segunda-feira, 7 de maio de 2012

MALVINAS: A OFENSIVA IMPERIALISTA NO ATLÁNTICO SUL

Diante da impotência do governo argentino e da nova ofensiva imperialista, construir uma resposta operária e internacionalista

DECLARAÇÃO DO COMITÊ DE LIGAÇÃO PELA IV INTERNACIONAL


Nas três décadas que nos separam da Guerra das Malvinas (2 de abril a 14 de junho de 1982) esta é a primeira declaração internacional assinada por agrupamentos políticos trotskistas existentes tanto na Inglaterra (Socialist Fight) quanto na Argentina (Tendência Militante Bolchevique). Esta é uma declaração do Comitê de Ligação pela IV Internacional, que defende a derrota do imperialismo e vitória do país oprimido, sem no entanto capitular à burguesia do país oprimido. Não capitulamos como os que ontem assumiram uma posição “terceiro campista” ("Nem Thatcher, nem Galtieri!"), objetivamente pró-imperialista, nem aos que hoje claudicam ao governo “nacional e popular” de Cristina Kirchner. Também assina a declaração a Liga Comunista do Brasil, corrente membro do CLQI. A guerra acabou, com a rendição da Argentina, mas o imperialismo segue em sua ofensiva no Atlântico Sul.



Como parte da agudização dos conflitos inter-burgueses em meio à crise capitalista mundial, nos últimos meses se intensificou as demonstrações de força militar e controle geoestratégico da Inglaterra sobre o Atlântico Sul. O último episódio da nova crise foi o envio de um submarino nuclear britânico às Malvinas. Por parte do governo CFK não se vê mais do que tímidas queixas populistas e impotentes gestões diplomáticas junto aos governos também semi-coloniais sul americanos para flertar de forma inconseqüente com as aspirações nacionais da população argentina, que se sente secularmente roubada em seu território e suas riquezas marítimas. As Malvinas possuem uma quantidade de petróleo três vezes maior do que todo o resto do Reino Unido.

A GUERRA DAS MALVINAS FOI UMA AVENTURA
MILITAR PARA OXIGENAR A DITADURA
ARGENTINA UTILIZANDO-SE DE UMA DEMANDA
LEGÍTIMA DA CAUSA ANTI-IMPERIALISTA

No dia 30 de março de 1982, 50 mil trabalhadores se enfrentaram por 6 horas nas ruas contra a ditadura militar tanto em Buenos Aires quanto em Rosário, Neuquen, Mar del Plata, Tucuman e Mendonza na maior manifestação das massas proletárias durante todo o regime militar. O auge do repúdio popular era produto do impasse político em que se encontrava o regime. A crescente crise econômica (quebra dos bancos e empresas, inflação e desemprego recordes, enorme dívida externa,...) acentuou a divisão interna no governo militar, provocou o golpe dentro do golpe que derrotou Viola e levou a ascensão de Galtieri e corroeu o apoio da pequena burguesia ao regime. Acossada, a ditadura apelou para um artifício distracionista provocando um inimigo externo e se apropriou de uma secular aspiração do povo argentino para desviar a insatisfação popular. Esta tática, apesar da imensa crise interna, deu uma sobrevida ao regime militar argentino.

A ditadura não acreditava na reação militar britânica e apostava na intermediação estadunidense. Pensava que seu papel de cipaio diante do imperialismo estadunidense, apoiando diretamente a reação golpista e os agentes para militares da CIA na Bolívia e na Nicarágua, ia lhe render frutos e sentindo-se encurralada pelas lutas operárias vigentes, tentou explorar o descontentamento pela ocupação das Malvinas pelo Reino Unido, acreditando que seus amos imperialistas dos EUA iam ser condescendentes, iam tentar evitar a guerra e empurrar o conflito para uma saída negociada que lhe fosse favorável.

Não contavam que os vínculos econômicos inter-imperialistas, “a solidariedade de classe imperialista” entre EUA e GB eram mais fortes do que a “gratidão” pelos serviços de lambe-botas prestados pela burguesia semi-colonial argentina. Além da cumplicidade dos EUA e de outras ditaduras cipaias latino americanas como a chilena de Pinochet, a Inglaterra também exigiu que a França cedesse os códigos secretos de desativação dos mísseis Exocet que ela havia vendido à Argentina.

