tag:blogger.com,1999:blog-25573986500097914622024-03-13T03:39:48.791-03:00LIGA COMUNISTAUnknownnoreply@blogger.comBlogger946125tag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-60280968530882015482024-02-19T00:40:00.002-03:002024-02-19T00:50:24.040-03:00AGORA VOCÊ NOS ENCONTRA AQUI:<div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: x-large;">partidocomunista.org</span></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: helvetica;"><b><span style="font-size: x-large;"><br /></span></b><a href="https://partidocomunista.org/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="915" data-original-width="1536" height="382" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl4cw-BobnAx7D6Y4MX6bfPJgA-O9enmZQND6KXHB-SCsBC7QKatu0O3Op6jvVKOCLaln880PP4ncJjRF9v-S543JNZ_5J7AxwlKs1V2TJhwtFdXOQAKFZE2gAZBO_TR6CYbj6Jdbo7ThKWYQqc-5Bpzkr3b6s8M3KjVu3kRCVFo-c7PeGWoNBaiz1XvG4/w640-h382/Captura%20de%20tela%202024-02-19%20000406.png" width="640" /></a></span></div><span style="font-family: helvetica;"><span style="background-color: white;"><div style="font-size: 13.2px;"><span style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><br /></span></div></span>Para continuar acompanhando nossas publicações, digite partidocomunista.org ou simplesmente clique na imagem acima.</span><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Desde sua fundação, em 2010, a Liga Comunista passou por várias etapas. Por um período (2015-2021) se chamou Frente Comunista dos Trabalhadores e depois, retomou seu nome original. A LC teve esse blog (https://lcligacomunista.blogspot.com/) como órgão principal de comunicação, seguido pelo site folhadotrabalhador.org.</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Como se pode ver, ambos seguem em funcionamento, como memória e arquivo vivo de nossas publicações e atividade militante entre 2010 e 2023, mas já não mais atualizados como antes.</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Em 2023, a partir da fusão da LC com outras duas outras organizações comunistas, a Liga Socialista e a Liga Marxista, foi criado o Partido Comunista </span><span style="font-family: helvetica;">que superou a Liga </span><span style="font-family: helvetica;">(aqui está o </span><a href="https://partidocomunista.org/balanco-do-congresso-do-partido-comunista-destaques" style="font-family: helvetica;" target="_blank">Balanço do Congresso</a><span style="font-family: helvetica;"> de criação e </span><a href="https://partidocomunista.org/programa-do-partido-comunista" style="font-family: helvetica;" target="_blank">Programa</a><span style="font-family: helvetica;"> do PC) e um novo </span><a href="https://partidocomunista.org/Index.aspx" style="font-family: helvetica;" target="_blank">site</a><span style="font-family: helvetica;">. Esse site acima, ao qual convidamos os leitores a acessarem, ingressarem, lerem nossas elaborações e de nossos camaradas pelo mundo e, sobretudo, divulgarem.</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;">A partir do site do PC também podemos ser encontrados em outras mídias, plataformas e formatos variados, como o nosso canal de <a href="https://www.youtube.com/@PartidoComunista2023">https://www.youtube.com/@PartidoComunista2023</a></span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.youtube.com/@PartidoComunista2023" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><span style="font-family: helvetica;"><img border="0" data-original-height="838" data-original-width="1117" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPUWPcyVklCa2cYHGh7m-spQOlz890Z09aHAzknWM4M9vkK03nJY6wADuQCCtgPbWjfnUjSMwl08cYx2wJs7K7YOzK9Z9RXTaeqMmUkTpFWIOPhY5RRVjBfsBH5wmZvdmAf7G3SJfZhiioX3L094Cilzns2fAheIjvyYWOPMgfhvKaw4P-KPJVUlBGmprc/w640-h480/youtubePC.png" width="640" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span><br /></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-48241727230372039012022-03-20T09:52:00.005-03:002023-03-16T01:16:53.342-03:00FOLHA DO TRABALHADOR, NOVO SITE<span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: x-large;">Novo Site da Folha do Trabalhador, <a href="http://folhadotrabalhador.org">folhadotrabalhador.org</a></span></span><div><span style="font-family: helvetica;">Para continuar acompanhando nossas publicações, clique na imagem ou no link do endereço.</span><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTpDy5NAvnFnGpnAHIQMAvvSBEBN9FK_GuraG3ID1HhlHrpVFogogkCNSasNDnzHm5kjNjwu7Gv8uauJTEJB5aqZgWg5YkEijEaMoyhYmTdWxkUo8K9rawLHYOH-y7KuJvDbl-xRpIzyxfoAPCRlF8bcu7Ypv2-V2qAuTtotO6zYWbJJG88DQNN1JwDQ/s557/paginaft16032023.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="557" data-original-width="488" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTpDy5NAvnFnGpnAHIQMAvvSBEBN9FK_GuraG3ID1HhlHrpVFogogkCNSasNDnzHm5kjNjwu7Gv8uauJTEJB5aqZgWg5YkEijEaMoyhYmTdWxkUo8K9rawLHYOH-y7KuJvDbl-xRpIzyxfoAPCRlF8bcu7Ypv2-V2qAuTtotO6zYWbJJG88DQNN1JwDQ/w560-h640/paginaft16032023.jpg" width="560" /></a></div><br /><br /></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-14873294582139796252022-02-21T15:23:00.001-03:002022-03-20T09:53:15.155-03:00<span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: x-large;">Apelo a todos os trabalhadores, movimentos operários, movimento comunista e toda a humanidade progressista!<br /></span><br /><a href="https://anti-imperialistfront.org/2022/02/15/appeal-to-all-the-working-people-workers-movements-the-communist-movement-and-all-progressive-humankind/"><img height="130" src="https://www.consistent-democrats.org/wp-content/uploads/2022/02/Anti-imperialist-front.jpg" width="640" /></a><br /></span><div><span style="font-family: helvetica;">Nós, um grupo de camaradas da Bielorrússia, Cazaquistão, Ucrânia e Rússia, apelamos a você: devemos impedir a guerra! Não à guerra que os imperialistas ocidentais planejam desencadear jogando a Rússia e a Ucrânia uma contra a outra!<br /><br />Esta guerra fratricida é benéfica apenas para os magnatas do capital financeiro. No mundo contemporâneo, os predadores capitalistas entendem que qualquer guerra entre potências nucleares é imprevisível em termos de consequências e apresenta uma ameaça real de destruição da humanidade, usando as pilhas de armas letais acumuladas ao longo dos anos. Portanto, imperialistas sanguessugas se beneficiam de conflitos locais nos quais uma ditadura abertamente chauvinista e terrorista do próprio capital financeiro, isto é, o fascismo, pode ser usada.<span><a name='more'></a></span><br /><br />Como o estágio mais alto do capitalismo, o imperialismo já dividiu o mundo inteiro em zonas de sua influência. Observe que os países não existem para o capital financeiro, mas as regiões de influência sim. O capitalismo em seu desenvolvimento se aproximou de um estado perigoso: agora é um pântano em decomposição que está envenenando a vida de todos os habitantes do planeta. Este pântano apodrecido já está tirando a vida das pessoas com suas guerras e devastação. O capital é incapaz de resolver as agudas contradições da sociedade burguesa. O capital também significa crises econômicas constantes, e o capitalismo supera as crises iniciando conflitos militares.<br /><br />Quem pode deter a agenda sangrenta do capital financeiro? Somente a classe trabalhadora e a intelectualidade progressista se engajaram na luta proletária! O slogan “Proletários de todos os países, uni-vos!” é mais relevante hoje do que nunca. “Paz para as nações!” os revolucionários bolcheviques uma vez proclamaram.<br /><br />Por isso, hoje, apelamos a toda a humanidade: Não à guerra, Não aos planos imperialistas dos EUA e seus vassalos na Europa! Paz para a Ucrânia, Rússia, Paz para toda a humanidade!<br /><br />Somos contra a guerra, mas em caso de guerra defendemos Donbass, Crimeia e Rússia contra a OTAN e seus aliados. *<br /><br />Pedimos a todos que repostem ou compartilhem esta declaração coletiva em seu feed como um sinal de que você a apoia e/ou se considera um signatário deste apelo ao mundo PELA PAZ.<br /><br />Se você deseja ser adicionado à lista de signatários, entre em contato conosco pelo e-mail info@anti-imperialistfront.org<br /><br />Signatários:<br /><br />Grupo Iskra: Askar Aysin (Cazaquistão)</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Botagoz Datkhabaeva (Cazaquistão)</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Alexandr Naydenko (Rússia)</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Frente anti-imperialista – Bielorrússia</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />MadaarSorkh – coletivo comunista iraniano</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Frente Anti-Imperialista Anti-Fascista Internacional Unida</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Movimento eslavo búlgaro</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Organização pública “OPLOT Bulgária”</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Laboratório do Futuro (https://vk.com/flab20)</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Associação Pública Patriótica “Pátria” (Bielorrússia)</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Associação Pública “Pela Democracia, Progresso Social e Justiça” (Bielorrússia)</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Democratas Consistentes (Grã-Bretanha – LCFI)</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Liga Comunista (Brasil – LCFI)</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Tendencia Militante Bolchevique (Argentina – LCFI)</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br />Socialist Workers League (Estados Unidos – LCFI)<br /><br />* a frase em negrito foi sugerida como acréscimo pelos grupos LCFI. No entanto, uma vez que vários grupos já haviam endossado a declaração naquela época, os organizadores, embora declarando seu acordo com ela, consideraram muito complexo reaproximar-se de todos os signatários para emenda, o que é compreensível. Portanto, esta é a proposta apenas dos grupos de LCFI.</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-64258511182424551642022-02-21T10:22:00.006-03:002022-02-21T10:22:38.255-03:00Grécia: Breve visão geral da situação em 2022<p><span style="font-size: x-large;">Breve visão geral da situação na Grécia em 2022</span></p><p>M. Santaskidis, KED (Grécia)</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgVxZmR-OkkyIh7atzdRsyHyj6AUWiA-Sow2qifQSdsdqDN1GKa9qcrDZauKlAaxDnRKr3bB0G9FRx2brtEhNecqKkZyhu1ijkOrpWeMkaLIjqo_Whu6Lf6MQ0cJisBDHaAacD0tgYwN50bQLjNWw5FpUoBXhxlmL5XTwZdsaQcO2-kXUG5cV7YVxiz1Q=s620" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="385" data-original-width="620" height="398" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgVxZmR-OkkyIh7atzdRsyHyj6AUWiA-Sow2qifQSdsdqDN1GKa9qcrDZauKlAaxDnRKr3bB0G9FRx2brtEhNecqKkZyhu1ijkOrpWeMkaLIjqo_Whu6Lf6MQ0cJisBDHaAacD0tgYwN50bQLjNWw5FpUoBXhxlmL5XTwZdsaQcO2-kXUG5cV7YVxiz1Q=w640-h398" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A presidente grega Katerina Sakellaropoulou em frente a um muro na fronteira, significando ao mais alto nível a política anti-migrante do estado"</td></tr></tbody></table><p><span style="font-size: medium;">A Grécia, com seu atual governo neoliberal eleito com uma retórica racista, anti-imigração e medo, chegou a um momento peculiar, onde após uma década de austeridade e turbulência, políticas e práticas semelhantes do Estado não estão sendo contestadas. A nova legislação antilaboral, a normalização de um ambiente de trabalho com baixos salários e altas jornadas de trabalho, novos tipos de emprego – prejudiciais para os trabalhadores – o aumento dos aluguéis e dos preços em geral, são as novas condições de vida em que as pessoas são forçados a lutar pela sobrevivência.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p><span style="font-size: medium;">Ao mesmo tempo, o governo assumiu o papel de cão de caça da Europa contra os imigrantes e refugiados, fazendo amplos retrocessos, seja em terra ou no mar, ou amontoando pessoas em condições inabitáveis em campos de refugiados. O Estado, com a bênção da Europa, optou por tornar a vida dos refugiados pior do que em seus países de origem, ou, com total desrespeito às vidas humanas e a decência, apenas matá-los tentando “devolvê-los” violentamente à Turquia. O que é irônico, porque, em nome da vida humana e da segurança pública, o Estado implementou um dos bloqueios mais duradouros e cruéis da Europa, juntamente com uma grande quantidade de brutalidade policial para aplicá-lo.</span></p><p><span style="font-size: medium;">No entanto, mesmo antes da pandemia, houve um grande aumento na violência policial contra manifestantes e brutalidade policial geral, onde a polícia invadiu casas ou manteve sob vigilância, conhecidos ativistas de esquerda, usando a saúde pública como desculpa, esses incidentes dispararam. Isso foi combinado com um ataque às práticas organizacionais do movimento, com legislação permitindo a entrada de policiais nas universidades ou cerceando os direitos sindicais. É lamentável, porém, que os movimentos tenham sido paralisados por medo da pandemia. Mesmo agora, é difícil se organizar devido a esse medo, explicando assim por que qualquer resistência tem sido fraca.</span></p><p><span style="font-size: medium;">No cenário internacional, a burguesia grega se vê como um fator importante na atual guerra fria. Enquanto as condições de vida na Grécia estão caindo, o Estado fez um enorme acordo de armamento com a França, onde também concordou que as tropas fossem enviadas em conflitos que a França está conduzindo. Ao mesmo tempo, a Grécia apoia incondicionalmente os interesses dos Estados Unidos, permitindo novas bases militares dos EUA, bem como a expansão das antigas. Por fim, uma aspiração duradoura da burguesia é a reivindicação maximalista de uma imensa zona econômica exclusiva (ZEE) que aspira tornar o sudeste do Mediterrâneo um “lago grego”, provocando conflitos com a Turquia.</span></p>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-52245893423617569702022-02-04T19:27:00.002-03:002022-02-04T19:41:12.146-03:00ARGENTINA: Alberto con FMI, Cristina contra<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">Acuerdo de Alberto Fernández con el FMI provoca crisis política en el Frente de Todos<br /></span><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjsNDkGEn5aph3qHATBIJTy0DjPn4qH-Pi_ZDYhNhdeD6njNInmRQbcrn070dCdHlzz6yceW0CMQZH-sWWBfHLl0uizHPyro7bNrcAADtOIhx25arCJ7uqTvoDaVL3Aefcg5-WJaRcueYipWN0UgnkSZ1WEpf3Yk9RHiixvduOcAvexZobqBG0m0YImgw=s750"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjsNDkGEn5aph3qHATBIJTy0DjPn4qH-Pi_ZDYhNhdeD6njNInmRQbcrn070dCdHlzz6yceW0CMQZH-sWWBfHLl0uizHPyro7bNrcAADtOIhx25arCJ7uqTvoDaVL3Aefcg5-WJaRcueYipWN0UgnkSZ1WEpf3Yk9RHiixvduOcAvexZobqBG0m0YImgw=w640-h320" /></a><br /><br /><i><span style="font-size: x-small;">Publicamos abaixo a análise de nossa corrente irmã argentina <a href="http://tmb1917.blogspot.com/" target="_blank">TMB </a>sobre a crise dentro do governo do partido chamado Frente de Todos, devido as negociações entre o presidente Alberto Fernandez e o FMI, criticadas por nós <a href="http://tmb1917.blogspot.com/2022/01/bailando-entre-el-bloque-imperialista-y.html" target="_blank">aqui</a>. É interessante destacar que na Argentina ocorre um fenômeno simetricamente inverso à Honduras, mesmo levando em consideração todas as diferenças entre as duas conjunturas e entre as nações. Em Honduras, ocorreu uma rebelião parlamentar pro-imperialista de uma fração de parlamentares do partido Libre contra a presidente recém eleita pelo Libre, Xiomara Castro (ver <a href="https://socialistworkersleague.blogspot.com/2022/01/honduras.html" target="_blank">aqui</a>). Os rebelados se aliaram com a oposição de direita, ao partido do ex-presidente JOH, contra a presidente para tentar impor o então dirigente parlamentar do Libre como mandatário do Congresso. Foram expulsos do Libre. Na Argentina, a rebelião tem um signo de esquerda. A fração kichnerista do partido Frente de Todos, do presidente Alberto Fernandez, se rebelou contra o acordo com o FMI e a aproximação da Argentina com os EUA, movimento de Fernandez que conta com as simpatias de parlamentares da oposição de direita, ligados ao ex-presidente Macri.<br /></span></i></span><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">Para los marxistas la lucha de clases (aunque sea entre sectores de una misma clase) y la geopolítica se imponen sobre las fronteras partidarias. La renuncia de Máximo Kirchner - que a no dudarlo tiene val de Cristina Kirchner - a la presidencia del bloque de diputados del FDT, marca un distanciamiento del kirchnerismo del gobierno de Alberto Fernández.<span><a name='more'></a></span><br />El kirchnerismo no quiere compartir con Alberto Fernández el costo político del ajuste que exige el FMI a la Argentina, por más que Alberto Fernández niegue que el entendimiento con el FMI implique un ajuste es obvio que lo habrá, ya el 2 de febrero hubo un aumento del 9% de los combustibles.<br /><br />Después de una reunión con Sergio Massa, presidente de la cámara de diputados y el que ocupa el rol más pro-estadounidense en la dirigencia del FDT, Alberto Fernández, a su vez, tomó distancia del kirchnerismo, nombrando como presidente del bloque de diputados del FDT al santafesino Germán Martínez.<br /><br />En medio del ajuste que el FMI exige a la Argentina y la deuda impagable que dejó el macrismo y que Alberto Fernández no investigo, no hay alternativa dentro del capitalismo para la Argentina si no es un aproximamiento decidido al polo ruso-chino que es la carta que busca jugar el Kirchnerismo como parte de su futuro político.<br /><br />Los trabajadores deber aprovechar las crisis y diferencias que surgen al interior de la propio dirigencia política burguesa para avanzar en sus luchas único medida efectiva de evitar los duros ajustes exigidos por el imperialismo.</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-27048531980072267292022-01-30T23:23:00.007-03:002022-01-30T23:45:08.824-03:00Honduras<p></p><p class="MsoNormal"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: times; font-size: x-large;">Como evitar um novo golpe?</span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white;"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">O que a primeira tentativa de golpe nos ensina desde a cooptação pela própria liderança parlamentar do próprio Libre e foi desvelada com a mobilização popular</span></span><span style="font-size: 13.2px;"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span lang="ES-AR"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: times;">Declaração do Comitê de Ligação para a Quarta Internacional, uma organização internacional de trabalhadores comunistas</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span style="font-family: times; vertical-align: inherit;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: times; vertical-align: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiBRl0sxM_eSIfxDzTnB0TbJtil6vkgOctq9hTMm7QWf6MCPedzAHlodmf7cPlkInSvpaV6C7IsWBMH6AfDP9NAHU17uj2QohXwe_KbUo5rTnKmWDW3wzkuXa7bdgwfBuGqAAd5Xi-je9cmq_kix4lAMu5gjcyzfdVWlchgatz4A9ht2OHzYVtXqVd-2g=s800" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiBRl0sxM_eSIfxDzTnB0TbJtil6vkgOctq9hTMm7QWf6MCPedzAHlodmf7cPlkInSvpaV6C7IsWBMH6AfDP9NAHU17uj2QohXwe_KbUo5rTnKmWDW3wzkuXa7bdgwfBuGqAAd5Xi-je9cmq_kix4lAMu5gjcyzfdVWlchgatz4A9ht2OHzYVtXqVd-2g=w640-h360" width="640" /></a></span></div><p class="MsoNormal" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span style="font-family: times; vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Honduras (2009), Líbia (2011), Paraguai (2012), Ucrânia (2014), Brasil (2016), Bolívia (2019)...? </span><span style="vertical-align: inherit;">Os golpes de estado voltaram com toda a força para se tornar moda entre os mecanismos dos Estados Unidos para não perder o controle do planeta diante de um bloco de países inimigos, como China, Rússia, Irã, Venezuela, Cuba, .. As velhas justificativas também voltaram, a suposta luta contra a corrupção, o comunismo, a “guerra às drogas”. </span><span style="vertical-align: inherit;">O objetivo também permanece, de impor governos fantoches contra a vontade da maioria popular e continuar a saquear o sul do continente como se fosse seu quintal.</span></span></p><p></p><a name='more'></a><span style="font-family: times;"><span style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><a name="more"></a></span><o:p style="background-color: white; font-size: 13.2px;"></o:p></span><p></p><p style="background-color: white; font-size: 13.2px;"></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Dos 35 países do continente, os que mais sofreram tentativas de golpe foram Cuba e Venezuela.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Em Cuba, os golpes imperialistas são repelidos desde 1961, com a invasão da Baía dos Porcos repelida por vermes contra-revolucionários armados pela CIA. </span><span style="vertical-align: inherit;">Isso forçou a revolução de 1959 a ir mais longe, a expropriar social e economicamente o imperialismo e os capitalistas locais. </span><span style="vertical-align: inherit;">Precisamente por causa dessas medidas revolucionárias, apesar de ser uma pequena ilha com uma população um pouco maior que a de Honduras, Cuba derrubou todos e cada um dos golpes do imperialismo. </span><span style="vertical-align: inherit;">A ilha que eles querem matar estrangulada por bloqueios exportou saúde para o mundo.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Em segundo lugar está a Venezuela, que sofreu o primeiro golpe deste século, em 2002, derrotada pela mobilização popular, que trouxe Chaves de volta ao governo. </span><span style="vertical-align: inherit;">Muitos golpes foram tentados, mas a combinação de armamento do povo, ampliação da representação popular, solidariedade internacional e aproximação com o bloco inimigo do imperialismo norte-americano desmantelou julgamentos políticos e invasões mercenárias. </span><span style="vertical-align: inherit;">Deve-se notar que, devido à maior profundidade no processo de expropriação política, de direita e econômica do capital, Cuba sofre menos tentativas de golpe interno do que a Venezuela. </span><span style="vertical-align: inherit;">Embora, nos últimos 30 anos, como parte das derrotas que foram os processos contrarrevolucionários de restauração capitalista iniciados no Leste Europeu e na URSS, Cuba sofre, se adapta e favorece a ação do verme,</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Deve-se notar que a primeira trama de golpe em Honduras já começou antes do início do próprio mandato com a cooptação de parte do próprio partido LIBRE pela direita e pelo imperialismo. </span><span style="vertical-align: inherit;">A fratura do parlamento hondurenho que pode preparar um impeachment. </span><span style="vertical-align: inherit;">Começou com uma fração do partido LIBRE (Libertad y Refundación) de Xiomara Castro, que já havia concordado com partidos de direita como os partidos Nacional e Liberal, proclamando-se Jorge Calix, o líder dessa fração LIBRE, como chefe da legislatura . </span></span><a href="https://www.ambito.com/mundo/honduras/xiomara-castro-inicia-su-gobierno-multiples-crisis-que-resolver-n5359451" style="text-decoration-line: none;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">https://www.ambito.com/mundo/honduras/xiomara-castro-inicia-su-gobierno-multiples-crisis-que-resolver-n5359451</span></span></a><u><o:p></o:p></u></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Cálix, apoiado pelos opositores de direita, o Partido Liberal e o Partido Nacional do presidente cessante Juan Orlando Hernández, designado narco-ditador, proclamou-se chefe do Legislativo, com o apoio de mais de 70 dos 128 membros do Congresso, incluindo vinte dissidentes livres. </span><span style="vertical-align: inherit;">Ou seja, em um momento crucial, o ex-líder parlamentar do Libre se juntou aos "apátridas que, desde o golpe de 2009 contra o presidente constitucional Manuel Zelaya Rosales, aqueles que sufocaram e saquearam o país" contra o presidente eleito e contra mudança, conforme corretamente denunciado por Lucy Pagoada Quesada, Coordenadora D19 dos EUA-Canadá e vice-coordenadora da Comissão Política do Partido Livre, no depoimento que reproduzimos abaixo.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span style="font-family: times;"><span lang="ES-AR"></span></span></p><div class="separator" style="background-color: white; clear: both; font-size: 13.2px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiZJbYptiHn7XCVWgdYNWRdhOJpeQeITLntpxK4I14cv_MDYoL0D1aZY-OPGOExKgW0ah2pEMAfYiqLhqFNgfd-2FcqBHInTJnj9D98oq9-nW1O4HclLI2smzMDLYuxgFMrEa-NZfSUqc-bJZTxpuLnWCqfxoSZKQ0eOxaBWMC3-QlWQan6MimFIn5Y0g=s866" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: times;"><img border="0" data-original-height="866" data-original-width="681" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiZJbYptiHn7XCVWgdYNWRdhOJpeQeITLntpxK4I14cv_MDYoL0D1aZY-OPGOExKgW0ah2pEMAfYiqLhqFNgfd-2FcqBHInTJnj9D98oq9-nW1O4HclLI2smzMDLYuxgFMrEa-NZfSUqc-bJZTxpuLnWCqfxoSZKQ0eOxaBWMC3-QlWQan6MimFIn5Y0g=w504-h640" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; padding: 5px; position: relative;" width="504" /></span></a></div><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR" style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span style="font-family: times;"><br /><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">A ala do imperialismo norte-americano representada por Biden-Harris procurará pressionar o governo de Xiomara Castro para enfraquecê-lo primeiro e cooptá-lo ou vencê-lo depois. </span><span style="vertical-align: inherit;">Não é por acaso que a própria Kamala Harris está presente na posse de Xiomara Castro, assim como o rei da Espanha, agentes do imperialismo que não podem nem por um segundo ser considerados aliados de um governo de esquerda e que continuarão tentando enfraquecer o mandato com pressões à direita, por medidas antipopulares, pelo pagamento da dívida com o FMI, … preparando um novo golpe. </span><span style="vertical-align: inherit;">Devemos confiar se o povo e somente o povo que compareceu à convocação de Xiomara, se aproximou do Parlamento e derrubou a tentativa do traidor Calix e o golpe de direita.