recursos naturais
sob o controle dos trabalhadores!
- Reposição total das perdas por categoria e gatilho salarial!
Que os salários sejam reajustados automaticamente conforme a inflação.