A ditadura não acreditava que o resultado de sua brancaleônica ocupação da Ilha fosse uma guerra e não se preparou para tal conseqüência. Por sua vez, a uma vitória militar contra um país que nem se preparou para a luta salvou o moribundo governo imperialista britânico.

Outro temor da própria ditadura é que em meio a crise que estava imersa, uma derrota do imperialismo também não lhe garantisse sobrevida e ainda fortaleceria seu pior inimigo: as massas laboriosas argentinas. Como Trotsky argumentou em sua famosa entrevista ao sindicalista argentino Mateo Fosa, supondo uma hipotética guerra entre o Brasil, governado por uma ditadura e a Inglaterra democrática:

“Se a Inglaterra saísse vitoriosa, ela colocaria outro fascista no Rio de Janeiro e fortaleceria o controle sobre o Brasil. Se o Brasil, pelo contrário, se saísse vitorioso, isto daria um poderoso impulso à consciência nacional e democrática do país e levaria à derrubada da ditadura Vargas. A derrota da Inglaterra, ao mesmo tempo, desferiria um golpe sobre o imperialismo britânico e daria um impulso para o movimento revolucionário do proletariado britânico. Realmente, é preciso não ter nada na cabeça para reduzir os antagonismos mundiais e os conflitos militares à luta entre o fascismo e a democracia. É preciso saber distinguir os exploradores, os escravagistas e os ladrões por trás de qualquer máscara que eles utilizem!” (“A luta anti-imperialista é a chave para a libertação”, Uma entrevista de Leon Trotsky a Mateo Fossa, 23/09/1938).

Analogamente, Inglaterra venceu, a ditadura argentina cairia de uma forma ou de outra, como já dissemos, a guerra lhe deu sobrevida, mas a reação mundial se fortaleceu com a vitória do imperialismo, tanto na Inglaterra, quanto nos EUA de Reagan, no Chile de Pinochet, na África do Sul sob apartheid, inclusive no Peru, país sul americano que mais se envolveu no conflito apoiando militarmente a Argentina aviões de combate da Força Aérea Peruana, navios e as equipes médicas, a direita abriu caminho com Alan Garcia e em seguida com Fujimori.

Na Inglaterra, “Thatcher se recuperou de uma desastrosa impopularidade nas pesquisas de opinião pública, devido aos ataques anti-operários que causaram a destruição de postos de trabalho britânicos e fábricas, o que certamente iria varrê-la nas próximas eleições. Esta vitória ideológica impulsionou seu ataque aos mineiros em 1985, as leis anti-sindicais e a privatização de serviços públicos. E precisamos assinalar a terrível conseqüência desta política para o proletariado britânico e de todo o mundo enquanto muitos apologistas ‘de esquerda’ do imperialismo procuraram ofuscar sua traição apresentando como conquista algo completamente secundário para a classe trabalhadora do mundo como a queda de Galtieri. A classe operária britânica ficou ideologicamente sem direção sob o chauvinismo nacionalista do laborista Michael Foot e os outros dirige ntes. Em 1981-82, Ronald Regan, presidente dos EUA, e Paul Volker, presidente do FED, o Banco central dos EUA, derrotaram a greve dos controladores de vôo (da PATCO). Enquanto ocorria a guerra das Malvinas, Reagan desferiu uma ofensiva impiedosa contra a classe trabalhadora dos EUA, que estabeleceu o padrão da ofensiva de todas os capitalistas contra suas próprias classes trabalhadoras em todo o mundo. Tudo isso preparou o coroamento do imperialismo com a derrota histórica mundial que a classe operária planetária sofreu com a derrubada da União Soviética.” (Ret Marut, “A FUA é a tática, A Revolução Permanente é a estratégia atual diante das guerras imperialistas no mundo semi-colonial, Socialist Fight #8, inverno de 2011/2012).

Esta vitória do imperialismo no único enfrentamento militar direto contra um país semi-colonial sul americano após a II Guerra Mundial foi uma batalha decisiva da guerra de classes planetária. O desfecho da guerra não necessariamente teria que ser este, como o desfecho da guerra do Vietnã não foi o que o imperialismo esperava e isto alterou o controle estratégico do imperialismo sobre a Ásia, obrigando-o a heterodoxamente buscar uma aliança com o Estado operário chinês contra a URSS.