</span></span></span></span></p><div style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div style="background-color: white; font-size: 13.2px;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; margin-bottom: 0.5em; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 5px; position: relative;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjYuP5-VMJhweVu_Vwew9ea71b7axGiBhTJ-vvJY1a_SDWeiv7eeuGKRHVFEz-tdCU_G_mElAaOfBMzTN4w-8Bsv0Sx15Md3zloXTZnYFX3mT0Xm8pqlnhdTIhdCRgH_qQGDAp6UuRHODrWIf5Pnclg4LmzEIkMxM0h16VUXTm5h1Sn5TBByZdXyMCgGQ=s1920" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: times;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1920" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjYuP5-VMJhweVu_Vwew9ea71b7axGiBhTJ-vvJY1a_SDWeiv7eeuGKRHVFEz-tdCU_G_mElAaOfBMzTN4w-8Bsv0Sx15Md3zloXTZnYFX3mT0Xm8pqlnhdTIhdCRgH_qQGDAp6UuRHODrWIf5Pnclg4LmzEIkMxM0h16VUXTm5h1Sn5TBByZdXyMCgGQ=w640-h426" style="background: transparent; border: none; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="font-size: 10.56px; text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: times;">A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, se reuniu com a presidente Xiomara Castro na Casa do Governo para tratar de questões de migração e tráfico de drogas.</span></span></td></tr></tbody></table><span style="font-family: times;"><span lang="ES-AR"></span><span lang="ES-AR"><o:p></o:p></span></span><p></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Essa foi apenas uma das primeiras tentativas. </span><span style="vertical-align: inherit;">Temporariamente derrubado pelo cerco popular convocado por Xiomara ao Congresso contra a tentativa de golpe, garantindo a eleição de um aliado do governo como chefe da legislatura e a expulsão dos golpistas cooptados do Libre. </span><span style="vertical-align: inherit;">É necessário destacar que o Libre vem de uma evolução à esquerda do partido liberal burguês de Manuel Zelaya, graças à reação progressiva à brutal pressão hostil do imperialismo e da direita. </span><span style="vertical-align: inherit;">O expurgo atual é progressivo, mas não é suficiente com as necessidades do povo hondurenho de lutar pelo fim da pobreza, migração, tráfico de drogas e corrupção, elementos da sociedade colonial e capitalista no país. </span><span style="vertical-align: inherit;">Segue-se a luta pela construção de um partido proletário,</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Não temos bola de cristal, não sabemos de onde nossos vizinhos podem vir. </span><span style="vertical-align: inherit;">Será pelo lawfare “contra a corrupção”, um novo golpe militar, uma invasão externa, um ataque especulativo, um bloqueio econômico.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Da história recente, podemos supor que não poucas novas tentativas de golpe virão para derrubar a presidente legitimamente eleita Xiomara Castro Zelaya. </span><span style="vertical-align: inherit;">Também sabemos que nenhum governo ou partido impediu a ameaça de golpe por meio de concessões contínuas aos golpistas. </span><span style="vertical-align: inherit;">Xiomara não poderá confiar, por exemplo, nessa manobra "astuta" que só confunde, desmoraliza e isola os governos populares de seus eleitores, favorecendo o cerco golpista realizado até então pelos aliados da frente de coalizão burguesa.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Nesse sentido, a nomeação do ex-presidente do Banco Central do Chile, Mario Marcel como ministro da Fazenda, por Gabriel Boric, como demonstração da manutenção da política econômica e garantias de capital de Piñera, é tão "astuciosa" quanto foi a nomeação de Joaquim Levy, como ministro da Fazenda do Brasil, por Dilma, poucos meses antes de ser revogada pelo impeachment de 2016.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Não se deve ficar na defensiva quando os inimigos acusam Xiomara de querer fazer de Honduras uma segunda Venezuela. </span><span style="vertical-align: inherit;">Do ponto de vista da barbárie social, Honduras está muito pior que a Venezuela, apesar do bloqueio criminoso imposto à Venezuela.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Honduras não é Cuba nem Venezuela, nem nunca será. </span><span style="vertical-align: inherit;">Traçará seu próprio caminho para a conquista da soberania, mas só o fará se aprender com a experiência dos erros cometidos nas diferentes experiências internacionais. </span><span style="vertical-align: inherit;">Governos como Zelaya, Lugo, Dilma, Evo não conseguiram frear o processo golpista. </span><span style="vertical-align: inherit;">Evitar outros golpes requer aprender com os erros.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">O objetivo de tudo isso é evitar que um país como Honduras se aproxime do polo russo-chinês, localizado na área geoestratégica imediata de influência do imperialismo, como a América Central e o Caribe.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">O mais importante é entender que a ameaça de novos golpes não é o único problema do povo hondurenho. </span><span style="vertical-align: inherit;">E que, como os golpes, o desemprego, a pobreza e o crime são instrumentos e consequências do capitalismo colonial hondurenho.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Esses instrumentos visam ampliar a extraordinária exploração multinacional dos trabalhadores, seja em Honduras, México ou Estados Unidos. </span><span style="vertical-align: inherit;">O capital tem um duplo padrão na migração, como tem nas drogas, reprime para maximizar seus lucros e desvalorizar o trabalho. </span><span style="vertical-align: inherit;">O trabalhador sem direitos, em Honduras, México ou Estados Unidos, é uma mercadoria barata.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Outro exemplo disso é a criação do ZEDE em Honduras, experiências modelo mundial de cidades-estados privatizadas e independentes do Estado, sob ordens ditatoriais de um neoliberalismo radical que mais se assemelham a campos de concentração de trabalho forçado, controlados por consórcios internacionais. grande capital privado... Essa luta também inclui a disputa pelo direito de controlar nossos corpos e o direito ao aborto.</span></span><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times;"><span lang="ES-AR"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span lang="ES-AR"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiAnjsgrzrpboMBpzdQwF1OrGOwUwEw9QPGGUAr-ZMbVgQfXOVKg6dVngap7ZBaOevKnOPqC4apvW1UtPlToiRrIjraOGuys6efqS7R-7iq0JnpACxucUxjQJ0i6XvGMArBEHQD1pnF7RhkXt5fAp595rjrn1gKTgj4l1QWhQnL5wfBsCC47MZRFBZlHw=s689" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-decoration-line: none;"><span style="font-family: times;"><img border="0" data-original-height="395" data-original-width="689" height="366" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiAnjsgrzrpboMBpzdQwF1OrGOwUwEw9QPGGUAr-ZMbVgQfXOVKg6dVngap7ZBaOevKnOPqC4apvW1UtPlToiRrIjraOGuys6efqS7R-7iq0JnpACxucUxjQJ0i6XvGMArBEHQD1pnF7RhkXt5fAp595rjrn1gKTgj4l1QWhQnL5wfBsCC47MZRFBZlHw=w640-h366" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; padding: 5px; position: relative;" width="640" /></span></a></span></div><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times;"><br /><span style="vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">A própria mobilização popular para cada tentativa de golpe tem seus limites porque representa apenas uma medida defensiva que nem sempre pode ser vitoriosa. </span><span style="vertical-align: inherit;">É preciso democratizar organicamente, permanentemente e no sentido proletário, o poder político, ou seja, que os trabalhadores hondurenhos não sejam apenas contribuintes de um poder popular (isto é, que tenta "servir todas as classes", ou seja, ainda burguês ).</span></span><o:p></o:p></span></span><p></p><p class="MsoNormal"><span lang="ES-AR"><span style="font-family: times; vertical-align: inherit;"><span style="vertical-align: inherit;">Sem derrotar o capitalismo, sem cortar as garras do imperialismo sobre Honduras, sem avançar para uma revolução social vitoriosa, não poderemos liquidar a situação em que 71% de seus quase 10 milhões de habitantes vivem na pobreza, não poderemos repatriar nossos cidadãos que foram obrigados a fugir em massa para vender sua força de trabalho no exterior, muito menos os objetivos e sonhos de uma vida melhor que a maioria da população alimentava votando em Xiomara Castro. </span><span style="vertical-align: inherit;">Até à vitória, sempre!</span></span></span></p></div><p></p>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-29045674408231746322022-01-30T23:14:00.004-03:002022-01-31T00:50:42.708-03:00Que a OTAN tire suas mãos da Ucrânia!<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">Defender a Rússia e a China contra a Guerra Fria OTAN/AUKUS!<br /></span><br /></span><div><span style="font-family: times;">Declaração CLQI<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEijG9gv0ee9igpDJfzcQm8qB-qkCviHqgX8NnsTcPi_LRJ6xUQ5QM1xF5yJmD381mtc5MiAn-YSQBOvIUz7dODiQ95oXVLtNsy5GKmT6a3zV_zSYS5leHY4KvlpUGU-VUkmrV0it_Jvi_m8phQZNyO3LRtx7X_Cgkd5fdLAbdxAbz4tAjb3pU2ZkljahA=s862"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEijG9gv0ee9igpDJfzcQm8qB-qkCviHqgX8NnsTcPi_LRJ6xUQ5QM1xF5yJmD381mtc5MiAn-YSQBOvIUz7dODiQ95oXVLtNsy5GKmT6a3zV_zSYS5leHY4KvlpUGU-VUkmrV0it_Jvi_m8phQZNyO3LRtx7X_Cgkd5fdLAbdxAbz4tAjb3pU2ZkljahA=w640-h338" /></a><br /><br /><br /><br />O atual confronto pela Ucrânia é consequência do impulso fundamental do imperialismo dos Estados Unidos, como imperialismo hegemônico mundial, de reconquistar os dois principais países do mundo onde o capitalismo foi derrubado durante o século XX, Rússia e China, para o seu capitalismo.<span><a name='more'></a></span><br />Isso pode soar estranho, considerando que todos sabem que o "comunismo" foi derrubado na Rússia em agosto de 1991, e que a China agora, embora o partido no poder ainda se chame de Partido Comunista, que possui um poder considerável em termos capitalistas e tem sido suficientemente poderoso economicamente tanto para fornecer alívio financeiro aos Estados Unidos durante a Crise de Crédito / Crise Financeira de 2007-9, quanto para criar projetos de infraestrutura como a iniciativa "One Belt, One Road", que desafiam o poder do imperialismo estadunidense na Eurásia e até mesmo em lugares distantes como África e América Latina.<br /><br />Os tipos de capitalismo que foram restaurados na Rússia e na China não são 'puros'. São formas híbridas ainda marcadas consideravelmente pelas décadas de sua existência, no caso da Rússia três quartos de século, em que o capitalismo foi arrancado pela raiz. Economicamente, eles ainda são marcados por elementos consideráveis de planejamento estatal, que coexistem com o mercado capitalista de maneiras que às vezes o negam parcialmente. Não são potências imperialistas no sentido dos Estados Unidos ou de países como a Grã-Bretanha, França, Alemanha e várias potências menores da Europa Ocidental, assim como o Japão, cuja riqueza e preponderância no mundo se baseia particularmente na extração de mais-valia de países semicoloniais. No caso da Rússia e da China, sua força econômica deriva de sua própria capacidade produtiva,</span></div><div><span style="font-family: times;"><br />Embora esses regimes, após a contrarrevolução, não defendam mais a expropriação do capital em favor da classe proletária, sua mistura híbrida de estatização e capitalismo ainda preserva conquistas remanescentes do período em que foram ditaduras proletárias burocraticamente degeneradas/deformadas: a capacidade de agir em de forma sistemática, independentemente do imperialismo. Essa independência nacional como consequência da expropriação do capital é classicamente associada ao programa de revolução permanente de Trotsky, embora elementos dele tenham sido alcançados mesmo quando a agência de expropriação não era o proletariado consciente, mas um movimento camponês liderado pela burocracia, como na China. Esse desvio da norma permite que essas novas potências capitalistas não imperialistas forneçam um polo alternativo que as nações semicoloniais em conflito com o imperialismo, como Irã ou Venezuela, ou os dois estados operários deformados restantes de Cuba e Coréia do Norte, possam apoiar-se e proteger-se. É isso que o projeto imperialista de mudança de regime e impulso de guerra renovado pretende destruir, convertendo Rússia e China em países semicoloniais.<br /><br />Na Rússia depois de 1991, os imperialistas pensaram que tinham o regime ideal em vigor, o agente ocidental de fato Boris Yelstin, que implementou um tratamento de choque neoliberal que causou enorme desemprego, sofrimento e dificuldades para a classe trabalhadora e, portanto, uma queda maciça na </span><span style="font-family: times;">expectativa de </span><span style="font-family: times;">vida da população. Em 1987, a expectativa de vida russa era de 70 anos. Em 1994, havia caído para 64 com a queda mais acentuada, de cinco anos de declínio, ocorrendo justamente nos anos mais graves do choque neoliberal de Yelstin, de 1991-94. Esse brutal declínio econômico e político ao longo de vários anos produziu uma reação tanto na base da sociedade quanto no topo. No final da década de 1990, Yelstin renunciou e, sob Putin, teve início a uma política mais nacionalista que, de fato foi um recuo da subordinação ao neoliberalismo.</span></div><div><br /></div><div><span style="font-family: times;"><b>Resistência ao neoliberalismo imperialista<br /></b><br />Desde 2009, Putin tem resistido seriamente à agressão imperialista, começando com a tentativa dos EUA de trazer a Geórgia para a OTAN, tentativa que o mandatário russo efetivamente frustrou, situação que foi o ensaio da crise ucraniana, desatada em 2014. Mas, o movimento internacional mais marcante de Putin foi a intervenção progressiva e justificada das forças russas na Síria, que frustrou os esforços do imperialismo estadunidense que, como na década de 1980 contra a URSS no Afesganistão, recorreu a jihadistas, apoiados notoriamente pela Arábia Saudita, pelo Qatar e, até certo ponto, pela Turquia, com apoio mais discreto de Israel, para tentar realizar outra 'revolução colorida' imperialista contra Assad. A dupla moral imperialista sobre esse conflito foi imensa, já que os EUA afirmavam em voz alta que estavam em guerra com o Estado Islâmico e as células da Al Qaeda ativas na Síria, enquanto ao mesmo tempo dependiam de tais forças para desestabilizar Assad. </span><span style="font-family: times;">Essa resistência russa ao imperialismo se encaixou muito bem com as tentativas da China de combater a campanha imperialista cada vez mais estridente contra ela, o chamado 'pivô para a Ásia', e seu bloco contra o imperialismo que, de certo modo tem sido útil para as massas em grande parte do mundo que são alvo do imperialismo. A OTAN agora tem uma contraparte no Pacífico, a AUKUS, acrônimo formado pelas iniciais de Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, que se baseia no resíduo do Império Britânico para ameaçar a China da maneira como a OTAN sempre ameaçou a URSS e a Rússia de hoje.</span></div><div><span style="font-family: times;"><br />Assim, o projeto na Ucrânia é expandir as fronteiras da OTAN, cujo propósito é ameaçar primeiro a URSS e agora a Rússia, para incluir a Ucrânia, o que inevitavelmente significará a colocação de armamento mortal dos EUA bem na fronteira da Rússia com o Ocidente, uma grave escalada no projeto dos EUA de cercar a China e a </span><span style="font-family: times;">URSS/</span><span style="font-family: times;">Rússia.</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEguwjpPYJt9pJJcPEaDVtidne6Zl-55sHgDGGuJQC_jkeTDRqp37QXOqiKqI3fbwD1OKzJMJpXX4cfCb4xZw3zoiHj7_EG2Y4Qn9uJW1utUB20hiHbFssx--GpDq8_KiDiy3ZWpLAGMg_fBawjWz-w4Vdijddl7-dAWTEyIwljjwsNiMQ-LMfBUUxSJNw=s640" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="640" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEguwjpPYJt9pJJcPEaDVtidne6Zl-55sHgDGGuJQC_jkeTDRqp37QXOqiKqI3fbwD1OKzJMJpXX4cfCb4xZw3zoiHj7_EG2Y4Qn9uJW1utUB20hiHbFssx--GpDq8_KiDiy3ZWpLAGMg_fBawjWz-w4Vdijddl7-dAWTEyIwljjwsNiMQ-LMfBUUxSJNw=w640-h512" width="640" /></a></div><br /><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">A OTAN, e agora o AUKUS, em seu propósito geral, são sucessores do <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Anti-Comintern_Pact" target="_blank">Pacto Anti-Comintern</a> pré-Segunda Guerra Mundial, que foi formado em 1936 pela Alemanha nazista e o Japão imperial, mais tarde incluindo a Itália fascista, para se opor à Internacional Comunista em nome do combate 'O comunismo'. Deve-se perceber que, mesmo naquela época, a Internacional Comunista não era mais comunista, exceto no nome, já havia abandonado os objetivos do internacionalismo e da revolução. Hoje, os remanescentes dos regimes burocráticos na Rússia e na China têm, de maneiras ligeiramente diferentes, abandonou a manutenção até mesmo das medidas de socialização que Stalin e depois Mao mantiveram. Mas isso ainda não é suficiente para os imperialistas e os Pactos Anti-Comintern dos últimos dias, eles querem mudança de regime e o que equivale a administrações coloniais na Rússia e na China. E eles iniciaram uma nova Guerra Fria para tentar conseguir isso.</span></div><div><span style="font-family: times;"><br />A Rússia reclama, com razão, que isso quebrou até mesmo a carta de tratados e compromissos assumidos no final da Guerra Fria anterior, que deveria ter terminado em 1989-90 como parte da reunificação alemã, através da Organização para a Segurança e Cooperação em Europa (OSCE). Mas o imperialismo dos EUA e seus lacaios europeus, incluindo o moribundo regime de Johnson na Grã-Bretanha, consideram essas coisas puramente instrumentais. E esta tem sido uma política bipartidária dos EUA por décadas; além das atividades atuais de Biden, lembre-se de que o tratado de Forças Nucleares Intermediárias (INF) assinado por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev em 1987 foi rasgado por Trump em 2018.<br /><br />Assim, a expansão da OTAN na Europa Oriental, depois nos Estados Bálticos e na Ucrânia, deve ser vista como extensões dos ataques do Pacto Anti-Comintern aos estados operários e às forças comunistas, naquele período, centralmente o ataque da Operação Barbarossa de Hitler aos URSS em 1941, e a guerra que o imperialismo japonês travou contra os comunistas chineses no mesmo período. Embora as rivalidades interimperialistas tenham mantido os EUA, a Grã-Bretanha e a França fora daquele bloco naquele momento, no entanto, em termos de classe, a atual expansão da OTAN, e também a criação do AUKUS, são uma continuação da operação Barbarossa, visando subjugar os principais países onde o capitalismo foi derrubado anteriormente, e eliminando todos os vestígios daquelas revoluções, mesmo em um sentido indireto, recolonizando suas expressões capitalistas rebeldes hoje.<br /><br /><br /><img height="360" src="https://www.consistent-democrats.org/wp-content/uploads/2022/01/Azov-Batallion.jpg" width="640" /><br /><br /><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg6ybs5T7qRZu8cNhTj3AVCFVFwnK5gv4i01ezy7wiqxh9dHubXJ1IP1JtOr32iejKVcTmDPPXvd3xHCW16S7dbCj_OVZX-W9n8QVgP25LRPPxP-Z6CuSZh5sTbvSZUcGCUsEg2FLI_XDAkiULCMhfkn9vYsY5c2Inr0of9AbRJ2nQS_V_pxSSiOkXePw=s1123" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="1123" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg6ybs5T7qRZu8cNhTj3AVCFVFwnK5gv4i01ezy7wiqxh9dHubXJ1IP1JtOr32iejKVcTmDPPXvd3xHCW16S7dbCj_OVZX-W9n8QVgP25LRPPxP-Z6CuSZh5sTbvSZUcGCUsEg2FLI_XDAkiULCMhfkn9vYsY5c2Inr0of9AbRJ2nQS_V_pxSSiOkXePw=w640-h334" width="640" /></a></div><br /></span><b style="font-family: times;">Elementos de Análise Correta<br /></b><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">Uma avaliação útil do curso de Putin em recuar do servilismo ao imperialismo do regime de Yelstin é apresentada no Weekly Worker (27 de janeiro) em um artigo de Paul Demarty:<br /><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: times;"><i>“Depois que os estados satélites da Europa Oriental desistiram de seus regimes 'socialistas', Mikhail Gorbachev fez um acordo com o Ocidente – a Alemanha teria permissão para se reunificar, com a condição de que a expansão da Otan não fosse mais a leste do que a Alemanha. Uma vez que a União Soviética se dissolveu, os EUA consideraram esse acordo nulo e sem efeito – afinal, havia sido com a URSS, que não existia mais. O último estado russo foi atingido pela rápida adesão da Polônia e dos estados bálticos à aliança da Otan. A sensação de humilhação ligada a esse fenômeno não é incidental à ascensão de Putin e seu nacionalismo ressurgente. A Rússia começou, novamente, a se separar da ordem liderada pelos EUA, embora isso tenha levado tempo para se resolver completamente.</i></span></div></blockquote><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: times;"><i>“Um ponto crucial veio em 2008, quando a possibilidade de adesão ucraniana e georgiana à Otan foi levada a sério pelos EUA. Impulsionado por esta perspectiva, o presidente georgiano Mikheil Saakashvili encontrou um pretexto para retomar duas áreas fronteiriças, a Ossétia do Sul e a Abkhazia, que estavam, desde a dissolução da URSS, sob o controle de fato de separatistas pró-Rússia. Os russos tiveram uma visão negativa desse desenvolvimento e derrotaram os georgianos em uma breve guerra. O resultado foi efetivamente o status quo ante – exceto que agora a Rússia reconheceu a Ossétia do Sul e a Abkhazia como estados independentes. Quer quisessem admitir ou não, tanto a Otan quanto os georgianos sabiam que, sob tais condições, a adesão à Otan era impossível para a Geórgia; enquanto esses territórios formalmente georgianos estiverem sob disputa, tal movimento invocaria imediatamente obrigações de defesa mútua e exigiria uma guerra global contra a Rússia. Ninguém tinha apetite para isso, embora Saakashvili pareça ter acreditado genuinamente que os americanos viriam em seu socorro.</i></span></div></blockquote><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: times;"><i>“A guerra da Ossétia do Sul notificou que o Estado russo estava preparado para ir à guerra para evitar seu cerco pela Otan, o que foi recebido com alarme entre os elementos pró-ocidentais nos círculos governantes ucranianos, que coexistiam desconfortavelmente com oponentes pró-russos. No curso da era soviética, a parte oriental da Ucrânia foi amplamente industrializada e teve um influxo de trabalhadores russos para atender à demanda. A desindustrialização pós-soviética atingiu duramente essas áreas. Em partes do oeste, enquanto isso, o sentimento nacional ucraniano era triunfante e ressentia a cautela da elite do país em relação aos seus vizinhos orientais. Tal foi o pano de fundo da crise política de 2014, quando o impedimento do presidente Victor Yanukovych de relações mais estreitas com a União Europeia desencadeou inadvertidamente uma revolução colorida que colocou, em última análise,</i></span></div></blockquote><div><span style="font-family: times;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiv2qxGPvlBN012xKU5CirhQ7DEOvOL-Hw5BOeJFnG2xM-uX0ZxpcH9LlvxRAq2R_86nVKTVrT8UjYUegCbXe6T9jbrDvlkKHuK80Uk-tkgkdRSrHXXMK0tJJRx-243MqbLizw1sWsFeIGGr-HuDYqHXZkWy6AWCGe-4bB8n0vxGxocy1YI0zB0wJy7uw=s854" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="854" data-original-width="640" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiv2qxGPvlBN012xKU5CirhQ7DEOvOL-Hw5BOeJFnG2xM-uX0ZxpcH9LlvxRAq2R_86nVKTVrT8UjYUegCbXe6T9jbrDvlkKHuK80Uk-tkgkdRSrHXXMK0tJJRx-243MqbLizw1sWsFeIGGr-HuDYqHXZkWy6AWCGe-4bB8n0vxGxocy1YI0zB0wJy7uw=w480-h640" width="480" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">A expansão da OTAN depois do Pacto entre EUA e URSS de não expansão da OTAN:<br />+ 14 países sob o controle militar dos EUA, ampliando o cerco a Rússia.</span></td></tr></tbody></table><br />Essa quetão sobre a Geórgia é crucial. Um grupo autoproclamado trotskista, a Tendência Bolchevique Internacional, centrada na Nova Zelândia, concluiu que a resistência bem-sucedida de Putin em 2009 à tomada da Geórgia pela OTAN apontava que a Rússia havia se tornado 'imperialista'. O que é uma conclusão estranha em relação ao que é obviamente um movimento defensivo, como até mesmo o camarada Demarty, porta-voz de uma organização que muitas vezes abraçou as posições do <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Third_camp" target="_blank">terceirocampismo </a>(Nem EUA nem URSS), caracterizou assim:<br /><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: times;"><i>“As ações da Rússia em ambos os teatros são do mesmo tipo. Eles combinam táticas ofensivas – anexando a Crimeia, retomando agressivamente a Ossétia do Sul e a Abkhazia – com uma estratégia defensiva. A última parte da conta é a que parece não fechar. A Rússia é, pelo menos militarmente, uma Grande Potência com G maiúsculo e P maiúsculo. Interessa-se pelo suas fronteiras, e esse interesse se caracteriza pela resistência às tentativas de desvincular esses países de sua esfera de influência. Não está completamente claro se a Rússia poderia conquistar militarmente a Ucrânia de uma ponta a outra (embora você apostasse que eles causariam mais danos do que os ucranianos), mas certamente poderia ter conquistado a Geórgia, e não o fez. No que diz respeito à Ucrânia, a Rússia não mostrou nenhum interesse em qualquer parte dela além das províncias orientais de maioria russa e da Crimeia,</i></span></div></blockquote><div><span style="font-family: times;"><br />Esta não é a conduta de um poder engajado na rivalidade imperialista com os EUA na busca de conquistar colônias e mercados. Na verdade, reflete a estratégia de um capitalismo não imperialista em procurar resistir e se defender contra ser subjugado à maneira de muitos, senão a maioria dos países do mundo semicolonial. Ao contrário dos países imperialistas, a riqueza da Rússia vem predominantemente de sua própria capacidade produtiva, e não da transferência sistemática de mais-valia das semi-colônias. De fato, seu antagonismo com a OTAN vem de sua resistência a ser forçada à posição de semi-colônia; o objetivo da OTAN e seu <i>spinoff </i>AUKUS é precisamente subordinar a Rússia e a China e, assim, finalmente completar a contrarrevolução.