terça-feira, 30 de abril de 2013

SAUDAÇÃO DO CLQI AO 1o DE MAIO DE 2013

Derrotar a ofensiva imperialista
construindo o partido trotskista
da classe operária mundial!
SAUDAÇÃO DO CLQI AO DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES

O CLQI envia suas mais calorosas saudações revolucionárias à classe trabalhadora, aos pobres e oprimidos do planeta que estão lutando contra as últimas fases da pior crise do capitalismo desde 1930. Em meio a esta crise, as classes dominantes do mundo estão atacando violentamente, impondo uma selvagem austeridade contra os trabalhadores dos países metropolitanos e realizando guerras com seus próprios exércitos ou por meio de forças militares serviçais (como as tropas do Qatar e da Arábia Saudita que atuaram a serviço da intervenção imperialista na Líbia e que agora atuam na Síria) na África e no Oriente Médio.

Mali, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Líbia, Palestina, Síria, Iraque, Somália, Etiópia, Eritreia e Afeganistão são todas nações devastadas pela guerra. Outras guerras estão surgindo: contra o Irã e a Coréia do Norte. A responsabilidade por todas essas guerras é do imperialismo mundial, que procura matérias-primas para suas indústrias e mercados para sua produção, garantidos por palhaços dóceis impostos pelas invasões ou por tropas de países títeres.

Defendemos a derrota de todos os exércitos imperialistas e a vitória sobre os mesmos até pelas forças nacionalistas mais reacionárias; tais vitórias sobre os imperialistas mundiais só podem a médio e longo prazo, fortalecer as forças de libertação contra a tirania nacional e local no mundo semicolonial. O mais importante é que estas derrotas das tropas invasoras arranquem a aura de invencíveis das classes dominantes imperialistas e desmascarem as direções políticas e sindicais auxiliares do imperialismo.

GRÃ-BRETANHA
De país em país, a política de “austeridade” é a resposta capitalista para esta crise. Os direitos trabalhistas e sociais estão sendo cortados. Inclusive na Grã-Bretanha, custear a própria habitação está se tornando algo inalcançável para a classe operária. O Serviço Nacional de Saúde (NHS) está sendo privatizado rapidamente para fazer com que os cuidados de saúde sejam privilégios apenas dos ricos, direito negado aos pobres – a expressão “free at the point of use” (gratuito e no ponto de uso) em breve se tornará uma piada de mau gosto, se não determos este governo reacionário. O mesmo vale para França, Alemanha, EUA, América do Sul, África do Sul, Sri Lanka e para todo o globo.

GRÉCIA
A nova onda da crise no sistema bancário de pequenas nações como o Chipre e a Eslovênia é meramente um prelúdio para uma outra crise geral nas terras do euro. Os Bancos da Irlanda estão novamente sobre a inadimplência e depois deles virão os bancos de Portugal, Espanha e Itália e, é claro, da Grécia, onde os padrões de vida caíram desastrosamente e o fascista Aurora Dourada está se projetando ameaçadoramente nas pesquisas. E deve-se ressaltar que este é um verdadeiro partido fascista, não como outros grupos de extrema-direita europeus, como a Frente Nacional na França ou o Vlaams Blok, na Bélgica, que têm fascistas em vários cargos de direção, mas que ainda pretendem trabalhar dentro dos limites da democracia burguesa parlamentar.

A economia grega está contraída pelo 18º trimestre consecutivo. A taxa de desemprego subiu para 27,2% em janeiro. Mais de seis em cada 10 jovens gregos estão sem trabalho. O produto interno bruto caiu 6% nos três meses desde dezembro em relação ao mesmo período do ano passado, depois de cair 6,7% em relação às perspectivas do trimestre anterior, informou a Autoridade Estatística Helênica, com sede em Atenas. Um rápido olhar sobre os gráficos mostram que os objetivos da Troika são reduzir o custo unitário do trabalho através do aumento do desemprego para restaurar a taxa de lucro para uma fração ainda menor e mais “enxuta” da classe capitalista. Esse é o futuro do neoliberalismo de Reagan/Thatcher e de todos os trabalhadores na Europa e no mundo, se não os determos.