Como retrata “A dama de ferro” (2012), o filme, após a vitória sobre a Argentina, a primeira ministra conservadora triunfante discursa no parlamento britânico dirigindo-se a oposição laborista: “Este é um dia para por de lado as diferenças, manter a cabeça erguida e ter orgulho de ser britânico”. O Partido Trabalhista segue as orientações de Tatcher. Também a ala esquerda do laborismo, desprezou as diferenças contra sua própria burguesia imperialista e se orgulhou da derrota argentina. Estes elementos impulsionaram a recuperação da popularidade de Tatcher, o revigoramento momentâneo da burguesia britânica, o aumento da extorsão sobre o proletariado (poll tax) e da reação triunfante no planeta, como também destaca o filme através de comentários contínuos consecutivos por distintos personagens “Isto recompensa tudo, seus índices sobem, de primeira ministra mais odiada de todos os tempos para queridinha da nação. O mundo estava a seus pés e a Grã Bretanha voltava a funcionar. Os negócios crescem, lucros, lucros, lucros, os milionários de Maggie, o muro de Berlim caiu.”

Mesmo odiando a ditadura a população trabalhadora saiu em massa as ruas protestar, sobretudo contra o imperialismo e reivindicar o arquipélago, quase uma centenas de milhares de pessoas se apresentaram como voluntários para combater pela causa antiimperialista, mas temendo a população a ditadura sabotou o próprio esforço de guerra, torturou soldados e os enviou para morrer deliberadamente sob frio e fome, negou-se a expropriar o banco de Londres e as multinacionais britânicas e a desconhecer a dívida externa com a Inglaterra. Mais do que a desproporção de forças foi a torpeza política da ditadura na luta antiimperialista que obrigou a Argentina a render-se em 14 de junho, após batalhas que custaram a vida de 649 argentinos e 255 britânicos. A frustração diante da derrota continuou fazendo vítimas, os centros de ex-combatentes indicam que desde o fim da guerra, mais de 450 ex-soldados suicidaram-se por estarem mergulhados em profundo estado de depressão. Esse número é superior ao de soldados mortos em batalhas nas ilhas, que foram um total de 326; outros 323 morreram quando um submarino britânico torpedeou o cruzador General Belgrano. Mas a derrota Argentina ainda não ficou por aí e o imperialismo britânico seguiu avançando em uma ofensiva de baixa intensidade nestes últimos 30 anos.

ACABOU A GUERRA, MAS CONTINUA
A OFENSIVA IMPERIALISTA NAS MALVINAS

Em 1986, o Reino Unido reivindicou pela primeira vez una zona de pesca ao redor das Malvinas, assegurando o direito a exercer sua soberania a partir do litoral até 200 milhas marinhas, incluindo o direito ao leito e subsolo da plataforma submarina. Em 1993 o Reino Unido proclamou também uma zona marítima de 200 milhas marinhas ao redor das ilhas Georgias do Sul e Sandwich do Sul. Os kelpers são uma força auxiliar da guarnição británica, como os colonos sionista da faixa de gaza o são do exercito israelense, se apóiam no despojo feito contra a argentina após 1982 sem que todavia tenha se passado uma geração.
O imperialismo britânico, componente do bloco anglo-saxão com os EUA, formou um cordão que reúne Asunción, Santa Elena, Tristán de Cunha até Malvinas. Este cordão serve aos interesses imediatos e geoestratégicos da Inglaterra, que passam a ser sobrevalorizados em épocas como a atual, de retração econômica e reaquecimento do preço do petróleo em meio a nova escalada belicista na África e Oriente Médio. Além do disputado petróleo há a pesca – incluindo o importante recurso do krill, a possibilidade dos vôos trans-polares e a via mais rápida a outros membros do bloco anglo-saxão constituídos por países oceânicos (Austrália e Nova Zelândia) e a Antártida como reserva estratégica para um futuro imediato sendo o setor antártico sobre o qual se projeta Malvinas o mais interessante pelas facilidades para a viabi lidade econômica.

Também se destacam interesses geoestratégicos sobre esta zona do globo como o controle do trafego aéreo e marítimo do Atlântico Sul, ou seja, entre América do Sul e África, projetando-se aos mares antárticos, o controle das passagens inter-oceânicas entre o Atlântico e o Pacífico, a comunicação com o indico desde o Atlântico Sul sendo para Inglaterra importante as linhas marítimas que levam a Austrália.