<br /><br />O artigo de Paul Demarty critica corretamente o SWP, Partido Socialista dos Trabalhadores, por fazer “falsas equivalências... nem Washington nem Moscou” (um explícito terceirocampismo</span>)<span style="font-family: times;">, mas depois </span><span style="font-family: times;">Demarty</span><span style="font-family: times;"> </span><span style="font-family: times;">endossa essa linha acreditando que “a caracterização de ambos como 'imperialistas' tem pelo menos o sentido de que ambos operam com uma atitude implacável em relação às questões contestadas entre eles; mas oblitera totalmente a fraqueza da posição da Rússia.” Assim, apesar da análise correta no artigo de Demarty, ele conclui apenas que:</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: times;"><i>“O SWP pelo menos conclui, corretamente, que 'na Grã-Bretanha os socialistas deveriam construir oposição aos Estados Unidos e britânicos batendo os tambores da guerra'. De fato, esse é nosso primeiro e único dever, especialmente considerando o papel sujo de nosso próprio estado em promover um conflito que poderia – com uma jogada de dados – acabar com a civilização humana”.</i></span></div></blockquote><div><span style="font-family: times;"><br />O que termina como uma espécie de posição pacifista, que coloca o tipo de oposição passiva – recusando-se a tomar partido publicamente – que caracteriza muito ativismo anti-guerra de “extrema esquerda”, recusando-se a reivindicar as questões de princípio sobre por que a classe trabalhadora deveria tomar partido em assuntos como este, por que deveria levantar-se publicamente e defender a Rússia e a China. Assim, apesar de toda a sua análise promissora, o artigo de Demarty acaba decepcionando, pois evita colocar a necessidade de uma luta política contra o terceirocampismo espontâneo e equivocado que é muito comum na esquerda em relação a essa questão.<br /><br />Não vamos fugir: buscamos colocar a questão do princípio em primeiro plano, e transformar a espontaneidade em consciência, parafraseando Lenin, colocando publicamente o argumento programático de por que o movimento dos trabalhadores deveria tomar o lado da Rússia e da China contra os dirigentes dos EUA, o imperialismo da OTAN e da AUKUS.</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-216643578506284042022-01-28T11:48:00.007-03:002022-01-28T11:48:58.819-03:00Iêmen<p><span style="font-family: times; font-size: x-large;"><span style="background-color: white; color: #5e5e5e;">Pela derrota dos EUA, Israel e da Monarquia saudita!</span></span></p><span style="font-family: times;"><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">Por Christian Romero</span><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /></span><div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; text-align: center; transition: all 0.3s ease 0s;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEisnHRHYU2jXZp8QnySWYgvD52BXAY2Zv2zgRTHLIUDYZzDPK6oJe4lf5sB3FfSNkEeqPmRqhfyn86LiSIvGGnr96Oh5BGuaTP8yuJQsX8IErzdPWx30HSXDi_J04kXM6sl_nHyZLNiBpZjOehmHxWXBHBX4-oNfZFFIWhymtRYlsBk4nhAdqKWOSwjnw=s474" imageanchor="1" style="clear: none !important; color: #fb4834; float: none !important; margin-left: 1em; margin-right: 1em; outline: 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s;"><span style="font-family: times;"><img border="0" data-original-height="266" data-original-width="474" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEisnHRHYU2jXZp8QnySWYgvD52BXAY2Zv2zgRTHLIUDYZzDPK6oJe4lf5sB3FfSNkEeqPmRqhfyn86LiSIvGGnr96Oh5BGuaTP8yuJQsX8IErzdPWx30HSXDi_J04kXM6sl_nHyZLNiBpZjOehmHxWXBHBX4-oNfZFFIWhymtRYlsBk4nhAdqKWOSwjnw=w640-h360" style="border: 0px; max-width: 100%; outline: 0px; position: relative; transition: all 0.3s ease 0s;" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: times;"><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">No dia 21 de janeiro, em uma atitude cruel e covarde, </span><a href="https://br.sputniknews.com/20220121/ataques-aereos-liderados-pela-arabia-saudita-deixam-70-mortos-e-138-feridos-em-prisao-no-iemen-21115426.html?fbclid=IwAR2c-UFfZ3twkJwSFahvSrMBJjpoepYD8UtRgAysNJW2ZSLhTcuEPbSnG6U" style="background-color: white; color: #fb4834; font-size: 15px; outline: 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s;" target="_blank">ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita</a><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;"> deixaram mais de 70 mortos, pelo menos três </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=hsK43jnIL-s" style="background-color: white; color: #fb4834; font-size: 15px; outline: 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s;" target="_blank">crianças </a><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">e 200 feridos. </span><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">A quase totalidade dos mortos eram prisioneiros indefesos na cidade de Saada, cidade localizada ao norte do Iêmen, perto da fronteira saudita. Mais a sul na cidade portuária de Hodeidah, as crianças morreram quando os ataques aéreos da coligação liderada pela Arábia Saudita atingiram uma instalação de telecomunicações enquanto brincavam nas proximidades, disse </span><i style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;">Save the Children</i><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">. O Iêmen também sofreu um apagão na internet em todo o país. A Arábia Saudita lidera uma coalizão militar apoiada pelos EUA e por Israel, contra os guerrilheiros houthies, apoiados pelo Irã e pelo Hezbollah.<span><a name='more'></a></span></span><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">A grande mídia justifica que o ataque saudita por razões de curto prazo. Dizem ser uma represália ao ataque a Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, pelos houthis que explodiram três caminhões de combustível, matando três pessoas, e um incêndio ocorreu perto do aeroporto de Abu Dhabi (17/01), provavelmente provocado por um drone houthi. Na verdade, o ataque saudita dá continuidade aos sanguinários bombardeios com drones ao Iemen iniciados no governo Obama pelos EUA, crimes contra a humanidade.</span><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">A coalizão saudita não passa de uma fachada para o imperialismo que a pesar de todas as artimanhas e crueldades não conseguiu evitar a tomada do poder no Iemen pela guerrilha houthies em 2015.</span><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">Com os ataques do dia 17 de janeiro, os guerrilheiros iemenitas estenderam aos Emirados Árabes, membro da coalizão imperialista, os ataques bem sucedidos que já vem fazendo com drones na Arábia Saudita há sete anos, passando a usar de forma eximia contra seus agressores o mesmo instrumento que seus algozes usaram para aterroriza-los. Como dizia Marx: Na história humana, há qualquer coisa semelhante a retribuição; e uma das regras da retribuição histórica é que o seu instrumento seja forjado não pelos ofendidos mas pelos ofensores.” (K. Marx, A Revolta na Índia, 4 de setembro de 1857).</span><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">Muitos dizem que a guerra civil no Iêmen é um conflito por procuração entre a Arábia Saudita e o Irã pelo controle do chamado Oriente Médio, melhor dizendo do Sudoeste Asiático. A crescente escalada de guerra por procuração parece reunir pesos mais pesados por tras dos sauditas e iranianos. Aqui como um possível ensaio que leva a uma futura guerra mundial está o conflito entre duas coalizões globais: a do imperialismo decadente e a outra que tem como núcleo Rússia e China, por tras da resistência de uma série de nações oprimidas e em contradição com o imperialismo, que como Rússia e China sofrem sanções, bloqueios e ataques de guerra híbrida do imperialismo, como é o caso da </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=CgPY5FLm6Fs" style="background-color: white; color: #fb4834; font-size: 15px; outline: 0px; text-decoration-line: none; transition: all 0.3s ease 0s;" target="_blank">Palestina, do Iêmen</a><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;"> e do Irã.</span><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><br style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px; outline: 0px; transition: all 0.3s ease 0s;" /><span style="background-color: white; color: #5e5e5e; font-size: 15px;">É dever de todos aqueles que se dizem revolucionários saber que lado tomar, isto é, pela vitória militar de todos aqueles que enfrentam o imperialismo e seus vassalos, enquadrando-o em uma tática anti-imperialista de frente única como forma de conquistar as massas do povo oprimido por uma estratégia de luta pelo socialismo.</span></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-55553449229135884062022-01-21T19:28:00.015-03:002022-01-21T23:30:34.957-03:00Coletes Amarelos no Cazaquistão?<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">Uma revolução contra a inflação, a oligarquia, o imperialismo, sufocada pelas tropas de Putin?</span></span><span style="font-family: times;"><br /><br />Humberto Rodrigues</span><div><span style="font-family: times;"><br /></span><div><div><span style="font-family: times; font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiovog0vafn2Xq2RRrkrtjhg3E_WerA_GHrik-7ihwLZRBZAZBI2v4h6qK1Qjy3IvdEGLBTel1_Iu-SnBIVIuNwInTmjLP6hKcSA0Q1v9hwxtq9g-O5e2A2nQ0T9hZCQCKUCjdOBdo9fBmg50IYemj78eO9tPJl5wSYGkkGFPRtN1LT_ek9SWEBV9AaPA=s2000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="2000" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiovog0vafn2Xq2RRrkrtjhg3E_WerA_GHrik-7ihwLZRBZAZBI2v4h6qK1Qjy3IvdEGLBTel1_Iu-SnBIVIuNwInTmjLP6hKcSA0Q1v9hwxtq9g-O5e2A2nQ0T9hZCQCKUCjdOBdo9fBmg50IYemj78eO9tPJl5wSYGkkGFPRtN1LT_ek9SWEBV9AaPA=w640-h512" width="640" /></a></div><br />Era melhor acreditar que no Cazaquistão ocorreu o início de genuína revolução contra tudo e contra todos. Uma revolução que foi desencadeada pela luta contra a inflação dos combustíveis, os oligarcas, os monopólios imperialistas e desgraçadamente abortada pela intervenção dos tanques russos (como ocorria durante a primeira Guerra Fria 1945-1991).</span><div><span style="font-family: times;"><span><a name='more'></a></span><span style="font-size: medium;"><br />Mas não foi exatamente isso que ocorreu e apenas as Pollyanas da esquerda, ou revolucionários coloridos, caíram em mais esse conto do <a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2022/01/o-ned-patrocinou-revolucao-colorida-no.html" target="_blank">National Endowment for Democracy </a>- NED, o braço da CIA que patrocina as revoluções coloridas. O que ocorreu no Cazaquistão foi bem mais complexo do que na Síria. O álibi era perfeito: <a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2018/12/franca-coletes-amarelos.html" target="_blank">coletes amarelos</a> no Cazaquistão! O que poderia ser melhor? Bastava se apoiar em oligarcas tão estúpidos que acreditassem que poderiam atender as ganancias dos acionistas da Chevron sem que isso não ensejasse uma revolta popular. Os oligarcas acreditavam que poderiam tranquilamente dobrar o preço do combustível usado por toda a população, de 60 tenges para 80 e depois até 120 tenges (cerca de US$3) por litro. <br /><br />Também era favorável ao plano do NED a disputa entre a oligarquía restauracionista tradicional ligada a Nazarbayev, ambiguamente associada a Chevron e ao Ocidente, e do outro lado, seu afilhado político, o atual presidente Tokayev, que deseja independência em relação ao padrinho, ligando-se ao esquema da nova Rota da Seda.<br /><br />A esquerda mundial, intoxicada pela opinião pública imperialista, também fez sua parte, socialdemocratas, stalinistas e pseudo-trotskistas apoiaram em unanimidade a nova revolução colorida. A história se repetiu como farsa do movimento dos coletes amarelos franceses contra o aumento dos combustíveis. Não poderia dar errado! Logo o Cazaquistão, produtor de metade do uranio mundial, e a Ásia central seriam capturados desde dentro, politicamente, para a orbita atlântica e todo o projeto eurásico e sua rota da seda iriam ser implodidos desde seu centro geográfico! Mas o novo plano infalível teve vida curta, porque novamente Putin foi defender seus interesses, como fez na Síria.<br /><br />Não, foi Putin que impediu a revolução social de triunfar no Cazaquistão. Nos processos da Líbia e da Síria, várias organizações “trotskistas” apoiadoras desses processos, argumentavam que foi a intervenção do imperialismo que impediu a revolução social de triunfar. Eram, como é agora, uma evidente revolução colorida organizada pelos que são experts em fazer isso desde Mossadegh, em agosto de 1953, no Irã, trama que foi detalhadamente explicada em "Todos os homens do Xá, livro de Stephen Kinzer.</span></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgyRlTwr15PS9wQi4dT43fasNHfW8mAyF76g05TxQ-E7Nymm56uD3KNT8yepRleIb8-W_iK6w3swOeOEEw2ZlSTDq84xj8s-oj-IsTRWER1_la2_Z-K50NrHHxZDGOpx9sEd37F1sv1q4-m7oHtpGz61X-RkQcsp_MXhbtwKRbAfwnMhjXzI0CU8mDegA=s800" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: times;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="555" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgyRlTwr15PS9wQi4dT43fasNHfW8mAyF76g05TxQ-E7Nymm56uD3KNT8yepRleIb8-W_iK6w3swOeOEEw2ZlSTDq84xj8s-oj-IsTRWER1_la2_Z-K50NrHHxZDGOpx9sEd37F1sv1q4-m7oHtpGz61X-RkQcsp_MXhbtwKRbAfwnMhjXzI0CU8mDegA=w444-h640" width="444" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #0f1111; text-align: start;"><span style="font-family: times; font-size: x-small;">Em agosto de 1953, os Estados Unidos derrubaram um governo do Oriente Médio pela primeira vez. A vítima foi Mohamed Mossadegh, primeiro-ministro iraniano democraticamente eleito. Apesar do aparente sucesso inicial, o golpe de Estado serve hoje como uma dura lição sobre os perigos de intervenções estrangeiras. Em Todos os homens do Xá, Stephen Kinzer, correspondente veterano do New York Times, faz o primeiro relato completo daquela funesta operação.</span></span></td></tr></tbody></table></div><div><span style="font-family: times;"><br /><span style="font-size: medium;">Para desenvolvermos genuínas revoluções sociais não podemos pegar atalhos nas revoluções coloridas do imperialismo. É preciso mais do que estamos fazendo hoje, é preciso dotar o processo popular espontâneo de de consciência de classe contra o capital e contra o imperialismo. Sem isso, alguma fração da burguesia continuará levando a melhor.</span></span></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><o:p></o:p></span></p><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">A última revolução vermelha vitoriosa, que derrotou o
imperialismo e o capital ocorreu em 1975 no Vietnã. De lá para cá, nossas
melhores vitórias foram no Irã, Nicarágua e Burkina Faso, mas nesses três casos
a burguesia já não foi expropriada como classe social. Aconteceram várias lutas
que impediram o capital e o imperialismo de avançar com seu neoliberalismo,
aconteceram reversão de golpes de estados (Bolívia, Honduras), apesar das inúmeras
baixas, o povo oprimido palestino, através de suas guerrilhas e suas greves vem
derrotando o avanço sionista. Mas, na primeira metade do último meio século, pelo
menos até a <a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2017/01/aleppo-declaracao-internacional.html" target="_blank">libertação de Allepo</a> (2017), predominaram as invasões militares, contrarrevoluções, golpes
de estado,... e revoluções coloridas made in CIA. O declínio imperialista e a nova guerra fria contra o bloco eurásico, acentuados com a pandemia, vem fazendo o imperialismo colher novas derrotas (Hong Kong, Bielorrússia, Afeganistão), reversão de golpes pela via eleitoral,como na Bolívia e Honduras, etc.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Sem revoluções vermelhas,
como no Vietnã, que derrotaram o imperialismo e expropriaram a burguesia, a
esquerda, cada vez mais inspirada por Hannah Arent que por Marx, Lenin ou
Trotsky, intoxicada pela ideologia de nossos inimigos de classe, aderiu as
revoluções coloridas para ter algo que comemorar ou por razões bem piores.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Como dissemos na conclusão de nossa declaração internacional assinada por camaradas e organizações de novo países:<br /><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">“Deixamos este papel vil para aqueles que assinaram a declaração conjunta de "solidariedade com o levante no Cazaquistão", que parecem ter transformado em profissão o apoio ao imperialismo através de vários movimentos de “revolução colorida”. As revoluções vermelhas, como defendemos, pressupõem, na atual fase do capitalismo, a luta pela libertação em relação ao imperialismo.” (<a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2022/01/cazaquistao.html" target="_blank">Cazaquistão - Declaração Internacional, Derrota de mais uma Revolução Colorida</a>).</span></blockquote></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-60892240727480546232022-01-19T19:43:00.006-03:002022-01-20T00:11:04.312-03:00Lenin e Trotsky sobre o assassinato de Rosa e Karl<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">"Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, já não estão neste mundo, mas continuam entre nós; Viveremos e lutaremos animados por suas idéias, sob a influência de sua grandeza moral" Trotsky</span></span><div><span style="font-family: times; font-size: x-small;"><br /></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-onJlWZyRhFDWPgoPISECCxcco0_PSwAafcC6dPe4506uTxgEgkg68h6nEFHXe36k38WCkPOPIoegyWW0n8QwZjqyd_A9JcynOdVW-gKuysVrkoouhnQLBem9Fetoe1KhjuzTgIY6ttnuWgeCLC6mah4FOCCSjjm33GiV3I6A9E-kKTryHfs3V3ylQg=s720" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="490" data-original-width="720" height="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-onJlWZyRhFDWPgoPISECCxcco0_PSwAafcC6dPe4506uTxgEgkg68h6nEFHXe36k38WCkPOPIoegyWW0n8QwZjqyd_A9JcynOdVW-gKuysVrkoouhnQLBem9Fetoe1KhjuzTgIY6ttnuWgeCLC6mah4FOCCSjjm33GiV3I6A9E-kKTryHfs3V3ylQg=w640-h436" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Lenin, na inauguração do monumento a Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht no primeiro aniversário de seus assassinatos, Praça de Petrogrado, 1920.</span><br style="font-size: small;" /></td></tr></tbody></table><br /><div><span style="font-family: times; font-size: large;">Na manhã de 19 de janeiro em Moscou, grupos de trabalhadores e unidades de soldados do Exército Vermelho se reuniram na Praça Sovetskaya. Lenin, Sverdlov, Lunacharsky e outros dirigiram-se à manifestação da sacada do prédio soviético de Moscou. No dia da morte de Rosa e Karl, 16 de janeiro de 1919, Lenin denunciou:</span></div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">“Hoje a burguesia e os traidores sociais suspiram de alegria em Berlim; conseguiram-no assassinando Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo. Ebert e Scheidemann, que durante quatro anos levaram os trabalhadores ao massacre por causa da pilhagem da I Guerra Mundial, agora assumiram o papel de massacrar os líderes proletários. O exemplo da Revolução Alemã mostra que a "democracia" é apenas uma camuflagem para o roubo burguês e a violência mais selvagem. Morte aos açougueiros‼”<span><a name='more'></a></span></span></blockquote></blockquote><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiSm7syw7Pifp8Xj3VZJq_T71bKznwCZy1QUR4077HzyTXzbdERaPXa3VaglShFbesmjXTJPyM6Y4us42eDwh82ZF0Li8ztTVxNCBPIN35YVawjfetFyjZIGk0nDT8YTpTgb5xWpyKv9Z8nTIY4miMgZghMWDmq930Uhn40BikfN5BT98H5_uozz_Ba1Q=s720" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="512" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiSm7syw7Pifp8Xj3VZJq_T71bKznwCZy1QUR4077HzyTXzbdERaPXa3VaglShFbesmjXTJPyM6Y4us42eDwh82ZF0Li8ztTVxNCBPIN35YVawjfetFyjZIGk0nDT8YTpTgb5xWpyKv9Z8nTIY4miMgZghMWDmq930Uhn40BikfN5BT98H5_uozz_Ba1Q=w456-h640" width="456" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: x-small;">Cortejo fúnebre de Rosa Luxemburgo na Frankfurter Allee, Berlim, 1919.</span></td></tr></tbody></table><br /></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><span style="font-family: helvetica;"><a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2022/01/rosa-liebknecht-e-lenin.html" target="_blank">Rosa, Liebknecht e Lenin</a></span></div></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><span style="font-family: helvetica;"><a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2022/01/rosa-liebknecht-e-lenin.html" target="_blank">O legado dos 3Ls: Luxemburgo, Liebknecht e Lenin</a></span></div></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote><div><span style="font-family: helvetica;"></span><div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Trotsky escreveu quando soube do assassinato dos dois líderes revolucionários:<br /><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">"Acabamos de sofrer a maior perda. A dor nos oprime duas vezes. Dois dirigentes nos foram tirados, dois chefes cujos nomes ficarão para sempre inscritos no livro de ouro da revolução proletária: Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo.</span></div></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">"...Para nós, Liebknecht não é apenas um líder alemão, assim como Rosa Luxemburgo não é apenas uma socialista polonesa que esteve à frente dos trabalhadores alemães... Ambos são nossos irmãos; estamos ligados a eles por uma moral indissolúvel. Laços profundos.</span></div></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span>(...) Hoje, camaradas, colocamos em prática os preceitos de Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo em nossa luta. Suas ideias nos inspiram quando, em uma Petrogrado sem pão e fogo, trabalhamos para construir um novo regime soviético. E quando nossos exércitos avançam vitoriosamente em todas as frentes, o espírito de Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo também os anima.</span> </span></div></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span>(...) Cada um de nós terá o dever de explicar aos soldados como e por que morreram Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, o que foram e o lugar que sua memória deve ocupar no espírito de cada soldado, de cada camponês. Esses dois heróis entraram para sempre em nosso panteão espiritual.</span> </span></div></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">(…) E agora, voltando ao espírito dos dois grandes defuntos, podemos dizer: Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, já não estão neste mundo, mas continuam entre nós; Viveremos e lutaremos animados por suas idéias, sob a influência de sua grandeza moral e juramos que, se chegar a nossa hora, morreremos de pé diante do inimigo, como vocês morreram, Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht!”.</span></div></blockquote></blockquote></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-76909124672082522422022-01-18T01:51:00.006-03:002022-01-22T01:24:35.477-03:00Sistema Mundial Capitalista perto da morte<span style="font-family: times; font-size: x-large;">Sistema Mundial Capitalista perto da morte:</span><div><span style="font-family: times;"></span><span style="font-family: times; font-size: large;">Distribuição Infinita de Moedas, Inflação e Classe Trabalhadora</span></div><div><br /></div><div><a href="https://www.blogger.com/#" style="font-family: times;">Grupo Bolchevique</a><span style="font-family: times;"> (</span><a href="https://www.blogger.com/#" style="font-family: times;">볼셰비키그룹</a><span style="font-family: times;">) - Coreia do Sul</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgwTVn8EidhCAXSbo6KQ11VUps55ifsCl_K1XW5OguP1aysLAQzvPPD-ygdq70A2BXiXlwe5uK6Nuf6-zwn9kRWF_2ZsbQli34FUZY59NUYPzqsTkVHGUSE92Xijoc4EWZkYWrJv278gAlrNszG7vz1Fbdn49TCMR3GFlakDnKIKYra62b6VgSRBUvvCQ=s599" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="599" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgwTVn8EidhCAXSbo6KQ11VUps55ifsCl_K1XW5OguP1aysLAQzvPPD-ygdq70A2BXiXlwe5uK6Nuf6-zwn9kRWF_2ZsbQli34FUZY59NUYPzqsTkVHGUSE92Xijoc4EWZkYWrJv278gAlrNszG7vz1Fbdn49TCMR3GFlakDnKIKYra62b6VgSRBUvvCQ=w640-h384" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><a href="https://fred.stlouisfed.org/series/M1SL#0" style="text-align: start;">Conselho de Governadores do Sistema da Reserva Federal (EUA)</a><br style="text-align: start;" /></span><span style="font-family: times; text-align: start;"><span style="font-size: x-small;">Gráfico mostrando o aumento do volume monetário do Banco Federal dos Estados Unidos de 1959 a agosto de 2021</span></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>A “crise financeira” de 2008 foi o precedente mais famoso de quando o Banco Federal dos EUA (FED) espalhou moeda em uma escala exuberante. Naquela época, a maioria das notícias econômicas começava com palavras desconhecidas, como “flexibilização quantitativa” e “salvamento”. A crise econômica de 2008, desencadeada pela crise das “hipotecas subprime” e que atingiu a economia norte-americana, levou inclusive à aceitação da “teoria capitalista da falência” como se fosse um fato consumado. A onda abalou o mundo por anos. Em particular, o epicentro da onda, os Estados Unidos, vem sofrendo muito há algum tempo. O movimento Occupy Wall Street foi um evento simbólico das dores no corpo. No entanto, este gráfico faz com que o formidável aumento da moeda ao longo dos anos desde 2008 pareça insignificante. Olhe para a elevação do ângulo final direito!<span><a name='more'></a></span><br /><b>O dólar americano caiu após a queda do preço das ações em março de 2020<br /></b><br />Por volta de meados de março de 2020, houve uma "queda no preço das ações", na qual os preços das ações caíram 1/3 em apenas um mês. Em seguida, a taxa de desemprego disparou quase cinco vezes em dois meses, de 3,5% em fevereiro para 14,8% em abril. Surpreso com isso, o FED imediatamente começou a despejar uma quantidade formidável de moeda no mercado. Este gráfico mostra quanto dinheiro foi despejado no mercado desde então. (Veja <a href="https://bolky.jinbo.net/index.php?mid=board_FKwQ53&document_srl=10042">2020 년 12 월 한국과 미국 주식 역대 최고가 경신 의미에 대하여</a> o significado de quebrar o preço mais alto da história das ações coreanas e americanas em dezembro de 2020 )<br /><br />Olhando para o gráfico, a linha na borda de 4.000 (unidade = US$ 1 bilhão) em março de 2020 sobe verticalmente. Assim, apenas dois meses depois, em maio de 2020, quadruplicou para 16.000. Desde então, a distribuição de moeda continuou, chegando a quase 20.000 (×1 bilhão = 20 trilhões de dólares) em agosto de 2021, o ponto estatístico.</span></span></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;"><br /><br /><b>A razão pela qual a inflação vertical não ocorreu imediatamente nos Estados Unidos<br /></b><br />O uso excessivo da moeda inevitavelmente leva a um declínio no 'valor' da moeda. Em outras palavras, “a inflação ocorre, o 'preço' dos ativos reais aumenta e o poder de compra da moeda diminui”. No entanto, embora tenha havido inflação, não foi uma inflação vertical de grande escala como esse gráfico. Em particular, os Estados Unidos, o principal ator na distribuição de moeda, não o fizeram. Portanto, até o absurdo prevalece, dizendo: “Só porque a moeda aumenta, a inflação pode não ocorrer necessariamente”.