Nós insistimos que esta é uma crise derivada da queda da taxa de lucro, a lei mais poderosa da economia capitalista de acordo com Karl Marx, mascarada no passado pela extensão contínua da dívida pública como uma solução para cada crise cíclica até que a montanha de dívida envolveu a todo o sistema capitalista na grande crise de 2008 com o colapso do Lehman Brothers. Não há uma solução reformista keynesiana para a crise que inaugurou a mais recente etapa de guerras, golpes, contra-revoluções e crises pré-revolucionárias que inevitavelmente se seguirão. Mas estas crises só se tornarão revolucionárias se a classe operária armar-se com um programa e com uma direção revolucionários para lutar contra o imperialismo e o capital.

ARGENTINA

Na Argentina a estagnação econômica já está instaurada há algum tempo e fortalece as tendências para a recessão e erosão dos salários pela via inflacionária. Entretanto, um setor da pequena burguesia e frações da burocracia sindical estão servindo de massa de uma manobra que aponta para uma saída ainda mais serviçal que a própria Cristina Kirchner.

O Brasil, como Argentina e vários outros países latino-americanos, está no meio da disputa global entre dois grandes blocos do capitalismo: o bloco anglo-saxão, por um lado, e o bloco sino-russo, do outro lado. Após a crise de 2008, a China substituiu os EUA tornando-se o maior “sócio” comercial de vários países latino-americanos, como o Brasil.

No último período, o patronato do Brasil e da Argentina, e mais ainda, as multinacionais automobilísticas imperialistas, tratam de explorar as desigualdades entre as fronteiras, chantageando sempre de forma selvagem o proletariado de um lado e do outro, para arrancar taxas de mais-valia maiores e o máximo de subsídio estatal. Sob estas premissas objetivas, estão postas as condições para a unidade do proletariado dos dois países.

BRASIL

A recessão mundial chegou tarde no Brasil, onde a burguesia aproveitou a especulação imobiliária alimentada pelo fato do país sediar a Copa do Mundo de futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Ainda assim, o Brasil foi atingido, a partir de meados de 2012, pela recessão e estagnação industrial, acompanhados de inflação e outros ataques diretos à classe trabalhadora.

A partir de agosto de 2012, a direção da fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) lançou um ataque terrível contra os metalúrgicos. A multinacional ameaçou fechar a fábrica para impor demissões, suspensões, renúncia de direitos históricos e achatamento salarial. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, dirigido pela CSP-Conlutas (braço sindical do PSTU/LIT), cedeu a estas chantagens e concordou com o layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho) para 940 operários. Destes, quase 600 acabam de ser demitidos. Trata-se de uma política desastrosa desta direção sindical, política de colaboração de classes que desde 2011 tem ceifado o emprego de mais de 1100 metalúrgicos da GM, através de demissões “voluntárias”. Em 26 janeiro de 2013 foi assinado um acordo escravocrata, entre o Sindicato e a Multinacional, que aumenta a jornada de trabalho, reduz o salário e permite a demissão de centenas de operários pais de família. A desculpa da direção da Conlutas foi de que esta “era a única coisa possível a ser feita”. O PSTU/LIT ensina a política errada, dizendo para a classe trabalhadora que “a única coisa possível” é render-se aos patrões sem lutar. Assim, eles mesmos não se mostram melhores do que a pelega CUT, central sindical do PT, que tantas vezes criticam, corretamente, como lacaios dos patrões. Com estas desculpas patéticas, PSTU/LIT traem os setores radicalizados da classe trabalhadora que os seguem.

A principal tarefa dos trotskistas no Brasil é voltar-se para a classe operária, conquistando-a, para romper a influência do PT, Lula e Dilma e dar um novo rumo para a luta revolucionária do proletariado. A política de traição de classe da Conlutas e do PSTU, que assinou o acordo e semeou ilusões que o governo burguês de Dilma era favorável aos trabalhadores e não à multinacional dos EUA, prova que este partido é incapaz de servir como um instrumento para a classe trabalhadora contra seus patrões. Pelo contrário, o PSTU demonstra ser um importante aríete para destruir a resistência da classe trabalhadora em favor de ataques imperialistas pela “austeridade” no Brasil, para a escravização da classe trabalhadora. Este acordo criminoso da Conlutas/LIT servirá de padrão para os próximos ataques, não apenas contra os metalúrgicos da GM, mas contra toda a classe trabalhadora, pavimentando o terreno para a imposição do famigerado “Acordo Coletivo Especial”.