MALVINAS E O PETRÓLEO

O Reino Unido pode ganhar até 176 milhões de dólares pelos impostos cobrados as empresas que exploram gás e petróleo na zona das Ilhas Malvinas. Segundo publicou o diário The Telegraph, o cálculo, que foi realizado pela consultora Edison Investment, estima que se as quatro jazidas que estão sendo exploradas na atualidade podem ser exploradas pelas companhias petroleiras, esse seria o lucro para Grã Bretanha.

Somente Loligo, o maior destes poços, tem um potencial de mis de 4.700 milhões de barris de petróleo. Esta cifra ressalta quando se toma em conta que, no Mar do Norte, a maior jazida descoberta nos últimos 11 anos só contem um total de 300 milhões de barris.

A isto se soma o cálculo de que a jazida de Sea Lion, a exploração mais desenvolvida da região, produzirá uns 448 milhões de barris nos próximos 20 anos “Na atualidade, as entradas por impostos e pela pesca são de 40 milhões de dólares para a região.

O CRISTINISMO É UM SOCIO MENOR DO
IMPERIALISMO, INCAPAZ SIQUER DE ROMPER
COM O BLOQUEIO ANGLO-SAXÃO E MENOS
AINDA DE RETOMAR MALVINAS

Enquanto o imperialismo desfila com desenvoltura, CFK não golpeia os interesses britânicos na argentina como as propriedade inglesas na Patagônia, não desconhece os títulos de dívida com Londres, não confisca a Shell, não investiga os interesses da própria coroa britânica nas terras do sul argentino. De fato, CFK mostra um servilismo ao bloco anglo-saxão maiorr que a junta em 1982 e recua ainda mais: pede a intermediação dos EEUU na questão das Malvinas! Fazendo honra ao dito de que a historia primeiro se escreve como tragédia, e depois como farsa.

O imperialismo aposta a sobrevida do bloco anglo-saxão no controle do planalto iraniano de onde parte a seiva que alimenta o núcleo euro-asiático, sobretudo seu coração industrial (China) e é a porta de entrada para a maior extensão da Ásia (Rússia). No planalto iraniano se decide a configuração do mundo do século 21 tanto no hemisfério norte continental como no hemisfério sul marítimo. A importância das Malvinas hoje é proporcional ao istmo da América Central com o Canal do Panamá.

Hoje o capital financeiro-expeculativo trata de reafirmar-se com uma base material controlando os recursos estratégicos de tipo extrativos. Prevêem que a era predominantemente financeiro-especulativa está esgotando-se (o fenômeno de que se acabam as fichas de aposta no cassino global) e é preciso voltar a acumular por isto necessitam controlar os recursos estratégicos, sobre todo os extrativos, da “economia real” para assim garantir sua reconversão que hoje manifesta-se no desenvolvimento econômico obtido pela burguesia industrial china e a burocracia a ela associada. Este setor da burguesia mundial já pode ser considerado um novo jogador, detentor de fichas importantes no extremo sul do continente americano.

Na Argentina, a China já possui propriedades importantes em Chubut e Rio Negro. Em Chubut, a Pan American Energy (PAE) controla a jazida de Cerro Dragón, uma das maiores reservas petroleiras do país. Esta empresa está nas mãos da empresa Bridas (família Bulgheroni) e, a partir de 2012, 50% das ações estão nas mãos da companhia chinesa: National Offshore Oil Corporation (CNOOC). “Com este acordo, a CNOOC dá um primeiro passo no sul da América do Sul”, afirmou Carlos Bulgheroni ao concluir a associação com a empresa chinesa.

Em Río Negro, a MCC Minera Sierra Grande, uma das minas de ferro subterrâneas mais importantes do continente, em 2005, passou ao domínio da companhia MCC, um grupo empresarial da China. MCC possui 107 mil empregados no mundo, 70 subsidiarias e uma receita anual de 8,6 bilhões de dólares.

O “terceiro mundismo”, a unidade capitalista da América Latina e os países semicoloniais “emergêntes” são farsas, nenhum dos BRICS possui efetivamente independencia economica do imperialismo. Chile e África do Sul são plataformas do bloco anglo-saxão no hemisfério sul. Isto explica a função das frações majoritárias e do Estado chileno e seu exército cipayo. Após o exército argentino cair em desgraça diante do imperialismo, como gendarme do bloco anglo-saxão no extremo austral das Américas desde 1982 até agora. A bancarrota “terceiro-mundista”, poderíamos agregar o bloco histórico hindu campeão do terceiro mundismo que hoje se acerca cada vez mais do bloco anglo-saxão. O imperialismo britânico necessita afirmar constantemente que venceu em 1982 para negociar com as vantagens geoestratégicas que lhe dão o controle da chave dos mares aust rais, além de desfrutar de seus recursos econômicos para assim negociar em melhores condições dentro do bloco anglo-saxão.