<br /><br />Se o dólar em alta ficar apenas na economia dos EUA, o efeito da inflação surgirá imediatamente, com uma resposta quase um a um ao aumento do volume da moeda e à depreciação da moeda. No entanto, os Estados Unidos são o principal predador no auge do capitalismo mundial. O dólar americano é um meio de troca obrigatório imposto aos participantes do mercado global com seu poder militar, a chamada “moeda-chave”. (Veja <a href="https://bolky.jinbo.net/index.php?document_srl=11576&mid=board_FKwQ53">비트코인 단상 2018 년 1 월 6 일</a> No pódio do Bitcoin). É por isso que o dólar em alta não fica apenas nos EUA. Através da dominação política e militar estabelecida pelos Estados Unidos, rapidamente escapa para o mundo onde sua coleção estável está assegurada. Principalmente nas mãos de capitalistas financeiros, os dólares americanos são trocados por ativos reais nesses países. Em outras palavras, devido às baixas taxas de juros e ao crescimento explosivo da moeda, o valor cai dia a dia e inevitavelmente joga o dólar americano para comprar os bens reais locais a preço de banana. Com isso, a inflação não permanece apenas nos Estados Unidos. É exportado e se torna um fenômeno global.<br /><br />Em outras palavras, mesmo que uma chuva forte caia repentinamente, as áreas altas não sofrem inundações imediatamente. Isso ocorre porque a água flui primeiro para uma área baixa e eleva o nível da água primeiro. Por outro lado, em áreas baixas, mesmo que não houvesse chuva forte, os danos causados pelas inundações primeiro.<br /><br /><br /><b>Inflação que invade a economia global<br /></b><br />Se houver uma causa, o resultado correspondente é inevitável. No entanto, há apenas uma diferença entre 'direto ou indireto, agora ou mais tarde, um resultado ou muitas coisas'. O aumento vertical das moedas inevitavelmente resulta em falência do governo e inflação vertical.<br /><br />Apesar da grave contração da atividade econômica devido ao COVID-19, o forte aumento dos preços dos imóveis e das ações é o efeito inflacionário resultante. Agora, não apenas isso, mas também o 'preço' do petróleo bruto e das matérias-primas está subindo extraordinariamente ( <a href="https://tradingeconomics.com/commodities">a tendência dos preços globais das commodities</a> ). Como resultado, os preços de vida também estão subindo. A água está subindo lentamente além do peito até o queixo. Há uma notícia bizarra de que “o tesouro do governo dos EUA se esgotou e está prestes a declarar default”.<br /><br /><br /><b>Capitalismo no “tratamento de sustentação da vida”<br /></b><br />As elites dominantes mundiais estão cientes disso. No entanto, o problema é que a doença do capitalismo chegou a um ponto em que não há nada a ver com isso. As elites capitalistas não têm remédio para resolver essa condição. A distribuição infinita de moeda é uma confissão de limitação e incompetência. O capitalismo agora mal continua sua vida apenas por meio de medidas extremas de distribuição ilimitada de dinheiro.<br /><br />A propagação infinita da moeda tem consequências extremas de falência do governo e inflação vertical. No entanto, se você tentar parar de pulverizar ou mesmo coletar moeda pulverizada no mercado, a economia global pode entrar em colapso imediatamente com apreensões mais violentas, como um aumento no desemprego. As elites dominantes devem estar sentindo o medo real.<br /><br />Em outras palavras, o atual sistema capitalista global se assemelha a um paciente diabético que aumentou drasticamente a administração de insulina. Se a insulina não for administrada a pacientes diabéticos, várias doenças aparecem. À medida que a condição se intensifica, a dose de insulina é aumentada gradualmente. Então, em algum momento, o paciente tem uma convulsão fatal. As doses de insulina explodiram para acalmar os sintomas de convulsão e manter vidas. No entanto, a insulina explosiva novamente fataliza o paciente. No entanto, isso não reduz a administração de insulina. Então o próximo pode ser um fim incontrolável.<br /><br /><br /><b>Um confronto e classe trabalhadora<br /></b><br />O capitalismo agora terá que emitir obituários em vez de moedas. Isso ocorre porque não há mais como sobreviver. Apenas zumbis podem sobreviver. Nesse caso, a classe trabalhadora será mordida primeiro. Começando pelo mais fraco. A classe trabalhadora deve executar o funeral com firmeza para evitar um futuro aterrorizante. Diante de um momento extraordinário à beira da morte, a classe trabalhadora do mundo deve se preparar para um confronto.<br /><br /></span><span style="font-family: times;">3 de outubro - </span><span style="font-family: times;">Bol EA</span></span></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-66401252923729411952022-01-17T23:33:00.005-03:002022-01-18T02:08:45.829-03:00O NED no Cazaquistão<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">O NED pagou US$ 1,2 milhão pela Revolução Colorida no Cazaquistão<br /></span>Por Jeremy Kuzmarov, <a href="https://covertactionmagazine.com/2022/01/12/national-endowment-for-democracy-provided-1-2-million-to-kazakhstan-to-help-spark-color-revolution-against-pro-russian-and-pro-china-regime/">Revista de ação secreta</a>.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhYNAOC-SrvcChmyRdwyNFQGVGNVwpA60MaLKPfvOapVsQxbQICl_XTGTmzNhc1HKwOPb8zYMCIaVUOIJK-x31omVDLJjdngfxmWGolwshag2J2WvteKgN3ouSgBVELv9KzRbiE1SaF_SUAipdxCSt2S-NuLGqIU3Ch3brFQkmmlkCYYmdry3qqeLSnjw=s839" style="font-size: xx-large; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="584" data-original-width="839" height="446" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhYNAOC-SrvcChmyRdwyNFQGVGNVwpA60MaLKPfvOapVsQxbQICl_XTGTmzNhc1HKwOPb8zYMCIaVUOIJK-x31omVDLJjdngfxmWGolwshag2J2WvteKgN3ouSgBVELv9KzRbiE1SaF_SUAipdxCSt2S-NuLGqIU3Ch3brFQkmmlkCYYmdry3qqeLSnjw=w640-h446" width="640" /></a><br /><br /><br /><span style="font-size: medium;">Em 2 de janeiro, protestos eclodiram na cidade de Zhanaozen, no oeste do Cazaquistão, que desde então se espalharam por todo o país. Mais de 160 pessoas foram mortas, incluindo pelo menos 18 policiais, com centenas de feridos.<br /><br />O New York Times e outros grandes meios de comunicação retrataram a violência como resultado da <a href="https://www.nytimes.com/2022/01/07/world/asia/kazakhstan-protests.html">duplicação dos preços dos combustíveis</a> e da infelicidade com <a href="https://www.nytimes.com/2022/01/07/world/asia/kazakhstan-protests.html">o autoritarismo político e a corrupção</a> .<span><a name='more'></a></span><br />O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, foi amplamente condenado por cometer abusos em larga escala dos direitos humanos, com o apoio da Rússia. O secretário de Estado Antony Blinken referiu-se à Rússia como uma potência de ocupação.<br /><br />A Rússia de <a href="https://abcnews.go.com/International/russian-paratroopers-arrive-kazakhstan-end-protests/story?id=82108982">fato enviou tropas ao Cazaquistão</a> em apoio a Tokayev. Em 5 de janeiro, Tokayev invocou o artigo quatro da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO), uma aliança liderada pela Rússia de ex-estados soviéticos que inclui Belarus, Tajiquistão, Armênia e Quirguistão, que concordou em fornecer ao Cazaquistão assistência militar e defesa.<br /><br />Na maior parte da cobertura da mídia, inclusive na mídia alternativa, Tokyaev é retratado como o vilão, com o presidente russo Vladimir Putin. No entanto, a declaração de Tokayev sobre criminosos e assassinos que lideram os protestos é realmente verdadeira.<br /><br />A Canadian Broadcasting Corporation (CBC) informou <a href="https://www.cbc.ca/news/world/kazakhstan-troops-clash-shots-1.6305727">que dois policiais em Almaty foram encontrados decapitados</a> e que <a href="https://www.cbc.ca/news/world/kazakhstan-troops-clash-shots-1.6305727">prédios do governo foram invadidos e incendiados</a> .<br /><br />A RT News <a href="https://www.rt.com/russia/545219-kazakhstan-protests-nationalists-security/">informou que os manifestantes estavam afastando veículos militares, desarmando soldados, queimando carros e incendiaram o gabinete do prefeito em Almaty</a> , a maior cidade do país.<br /><br />Para que ninguém pense que a RT News é tendenciosa por ser pró-Rússia, o *New York <a href="https://www.nytimes.com/2022/01/05/world/asia/kazakhstan-protests.html">Times* também publicou uma fotografia de um carro de polícia em chamas em 7 de janeiro</a> . <a href="https://covertactionmagazine.com/2022/01/12/national-endowment-for-democracy-provided-1-2-million-to-kazakhstan-to-help-spark-color-revolution-against-pro-russian-and-pro-china-regime/#post-32341-footnote-0">[1]</a><br /><br />Pepe Escobar escreveu em Strategic Culture sobre os manifestantes provocando <a href="https://www.strategic-culture.org/news/2022/01/06/steppe-on-fire-kazakhstan-color-revolution/">“anarquia total, roubo, saques, centenas de veículos destruídos, ataques com rifles de assalto, caixas eletrônicos e até o Duty Free no aeroporto de Almaty [sendo] completamente saqueado”. </a> Essa avaliação se encaixou com a de Galym Ageleulov, ativista de direitos humanos em Almaty que participou dos protestos. Ele descreveu a multidão como <a href="https://www.nytimes.com/2022/01/07/world/asia/kazakhstan-protests.html">“uma multidão indisciplinada de… bandidos… claramente organizada por saqueadores de grupos criminosos”.</a><br /><br />A mídia quase universalmente falhou em relatar que as organizações políticas no Cazaquistão em 2020 receberam <a href="https://www.opensocietyfoundations.org/newsroom/open-society-foundations-kazakhstan">US$ 3,8 milhões da Open Society Foundation de George Soros</a> , que promove a mudança de regime contra líderes pró-Rússia na Europa Oriental e na Ásia Central sob o pretexto de promover a democracia e os direitos humanos. e <a href="https://www.ned.org/region/eurasia/kazakhstan-2020/">mais de US$ 1,2 milhão do National Endowment for Democracy</a> (NED). (dados para 2021 ainda não estão disponíveis publicamente)<br /><br />O NED foi fundado na década de 1980 pelo governo Reagan para desempenhar funções anteriormente adotadas pela Agência Central de Inteligência (CIA). <a href="https://covertactionmagazine.com/2022/01/12/national-endowment-for-democracy-provided-1-2-million-to-kazakhstan-to-help-spark-color-revolution-against-pro-russian-and-pro-china-regime/#post-32341-footnote-1">[2]</a> Ele esteve envolvido no apoio a “revoluções coloridas”, ou operações de mudança de regime, em toda a Europa Oriental e Ásia Central contra líderes pró-Rússia como Eduard Shevardnadze da Geórgia na “Revolução Rosa” de 2003 e Viktor Yanukovych que foi deposto. na Ucrânia em fevereiro de 2014.<br /><br />Em 2018-2019, o NED <a href="https://covertactionmagazine.com/2020/08/20/underreported-new-cold-war-battleground-in-belarus-may-spark-dangerous-conflagration-between-u-s-and-russia/">gastou quase três milhões de dólares na Bielorrússia, que foi alvo de uma revolução colorida contra o socialista Alexander Lukashenko</a> , um aliado próximo da Rússia que obteve considerável apoio popular devido à força dos programas sociais de seu país.<br /><br />Grande parte do financiamento do NED foi direcionado <a href="https://covertactionmagazine.com/2020/08/20/underreported-new-cold-war-battleground-in-belarus-may-spark-dangerous-conflagration-between-u-s-and-russia/">para treinar jovens ativistas em organização política, fortalecer ONGs e financiar mídia independente anti-Lukashenko</a> , que desempenhou um papel fundamental na tentativa de incitar oposição e protestos contra ele. O NED também se propôs a <a href="https://covertactionmagazine.com/2020/08/20/underreported-new-cold-war-battleground-in-belarus-may-spark-dangerous-conflagration-between-u-s-and-russia/">divulgar os abusos dos direitos humanos</a> como meio de minar a legitimidade de Lukashenko.<br /><br />A mesma abordagem foi implantada no Cazaquistão. Em 2020, o NED orçou <a href="https://www.ned.org/region/eurasia/kazakhstan-2020/">US$ 61.450 para a defesa dos direitos humanos</a> , <a href="https://www.ned.org/region/eurasia/kazakhstan-2020/">US$ 69.920 para o que chama de promoção e defesa da sociedade civil</a> e <a href="https://www.ned.org/region/eurasia/kazakhstan-2020/">US$ 300.550 para notícias e comentários independentes</a> .<br /><br />Todas essas iniciativas parecem positivas, mas sua intenção principal é estimular a oposição e a propaganda anti-regime.<br /><br />Quando os protestos violentos começam a aumentar, a mídia da oposição entra em alta velocidade, retratando o presidente como um tirano cometendo crimes contra os direitos humanos, e a mídia internacional – incluindo a mídia alternativa – segue o exemplo.<br /><br />A mudança de regime geralmente segue, embora no caso do Cazaquistão, o apoio da Rússia e do CSTO, combinado com a falta de organização e visão do movimento de protesto, torne essas perspectivas improváveis.<br />Líder corrupto apoiado por estrangeiros<br /><br />O líder do movimento de protesto do Cazaquistão, Mukhtar Ablyazov, é um ex-ministro da Energia e banqueiro rico, que fugiu do Cazaquistão para a Grã-Bretanha em 2009 após ser acusado de corrupção e desvio de até US$ 6 bilhões quando era chefe do maior banco do Cazaquistão.<br /><br />Possuindo uma rede de mais de 800 empresas falsas, muitas delas offshore, Ablyazov foi acusado de assassinar seu rival de negócios, Yerzhan Tatishev, em uma viagem de caça. Um colega disse a um tribunal em Almaty que Ablyazov, que lidera o partido de direita Escolha Democrática do Cazaquistão, <a href="https://thediplomat.com/2018/02/the-ablyazov-affair-fraud-on-an-epic-scale/">“propôs… a eliminação física de Yerzhan. Isso aconteceria durante uma viagem de caça e pareceria uma morte acidental. E assim aconteceu.”</a><br /><br />Apelidado pela imprensa britânica como “o fraudador mais rico do mundo”, <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Mukhtar_Ablyazov">Ablyazov viveu suntuosamente em uma mansão de nove quartos na “Billionaire's Row” de Londres e uma propriedade de 100 acres no Windsor Great Park, enquanto alugava uma mansão de 15.000 pés quadrados na Bishop's Avenue em Londres</a> . Ele possuía três aviões particulares e mais de mil apartamentos e 106 carros.<br /><br />Em 2012, <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Mukhtar_Ablyazov">um juiz britânico ordenou que ele fosse preso por mentir no tribunal sobre seus ativos financeiros</a> , o que o levou a buscar asilo na França. O juiz Maurice Kay observou que: <a href="https://thediplomat.com/2018/02/the-ablyazov-affair-fraud-on-an-epic-scale/">“É difícil imaginar uma parte em litígio comercial que tenha agido com mais cinismo, oportunismo e desonestidade em relação a ordens judiciais do que Ablyazov”.</a><br /><br />Ablyazov estabeleceu a sede da nova revolução colorida em Kiev, sede de um governo apoiado pelos EUA infiltrado por neofascistas que está se preparando para a guerra com a Rússia, e pediu uma intervenção militar ocidental.<br /><br />Seu advogado, <a href="https://www.buzzfeednews.com/article/albertonardelli/joseph-mifsud-stephan-roh-mukhtar-ablyazov">Stephan Roh, era o advogado de Joseph Mifsud, o notório agente maltês-britânico que tentou prender o funcionário da campanha de Trump George Papadopoulos em 2016</a> , com a ajuda das redes do Partido Democrata italiano e do governo italiano de Matteo Renzi.<br />Apostas geopolíticas<br /><br />Além de não discutir os antecedentes de Ablyazov, quase toda a cobertura da mídia do Cazaquistão não conseguiu investigar as importantes questões geopolíticas subjacentes aos protestos.<br /><br />A Rússia é retratada como o vilão porque <a href="https://www.counterpunch.org/2022/01/07/roaming-charges-38/">supostamente está ajudando um regime medonho. </a> Mas, por pior que seja Tokayev, a alternativa parece ser pior.<br /><br />A mídia ignora ainda o fato de que Putin e a Rússia são obrigados a agir sob o CSTO para defender o Cazaquistão e que os EUA têm apoiado a “revolução colorida no Cazaquistão como parte de uma ofensiva renovada da Guerra Fria. Seu objetivo é forçar um importante aliado estratégico russo na órbita política dos EUA e do Ocidente, onde poderia ser admitido na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).<br /><br />A Rússia tem forte interesse no Cazaquistão, incluindo um local de lançamento para missões espaciais que aluga, um importante local de testes de mísseis onde um sistema de defesa antimísseis de próxima geração está sendo desenvolvido e uma dependência do gás cazaque como apoio para a produção russa insuficiente.<br /><br />O Cazaquistão também é um dos principais produtores de urânio do mundo e um importante fornecedor de petróleo para a China, que emergiu como um importante aliado estratégico de Moscou.<br /><br />A revolução das cores até o momento em que este texto foi escrito parece ter falhado. A razão é porque o Cazaquistão se <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Eurasian_Economic_Union">beneficiou muito da União Econômica da Eurásia,</a> que integrou sua economia com a Rússia e a Bielorrússia.<br /><br />Como um enorme centro potencial para acessar a Ásia Central, o Cazaquistão, sob a liderança de Tokayev, também está pronto para receber apoio considerável da iniciativa One Belt-One Road da China, que provavelmente resultará em um enorme acúmulo de ferrovias e infraestrutura do Cazaquistão e um tremendo benefício econômico.<br /><br />Os EUA, ao que parece, prefeririam voltar aos dias de Nursultan Nazarbayev, que governou o Cazaquistão de 1990 a 2019. Suas táticas ao estilo da máfia ficaram aparentes quando a carcaça decapitada de um cachorro foi deixada do lado de fora do escritório de um jornal que noticiou ele havia guardado mais de um bilhão de dólares em dinheiro do petróleo estatal em contas bancárias na Suíça, com um aviso de que “não haverá uma próxima vez”.<br /><br />O dinheiro veio da venda de uma participação de 20% nos campos de petróleo de Tengiz para a Chevron e de US$ 78 milhões em subornos dados por um consultor da indústria petrolífera americana, James H. Giffen, o embaixador de fato dos EUA que também trabalhou para Nazarbayev e ajudou a garantir a concessão da Chevron.<br /><br />Em 2005, o ex-presidente dos EUA Bill Clinton desfrutou de um banquete decadente à meia-noite com Nazarbayev enquanto ajudava a garantir uma concessão de mineração de urânio no Cazaquistão para o doador da Fundação Clinton, James Giustra.<br /><br />Hoje, o Grande Jogo continua, mas o mundo está mudando, e a China e a Rússia estão se tornando mais poderosas.</span></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-15931057771943344802022-01-17T20:54:00.008-03:002022-01-17T21:29:56.782-03:00Rosa, Liebknecht e Lenin<p style="text-align: left;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-family: times;">O legado dos 3Ls: </span><span style="background-color: white; font-family: times; text-align: justify;">Luxemburgo,</span><span style="font-family: times;"> </span><span style="background-color: white; font-family: times; text-align: justify;">Liebknecht</span><span style="background-color: white; font-family: times; text-align: justify;"> e </span><span style="font-family: times;">Lenin</span></span></p><p style="text-align: left;"><span style="background-color: white; font-family: times; text-align: justify;"><i>Humberto Rodrigues</i></span><br style="background-color: white; font-family: times; text-align: justify;" /></p><p style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"> <span><b><i><span face=""arial" , sans-serif">"</span><span face=""arial" , sans-serif" style="text-align: justify;">A ordem reina em Berlim!... Ah! Estúpidos e insensatos carrascos! A revolução levantará sua cabeça novamente amanhã e, para o horror estampado em vossos rostos, anunciará com todas suas trombetas: ‘Eu fui. Eu sou. Eu serei!</span><span face=""arial" , sans-serif" style="text-align: justify;">"</span></i></b></span></span></p><p style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><i>Últimas palavras escritas por Rosa.</i></span></p><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh08IYkHu4Zc07piu-hCX_l1otpLaJGRo5U84Lq5t_rhOlnYG8qPJzLc9f2axze057FJbVTVZChvir7q8dCC4InWF21hV1UyYsK-v3QbujGX4MBLHt7nfY4l4oUg0NFVTEuZOdYVZNaDzfAFdFO2j-MT2_7rptheh-40LrVaXv5HjrAcSsiACkJjrpmpg=s792" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="425" data-original-width="792" height="343" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh08IYkHu4Zc07piu-hCX_l1otpLaJGRo5U84Lq5t_rhOlnYG8qPJzLc9f2axze057FJbVTVZChvir7q8dCC4InWF21hV1UyYsK-v3QbujGX4MBLHt7nfY4l4oUg0NFVTEuZOdYVZNaDzfAFdFO2j-MT2_7rptheh-40LrVaXv5HjrAcSsiACkJjrpmpg=w640-h343" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Luxemburgo, Liebknecht, Lenin. Ninguém será esquecido! Levante-se e Resista!</td></tr></tbody></table><br /><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br /></div><span style="font-family: times; font-size: medium;">No mês de janeiro, criou-se uma tradição saudável na esquerda europeia de homenagear os 3Ls, Luxemburgo, Liebknecht e Lenin, que morreram nos anos de 1919 e 1924 em janeiro.</span><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif"><b>Lenin e as "revoluções coloridas" do nosso tempo </b></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;"><span face=""arial" , sans-serif">V. I. Ulianov faleceu em 21 de janeiro de 1924. Além de toda elaboração e todo exemplo de militância deixados por Lenin aos lutadores comunistas das gerações futuras, </span></span><span style="font-family: times;">há uma parte do legado de Lenin que ganha maior relevo nesse século XXI. São bem conhecidos os feitos de V.I. Ulianov </span><span style="font-family: times;">como construtor da concepção de partido operário revolucionário, que conduziu a luta dos trabalhadores ao triunfo consciente na revolução bolchevique; da luta contra o oportunismo e contra o sectarismo; do desenvolvimento teórico do materialismo dialético; da concepção de Estado; da própria orientação efetiva na construção do primeiro estado operário da história e da luta contra a burocratização desse Estado (através de seu Testamento e do seu famoso Diário das Secretárias).<span><a name='more'></a></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;">Mas uma lição do dirigente bolchevique precisa ser mais estudada e explorada na contemporaneidade: trata-se da experiência de luta que derrotou o golpe de Estado do Genearl Kornilov. Vivemos um período de quase meio século sem revoluções vermelhas, anti-imperialistas. A última revolução social vitoriosa foi</span><span style="font-family: times;"> em 1975 no Vietnã. Depois, ocorreram revoluções de libertação nacional anti-imperialistas, no <a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2021/03/ataques-dos-eua-contra-o-ira-e-china.html" target="_blank">Irã</a>, <a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2018/04/nicaragua-declaracao-internacional.html" target="_blank">Nicarágua</a>, <a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2016/10/thomas-sankara-ha-29-anos-de-seu.html" target="_blank">Burkina Faso</a>, mas que não expropriaram a burguesia como classe social dominante.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;"><br /></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;">Desde 1989 vimos a proliferação de "revoluções coloridas", pró-imperialistas, inclusive as que foram contrarrevoluções que restauraram o capitalismo na pátria de Lenin e no Leste Europeu. Nessa luta Lenin nos ensinou a combater o golpe da direita sem apoiar o governo burguês de plantão, no caso o de Kerensky, que era apoiado no aparato repressivo burguês do qual Kornilov fazia parte, e nos soviets, cuja maioria ainda não era bolchevique. No documento do link, reproduzimos a analogia que fizemos entre os acontecimentos do Brasil de 2016 e os da Rússia de 1917. </span></span></div><span style="font-size: medium;"><br /><a href="TEORIA REVOLUCIONÁRIA - LENIN: SOBRE O GOVERNO KERENSKY E GOLPE DE KORNILOV Combater o Golpe sem defender o governo">TEORIA REVOLUCIONÁRIA - LENIN: SOBRE O GOVERNO KERENSKY E GOLPE DE KORNILOV: Combater o Golpe sem defender o governo</a></span><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;">O assassinato de Rosa e Karl, </span><span><span style="font-family: times;">"o primeiro triunfo da Alemanha nazista"</span></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Há mais de um século, em 15 de janeiro de 1919, a coronhada de rifle de um soldado a mando de um governo reformista esmagava a mais brilhante e corajosa cabeça do movimento operário revolucionário alemão depois de Marx e Engels. Este acontecimento, por ter abortado a melhor oportunidade de uma revolução socialista em uma nação capitalista avançada foi como uma tragédia de proporções bíblicas sobre o futuro da luta do proletariado mundial até os nossos dias.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Como caracterizou o escritor Isaac Deutscher, o assassinato de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht foi o primeiro triunfo da Alemanha nazista. Teve consequências desastrosas para a luta de classes, selando o isolamento da revolução russa e todo refluxo posterior até a II Guerra Mundial.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Um ano após a tomada do poder pelos bolcheviques, o centro gravitacional da luta de classes havia passado para a Alemanha. Certamente, se uma revolução liderada por Luxemburgo e Liebknecht tivesse sido vitoriosa, o imperialismo seria golpeado de morte, em um de seus bastiões centrais, logo ao ingressar em sua fase decadente.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A história da humanidade seria completamente diferente. Figuras abjetas como Hitler ou mesmo Stalin não teriam desempenhado o papel que tiveram, para não falar em outros personagens desprezíveis e acontecimentos reacionários que vieram depois, como a criação do Estado nazi-sionista de Israel.