VENEZUELA

Na Venezuela, o candidato chavista Maduro quase não sobreviveu à eleição, obtendo menos de 51% dos votos. O ex-maoísta e motorista de ônibus apelou para o apoio dos reacionários líderes da Igreja Católica e do alto comando militar. Ele anunciou um programa de cortes e de desvalorização da moeda: “temos que aprender a fazer muita coisa com um pouco, mais com menos”, disse.

Maduro é membro da nova boliburguesia, parte da nova burguesia que se beneficiou amplamente com o setor público, no reinado de Chávez. Apesar de fazer alguma concessão aos pobres e fornecer alguns elementos do Estado de bem-estar em aliança com Cuba, Chávez manteve intacto o capitalismo de tal forma que agora o apoio popular tem diminuído a tal ponto que cresce a desilusão nas favelas e bairros pobres, e a distância política entre o setor mais reacionário da burguesia e os chavistas diminuiu para apenas 1,6%.

O PSUV é um partido populista burguês, anti-operário, que está perdendo o seu apoio de massa porque a política econômica burguesa chavista, baseada na manutenção do fornecimento do petróleo para o imperialismo (após a crise de 2008, estão caindo as exportações de petróleo da Venezuela para os EUA, ainda hegemônico, e aumentando as exportações para a China), passa por realizar planos de austeridade contra as massas. Portanto, os revolucionários deveriam ter chamado o voto nulo nas recentes eleições presidenciais venezuelanas, chamando taticamente uma frente única anti-imperialista com o chavismo para esmagar a direita golpista e testa-de-ferro do imperialismo, e construir um partido de trabalhadores para lutar pela expropriação da burguesia bolivariana através da revolução social, único caminho para conquistar o socialismo no século XXI.

CORÉIA DO NORTE

Nós, trotskistas do CLQI, estamos pela defesa incondicional do Estado operário da Coréia do Norte, contra os bloqueios e contra qualquer ataque ou provocação imperialistas. Defendemos o direito do Estado operário a possuir armamento nuclear contra seus adversários. O imperialismo anglo-saxão quer avançar sobre a Ásia, sobre os escombros do último Estado operário asiático, com a ajuda da burguesia chinesa, que negocia com a influência política que exerce sobre a Coréia do Norte, para retardar a ampliação do domínio militar dos EUA no Oceano Pacífico. Mas essa política criminosa do PCCh só fortalece os EUA, inclusive contra a própria China. Por sua vez, a política de “socialismo em meio país” da burocracia stalinista norte-coreana estrangulará o Estado operário. Defendemos uma revolução política na Coréia do Norte e a substituição da burocracia por conselhos operários e camponeses. Defendemos a revolução social na Coréia do Sul e a reunificação soviética da península coreana.

JAPÃO

Neste processo, o concentrado proletariado japonês deve ser convocado a cumprir um papel independente, unificando-se com seus irmãos coreanos contra seu próprio imperialismo e contra o bloco anglo-saxônico do qual o Japão é satélite. O proletariado japonês, que foi vítima dos dois ataques nucleares já cometidos no planeta na Segunda Guerra Mundial, não pode ser arrastado a atuar novamente como bucha de canhão contra seus irmãos de classe coreanos e chineses. Deve, ao contrário, jogar um papel importantíssimo na futura batalha do pacífico.

Esta é uma crise global de proporções contra-revolucionárias. O surgimento do Aurora Dourada na Grécia é um indício do que vai acontecer em todos os lugares, se nós falharmos em nossa missão de apontarmos como tática a edificação de frentes de ação pela luta direta contra o avanço do fascismo e se não construirmos estrategicamente uma direção bolchevique internacional, a reconstrução da Quarta Internacional.

O “Aurora Dourada”, melhor dizendo, o ocaso da impotência reformista na Grécia, que ameaça arrastar o proletariado helênico se este não constitui uma direção bolchevique, que rompa com o reformismo decadente. Trata-se de uma expressão grega da uma tendência em desenvolvimento em nível internacional de fascistização da ditadura do capital. De nossa parte, assinalamos que a tarefa de construção de uma direção bolchevique internacional é uma condição imprescindível, ainda mais agora, quando cresce a ameaça da noite da democracia burguesa, para que esta não se transforme em um inverno polar de barbárie totalitária para o proletariado e ao revés – com a saída revolucionária – brilhe a luz que aponte – desta vez sim – a aurora de um novo dia: a vitória do socialismo.