AS CONTRADIÇÕES E TRAIÇÕES DA
ESQUERDA TROTSKISTA DIANTE DA
GUERRA DAS MALVINAS

Para o PO, a possibilidade de vitória argentina residia em um melhor uso do potencial bélico do país, em um problema logístico (Poderia Argentina ganhar a guerra?, site do PO, 12/03/2012). Mesmo do ponto de vista militar, esta análise é estúpida porque ainda que as forças regulares argentinas tivessem contido o primeiro ataque imperialista, com seus parcos recursos tecnológicos semi-coloniais não deteriam uma segunda intervenção maior imperialista coordenada pelo bloco anglo-saxão. Para os marxistas, Galtieri e a Junta foram derrotados por seus limites de classe, assim com mais recentemente foram derrotados o Taliban, Saddan Hussein, Kadafi e, provavelmente, serão derrotados Assad e Ahmadinejad. Por sua vez, a vitória poderia ser obtida a partir de um esforço da classe operária na arena mundial, com a solidariedade ampla e ativa dos povos oprimidos latino a mericanos, com o armamento de todo o povo argentino combinados com o apoio militar da URSS para a Argentina, que naqueles dias nutria um importante intercâmbio comercial com a União Soviética. Estas seriam as principais alavancas para a vitória do país oprimido.

O PO Argentino e a LIT reivindicam o campo militar da ditadura Argentina contra o imperialismo na guerra das Malvinas. Mas, agora, na Líbia e Síria, em nome do combate a ditadura aderiram a propaganda de guerra imperialista, tomam o campo imperialista da “primavera árabe” contra as atuais nações oprimidas sob ataque. Estes partidos demonstram que seu antiimperialismo não passa de nacionalismo ou patriotismo latino americano; um “sentimento” que mesmo sendo progressivo, por se tratar do nacionalismo da nação oprimida, nada tem a ver com o antiimperialismo e anticolonialismo de Marx, Lenin e Trotsky.

As correntes revisionistas LCI, CMI, CWI, e o lambertismo originárias da Inglaterra, dos EUA e da França tomaram uma posição derrotista, terceiro-campista, posição que objetivamente serve as suas próprias burguesias contra a nação oprimida. Estres partidos capitularam a sua própria burguesia imperialista, sob a falaciosa justificativa de apoiar a “auto-determinação dos Kelpers”, “combater a manobra distracionista da sanguinária ditadura argentina”, ou porque supostamente “não estava em jogo a soberania argentina”.

Para os trotskistas, a única posição principista deveria ser a luta pela derrota do imperialismo, nenhuma confiança na junta militar, pelo armamento de todo o povo, expropriação do capital imperialista na Argentina, do banco de Londres e o desconhecimento de toda a dívida externa argentina com a Inglaterra. Hoje, o governo CFK, que com sua tática “diplomática” é objetivamente mais servil e impotente que Galtieri foi, enquanto o imperialismo avança em sua colonização do atlântico sul e da Antártida a partir das Malvinas. Os revolucionários devem reivindicar a atualidade da luta antiimperialista pelas Malvinas, Haiti, Líbia, Iraque, Síria, Afeganistão. Devemos lutar em uma frente única com todas as forças políticas que se coloquem decididamente pela expulsão do imperialismo.

Simultaneamente também devemos denunciar o colaboracionismo dos governos b urgueses semi-coloniais que pavimentam o caminho da recolonização, e mais ainda aos governos que já se tornam agentes militares da invasão de outros povos como no caso do Haiti, onde os governos bolivarianos e nacional populistas ou frente populistas participam das tropas invasoras da ONU, ou no caso da Líbia, invadida com a ajuda de tropas do Katar e Emirados árabes. Nesta luta, os revolucionários não alimentam qualquer ilusão em seus aliados burgueses e reivindicam a unidade internacionalista e operária pela derrota dos piratas imperialistas em todo o globo.


Liga Comunista - Brasil
Tendencia Militante Bolchevique (Argentina)
Socialist Fight (Grã Bretanha)