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Apesar de todas as dificuldades do primeiro ano da Revolução Bolchevique (que viriam a piorar depois), o otimismo revolucionário contagiava a vanguarda marxista. Lenin e Trotsky orientavam grande parte de seus esforços para impulsionar a revolução no restante da Europa. Trotsky empenhou-se em demonstrar o apoio incondicional dos revolucionários russos à luta do proletariado alemão:</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><blockquote class="tr_bq" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><i>Se o proletariado da Alemanha procura assumir a ofensiva, o dever essencial da Rússia dos sovietes será o de ignorar, na luta revolucionária, as fronteiras nacionais. A Rússia dos sovietes não é mais do que a vanguarda da revolução alemã e européia (...). O proletariado alemão e sua técnica por um lado e, por outro, nossa Rússia desorganizada, mas plena de riquezas naturais e tão populosa, formarão um bloco formidável contra o qual virão se quebrar todas as ondas do imperialismo (...). Liebknecht não precisa firmar tratado algum conosco. Sem tratado algum nós o ajudaremos com todas as nossas forças. Daremos tudo para a luta proletária mundial. A partir de então a Alemanha atrairá para si, fortemente, a simpatia de todos os povos, a simpatia das massas oprimidas do mundo todo – e antes de mais nada da França (...) mais sagrada do que outra qualquer, a classe operária francesa só espera, em seu coração revolucionário, o primeiro sinal da Alemanha.” (Discurso de 30/10/1918 no Vtsik, citado por Vitor Serge em O Ano I da Revolução Russa).</i></span></blockquote><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Lenin defendeu que para salvar a Revolução Alemã no momento decisivo, seria obrigatório aos revolucionários empregar toda sua energia, correndo inclusive o risco de sacrificar a revolução russa. Mas a social-democracia representante do imperialismo alemão aprendeu com o erro cometido pelo governo provisório de Kerensky de deixar escapar por entre os dedos a chance de esmagar os dirigentes da futura revolução bolchevique. Em meio ao refluxo da revolução russa, após as jornadas de julho de 1917, os bolcheviques foram caçados pelas ruas de Petrogrado. Trotsky foi preso e Lenin teve que escapar para a Finlândia.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Um ano e meio depois, após o refluxo que se seguiu ao levante proletário espontâneo de 09 de janeiro de 1918 em Berlim, Karl e Rosa tiveram suas cabeças postas a prêmio, a burguesia alemã ofereceu uma recompensa por qualquer informação que levasse a detê-los. Os dirigentes da Liga Espartaquista tinham acabado de receber documentos falsos, feitos na URSS, para fugir de Berlim, mas antes disto foram capturados e executados.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Não se pode deixar de destacar, como desenvolveremos mais adiante, que fez uma profunda diferença a concepção de partido de revolucionários profissionais de Lenin entre os dirigentes espartaquistas na defesa da vida dos membros do estado-maior da revolução alemã e, portanto, da vida da revolução.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Longe de descarregar todo o peso da responsabilidade pelo destino da humanidade contra a barbárie nas costas de quem mais alertou o proletariado sobre qual seria sua desgraça caso sua luta não assegurasse um futuro socialista para o planeta, compreendemos que é preciso clarificar as causas desta derrota com os acertos e erros que a marcaram, como nos ensinou a própria Rosa: “Não estamos perdidos, nós venceremos desde que nós não tenhamos desaprendido a aprender.”</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">A origem da militância de Rosa e Karl</span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Rosa Luxemburgo viveu no período compreendido entre a Comuna de Paris e o primeiro ano de existência do governo bolchevique. Nasceu em 05 de março de 1871 num vilarejo de Zamosc, perto de Lublin, na Polônia controlada pelo Império Russo. Era a quinta filha de Eliasz Luxemburg III, um judeu comerciante de madeira, e Line Löwenstein. Uma artrose no quadril lhe prostrou na cama até os cinco anos de idade, ocasionando que tivesse uma perna menor que a outra, fazendo-a mancar por toda a vida. Muda-se para Varsóvia para estudar e conclui os estudos secundários numa escola feminina em 1887.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Aos 15 anos, ainda como secundarista, inicia sua militância política fazendo parte de uma célula do Partido Proletário (PP), fundado em 1882 e aliado do movimento populista russo na luta contra a opressão czarista. Mas logo o partido é massacrado e quatro de seus líderes são condenados à morte. Para escapar do cerco policial, Rosa foge para a Suíça em 1889. Ingressa na Universidade de Zurique juntamente com outros exilados socialistas como Anatoli Lunacharsky e Leo Jogiches, que viria a ser seu companheiro por mais de 15 anos.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-DgoBGuxSB1mo5YucbRQ00EHs2pJBUJMX49L786Uz2XButGMIWQg2mFZ7x8Pds0nhY-XH3u1W2F4wNaNVEz58cHoDBIKrdIbGyWSvKACIEoCuLnypL_RiBJx7wctMvwjvhfrbybqESrej/s1600/Rosa+e+Leo+1892.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="496" data-original-width="700" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-DgoBGuxSB1mo5YucbRQ00EHs2pJBUJMX49L786Uz2XButGMIWQg2mFZ7x8Pds0nhY-XH3u1W2F4wNaNVEz58cHoDBIKrdIbGyWSvKACIEoCuLnypL_RiBJx7wctMvwjvhfrbybqESrej/s320/Rosa+e+Leo+1892.jpg" width="320" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Rosa e seu camarada Leo Jogiches, 1892</span></td></tr></tbody></table><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Em 1892, funda com alguns ex-companheiros do antigo PP o Partido Socialista Polaco (PSP), que passa a ser dominado pelo nacionalismo, de onde sairia o general Pilsudsky, futuro ditador da Polônia. Em 1893, junto a Leo Jogiches e Julian Marchlewski (alias Julius Karski), funda o jornal “A causa dos trabalhadores” (Sprawa Robotnicza), para opor-se à ala nacionalista do PSP. Rosa acreditava que a luta pela independência nacional da Polônia, despossuída de um conteúdo de classe, levaria o proletariado a reboque da burguesia sob o canto de sereia nacionalista. O que é correto. No entanto, para ela, uma Polônia independente só poderia surgir através de uma revolução na Alemanha ou Rússia, discordando assim da luta pelo direito de autodeterminação dos povos, posição que acarretou futuras divergências com Lenin.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">No ano seguinte, rompe com o PSP para fundar junto com Jogiches o Partido Social Democrata da Polônia e Lituânia (PSDPeL). Em 1897, foi uma das primeiras mulheres a concluir o doutorado em Ciência Política. Em abril deste ano, casou-se com Gustav Lueck, filho de um amigo alemão, a fim de conquistar a cidadania alemã. O casamento arrumado durou apenas cinco anos, que era o tempo mínimo estabelecido pela legislação do país para tal caso. Depois os dois se divorciaram.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Na Polônia dominada pelo czarismo, Rosa tomou parte ativa da revolução russa de 1905. Este movimento foi resultado espontâneo do descontentamento social provocado pela guerra russo-japonesa e o despotismo czarista. Culminou na greve geral em outubro, derrotada pelo czar em dezembro.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Foi a partir desta experiência que Rosa passou a contrapor mais apaixonadamente a espontaneidade da ação direta das massas à política conservadora “coroada pela vitória” da social democracia alemã. Nasceu daí o folheto “Greve de massas, partido e sindicato”, no qual Rosa tratou de explicar as lições dos acontecimentos russos ao proletariado alemão, aplicando-as na luta de classes deste país. Quando todos os jornais socialistas haviam sido suprimidos, o de Rosa continuava sendo publicado diariamente de forma clandestina, o que fez com que em quatro de março de 1906 ela fosse presa por vários meses.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Devido a sua saúde frágil, sua nacionalidade alemã e o pagamento de uma fiança altíssima, foi liberada e expulsa da Polônia, dirigindo-se a Finlândia para encontrar-se com Lenin, Zinoviev e Kamenev. Este episódio aproximou profundamente o PSDPeL da fração bolchevique do Partido Operário Social Democrata Russo (POSDR).</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Em 1907, Rosa participou como delegada do PSDPeL do Congresso de Londres do POSDR, onde apoiou os bolcheviques em todas as questões fundamentais concernentes a revolução russa. Chegou a declarar na tribuna do Congresso</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><i>“Eu sei que também os bolcheviques cometem alguns erros, tem suas excepcionalidades, excessiva intransigência, mas eu os compreendo plenamente e os justifico: no mínimo é necessário ser firme como uma rocha frente a essa massa disforme e gelatinosa que é o oportunismo menchevique” (Discurso de Rosa no V Congresso de Londres do POSDR, 1907).</i></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Três dias após o assassinato de Rosa e Karl Trotsky escreveu:</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><i>“De constituição pequena, débil e enferma, Rosa surpreendia por sua poderosa mente. Já falei certa vez que estes dois líderes se complementam mutuamente. A intransigência e a firmeza revolucionária de Liebknecht se combinam com uma doçura e meiguice femininas, e Rosa, apesar de sua fragilidade, era dotada de um intelecto poderoso e viril. Ferdinand Lasalle já escreveu sobre o esforço físico do pensamento e a tensão sobrenatural de que é capaz o espírito humano para vencer e superar obstáculos materiais. Esta era a energia que comunicava Rosa Luxemburgo quando falava da tribuna, rodeada de inimigos. E tinha muitos. Apesar de ser de estatura pequena e aspecto frágil, Rosa Luxemburgo sabia dominar e manter a atenção de grandes auditórios, inclusive quando eram hostis as suas ideias. Era capaz de reduzir ao silêncio aos seus mais irascíveis inimigos mediante o rigor de sua lógica, sobretudo quando suas palavras se dirigiam as massas operárias.” (Karl Liebknecht - Rosa Luxemburgo, 18/01/1919).</i></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><b>Liebknecht: "O inimigo principal está em casa!"</b></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFnF4GVFL5tsMQwmX-6_Fckg1YGFFZ8EbnFIzkXld7VVS-B9jMqNvTbs_gF5GSj_RwmsP-wlCoQIAachWExbEKjXG2LgjL_LxTXF-Og45Vw2TL2iKYZfBEoUn5_lZ2nhldqy_rKkNtjezc/s1600/3799.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1600" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFnF4GVFL5tsMQwmX-6_Fckg1YGFFZ8EbnFIzkXld7VVS-B9jMqNvTbs_gF5GSj_RwmsP-wlCoQIAachWExbEKjXG2LgjL_LxTXF-Og45Vw2TL2iKYZfBEoUn5_lZ2nhldqy_rKkNtjezc/s640/3799.jpg" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Karl Liebknecht discursando em Berlim contra a Guerra imperialista.<br />Photograph: ullstein bild Dtl./ullstein bild via Getty Images</span></td></tr></tbody></table><span style="font-family: times; font-size: medium;">Liebknecht, também nasceu no ano da Comuna (1871), tornara-se durante a I Guerra Mundial o representante mais popular do internacionalismo marxista. Seu pai, Guilherme Liebknecht (1826-1900), foi um dos fundadores do PSD e da II Internacional, parlamentar e diretor do jornal do PSD, Vorwäts, apontado por Lênin como</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><i>“exemplo ideal do tipo de intelectual que necessita o movimento socialista, foi Liebknecht, quem embora fosse um brilhante escritor, perdeu a mentalidade específica do intelectual, marchava alegre com as massas e trabalhava em qualquer função que o orientasse, se submeteu integralmente a nossa grande causa e desprezou o débil choramingo sobra a anulação da personalidade, ao que tanto estão inclinados a entregar-se estão os intelectuais educados na escola de Ibsen e Nietzsche” (Um passo adiante, dois passos atrás, 04/1904).</i></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Sobre esta herança nasceu e educou-se o jovem Karl. Estudou para ser advogado, tendo defendido inúmeros socialdemocratas em processos políticos. Exemplo único de parlamentar revolucionário, mesmo estando entre os bandidos do parlamento burguês, nunca vacilou em defender intransigentemente sua classe.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A voz e voto de Liebknecht, solitários no parlamento alemão (Reichstag) ressoaram em todo o mundo, levantou-se contra todo o imperialismo, toda a canalha social-chauvinista da II Internacional, declarou que “o inimigo principal estava em casa” e conclamou os operários e soldados da Alemanha para que voltassem suas armas contra seu próprio governo, proclamando “Abaixo a guerra; abaixo o Governo!” contra a carnificina imperialista e pela revolução socialista mundial.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Quando Karl, assim como Rosa, foi acusado por traição, preso e sentenciado a dois anos e meio de trabalhos forçados, em várias cidades do país mais de 55.000 operários escolheram a arma da greve política de massas em defesa de seus mais legítimos representantes.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">1871-1914, O auge do oportunismo imperialista, o mais estável e duradouro mecanismo contrarrevolucionário da burguesia</span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A partir de 1873, a Alemanha atravessou um período de grande prosperidade graças à unificação dos vários reinos da região em torno da Prússia para derrotar a França de Napoleão III. A burguesia francesa impôs a conta da derrota sobre sua própria população, mas não sem antes ter que esmagar a resistência oferecida pela Comuna de Paris que constituiu o primeiro governo operário da história. O império alemão também conquistou colônias na África (Camarões, Ruanda, Burundi e Namíbia), norte da China e no Oceano Pacífico (Nova Guiné e outras ilhas).</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Esta poderosa máquina de acumulação capitalista precisava ser azeitada com a colaboração de classes, necessitava de estabilidade política doméstica e poderia consegui-la a um custo insignificante diante do que arrecadava. Assim, o império teve que recuar diante das demandas do movimento operário por elevar o nível de vida dos trabalhadores e do fortalecimento dos sindicatos e cooperativas. Em 1890, para cooptar o movimento socialista à institucionalidade burguesa, o governo Bismark revoga a lei que proibia os partidos socialistas de disputarem o Reichstag. A partir de então a burocracia sindical passou a conquistar gradativamente sua representação parlamentar através do Partido Social Democrata (PSD, SPD em alemão), fundado em 1863.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Estas condições favoráveis à luta econômica e parlamentar somadas ao refluxo ideológico imposto ao movimento operário revolucionário com a ofensiva burguesa pós-Comuna propiciou a que os líderes do PSD cada vez mais substituíssem o programa marxista pela crença de que o capitalismo poderia ser reformado gradualmente até se transformar em socialismo. O porta-voz desta tendência e dirigente do partido foi Eduard Bernstein, principal sucessor de Engels na II Internacional, que escreveu uma série de artigos reunidos em “Problemas do Socialismo” atacando cada vez mais abertamente os princípios do marxismo.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">O “papa” do socialismo internacional em nome da “liberdade de crítica” e em uma cruzada contra o “dogmatismo” negou os princípios elementares do socialismo científico: a possibilidade de que o socialismo fosse fundamentado cientificamente e de provar sob o ponto de vista da concepção materialista da história a sua necessidade e sua inevitabilidade. Negou a miséria crescente e o agravamento das contradições capitalistas; negou a estratégia comunista, substituída pela máxima “o movimento é tudo, o objetivo final é nada”; negou a oposição de princípios entre o liberalismo e socialismo, a teoria da luta de classes, pretensamente inaplicável a uma sociedade democrática, governada de acordo com a vontade da maioria. E, principalmente, rechaçou categoricamente a defesa da ditadura do proletariado. </span><span face=""arial" , sans-serif">Assim como a primeira vítima de toda guerra é a verdade, a concepção da ditadura do proletariado converte-se em inimiga número um de todo aquele que se passa para o oportunismo reformista. Não por acaso é a principal contribuição de Marx, definida por ele mesmo.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif"><i>“Muito antes de mim, alguns historiadores burgueses tinham exposto o desenvolvimento histórico desta luta de classes. O que fiz e novo foi demonstrar: 1) que a existência das classes está ligada apenas a determinadas fases da produção; 2) que a luta de classes conduz necessariamente à ditadura do proletariado; 3) que esta mesma ditadura constitui tão somente a transição para a abolição de todas as classes” (Carta de Marx a Weydemeyer, Londres, 5/3/1852).</i></span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Bernstein e todos seus discípulos declarados ou envergonhados no último século romperam com o ABC do marxismo.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Rosa Luxemburgo, que acabara de fugir da Polônia ingressara na social democracia alemã já combatendo a ala direita do partido representada pelo deputado Wolfgang Heine que justificava assim o revisionismo contrarrevolucionário:</span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“De fato, eu pergunto a todos os homens racionais, uma política deveria tentar alcançar o que é impossível sob determinadas circunstâncias? O oportunismo é um jogo político que pode ser perdido de duas maneiras: não apenas princípios básicos, mas também sucesso prático podem ser perdidos. A suposição de que alguém pode alcançar o maior número de sucessos fazendo concessões é um completo erro. (...) Em nosso não, em nossa atitude intransigente, encontra-se toda nossa força. É esta atitude que ganha o medo e respeito do nosso inimigo e a confiança e o apoio do povo. Precisamente porque nós não concedemos nem um centímetro de nossa posição, nós forçamos o governo e os partidos burgueses a nos conceder os poucos sucessos imediatos que podem ser ganhos. Mas se nós começamos a perseguir o que é ‘possível’ de acordo com os princípios do oportunismo, sem nos preocupar com nossos próprios princípios, e por meios de troca como fazem os estadistas, então nós iremos logo nos encontrar na mesma situação que o caçador que não só falhou em matar o veado, mas também perdeu sua arma no processo." (O Oportunismo e a Arte do Possível, Rosa Luxemburgo, 30 de Setembro de 1898).</i></span></span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><i><br /></i></span></span></div></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWIdVjyIq-X-ObDxP1Y36_3swj8xJc2vfBrcQd1AZsIHWHcww8cJypceqITvvw8GmbU4BDNyEIqm08SNkcODYfzdXu0-G94ao4Fh6V0W_fIq1ApJAf3RRhO7g6qnnwc6WpfTx10mmY8pP-/s1600/FLYER+ROSA.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="283" data-original-width="400" height="451" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWIdVjyIq-X-ObDxP1Y36_3swj8xJc2vfBrcQd1AZsIHWHcww8cJypceqITvvw8GmbU4BDNyEIqm08SNkcODYfzdXu0-G94ao4Fh6V0W_fIq1ApJAf3RRhO7g6qnnwc6WpfTx10mmY8pP-/s640/FLYER+ROSA.jpg" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Depois da revolução de Novembro de 1918 na Alemanha, Heine ocupou uma série de lugares no governo capitalista da Prússia.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><b><span>A luta contra as Igrejas</span></b><br /><span><br /></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Rosa também se preocupou em polemizar com outros inimigos da revolução que entorpecem a consciência do proletariado em relação à luta política contra as classes dominantes, como o clero.</span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Em “O Socialismo e as Igrejas” ela desmascara os interesses terrenos do Vaticano:</span></span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“as enormes riquezas acumuladas pela Igreja, sem qualquer esforço da sua parte, vêm da exploração e da pobreza do povo trabalhador. A riqueza dos arcebispos e bispos, dos conventos e paróquias, a riqueza dos donos das fábricas, e dos comerciantes e dos proprietários de terras, é comprada ao preço de esforços desumanos dos trabalhadores da cidade e do campo. Qual é a única origem das dádivas e dos legados que os ricos senhores fazem à Igreja? Obviamente que não é o trabalho das suas mãos e o suor dos seus rostos, mas a exploração dos trabalhadores que trabalham sem descanso para eles; servos ontem, assalariados hoje...”.</i></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Mais uma vez Rosa mostra sua coragem combatendo o clero na Polônia, o país onde a igreja católica historicamente tem uma força imensa. Força esta que associada a uma burocracia sindical corrompida pela CIA serviu de apoio inclusive para a restauração capitalista naquele país no final da década de 1980, quando Karol Wojtyla aliou-se ao arqui-burocrata, Lech Walessa, para orientar as massas organizadas no Solidariedade sob a política do imperialismo.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Rosa entendia que o culto religioso era um assunto privado o qual o Estado não tinha direito de intrometer-se e diferenciava seu ateísmo militante, no campo da luta teórico-ideológica, do combate a igreja como instituição auxiliar da classe dominante:</span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“A Social Democracia de modo algum combate os sentimentos religiosos. Ao contrário, procura completa liberdade de consciência para todo o indivíduo e a mais ampla tolerância possível para qualquer fé e qualquer opinião. Mas desde o momento que os padres usam púlpito como um meio de luta contra as classes trabalhadoras, os trabalhadores devem lutar contra os inimigos dos seus direitos e da sua libertação. Porque o que defende os exploradores e o que ajuda a prolongar este regime presente de miséria, esse é que é o inimigo mortal do proletariado, quer esteja de batina ou de uniforme de polícia.” (Rosa Luxemburgo, O Socialismo e as Igrejas, 1905).</i></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">A teoria do colapso capitalista em Rosa</span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvL7lcFIcdNFIwBvujU9s8lbxrX7A_uMYN4lf8Bj4saDGd9icRoa8DUgz3u55yh-1Co-MH16Sp1hl-v8B1-uolWvoJkVlLgC-xMPohyj0uFulTD1sMJU2GpBrfZ_-cj4FNBACC0B0c39GK/s1600/acumu.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="284" data-original-width="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvL7lcFIcdNFIwBvujU9s8lbxrX7A_uMYN4lf8Bj4saDGd9icRoa8DUgz3u55yh-1Co-MH16Sp1hl-v8B1-uolWvoJkVlLgC-xMPohyj0uFulTD1sMJU2GpBrfZ_-cj4FNBACC0B0c39GK/s1600/acumu.jpg" /></span></a><span style="font-family: times; font-size: medium;">Em 1913, Rosa elaborou suas concepções sobre o imperialismo em “A Acumulação do Capital”. Na visão da revolucionária, a posição de Bernstein foi equivalente à renúncia a defesa dos trabalhadores na luta de classes, e o desprezo do revisionista pela dialética correspondia a sua falha para negociar com o capitalismo como um todo, como um organismo vivo.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Em oposição à ideia dos que haviam se convencido que o capitalismo havia se livrado de suas contradições, Rosa desenvolve conceitos chaves sobre as fases de “ascenso” e “declínio” do capitalismo refutados por Bernstein. Ela argumenta que a formação de cartéis da indústria, crescimento da influência do capital financeiro, tentativas de cooptar o estrato superior dos trabalhadores organizados, a militarização do Estado e sua burocracia encarregada são todos fenômenos interligados a um mal geral, a decadência imperialista.</span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Para a revolucionária o desenvolvimento do capital se daria sobre a base da expansão da venda de mercadorias sobre novos mercados não capitalistas de desenvolvimento mais atrasado. Ao conquistar este mercado, o capitalismo atingiria um limite em que não pode mais gerar as condições necessárias para o seu desenvolvimento, entraria em colapso porque o próprio dinamismo de seu processo produtivo estaria esgotado.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Mas, longe de compreender as concepções da própria Rosa, alguns luxemburguistas “modernos” se apoiam na teoria do colapso da revolucionária para justificar sua própria prostração política e afirmar que o “capitalismo vai se autodestuir”. A recessão, a destruição das condições de vida das massas, a pauperização antes mesmo da proletarização das camadas médias da população, o crescimento do exercito industrial de reserva, a especulação financeira, os investimentos maciços em forças destrutivas, a crise ambiental,... expressam o apodrecimento do capitalismo em direção à barbárie, mas de modo algum autodestruição do mesmo, cuja derrubada só pode ser produto da ação consciente do proletariado guiado por seu partido de vanguarda comunista e internacionalista.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">A degeneração do socialismo hegemonizou a política na América Latina durante a primeira década do século XXI</span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">O câncer já havia se alastrado na Internacional. Em 1899, o “socialista” francês Millerand ingressou no governo de coalizão, empregando na prática as revisões teóricas de Bernstein, inaugurando o “ministerialismo” e a fórmula dos governos e colaboração de classes, onde os representantes “socialistas” do movimento de massas ingressam em ministérios, tornam-se presidentes ou primeiro-ministros auxiliam a burguesia a desarmar e desmoralizar o movimento operário, propiciando uma volta ofensiva da burguesia ao poder.</span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Os governos de colaboração de classes foram criando uma tradição contrarrevolucionária desde Millerand, seguido por Macdonald na Inglaterra, passando por Kerensky na Rússia, pela República de Weimar na Alemanha (que nasceu exatamente executando Rosa e Karl), pelos governos de frente popular (França, Espanha, Indonésia, Chile,...) ou nacionalistas de esquerda (Bolívia), as coalizões com socialistas e comunistas na Europa no pós-guerra.</span></span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Na América Latina, o desgaste dos governos da direita neoliberal na última década do século passado, possibilitou o ascenso de governos de esquerda Na Venezuela, Brasil, Bolívia, Equador, Uruguai, Chile, Nicarágua e Paraguai. Todavia, apesar destes governos poderem constituir um forte cinturão de resistência ao imperialismo e de serem reeleitos pela maioria da população se opuseram a ruptura revolucionária com o capital e o imperialismo, permitindo a reorganização da contrarrevolução realizar um contra-ataque radicalizado, através de por golpes militares e parlamentares, eleições fraudulentas, lawfare, guerra comercial. Não por acaso, na <a href="http://lcligacomunista.blogspot.com/2019/01/venezuela.html#more" target="_blank">Venezuela</a>, onde o governo mais entrou em choques midiáticos, econômicos, institucionais com os EUA e seus agentes de direita tem sido o que mais resistiu ao contra-ataque imperialista. Todavia sem radicalizar a ruptura, com a ampliação do armamento de todo o povo e a expropriação política e econômica completa dos golpistas e do grande capital, o "socialismo do século XXI" chavista corre o risco de sofrer uma derrota igual ou pior aos seus pares latino-americanos.