sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A MAFIOSA COPA DE DILMA, CBF E FIFA

“Diversão popular” nada, mais repressão
contra os pobres e mais lucros para os ricos
do Folha do Trabalhador # 3, outubro de 2011
Explorando a paixão da população pelo futebol, está sendo montado um esquemão mafioso entre governos Dilma-Alckmin-Kassab, Fifa, multinacionais patrocinadores, cartolas, grande mídia, jogadores mercenários, CBF e empreiteiras que, há 3 anos da Copa, já vem rendendo super-lucros aos capitalistas. E, como todo enriquecimento da burguesia baseia-se no saque aos trabalhadores, desta vez não é diferente.
De forma direta ou indireta, as massas são prejudicadas e assaltadas, seja pela especulação imobiliária, que elevou assombrosamente o valor dos aluguéis e imóveis, seja pelos despejos de dezenas de milhares de famílias pobres por causa das obras dos Megaeventos (Copa e Olimpíadas), seja pelo aumento dos custos de vida decorrentes. No primeiro caso, trata-se de um efeito agravante da crise financeira nas bolsas de valores. Os especuladores do mundo estão transferindo seu capital para o ouro e para os imóveis que no Brasil sofrem uma sobrevaloração devido também aos Megaeventos.


Mas o esquemão está apenas começando e não por acaso setores da burguesia, acreditando que dirigir o Ministério dos Esportes em vésperas de Copa e Olimpíadas é muita areia para o caminhãozinho da quadrilha de Orlando Silva, trataram de escandalizar sua corrupção para tomar este Ministério da mão do PCdoB. Afinal, a Associação das Empreiteiras, a Abdib e a CBF já orçaram em R$ 112 bilhões o custo só com a Copa.

SOB A DITADURA DA FIFA

Neste processo o Brasil passará a ser controlado pela mafiosa multinacional Fifa que, sob a Lei Geral da Copa, ditará desde o preço de ingressos, vistos de entrada no país, para competidores e espectadores, tendo exclusividade no marketing e na transmissão dos eventos e até realizando a tipificação de novos crimes e novas varas para julgá-los. Trata-se de um verdadeiro Estado de exceção, ou seja, uma ditadura onde a população, além de não poder assistir aos jogos pelo exorbitante preço dos ingressos, também perderá o direito de ir e vir.

Tudo é justificado em nome de “agilizar as obras”, desde o fabuloso negócio da privatização dos aeroportos, que elevará o valor das passagens aéreas, até a flexibilização da lei de contratações para obras públicas, criando um “regime diferenciado” que esconde o valor dos orçamentos e libera geral o superfaturamento das construções a fim de distribuir a rodo o dinheiro estatal para bancos e empreiteiras nacionais e multinacionais.

Para obter super-lucros nos Megaeventos, os capitalistas impõem a super-exploração das massas. É esta escravidão que assassina operários nas obras da Copa e contra a qual os trabalhadores da construção civil do Maracanã (RJ) e do Mineirão (MG) se rebelaram em greve. Contra esta ditadura, os nossos irmãos negros sul africanos fizeram 32 greves em 2010.

Logo, a Copa do mundo não é nossa, e sim mais uma jogada deles contra nós. Precisamos nos organizar, se não, nossos inimigos de classe ganharão de goleada. Fique atento camarada, enquanto te exploram, tu gritas gol. Por isto, a FdT defende a revelação imediata de toda a contabilidade, dos prazos e projetos da Copa, que o esporte seja estatal, gratuito, sob o controle dos trabalhadores e voltados para a diversão e o bem-estar dos mesmos! Abaixo os grandes capitalistas que exploram a paixão popular!

Encontro organiza à resistência aos despejos e elege representantes por local de moradia na zona leste de São Paulo
Plenário do Encontro das Comunidades em Defesa da Moradia
Assim como os operários da construção civil do Maracanã e em Belo Horizonte, a população trabalhadora que tem sua moradia ameaçada pelas obras da Copa começa a se organizar.

No dia 17 de setembro ocorreu na zona leste de São Paulo o Encontro das Comunidades pelo Direito a Moradia organizado pelo COMITÊ POPULAR ITAQUERA COPA PARA QUEM? e pelo MOVIMENTO NOSSA ITAQUERA. Participaram mais de 400 pessoas pertencentes às Comunidades da Caititu, Vila Progresso, Pacarana, Zorrilho, Três Cocos, Pedreira I, Vila da Paz, Miguel Ignacio Curi e Francisco Munhoz Filho. Cada uma das 9 comunidades participantes elegeu seus representantes por local de moradia.

Uma das condições da população na preparação da atividade foi que nenhum pré-candidato às eleições do próximo ano tivesse direito a voz para fazer proselitismo com o movimento. Há uma clara prevenção das Comunidades para uma resistência coletiva aos despejos e contra todas as alternativas de remoção dos moradores da região para albergues, ou para bolsas aluguéis, em favor da especulação imobiliária patrocinada pelos governos Dilma, Alckmin e Kasab.

A disposição da FIFA, multinacionais, empreiteiras e do mercado imobiliário, a prefeitura de Kassab e o governo tucano concederam R$ 478 milhões para as obras do estádio em Itaquera e outras vinculadas à Copa. O governador Alckmin contribuirá com R$ 70 milhões só para o aluguel de uma estrutura móvel de arquibancada para atingir o mínimo de lotação exigido pela Fifa. Só na região, 16 favelas, 5 mil famílias podem ser atingidas pelos despejos motivados pelas obras da Copa, da Radial Leste e do Parque Linear.

“Vai ser bom para os ricos e os pobres que se lasquem”

Abaixo, o Folha do Trabalhador reproduz uma uma pequena entrevista realizada com quatro delegados eleitos representantes da Comunidade do Caititu no Encontro. Os delegados são um casal de professores, uma dona de casa e uma técnica em enfermagem.

Para preservar os companheiros nesta verdadeira guerra contra dos ricos contra os pobres, o FdT publica a entrevista sem revelar o nome dos mesmos.

FdT: Qual a importância do Encontro?

R: O Encontro foi importante para o processo de mobilização, para resistir aos despejos, para nos organizar. E caso haja remoções, se elas forem inevitáveis, que se dê moradia digna para a gente viver.

FdT: O que vocês acham da Copa e do Itaquerão?

R: Não somos conta a Copa ou contra o Estádio [o Itaquerão], mas do que adianta trazer beleza para nossa cidade,... o que a gente vai ganhar se para construirem um Estádio vão tirar nossa casa?

FdT: Quantas famílias vão ser atingidas na Comunidade de vocês?

R: Só na beira do Rio podem ser despejadas 2 mil famílias. Esta Copa vai ser boa para os ricos e os pobres que se lasquem.

FdT: Como estão pensando em resistir?

R: É preciso unir os moradores para resistir aos ataques do poder público e privado, fazer manifestações. Não queremos albergues ou bolsa-aluguel, queremos moradias dignas iguais ou melhores do que as que temos e na própria região onde vivemos.