</span></span></span></div><div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Rosa já assinalava o quão era reacionária a ideia de reformar o capitalismo mesmo quando fora proposta de forma honesta pelos socialistas utópicos pré-marxistas.</span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“Hoje, lendo os livros de Bernstein, a expressão teórica máxima dessa tendência, grita-se com estupefacção: Como? É tudo o que têm para dizer? Nem sombra de pensamento original! Nem uma ideia que o marxismo já não tivesse, há dezenas de anos, refutado, esmagado, ridicularizado, reduzido a pó! Bastou que o oportunismo começasse a falar para demonstrar que nada tinha para dizer.” (Reforma ou Revolução, 1900).</i></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Foi a primeira socialista do planeta a levantar-se contra a degeneração oportunista do socialismo. E não era fácil no raiar do século XX aquela pequena e fisicamente frágil mulher, que nem sequer tinham direito ao voto e menos ainda a eleger-se nas eleições burguesas, combater o revisionismo onde justamente ele era mais forte, oferecia reformas reais e dispunha de uma imensa máquina de propaganda, demolindo impiedosamente seu maior representante:</span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“Expondo a sua teoria, Bernstein começa por exprimir simplesmente o receio de que o proletariado conquistasse excessivamente cedo o poder. Se isso acontecesse, uma tal ação, segundo Bernstein, conduziria a deixar a sociedade burguesa na situação em que está, e o proletariado sofreria uma terrível derrota. Esse receio mostra ao que se confina praticamente, a teoria de Bernstein: a aconselhar o proletariado, no caso das circunstâncias o levarem ao poder, a ir-se deitar. Mas, mesmo aí, essa teoria julga-se a si própria, revela-se como uma doutrina condenando o proletariado, nos momentos decisivos da luta, à inação, a uma traição passiva da sua própria causa. (...) Depois de ter abjurado de qualquer crítica socialista da sociedade capitalista, contenta-se em considerar satisfatório o sistema atual, pelo menos no seu conjunto. É um passo que Bernstein não hesita em dar; considera que na Alemanha de hoje, a reação não é muito forte: ‘nos países da Europa Ocidental não se pode falar em reação política’; pensa que em todos os países do Ocidente a ‘atitude das classes burguesas em relação ao movimento socialista é mais ou menos uma atitude de defesa e não de opressão’ (Vorwärts, 26 de Março de 1899). Não existe pauperização, mas uma melhoria do nível de vida dos operários; a burguesia é politicamente progressiva e mesmo moralmente sã. Não se pode falar de reação ou de opressão. Tudo é feito para melhorar o melhor dos mundos... Depois de ter dito o A, Bernstein é, lógica e consequentemente, levado a recitar todo o alfabeto. Começou por abandonar o objetivo final do movimento. Mas, como na prática não pode haver movimento socialista sem finalidade socialista é obrigado a renunciar ao próprio movimento. (...) Pode definir-se e resumir-se a teoria revisionista pelas seguintes palavras: É uma teoria do afundamento do socialismo, fundamentada na teoria da economia vulgar do afundamento do capitalismo.” (Reforma ou Revolução, 1900).</i></span></span><br /><span><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Até então foi Rosa quem se projetou como a defesa mais articulada do Marxismo revolucionário neste debate.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">A era de ouro do reformismo durou até a primeira guerra mundial, ganhou uma pequena sobrevida após a II Guerra, quando o imperialismo entregou os anéis para não perder os dedos após a criação dos Estados operários burocratizados do Leste Europeu, China, Cuba, Iugoslávia. Mas o ingresso da humanidade na fase decadente do capitalismo inviabilizou as bases materiais de uma política de concessões crescentes da burguesia para os trabalhadores. Em todo o planeta, a burguesia toma o que concedeu no passado. Este saque as conquistas dos trabalhadores se acentuou após a restauração capitalista na URSS e no Leste Europeu, o que potenciou a atual ofensiva imperialista em todos os terrenos. </span><br /><span><br /></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">Como o partido operário com maior influência de massas da história de todos os países capitalistas, o SPD, se transforma em um "cadáver mal-cheiroso”</span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">De todos os partidos já existentes na história do movimento operário, o Partido Social-Democrata alemão (<a href="https://de.wikipedia.org/wiki/Sozialdemokratische_Partei_Deutschlands" target="_blank">SPD</a> em alemão) foi o maior e mais poderoso partido em influência de massas dentro de um país capitalista. Antes da primeira guerra mundial chegou a contar com um milhão de membros, mais de 15 mil profissionais operários, militantes de tempo integral e, 90 jornais diários!</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Para efeito de comparação, guardadas todas as enormes diferenças, incluindo o fato de que em um século a humanidade cresceu de 1,8 bilhões (1920) para quase 7,9 bilhões de habitantes (outubro de 2021), quatro vezes mais, o PT brasileiro, o maior partido de origem operária da história do continente americano, graças a grande concentração do proletariado brasileiro, comemora hoje, algo mais que <a href="http://www.pt.org.br/pt-supera-21-milhoes-de-filiados-nos-ultimos-meses/" target="_blank">2 milhões de filiados</a>. Uma grande cifra, mas de filiados, não de militantes, os do PT, por sua vez, em sua quase totalidade estão viciados em cargos no Estado, gabinetes parlamentares, aparatos sindicais. O partido nem de longe possui 15 mil profissionais operários, militantes de tempo integral e mal possui meios de mídia virtual. É sob um profundo aburguesamento organizativo e programático que o PT enfrentará a maior caçada a um partido de esquerda na atualidade, sendo alvo partidário principal da atual onda neonazista no Brasil.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Assim como os outros partidos sociais democratas, o SPD alemão também votou nas resoluções contra a guerra em todos os congressos da II Internacional. Mas, adotou na prática (assim como a maioria dos membros social-chauvinistas da Internacional), uma posição oposta às resoluções aprovadas, que significou trocar o lema mais popular do marxismo por “trabalhadores de todo mundo matem-se uns aos outros”. Na Alemanha, para assegurar seus privilégios burocráticos junto ao Estado capitalista o PSD se colocou a serviço da ganância da burguesia germânica comandada pelo kaiser Guilherme II, a quem Lenin chamava de “bandido miserável”.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A degeneração contrarrevolucionária do grande partido socialista alemão, deve sempre servir de alerta contra todos aqueles que desprezam a rigorosa delimitação programática e principista e medem a importância das organizações pelo tamanho do aparato que controlam.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">No dia 04 de agosto de 1914 o Império alemão aprova o orçamento de guerra proposto pelo governo, por quase unanimidade no parlamento, o Reichstag, tendo como o único voto contrário o de Liebknecht. Todos os demais parlamentares do SPD votaram a favor dos chamados créditos de guerra. Além disto, o partido estabeleceu uma trégua com o governo, prometendo evitar que se realizasse toda e qualquer greve durante a guerra.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Quando Lenin leu a capa do Vorwärts, o principal jornal do SPD, com essa notícia, ficou tão escandalizado inicialmente que acreditou tratar-se de uma falsificação do governo alemão para comprometer o SPD mais do que sua direção oportunista se dispunha. Desgraçadamente, não era uma fraude, mas a mais pura verdade. O Partido Socialista Francês e vários outros fizeram o mesmo por suas burguesias. Após esta traição Rosa Luxemburgo declarou que a social democracia a partir de então não passava de um “cadáver mal-cheiroso”.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">No dia seguinte, Karl Liebknecht, Rosa Luxemburgo, Clara Zetkin e Franz Mehring fundam o Grupo Internacional, uma federação de grupos que se opunham ao militarismo e ao oportunismo da direção social democrata.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">O nome espartaquistas derivou de que Liebknecht havia redigido uma série de artigos convocando os trabalhadores a fazer oposição revolucionária a guerra assinando-os com o pseudônimo de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A1rtaco" target="_blank">Espartaco</a>, em homenagem ao escravo gladiador que liderou a principal revolta de massas que encurralou o Império Romano entre os anos de 71 e 74 a.C..</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Foram expulsos do PSD em primeiro de janeiro de 1916 por denunciarem o chauvinismo da direção do partido e chamarem os trabalhadores a greve contra a guerra. Seus principais dirigentes Liebknecht e Luxemburgo, acusados de alta traição, foram condenados a dois anos e meio de prisão e a trabalhos forçados, enquanto continuaram a dirigir o grupo através de cartas traficadas para fora clandestinamente.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Em maio de 1915, Liebknecht escrevia de sua cela um panfleto que foi amplamente divulgado nas fábricas e quartéis. Dizia: “neste momento nossa tarefa é a luta proletária internacional. O inimigo principal de cada povo se encontra em seu próprio país. O inimigo do povo alemão é o imperialismo alemão”.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">A traição reformista deu origem ao internacionalismo revolucionário, mas também ao centrismo</span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Embora ninguém possa duvidar do caráter genuíno do combate de Rosa ao oportunismo reformista, o que retardou seu amadurecimento político e organizativo foi à crença de que</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">1) por mais degenerado que pudesse estar o SPD era “O” partido da classe;</span><br /><span face=""arial" , sans-serif">2) fora dele não se poderia se constituir mais do que seitas e</span><br /><span face=""arial" , sans-serif">3) um futuro levante da classe regeneraria o partido.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Por isto em sua carta de fundação os espartaquistas bradavam:</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“nem partido novo, nem partido velho, mas reconquista do partido de baixo para cima por meio de uma rebelião de massas” (30/03/1916).</i></span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Por isto também Rosa se opôs a cisão do próprio bloco centrista de Kautsky com o SPD em 1917, acreditando na reconquista revolucionária do partido já abertamente contrarrevolucionário e que a própria Rosa acertadamente denominava de “cadáver mal-cheiroso” desde o quatro de agosto de 1914.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Em abril de 1917, Kautsky e o próprio Bernstein saem do partido e fundam o Partido Social Democrata Independente (<a href="https://de.wikipedia.org/wiki/Unabh%C3%A4ngige_Sozialdemokratische_Partei_Deutschlands" target="_blank">USPD</a> em alemão). Bernstein volta ao SPD depois da guerra, em 1919, e Kautsky, em 1922. Juntaram-se ao USPD a Liga Espartaquista e os Socialistas internacionalistas (SI), dirigidos por Pannekoek, conformando assim o que Lênin viria a definir como um partido centrista clássico que oscila entre o reformismo e o marxismo.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“Revolucionários apenas de palavra, mas reformistas de fato, internacionalistas de palavras, mas na verdade cúmplices do social-chauvinismo.” (Lenin, A situação da internacional socialista, Teses de Abril de 1917).</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Para manter um pé no parlamento e com o outro controlar o movimento, o SPD possuía uma espécie de central sindical própria, a Associação Operária ou do Trabalho (<i>Arbeitsgemeinschaft</i>), fundada em março pelos deputados do <i>Reichstag </i>que se separaram do SPD, mas defendiam os social-chauvinistas e sustentavam uma política de unidade com eles.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">A Alemanha é parteira do marxismo assim como de suas duas principais tendências degenerativas, o reformismo e o centrismo. A situação objetiva do proletariado sob o regime imperialista provoca sua divisão política subjetiva em três tendências principais: o reformismo (socialistas a serviço do imperialismo ou social-imperialismo), o centrismo e o comunismo revolucionário. Se inclusive no interior do movimento operário as idéias dominantes são as ideias da classe dominante é fácil compreender que em situações não revolucionárias o marxismo revolucionário seja a minoritária destas três tendências.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Dentre as contribuições de Lênin ao marxismo está a compreensão que a vitória da revolução socialista exige que os marxistas rompam com o oportunismo no movimento operário. O centrismo é um dique de contenção para que o movimento operário não crie um forte partido operário revolucionário independente do oportunismo e do regime burguês. Em última instância, é o responsável para que as insurreições e levantes populares e proletários não possuam a ferramenta apropriada para conduzir as massas à tomada do poder.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><blockquote class="tr_bq" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><i>Enquanto o comunismo é o porta-voz da classe operária e o reformismo representa os interesses da cúpula privilegiada da mesma, o centrismo reflete o processo transicional no interior do proletariado, as distintas ondas dentro de suas distintas camadas e as dificuldades que estorvam o avanço a posições revolucionárias definitivas. Sempre haverá na classe operária uma camada de centristas crônicos, que não querem seguir com o reformismo até as últimas consequências, mas que são organicamente incapazes de se converter em revolucionários” (O que é o centrismo, Leon Trotsky, 28/05/1930).</i></span></blockquote><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">O morenismo que já foi mais forte em nosso continente é uma corrente centrista por excelência. No Brasil, uma versão lavada do kautskismo são o PSTU e as correntes de origem morenistas do PSOL. O último giro do morenismo brasileiro foi acompanhar a ofensiva golpista do imperialismo e seus agentes de direita contra os governos burgueses de esquerda, apoiando a onda, com um linguajar semi-anarquista como o "Fora Todos!", giro que levou a que o maior partido morenista, o PSTU, perdesse centenas de militantes. </span><span face=""arial" , sans-serif">Na Argentina, o centrismo é representado pelo PO e PTS.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">O USPD teve curta duração, desapareceu e seus militantes foram todos para o comunismo ou a socialdemocracia. A atual ofensiva ideológica da direita imperialista se apóia no retrocesso da consciência ocorrido com a onda anticomunista pós-soviética, na desmoralização provocada pela política de colaboração de classes petista. O centrismo golpista, que acreditava poder tirar proveito da perseguição política sobre o PT, acabou se isolando ainda mais das massas e de sua vanguarda de luta antigolpista.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Rosa Luxemburgo foi implacável e pioneira no combate não apenas ao oportunismo de Bernstein, mas também contra as ilusões reformistas e pacifistas de Kautsky (limitação do armamentismo, tribunal internacional, etc.), seu “radicalismo formal” pedante e apodrecido desde o nascimento do bolchevismo em 1903. Como relembra Lenin:</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“ódio e desprezo a Kautsky, agora mais do que a todo o resto do rebanho hipócrita e vil (...). Rosa Luxemburgo tem razão, ela já compreendeu isto há muito tempo, que Kautsky possuía um alto grau de ‘servilismo de um teórico’, dito mais claramente, foi sempre um lacaio, um lacaio da maioria do partido, um lacaio do oportunismo” (Antologia leninista, vol. 2, Carta a A. Shliapnikov, 27/10/1914).</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">No entanto, a dirigente espartaquista não foi consequente na ruptura política e organizativa com o kautskismo nem colocou o problema da luta contra o centrismo em toda a amplidão necessária.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">O mesmo Lenin destaca este problema com toda profundidade em 1916.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“A maior falta de todo o marxismo revolucionário na Alemanha é a falta de uma organização ilegal bem enlaçada, que siga sistematicamente sua linha e que eduque as massas no espírito das novas tarefas; tal organização devia ocupar uma posição clara, tanto em face do oportunismo como em face do kautskismo” (Lenin: “Obras Escolhidas”, torno V, Sobre o folheto de Junius, 10/1916).</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">O revolucionário russo destaca a autenticidade do caráter revolucionário do combate de Rosa contra os oportunistas, mas segue mais adiante a criticando por deixar-se</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“asfixiar pela rede de hipocrisia kautskiana”: “É indubitável que ‘Junius’ [pseudônimo utilizado por Rosa] está decididamente contra a guerra imperialista e decididamente pela tática revolucionária. Mas, em primeiro lugar, ‘Junius’ não se libertou ainda per completo do ambiente dos socialdemocratas alemães, inclusive dos de esquerda, que temem uma cisão, que têm medo de levar até o fim as palavras de ordem revolucionárias. (...) No folheto de ‘Junius’ percebe-se que o autor se ENCONTRA ISOLADO, que não tem nenhum camarada numa organização ilegal que esteja acostumado a pensar em palavras de ordem revolucionárias até o fim e que eduque as massas em seu espírito. Mas esta falta não é uma falta pessoal de ‘Junius’, mas o resultado da debilidade de TODAS as esquerdas alemãs, que em todas as partes estão asfixiadas pela ignóbil rede da hipocrisia kautskiana, pelo pedantismo e o ‘pacifismo’ dos oportunistas” (idem).</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Mesmo depois que Lênin levou a termo de forma cabal sua ruptura com os oportunistas russos, forjando sua fração de forma completamente independente e contra os mencheviques cinco anos antes da revolução de 1917, durante a própria, teve que travar duas batalhas ainda mais duras contra a direção do próprio partido bolchevique. Batalhas que se o autor do “O que Fazer?” não tivesse vencido, não existiria revolução soviética, a saber: a ruptura com a política de apoio crítico ao governo burguês provisório, prestado por Kamenev, Zinoviev e Stalin, os principais dirigentes do partido antes que Lênin chegasse do exílio com suas famosas teses de abril e a organização militar da tomada do poder, contra a qual resistiu à maioria da direção por quase dois meses cruciais.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">O combate pelo legado de Rosa Luxemburgo, pressupõe uma luta sem quartel contra os oportunistas e centristas de hoje que utilizam da autoridade da revolucionária para cultuar o pacifismo, o antipartidarismo e o oportunismo, que ela tanto combateu, como é o caso do partido alemão Die Linke, o Podemos espanhol, o Syriza grego, que ostentam um programa similar ao do PSOL brasileiro.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">A tragédia da Revolução Alemã</span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Apesar da firme disposição de Lenin e Trotsky, os bolcheviques não poderiam fazer muito pela revolução alemã. Enquanto ainda enfrentavam as forças lideradas pelos generais brancos Deninkin, Wrangel, Yudenich e Kolchak foram obrigados a estabelecer a um custo altíssimo um acordo de paz com o império Alemão, contra quem a Rússia lutava desde início da I Guerra Mundial.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Assim que se livraram dos invasores germânicos, os bolcheviques viram os brancos contrarrevolucionários serem turbinados com o apoio militar maciço dos exércitos que antes estavam do lado da Rússia contra a Alemanha. 50 mil soldados da Inglaterra, EUA, Itália, Sérvia, França, Tchecoslováquia, Polônia, Japão que se juntaram numa cruzada para trucidar o primeiro estado operário do mundo como tinha sido feito com a Comuna de Paris em 1871.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">O Tratado de paz com o bloco alemão (Alemanha, Áustria-Hungria, Bulgária e Turquia), foi assinado em três de Março de 1918, em Brest (antigamente Brest-Litovsk). Foi motivo de intensas disputas dentro do partido bolchevique e entre os socialistas, particularmente os alemães. As condições de paz eram extremamente pesadas para a URSS.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Segundo o tratado, deveriam ficar sob controle da Alemanha e da Áustria-Hungria a Polônia, a quase totalidade da região do Báltico e uma parte da Bielorrússia; a Ucrânia separava-se da Rússia soviética e tornava-se um Estado dependente da Alemanha. Uma parte de território iria para a Turquia. Para a URSS significou perder 27% de sua superfície cultivável, de 26% de suas vias férreas e de 75% de sua produção de aço e ferro. Em Agosto de 1918 a Alemanha impôs ao Estado operário um tratado adicional e um acordo financeiro, nos quais eram apresentadas novas exigências espoliadoras. Depois da revolução de Novembro de 1918 na Alemanha, que derrubou o regime monárquico, foi anulado o tratado de Brest-Litovsk.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Com os bolcheviques ocupados em defender a URSS da maior cruzada imperialista até então constituída a revolução alemã só podia contar com suas próprias forças. Que por sua vez, não eram débeis. A Alemanha era o país capitalista avançado por excelência, sua base industrial era imensamente mais ampla e o seu proletariado era muito mais numeroso que o russo.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Contrariando o pacto antigreve estabelecido pelo SPD, desde o início da guerra o movimento de massas alemão crescia em força e coesão rumo à construção de organismos de duplo poder: Outubro de 1915 motins de fome, seguidos de saques em Chemnitz. Maio de 1916 manifestações massivas em várias cidades contra a prisão de Liebknecht. Março de 1917, onda de greves contra a intervenção nos sindicatos que não cumpriam a trégua social imposta pelo PSD. 16 de abril de 1917, nasce em Leipzig o primeiro conselho operário alemão, conhecido por “Comissão”. 16 a 23 de abril de 1917, 250 mil operários marcharam em Berlim. 19 de abril de 1917, a fábrica Knorr-Bremse elege um conselho operário de tendência espartaquista.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Ao final da guerra a classe dominante alemã encontrava-se em uma situação quase desesperadora. O “quase” reside em poder apoiar-se no SPD contra a revolução proletária. Toda denuncia feita pelos espartaquistas nos últimos anos, e particularmente por seus principais líderes encarcerados, se confirmara. O país estava colapsado, econômica e militarmente, os soldados e o proletariado avançavam sobre os culpados. A situação exigia um partido capaz de galvanizar este amplo descontentamento.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">A partir de um motim na marinha contra a continuidade da guerra, os marinheiros da base de Kiel desarmaram seus oficiais, tomaram os barcos, elegeram um conselho de soldados e se uniram aos trabalhadores metalúrgicos. A revolta acabou definitivamente com a primeira guerra mundial, se alastrou por todo país, com greves de massa, motins, assaltos as prisões e paióis.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Em Hamburgo, Lubek, Brunswick e na Baviera formaram-se conselhos populares e soldados e operários que destituíam os governadores proclamaram repúblicas socialistas nos estados federados. Para conter a revolta, em Outubro, anunciou-se uma anistia para presos políticos, inclusive Liebknecht. Tal medida foi saudada por milhares de operários berlinenses, mas Rosa Luxemburgo foi mantida na prisão, depois liberada em oito de novembro.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">A Alemanha foi tomada por 10 mil conselhos operários que a parte Oeste da Alemanha dando lugar a uma república de conselhos (<i>Räterepublik</i>) similares aos sovietes russos de 1905 e 1917. Mas, sem alternativas revolucionárias os sovietes alemães votaram no velho SPD. Em Kiel, por exemplo, foi eleito presidente do Conselho o deputado “socialista” Noske que viria a entrar para a história como o “cão sanguinário” da revolução alemã.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">De forma semelhante, a maioria dos outros conselhos elegeu dirigentes do SPD e do USPD. Os organismos revolucionários delegaram poder aos contrarrevolucionários social-imperialistas que por sua vez pactuaram o enterro da revolução com a burguesia germânica. Hintze, um secretário de estado declarou: “É necessário evitar uma sublevação de baixo para cima por meio de uma revolução de cima para baixo”. A burguesia desesperada deixou que o confiável SPD fizesse tudo que ela precisava para não perder o controle da situação para o proletariado. Foi então que em nove de novembro de 1918 ocorre a <i>Novemberrevolution</i>, em nome dos soldados e operários sublevados os socialistas substituíram o kaiser Guilherme II por um governo provisório “parlamentar” encabeçado pelo príncipe Max von Baden, primo do <i>Kaiser</i>, do qual faziam parte Scheidermann, Ebert e Noske.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A república foi duplamente proclamada. Enquanto Schei-demann proclamava a república de uma sacada do <i>Reichstag</i>, em Berlim, ao meio-dia do 9 de novembro de 1918, às 16 horas, uma multidão tão grande quanto aquela que aplaudia Scheidemann se aglomerava no castelo de Berlim (<i>Stadtschloss</i>), onde Karl Liebknecht também proclamava a república. Seu discurso culminou com a proclamação da “República livre e socialista da Alemanha”, que poria um fim à hegemonia dos Hohenzollern. No lugar do odiado estandarte imperial, deveria ser desfraldada a “bandeira vermelha da República Livre Alemã.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">O SPD legitimou o governo provisório burguês aos olhos do conjunto das classes, convocando em dezembro uma assembleia constituinte e de organismos de poder local através do sufrágio universal, erradicando a recém nascida democracia soviética pela velha e clássica democracia parlamentar burguesa.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">O conjunto da esquerda alemã compartilhava com a fantasia burguesa de que a partir do momento em que o PDS havia se adonado do poder apoiado pelos conselhos operários, a transformação das relações sociais capitalistas era só uma questão de tempo em um processo progressivo, gradual e passivo. Em seu livro “Ditadura do Proletariado”, Kautsky deturpa o conceito primordial do marxismo, esconde o caráter de classe da democracia burguesa, apresentando-a como “democracia pura” e desaparece com a violência revolucionária, sem a qual é impossível a tomada do poder pelos trabalhadores das mãos da burguesia de forma gradual e pacífica. Não por acaso, por esta faceta, Lenin declara que</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“O renegado Bernstein não passa de um fedelho em comparação com o renegado Kautsky” (A revolução proletária e o renegado Kautsky, 1918).</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Bebendo da fonte dos ideólogos do oportunismo, Bernstein e Kautsky, o SPD explica a população trabalhadora que é preciso desenvolver o capitalismo até seu último estágio para só então socializá-lo. Para tanto, é preciso fazer reinar a ordem, esmagando os espartaquistas.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">De 16 a 20 de dezembro de 1918 reuniu-se o Congresso Pan-Alemão dos Conselhos de operários e soldados que conferiu plenos poderes ao Conselho do Comissariado do Povo constituído por uma executiva de seis membros (três membros do SPD e três do USPD). Dos 485 delegados do Congresso, os espartaquistas possuíam 10 delegados. A oposição mais a esquerda com significativo peso político dentro do Conselho a política imperialista do SPD era realizada pelos <i>Arbeitsgemeinschaft</i>.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">A vanguarda armada revolucionária da revolução alemã era representada pelos marinheiros de Kiel, a Divisão de Marinheiros do Povo (<i>Volksmarinendivisión</i>, VMD) que foram transferidos para Berlin para proteger a principal cidade da revolução.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Após o Congresso Pan Alemão dos Conselhos, o governo social democrata os provocou, cortando seus soldos. Em 24 de dezembro três mil marinheiros ocuparam o Palácio Imperial, sede do governo de Berlin, sitiando o chanceler Ebert. O SPD invocou o general monarquista Arnold Lequis a defender o chanceler reagrupando a odiada Guarda Imperial que se encontrava fora da cidade a espera de ser dissolvida. A Guarda cercou a chancelaria para encurralar a VMD, dando início uma batalha campal.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">No entanto, a população trabalhadora cerca as tropas de Lequis que só escapou do linchamento pela intervenção direta de Ebert no conflito. Depois deste episódio, no dia 29 de dezembro o USPD retira-se com seus três comissários do governo.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Em função da tumultuada disputa pelo controle de Berlim entre a revolução e a contrarrevolução, o governo provisório transferiu sua sede para a vizinha cidade de Weimar, que deu nome a nascente República contrarrevolucionária. Paralelamente a burguesia foi obrigada a fazer algumas concessões até então inexistentes no país como o voto universal, a jornada de oito horas e o reconhecimento do contrato coletivo de trabalho.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">A fundação do Partido Comunista e o massacre de janeiro</span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Em primeiro de janeiro de 1919 os espartaquistas e Socialistas internacionalistas deixam o USPD para fundar o Partido Comunista Alemão (PCA, <a href="https://de.wikipedia.org/wiki/Kommunistische_Partei_Deutschlands" target="_blank">KPD</a> em alemão), exatamente três anos depois de terem sido expulsos do SPD. No dia 04 de janeiro Noske destituiu Emil Eichorn, membro da USPD, da chefia da policia de Berlim. O USPD invoca o KPD para mobilizar as massas a fim de retomar seu posto repressivo de volta e de destituir o SPD do governo. No dia 05, uma manifestação de 700 mil pessoas protesta contra a medida de Noske.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Formou-se um Comitê Insurrecional ao qual se uniram os espartaquistas (Liebknecht e Pieck) para organizar a derrubada imediata do governo socialista contra a posição minoritária de Rosa Luxemburgo e P. Levi. Vale destacar que Rosa estava certa sobre a posição da maioria da direção espartaquista, ainda não era o momento do assalto ao poder. Era necessário preservar o Estado maior da revolução para ampliar sua influência política e programática sobre as bases proletárias ainda fiéis ao SPD e ao USPD.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">No dia 06 as forças da insurreição ocuparam pontos estratégicos de Berlim, chegando a controlar o centro da capital. </span><span face=""arial" , sans-serif">O movimento se estende a Baviera, Bremen, Hamburgo, Saxônia, Magdeburgo e Sarre. Apesar disto, o vacilante e indeciso CI perdeu horas discutindo se devia ou não negociar com o governo SPD antes de destituí-lo. Enquanto isto Noske teve tempo e margem para organizar a reação bairro por bairro. Os ocupantes da sede do KPD foram assassinados quando saíram para pedir um armistício.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Tendo aprendido com as experiências anteriores, a clareza do que fazer diante da revolução alemã estava com os representantes da burguesia e não com os do proletariado. O carniceiro “socialista” Gustav Noske tripudiou depois do massacre:</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“Se esta multidão, ao invés de ser liderada por tagarelas, tivesse uma liderança resoluta, consciente do que estava fazendo, teria se tornado dona de Berlim”.</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">No dia 9 de janeiro de 1919, Noske e companhia impõem um estado de sítio em Berlim. Com o aparato repressivo do Estado decomposto e grande parte dos soldados tendo confusamente se passado à defesa dos conselhos, a social democracia precisava organizar tomar a iniciativa para realizar uma guerra civil preventiva e trucidar fisicamente com o processo revolucionário. Foi então que Noske, ministro da Defesa, organizou uma milícia paramilitar fascista composta por veteranos da guerra, os <i><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Freikorps" target="_blank">Freikorps</a></i>, que viriam a servir de modelo para Hitler na organização das futuras falanges nazistas.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Rosa e Liebknecht mudaram constantemente de esconderijo e vários empresários ofereciam recompensas a quem os denunciasse. A mando do governo social democrata, os dois revolucionários, ambos com 47 anos, foram sequestrados pelos <i>Freikorps </i>e levados ao Hotel Eden e lá insultados, torturados e espancados até ficarem inconscientes. Nesta condição foram postos em um automóvel e assassinados. Ela recebeu coronhadas e um tiro na cabeça. Para simular uma fuga, Karl foi metralhado pelas costas à queima roupa e seu corpo jogado no Neuen See, há uns cem metros do hotel. Rosa foi jogada nas águas geladas de um córrego conhecido como Canal do Exército (<i>Landwehrkanal</i>). Seu corpo só foi achado cinco meses depois, quando o lago descongelou.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">O túmulo de Rosa foi depredado e saqueado por nazistas em 1935. Em maio de 2009, legistas alemães levantaram a suspeita que o corpo apresentado pelo governo social democrata como sendo o de Rosa, pertencia de fato a outra pessoa com características físicas bastante distintas. Suspeita-se que um outro cadáver enterrado na mesma época do assassinato, sem mãos, pés ou cabeça, recentemente encontrado atrás de um antigo hospital deva ser o da revolucionária polonesa, demonstrando que além de a matarem, antes de jogarem ao lago, Rosa teria sido também amarrada nos pulsos, tornozelos e no pescoço com arames de aço atados a pesos para eu o corpo não retornasse a superfície.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Pacificada Berlim a contra-revolução enfrenta uma resistência desorganizada em Brema, Hamburgo, Leipzig, Dresden até março de 1919 onde todos os Conselhos são dissolvidos, foi restabelecida a autoridade de mando hierárquico dos oficiais e a população trabalhadora civil foi desarmada. Jogiches, ex-companheiro de Rosa e membro da direção do KPD, também foi assassinado em março de 1919, quando investigava o assassinato de Luxemburgo e Liebknecht. Nestes três meses, os mortos da revolução alemã superam de longe os das revolução russa de fevereiro a outubro de 1917.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Neste clima de ofensiva contrarrevolucionária dirigida pelo SPD, no dia 05 de janeiro de 1919 se constituiu o Partido Operário Alemão, fundado por Anton Drexler e Karl Harrer que passou completamente desapercebido dos acontecimentos, com suas ideias nacionalistas, antissemitas e antissocialistas e sua insignificância numérica, mesmo após o ingresso de um tal Adolf Hitler, ex-recruta do exército e que no momento era informante da polícia alemã (<i>Verbindungsmann</i>), em outubro daquele mesmo ano. Possuía 40 membros que se reuniam numa cervejaria. Hitler assumiu a direção do partido pouco mais tarde quando ele foi rebatizado de Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores Alemães, abreviado como Nazi.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Vários membros dos Freikorps que foram o braço direito de Noske nos massacres aos espartaquistas e depois a incipiente República Soviética da Baviera, viriam a se tornarem futuros líderes do partido Nazi, <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_R%C3%B6hm" target="_blank">Ernst Röhm</a>, futuro chefe das tropas de assalto (<i>Sturmabteilung</i>, SA), também conhecidas no país como a “escória parda”, precursora da SS, responsáveis por reprimir as manifestações socialistas e comunistas, e Rudolf Höb, futuro comandante do campo de concentração de Auschwitz. Até que este movimento macabro viesse a tomar maiores proporções, foi a social democracia quem chocou o ovo da serpente.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Aqueles que buscam na República de Weimar um meio termo entre a ditadura revolucionária bolchevique e o a ditadura capitalista tratam e ocultar o papel hediondo deste governo socialista, precursor das futuras frentes populares que com o sangue dos revolucionários espartaquistas pavimentou o caminho do regime mais sanguinário e escravocrata que a humanidade já conheceu, o nazismo.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">Luxemburgo e o bolchevismo</span></b></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Pouco tempo depois do II Congresso do POSDR de 1903, quando ficou evidente as diferenças organizativas entre bolcheviques e mencheviques, Rosa Luxemburgo publicou um polêmico ataque à concepção de Lênin denominado “Problemas Organizacionais da Social Democracia Russa”. Foi neste panfleto que as idéias de Rosa sobre a questão estiveram mais distantes das de Lenin. Até então, ela não compreendia o caráter desigual e inevitável da consciência da classe trabalhadora sob o capitalismo, nem que a luta contra o oportunismo deveria se traduzir na questão organizativa. Rosa veio a adotar uma posição bastante distinta ao participar pessoalmente do V Congresso do POSDR em 1907.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">O que se critica erroneamente como espontaneismo em Rosa Luxemburgo não passa de uma combinação de dois elementos que caracterizaram a vida e a morte da revolucionária: a aversão de Rosa ao burocratismo da direção do SPD, uma trava contrarrevolucionária a ação direta das massas e a superação dialética e lamentavelmente incompleta de seus preconceitos antibolcheviques durante seus últimos meses de vida. Preconceitos estes também partilhados por Trotsky até julho de 1917, quando ele ingressa ao partido bolchevique e Lenin caracteriza que a partir de então não houve melhor bolchevique que Trotsky.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">O fundador da IV Internacional explica de forma categórica o modo de pensar da revolucionária sobre a questão da espontaneidade:</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“Rosa Luxemburgo opôs com paixão a espontaneidade das ações das massas à política conservadora da direção socialdemocrata, particularmente depois da revolução de 1905. Esta oposição era do começo ao fim, revolucionária e progressiva.” (Luxemburgo e a IV Internacional, Observações superficiais sobre um assunto importante, 24/06/1935).</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Os últimos escritos de Rosa revelavam sua aproximação paulatina em direção aos métodos leninistas. Quando esta corrente era duramente atacada pela grande imprensa burguesa imperialista, pelo SPD e por Kautsky, Rosa escudava o partido de Lenin e Trotsky com textos de grande preocupação didática como o “O que é o bolchevismo?”, editado em dezembro de 1918.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Muitos militantes hoje conhecem Rosa por uma das suas mais populares frases que viria a entrar para a história como símbolo da luta contra o burocratismo partidário “Liberdade só é a liberdade para quem pensa diferente” (Revolução Russa, 1918) proferida contra o partido bolchevique de Lenin e muito antes que Stalin viesse a tomar o poder. É uma bela frase, mas de certo modo a crítica foi influenciada pela imprensa do SPD que fazia eco as calúnias de seus pares russos, os mencheviques.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><b>Rosa, a Águia</b></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Mesmo o folheto “A Revolução russa”, a obra mais usada pelos revisionistas como Ernest Mandel para contrapor Rosa ao bolchevismo, a revolucionária conclui fazendo uma brilhante ode ao partido de Lenin e Trotsky:</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“Tudo que um partido pode fazer no terreno da valentia, da ação firme, previsão e coerência revolucionarias: tudo isto fizeram Lenin, Trotsky e seus camaradas. Toda a honra revolucionária e a capacidade de ação que tanto faltam a socialdemocracia ocidental, os bolcheviques demonstraram possuir. Sua insurreição de outubro salvou não apenas a Revolução Russa, mas também a honra do socialismo internacional (...) Neste sentido, Lenin, Trotsky e seus companheiros foram os primeiros em dar o exemplo ao proletariado mundial. Agora continuam sendo os únicos que podem gritar, com Huteen, [poeta alemão do sec. XVI que conclamou a nobreza a se rebelar contra os príncipes e a igreja] ‘Eu ousei!’”.</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Mesmo assim, enquanto Rosa esteve viva “A revolução russa” nunca foi publicada com sua autorização. Os dirigentes espartaquistas adotaram uma política extremamente cautelosa em relação a qualquer crítica aos bolcheviques, devido a dificuldade para obter informação sem falsificações, e exata, e porque sua responsabilidade fundamental era defender a Revolução Russa e explicar seu significado ao proletariado alemão. Isto era o essencial e não queriam que houvesse nenhuma ambiguidade a respeito sobre quem apoiava na Alemanha a Revolução Bolchevique. </span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif">Quando o folheto de Rosa, escrito na prisão, chegou à mão do editor da Liga Espartaco, Paul Levi, este viajou especialmente à prisão de Breslau para dissuadi-la de publicar o folheto. Ela foi convencida de não publicá-lo uma vez que este fornecia munição aos inimigos da Revolução Russa aportando sua autoridade moral aos ataques desferidos contra a política bolchevique. Curiosamente, “A revolução russa” só vem a ser publicado em 1922, pelo próprio Levi depois que este rompe com o KPD, ingressa no USPD e depois no SPD.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Sobre este episódio Lênin escreveu:</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>Paul Levi quer agora cair nas graças da burguesia – e, consequentemente, de seus agentes, a II Internacional e II ½ Internacional – através da republicação precisamente daqueles escritos de Rosa Luxemburgo em que ela se encontrava equivocada. Devemos responder a isso, citando duas linhas de uma boa velha fábula russa: “As águias podem, às vezes, voar mais baixo do que as galinhas, porém as galinhas não podem jamais subir às alturas das águias.” [fábula do escritor russo Ivan Krylov]. Rosa Luxemburgo equivocou-se na questão da independência da Polônia. Equivocou-se, em 1903, em sua apreciação do menchevismo. Equivocou-se na teoria da acumulação do capital. Equivocou-se quando, em julho de 1914, juntamente com Plekhanov, Van der Veld, Kautsky e outros, defendeu a unificação dos bolcheviques com os mencheviques. Equivocou-se em suas anotações redigidas no cárcere de 1918 (nesse sentido, corrigiu a maioria de seus erros, depois de abandonar o cárcere, no fim de 1918 e no início de 1919). Porém, apesar de todos os seus erros, Rosa foi e permanece sendo uma águia. E não apenas os comunistas de todo o mundo irão velar pela sua memória, senão ainda sua biografia e suas obras completas servirão como úteis manuais para o treinamento de muitas gerações de comunistas em todo o mundo (...) E, naturalmente, no quintal do movimento operário, entre os montes de esterco, galinhas como Paul Levi, Scheidemann, Kautsky e toda aquela sua fraternidade, vão piar sobre os erros cometidos pela grande comunista.” (Discurso de Abertura do I Congresso da Internacional Comunista, 02/03/1919).</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">A evolução política</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“de Rosa permite assegurar que, dia a dia, ela se aproximava da nítida concepção teórica de Lenin sobre a direção consciente e a espontaneidade (…). Rosa era demasiadamente realista, no sentido revolucionário, para desenvolver os elementos da teoria da espontaneidade até convertê-los em um sistema metafísico consumado. Na prática, como já se disse, ela minava esta teoria em cada passo (...). No máximo, poderíamos dizer que, na concepção histórico-filosófica do movimento operário, a seleção preliminar da vanguarda era deficiente em Rosa, em relação às ações de massa que deveríamos esperar. Enquanto Lênin, sem se consolar com os milagres das ações que viriam, unia sem cessar e infatigavelmente os operários de vanguarda em núcleos firmes ilegais e legais, nas organizações de massa ou nas clandestinas, por meio de um programa rigorosamente delimitado. (...) A obra de Rosa nos permite concluir com certeza que ela se aproximava, cada dia mais, das ideias de Lênin rigorosamente pesadas sobre a direção consciente e a espontaneidade (Luxemburgo e a IV Internacional, Observações superficiais sobre um assunto importante, 24/06/1935).</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Com vários elementos semelhantes (a revolução espontânea que derrubou o antigo regime imperial, a formação de um governo provisório socialista-burguês, um novo levante espontâneo das massas frustradas com o novo governo burguês popular, o apelo à assembleia constituinte como organismo da reação democrática, a caçada fascista preventiva a ala esquerda do marxismo revolucionário,…) as etapas de fluxos e refluxos da situação revolucionária na Alemanha foram curtíssimas quando comparamos com o processo russo.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">A imaturidade da direção e a falta de tempo para preparar-se foram implacáveis com os espartaquistas como lamenta Trotsky três dias após o assassinato de Rosa e Karl:</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“Em Berlim, a vanguarda do Partido Comunista ainda não dispunha de forças suficientemente organizadas para defender-se. Ainda não tinha um Exército Vermelho, como tão poucos nós tínhamos durante as jornadas de julho, quando a primeira onda de um movimento poderoso mas não organizado foi quebrada por bandas organizadas ainda que pouco numerosas.” (León Trotsky, Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, 18/01/1919).</i></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">As jornadas de julho russas terminaram com uma derrota para o partido bolchevique “no sentido formal do termo” como assinalou Trotsky. Muitos militantes foram presos, o jornal do partido foi fechado, o soviete, reduzido a impotência, as tipografias operárias, saqueadas, as sedes das organizações operárias, invadidas por bandos paramilitares da extrema-direita. Lenin e Zinoviev tiveram que esconder-se. Em Petrogrado ocorreu o mesmo que ocorreria um ano e meio depois em Berlim. Mas também nas jornadas de julho os revolucionários puderam medir as suas forças e a do inimigo, puseram em evidência para amplas massas proletárias que o governo provisório estava a serviço dos capitalistas e da contrarrevolução.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Em que pese seu heroísmo, a imaturidade de Liebknecht no trato da segurança, de certo modo derivada da formação legalista da social democracia alemã, o impediram de ver que da sua vida dependia a sorte da Revolução. O que foi claramente compreendido pela canalha social democrata governante que não se ateve a qualquer melindre legal ou sequer julgamento formal antes e executá-lo sumariamente e pelas costas.</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><i><span face=""arial" , sans-serif">“Liebknecht tinha progredido consideravelmente durante a guerra e aprendera em definitivo a por entre si mesmo e a honesta falta de caráter de Haase (oportunista dirigente do PSDI), um abismo intransponível. Seria supérfluo dizer que Liebknecht era um revolucionário, intrépido e corajoso. </span><span face=""arial" , sans-serif">Mas só naqueles dias ele começara a elaborar qualidades de dirigente. Isto se via tanto quanto ele considerava a questão do seu destino pessoal, como também na sua política revolucionária. Não se preocupava absolutamente com a própria segurança. Quando foi preso, muitos de seus amigos sacudiram a cabeça falando de sua abnegação e da sua temeridade. Lenin, ao contrário, preocupou-se sempre com a segurança dos dirigentes. Era como um chefe do estado-maior e nunca esquecia que, em tempo de guerra, se devia salvaguardar o alto comando” (Leon Trotsky, Minha Vida, 14/09/1929).</span></i></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span><span face=""arial" , sans-serif">Lenin já possuía uma clara delimitação na concepção de partido desde 1903. </span><span face=""arial" , sans-serif">Os bolcheviques se apartaram em definitivo dos mencheviques em 1912 e dispuseram de oito meses, de fevereiro a outubro, para se alçarem dirigentes do processo revolucionário aberto em fevereiro de 1917.</span></span><br /><span><br /></span><span>Os espartaquistas só vieram a se constituir como grupo independente em 1919. Nas míseras semanas transcorridas da “<a href="https://de.wikipedia.org/wiki/Novemberrevolution" target="_blank">Novemberrevolution</a>” ao levante de 5 de janeiro em Berlim, a ausência de uma direção partidária mais experimentada nos métodos bolcheviques completamente apartada do centrismo foi decisiva para o trágico desfecho. E como ainda não havia sido criada tal direção, não se pode esperar que ela se geste em uma ou duas semanas por mais veloz que seja o amadurecimento da consciência da vanguarda e das massas no processo revolucionário. Então, a tarefa do momento era de preservação do estado maior da revolução, a contenção da insurreição prematura de Berlim para a nacionalizar o processo revolucionário e ampliar a influência espartaquista sobre os Conselhos como fizeram os bolcheviques a partir das “jornadas de julho” sobre os sovietes.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Em todas as situações revolucionárias que se seguiram à Revolução bolchevique, em que se manifestaram elementos de dualidade de poder, como na Alemanha (1918-19), Itália (1920-1922), Espanha (1933-1936), Bolívia (1952), Chile (1973), a revolução proletária foi derrotada exatamente por faltar ao proletariado uma organização de combate de tipo leninista.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A enorme estatura histórica destes bravos combatentes da classe trabalhadora deixou seus nomes marcados para sempre no livro de ouro da revolução proletária. Morreram convictos que sem partido revolucionário não há revolução vitoriosa. Foram a melhor expressão do bolchevismo em solo alemão.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif">Como quem suplica à impassível luta de classes um prazo maior para alçar seu voo de águia explicava da forma mais simples há cerca de um mês de seu assassinato:</span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“Não nos falta nada, minha mulher, meu filho, a não ser tudo que cresce através de nós, para sermos livres como os pássaros: nada, a não ser tempo! (Rosa Luxemburgo, A Socialização da Sociedade ou O que é bolchevismo?, 12/1918).</i></span><br /><span face=""arial" , sans-serif"><i><br /></i></span><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6b4M1L8QHm8ZE8q7lUPzeo-LcjU_y03WhxrM7dJKCX1hh_cGG4tlc96AjkZzuwMuSKOPZkb_kNEupX3_U47l1z7Tp3DhTZKKyb2tTURnaVZFvm7WxqY6GvEOSVx3waNLwnvTvSPPrAJE6/s1600/Rosa_Luxemburg_biography_excerpt_image-.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1600" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6b4M1L8QHm8ZE8q7lUPzeo-LcjU_y03WhxrM7dJKCX1hh_cGG4tlc96AjkZzuwMuSKOPZkb_kNEupX3_U47l1z7Tp3DhTZKKyb2tTURnaVZFvm7WxqY6GvEOSVx3waNLwnvTvSPPrAJE6/s640/Rosa_Luxemburg_biography_excerpt_image-.jpg" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Se a luta de classes não concedeu a Rosa o tempo necessário para ela completar a tarefa a qual dedicou a vida, a melhor forma de honrar sua memória ao completar-se 91 anos de seu assassinato é preparar infatigavelmente um vigoroso partido revolucionário internacionalista da classe operária. Os que depois de todas as tragédias de revoluções abortadas pela falta de uma direção revolucionária se atrevem a afirmar que os operários não necessitam de uma organização revolucionária de vanguarda, que a classe operária é autossuficiente, que é madura o bastante para prescindir da direção de sua vanguarda não passa de um miserável adulador, um demagogo e um cortesão do proletariado, um adversário da revolução. Embelezar a realidade é um ato criminoso. É obrigatório dizer a verdade aos operários por mais amarga que ela seja, e eles devem se acostumar a amar a verdade. Por fim, fazemos nossas as últimas palavras escritas por Rosa:</span></div><div class="MsoNormal" style="background-color: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span face=""arial" , sans-serif"><br /></span><span face=""arial" , sans-serif"><i>“A ordem reina em Berlim!... Ah! Estúpidos e insensatos carrascos! Não perceberam que vossa ‘ordem’ está construída sobre a areia. A revolução levantará sua cabeça novamente amanhã e, para o horror estampado em vossos rostos, anunciará com todas suas trombetas: ‘Eu fui. Eu sou. Eu serei!’”</i></span></span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-67222244594648485682022-01-15T23:44:00.012-03:002022-01-22T01:32:41.785-03:00Cazaquistão - Declaração Internacional<p><span style="font-family: times; font-size: x-large;">Derrota de mais uma Revolução Colorida</span></p><p><span style="font-family: times;">Declaração internacional ampliada em seu conteúdo e em assinaturas pela adesão de novos camaradas e organizações da Austrália, Grécia, Coréia do Sul, Grã Bretanha, Turquia, Argentina, Bangladesh e Brasil.</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiOfPjtbI_khrDjnZC7GPI6B_T33T83uVxTJZTHfy--rrAOsh1P1GC5D4VUCL6aYET31wBMHX7ESbCizQBgYeH93iFijzxHqy393wu_cxskA2MsFB5xqKxPDJi0qlRD5Az8VcHPVzpxWF3CV387BuwvWptNE3iiekFV1qh87c9onRjiR1Wq4oedxP_BxA=s608" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: times;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="608" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiOfPjtbI_khrDjnZC7GPI6B_T33T83uVxTJZTHfy--rrAOsh1P1GC5D4VUCL6aYET31wBMHX7ESbCizQBgYeH93iFijzxHqy393wu_cxskA2MsFB5xqKxPDJi0qlRD5Az8VcHPVzpxWF3CV387BuwvWptNE3iiekFV1qh87c9onRjiR1Wq4oedxP_BxA=w640-h426" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: times;"><br /><span style="font-size: medium;">Uma revolução colorida é uma mudança de regime em favor do imperialismo. Consideramos que o recente motim de 10 dias armado contra o governo do Cazaquistão como uma das estratégias para expandir o poder do imperialismo da OTAN centrado nos EUA. Após o colapso da União Soviética e o renascimento do capitalismo, a OTAN está se movendo em direção ao seu objetivo final, a Rússia, subjugando países próximos à Europa Ocidental um após o outro. O objetivo da operação não é apenas reviver o capitalismo, mas estabelecer um regime pró-imperialista obediente para maximizar os superlucros.<span><a name='more'></a></span></span></span><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Nas últimas décadas, a Otan chamou as operações de mudança de regime de “revolução colorida”. Recentemente, a linha de frente da operação pró-imperialista de mudança de regime continuou ao longo da fronteira russa com o Cazaquistão, seguindo a Ucrânia e a Bielorrússia. Os think tanks americanos estão apresentando vários <a href="https://www.rand.org/pubs/research_reports/RR3063.html" target="_blank">relatórios</a>, enfatizando o papel dos países da Ásia Central no projeto.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh3uC_LOpex7RAZejjpKHP6QwIf7iTn43OwOE-quhJOGzAXTttPCcZWDmPtr0doCb_prD4Qd1sfJJ8dYFtoAzMvTZv6dKnssQI0ercx5mHjWhYLiw0fB0ZjdvkQvyn4EbktzTDpvatnd50GoZwkEfUdWPHFrzuBIxoISjva3c37UysddfmIHenCB9LcCQ=s594" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="230" data-original-width="594" height="248" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh3uC_LOpex7RAZejjpKHP6QwIf7iTn43OwOE-quhJOGzAXTttPCcZWDmPtr0doCb_prD4Qd1sfJJ8dYFtoAzMvTZv6dKnssQI0ercx5mHjWhYLiw0fB0ZjdvkQvyn4EbktzTDpvatnd50GoZwkEfUdWPHFrzuBIxoISjva3c37UysddfmIHenCB9LcCQ=w640-h248" width="640" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: x-small;"><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #444444; text-align: start; vertical-align: inherit;"><span style="box-sizing: border-box; vertical-align: inherit;">A estratégia do Deep State dos EUA em um relatório da corporação RAND de 2019, </span></span><a href="https://www.rand.org/pubs/research_reports/RR3063.html" style="background: rgba(240, 240, 230, 0.7); border-bottom: 1px dotted rgb(85, 85, 85); box-sizing: border-box; color: #2c424e; padding: 0px 3px; text-align: start; text-decoration-line: none; transition: all 0.5s ease 0s;"><span style="box-sizing: border-box; vertical-align: inherit;">Extending Russia</span></a><span style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #444444; text-align: start; vertical-align: inherit;"><span style="box-sizing: border-box; vertical-align: inherit;"> . </span><span style="box-sizing: border-box; vertical-align: inherit;">O Capítulo 4, sobre “medidas geopolíticas”, detalha tudo, desde “fornecer ajuda letal à Ucrânia”, “promover a mudança de regime na Bielorrússia” e “aumentar o apoio aos rebeldes sírios” – todos grandes fracassos – a “reduzir a influência russa na Ásia Central, do qual faria parte a revolução colorida no Cazaquistão”</span></span></span></td></tr></tbody></table><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /><br /></span><div><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">A direção do motim e a classe trabalhadora no Cazaquistão</span></b></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">A derrota da última revolução colorida, no Cazaquistão, com
a ajuda do CSTO (Organização do Tratado de Segurança Coletiva) é uma boa
notícia para os trabalhadores e forças populares do mundo.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"></span><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Se essa revolução colorida tivesse vencido, o Cazaquistão
provavelmente acabaria se assemelhando aos conflitos da Líbia, Síria ou Ucrânia. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Um regime fantoche servindo aos interesses do capital financeiro imperialista teria que ser estabelecido, e os trabalhadores teriam que sofrer uma exploração e opressão mais duras.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Claro, o atual governo do Cazaquistão é um regime corrupto para o benefício de um pequeno número de capitalistas, como Putin na Rússia. Nesse sentido, apoiamos a luta do povo cazaque pela democracia, condição de vida e socialismo. No entanto, as forças que lideraram o motim armado usaram apenas a insatisfação dos trabalhadores com o regime capitalista como cobertura, como os rebeldes na Líbia e na Síria em 2011, o Euromaidan na Ucrânia em 2014 e a liderança de Hong Kong buscando a independência da China em 2019 , mas não está interessado em melhorá-lo.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;">Revolta armada dos trabalhadores e mudança de regime (Regime Change) imperialista</span></b></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Historicamente, a luta dos trabalhadores contra os exploradores passa por um período de desenvolvimento consciente e organizacional suficiente para evoluir para uma insurreição armada, o meio final. À distância, para que a Revolução Russa de 1917 avançasse para o levante armado, era necessário um crescimento consciente e organizacional através de várias fases políticas. Os protestos contra a ditadura no Egito e na Tunísia de 2010 a 2011 continuaram por dezenas de dias ou meses, mas não conseguiram avançar para um levante armado organizado. Os Estados Unidos são um país onde o porte de armas é comum. No entanto, não houve revolta armada organizada no Movimento Vidas Negras que abalou os Estados Unidos por meses em 2020. No entanto, incluindo o caso do Cazaquistão, Líbia e Síria em 2011, Ucrânia em 2014, Irã em 2018 e Hong Kong em 2019 imediatamente começou a organizar protestos violentos sistematicamente.</span></p><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br />Que posição tomar?<o:p></o:p></span></b><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">As tarefas dos comunistas no Cazaquistão são difíceis, pois
devem priorizar o imperialismo como seu principal inimigo, mantendo sua
independência de classe das forças burguesas de seu país. O pior que podem
fazer é pintar movimentos contrarrevolucionários com cores progressivas. Algo
semelhante se aplica aos comunistas na Rússia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Os comunistas que vivem em países que pertencem ou aliados
do bloco imperialista ocidental têm um trabalho mais fácil: a luta implacável
para derrotar os planos de seu próprio imperialismo, sabotar o cerco à Rússia e
à China e defender os países que se encontram na mira do imperialismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">O que não fazemos é nos esconder atrás dos trabalhadores e
oprimidos para apoiar o imperialismo. Nem agora, nem no passado, nem nunca.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Deixamos este papel vil para aqueles que assinaram a
declaração conjunta de "<a href="https://www.letusrise.ie/featured-articles/solidarity-with-the-uprising-in-kazakhstan?fbclid=IwAR0xlAxIxPY_APZkHcWBPA3UOENTTTB3OJAvv2vkVp2y6W3vpwxwomy0oak" target="_blank">solidariedade com o levante no Cazaquistão</a>",
que parecem ter transformado em profissão o apoio ao imperialismo através de
vários movimentos de “revolução colorida”. As revoluções vermelhas, como
defendemos, pressupõem, na atual fase do capitalismo, a luta pela libertação em
relação ao imperialismo.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Assinam:</span></p><p class="MsoNormal"><span style="background-color: white; font-family: times; font-size: large;">Organizações</span><span style="background-color: white; font-family: times; font-size: large;">:</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white;"><a href="https://classconscious.org/" style="font-family: times; font-size: large;" target="_blank">Consciência de Classe</a><span style="font-family: times; font-size: large;"> - Austrália</span></p><span style="font-family: times; font-size: medium;">Ação Revolucionária Comunista (KED ou <a href="https://avantgarde2009.wordpress.com/" target="_blank">Κομμουνιστική Επαναστατική Δράση</a>) - Grécia</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><a href="https://bolky.jinbo.net/index.php?mid=page_Hecx81" target="_blank">Grupo Bolchevique</a> (<a href="https://www.facebook.com/profile.php?id=100069301085714&__cft__[0]=AZWdvhChrp4FC1CVyrYD8eM4NhMd0bv2JQ-lvtT2N0ywAs1MbwjFU-vgTDKYDve9-f-o1YWD1ngYxqO9ACMshlzHUgYEXtxJQJMhPEWEtFB5TaDnW0DAmacFHjLTGZllzT7KPCgqhsJEazEIFE8vRYB-&__tn__=-UC%2CP-R">볼셰비키그룹</a>) - Coreia do Sul<br /></span><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><a href="https://www.consistent-democrats.org/uncategorized/kazakhstan-in-the-aftermath-of-the-defeat-of-another-colour-revolution/" target="_blank">Consistent Democrats</a> - Grã Bretanha </span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/" target="_blank">Liga Comunista</a> - Brasil</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><a href="http://workerssocialistleague.blogspot.com/" target="_blank">Socialist Workers League</a> - EUA </span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><a href="http://tmb1917.blogspot.com/" target="_blank">Tendencia Militante Bolchevique</a> - Argentina <br /></span><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><p class="MsoNormal" style="background-color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: times; font-size: medium; line-height: 14.2667px;">Indivíduos:</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><span><b>Safak Can - </b></span><span>militante marxista independente - </span><span>Turquia</span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 14.2667px;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><b>Mohammad Basir Ul Haq Sinha</b>, Presidente, Rede de Imprensa Inter, Daca - Bangladesh<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><b>Nigel Singh</b>, militante de esquerda independente, Oxford - Grã-Bretanha</span></p><p class="MsoNormal" style="background-color: white;"><span style="font-size: medium;"><b>Anna Brogan</b> – Londres, <span style="font-family: times;">- Grã-Bretanha.</span></span></p></div></div></div></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-8136109315889222072022-01-11T22:23:00.002-03:002022-01-11T22:23:18.193-03:00O RCEP e a Economia Mundial<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">O Acordo do RCEP e a Bomba Armada na Economia Ocidental<br /></span>Fabio Sobral </span><span style="font-family: times;">*</span><span style="font-family: times;"><br /><a href="https://www.facebook.com/sharer.php?u=https%3A%2F%2Fdossiersul.com.br%2Fo-acordo-do-rcep-e-a-bomba-armada-na-economia-ocidental-fabio-sobral%2F"></a><a href="https://api.whatsapp.com/send?text=O+Acordo+do+RCEP+e+a+Bomba+Armada+na+Economia+Ocidental+%7C+Fabio+Sobral%20%0A%0A%20https://dossiersul.com.br/o-acordo-do-rcep-e-a-bomba-armada-na-economia-ocidental-fabio-sobral/"></a><a href="https://twitter.com/intent/tweet?text=O+Acordo+do+RCEP+e+a+Bomba+Armada+na+Economia+Ocidental+%7C+Fabio+Sobral&url=https%3A%2F%2Fdossiersul.com.br%2Fo-acordo-do-rcep-e-a-bomba-armada-na-economia-ocidental-fabio-sobral%2F&via=Dossier+Sul"></a><a href="https://pinterest.com/pin/create/button/?url=https://dossiersul.com.br/o-acordo-do-rcep-e-a-bomba-armada-na-economia-ocidental-fabio-sobral/&media=https://dossiersul.com.br/wp-content/uploads/2022/01/20220112-rcep-ds_20.jpg&description=O+Acordo+do+RCEP+e+a+Bomba+Armada+na+Economia+Ocidental+%7C+Fabio+Sobral"></a><a href="https://telegram.me/share/url?url=https://dossiersul.com.br/o-acordo-do-rcep-e-a-bomba-armada-na-economia-ocidental-fabio-sobral/&text=O+Acordo+do+RCEP+e+a+Bomba+Armada+na+Economia+Ocidental+%7C+Fabio+Sobral"></a><a href="mailto:?subject=O%20Acordo%20do%20RCEP%20e%20a%20Bomba%20Armada%20na%20Economia%20Ocidental%20|%20Fabio%20Sobral&body=https://dossiersul.com.br/o-acordo-do-rcep-e-a-bomba-armada-na-economia-ocidental-fabio-sobral/"></a><br /><a href="https://dossiersul.com.br/wp-content/uploads/2022/01/20220112-rcep-ds_20.jpg"><img src="https://dossiersul.com.br/wp-content/uploads/2022/01/20220112-rcep-ds_20-696x378.jpg" /></a><br /><br /><br /><span style="font-size: medium;">O acordo do RCEP (Regional Comprehensive Economic Partnership), que começou a funcionar em primeiro de janeiro de 2022, criou no Oriente a maior área de livre comércio mundial. Haverá alterações profundas na configuração dos setores produtivos, comerciais, financeiros e militares.<br /><br />O acordo do RCEP não foi feito para a China aproveitar sua imensa capacidade industrial e esmagar a indústria dos outros países. A Índia acusou a China de ter esse objetivo e recusou-se a participar. À primeira vista parece uma conclusão acertada, mas o que está nos fundamentos desse acordo?<span><a name='more'></a></span><br />A crise de 2008 tornou explícita a possibilidade de um colapso de gigantescas proporções no sistema econômico dirigido pelos centros financeiros de Wall Street e Londres. Um colapso que envolveria não só os bancos, mas crédito, seguros, indústrias, commodities, mercados consumidores, empregos, estados nacionais e o dólar. Um evento de proporções cataclísmicas. Não temos condições de avaliar o que se seguiria, ou o que emergiria daí.<br /><br />A crise de 2008 foi resolvida, mas não solucionada. Todas as variáveis que a produziram estão ativas, como uma bomba que pode explodir a qualquer momento.<br /><br />E o que tem impedido que essa bomba exploda? Imenso financiamento de bancos e bolsas de valores por meio do endividamento dos Estados. Estes lançaram e continuam a lançar somas colossais de dinheiro nos mercados de ações e de títulos de dívida pública.<br /><br />Funciona dessa forma: os bancos centrais baixam os juros. As empresas pegam empréstimos. Compram suas próprias ações nas bolsas de valores. O preço das ações sobe com o aumento da demanda. Então, as empresas vendem as ações compradas e obtêm lucro financeiro. Com esse lucro pagam os empréstimos e contraem novos para reiniciar o ciclo.<br /><br />Não é lucro comercial ou produtivo, mas essencialmente lucro financeiro. Lucro inteiramente dependente da manutenção dos juros em níveis extremamente baixos. Qualquer elevação dessas taxas e veríamos o colapso. Não seria possível pagar os empréstimos contraídos pelas empresas, as ações negociadas nas bolsas despencariam, as dívidas se tornariam impagáveis e as falências explodiriam.<br /><br />Daí decorreria o colapso econômico, político e social generalizado. É preciso manter os juros baixos. Mas surge outro problema: a inflação. O dinheiro lançado pelos governos não para nos mercados de ações. Ele escorre para a compra de terras produtivas, fontes de água doce, sementes, grãos, minerais, carne. Os preços destes sobem. Surge um processo especulativo que é lucrativo para o capital, mas que provoca perda de poder de compra e, em muitos países, a fome.<br /><br /><br />Tal especulação também tem limites determinados pela capacidade de Estados darem dinheiro barato aos bancos e bolsas de valores através de empréstimos com juros baixos. Ou seja, o mecanismo especulativo está a pleno vapor. A crise de 2008 foi pequena diante do que se avizinha.<br /><br />A China percebeu isso e precisa escapar da explosão. Seus dirigentes elaboraram um plano, o RCEP e sua área de livre comércio.<br /><br />O plano pressupõe não mais depender do consumo americano ou europeu. Para isso a China está elevando a renda interna das classes trabalhadoras. As camadas médias atingirão a marca de um bilhão de pessoas em 2035, o maior mercado consumidor do mundo, transformando a China de base exportadora de bens manufaturados para um centro consumidor.<br /><br />A China irá cada vez mais centrar suas exportações em bens de alta tecnologia e em capitais para investimento em outros países. O Irã receberá enorme soma de capitais para a industrialização. Vários países africanos também. Os países da Ásia Central já estão em processo de investimento chinês.<br /><br />Países inimigos da China como Japão, Coreia do Sul e Austrália estão no acordo. Tais economias com forte base industrial enxergaram as possibilidades de escoarem suas produções para esse imenso mercado.<br /><br />A China será a grande importadora, o centro dinâmico do consumo e do crédito. Obviamente, a moeda chinesa irá desempenhar um novo papel. Podemos antever uma queda da importância do dólar. Além disso, as bolsas de valores chinesas serão os centros financeiros dessa nova configuração do mercado mundial.<br /><br />O plano chinês do RCEP trabalha assim a partir das quatro esferas em que a economia se divide: produção, circulação (comércio), distribuição e consumo.<br /><br />Eis os motivos do chamado “pivô para a Ásia”, uma estratégia de confronto americano com a China. A assinatura do tratado criando uma nova aliança militar (AUKUS – Austrália, United Kingdom e United States) também é parte dessa confrontação.<br /><br />O sistema financeiro, produtivo, comercial, militar e político Nova Iorque-Londres suportará tal mudança e a perda de poder correspondente? Ou conduzirá a economia para a explosão de sua bomba interna armada desde a crise de 2008? Suas camadas dirigentes saberão se adaptar e ocupar funções menores? Elas sobreviverão a isso? Ou tentarão usar “armas do fim do mundo” semelhantes às descritas nas obras clássicas da literatura hindu Ramayana, Bhagavad Gita e Mahabharata, as armas destruidoras de mundos?<br /><br />Estamos ameaçados por bombas financeiras ou nucleares.</span></span><div><br /></div><div><div><span style="font-family: times;">* Fábio Sobral é membro do Conselho editorial de A Comuna e professor de Economia Ecológica (UFC)</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-75258562408256229762022-01-11T22:20:00.005-03:002022-01-11T22:24:38.709-03:00As lições do Cazaquistão<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">A Revolta no Cazaquistão nos traz Grandes Lições </span></span><div><span style="font-family: times;"><span style="font-family: times;">Fabio Sobral </span><span style="font-family: times;">*</span><br /><br /><a href="https://dossiersul.com.br/wp-content/uploads/2022/01/20220107-ds_cazaquistao_07_01.jpg"><img src="https://dossiersul.com.br/wp-content/uploads/2022/01/20220107-ds_cazaquistao_07_01-696x413.jpg" /></a><br /><br /><span style="font-size: medium;">O Cazaquistão sofre uma revolta interna de grandes proporções. Uma revolta iniciada contra a elevação dos preços dos combustíveis.<br /><br />A revolta evoluiu para confrontos sangrentos nas ruas das principais cidades. O presidente revogou os aumentos e pediu a renúncia do primeiro ministro. Mesmo assim, os manifestantes aumentaram seus ataques a prédios públicos e a forças policiais, quase como uma repetição do método utilizado para derrubar o governo Yanukóvych na Ucrânia, no que ficou conhecido como revolta da Praça Maidan.<span><a name='more'></a></span><br />O governo cazaque pediu o apoio militar dos outros países do Organização do Tratado de Segurança Coletiva (Rússia, Armênia, Bielorrússia, Tadjiquistão, Quirguistão). Forças militares foram enviadas para combater os manifestantes, que foram chamados de terroristas pelo governo do país.<br /><br />Um fato que chama a atenção é que havia a clara intenção de derrubar o governo, sem que o atendimento das exigências iniciais detivesse a fúria da revolta.<br /><br />Há muito o que refletir nesse episódio.<br /><br />A primeira reflexão é sobre a geopolítica. O Cazaquistão é essencial para a Rota da Seda e, consequentemente, para a expansão do maior mercado do mundo. É essencial para a China. Obviamente desperta a fúria de corporações associadas ao poderio americano. Além disso, levar o Cazaquistão a tornar-se inimigo da Rússia traria enorme vantagem militar à OTAN. Ou seja, conquistar esse país obedece à doutrina militar americana de cerco à Rússia e à China.<br /><br />A segunda reflexão é sobre um velho motivo das guerras do século XX e XXI: domínio de fontes de combustíveis fósseis e de minerais. O Cazaquistão possui enormes reservas de petróleo e gás, além de outros recursos minerais estratégicos, como urânio e potássio. Mesmo que companhias ocidentais participem da exploração, isso nunca foi garantia de satisfação para corporações petrolíferas e de outras commodities. Sempre é possível ganhar mais. E para isso, governos subservientes são mais adequados.<br /><br />A terceira reflexão é de que várias revoluções têm sido organizadas por grupos de extrema direita dirigidos por órgãos de inteligência americanos e financiados por corporações internacionais. Revoluções do atraso, da xenofobia e do combate às conquistas sociais e trabalhistas. Inteiramente dedicadas ao retrocesso humano, social, econômico e político.<br /><br /><br /><b>A pergunta central é: como isso foi possível?<br /></b><br />O século XX observou uma imensa corrupção do pensamento, que foi capturado por financiamentos de órgãos de inteligência no período da Guerra Fria. Os financiamentos aos “pensadores” adequados a determinado sistema se expandiram. Os currículos de certos cursos nas universidades foram sendo transformados em divulgação ideológica grosseira. Basta ver os currículos da maioria dos cursos de economia no mundo. Uma devoção a princípios irreais e análises desconectadas da realidade. O resultado é que tivemos, desde o término da Segunda Guerra, uma corrupção do pensamento, uma subjugação da análise a interesses governamentais e empresariais. “Intelectuais” pagos para manter as populações subjugadas.<br /><br />Temos assim uma repetição de análises em um círculo vicioso. Uma profunda incapacidade de entender os fenômenos e enxergar saídas para problemas urgentes que nos afetam.<br /><br />Um desses problemas é a incapacidade de perceber que há uma base real para as revoltas populares, e que o problema econômico da apropriação do excedente continua central nas preocupações das populações.<br /><br />A queda dos regimes do Leste europeu e da União Soviética pareceu ter eliminado o debate da exploração e da apropriação das riquezas. Os governos ocidentais, à esquerda e à direita, passaram a agir de forma igual na retirada de direitos previdenciários, trabalhistas e sociais. Aproximaram-se as políticas de imigração dos países mais ricos, diminuindo direitos para obter uma mão de obra temerosa e, por isso, extremamente barata.<br /><br />Nos países do antigo bloco soviético forma incorporadas alegremente tais políticas. A desigualdade se ampliou e a miséria e a superexploração tornaram-se comuns.<br /><br />Porém, a geopolítica volta a intervir; era preciso criar inimigos, afinal, as vendas de armas, de sistemas de inteligência, de sistemas de segurança e o controle de fontes de matérias-primas precisavam se expandir e manter as altas taxas de acumulação do capital.<br /><br />A Rússia foi pega de surpresa. Vladimir Putin ainda hoje reclama da agressividade ocidental e do cerco promovido pela OTAN ao território russo e dos seus aliados, aparentemente sem entender que aderir ao capital não é garantia de segurança.<br /><br />Os lados ocidental e oriental se irmanaram em políticas concentradoras de renda. A esquerda aderiu à proposta de gestão neoliberal do capital, perdendo sua capacidade de ser representante política e intelectual das camadas exploradas. Mas a desigualdade está lá e ainda com um imenso potencial de revolta.<br /><br />No ocidente a revolta foi dirigida pela extrema direita para aspectos que não destroem a normalidade da acumulação do capital. O capital convive com as faces do progresso social e da barbárie. Apesar de que a barbárie é mais lucrativa. Mas ele pode ainda manter países socialmente organizados e aparentemente democráticos. É muito importante mantê-los. São imagens para a propaganda da normalidade capitalista. Algo como objetivos a serem visados por países “atrasados” ou insuficientemente capitalistas.<br /><br />Porém, o avanço da necessidade de ampliar taxas de lucro das corporações tem desmontado a normalidade até nos países capitalistas centrais. E eis que aí surge a possibilidade da revolta. Então, para evitá-la como revolta de combate ao capital, é preciso dirigir a revolta para o atraso de extrema direita.<br /><br />Uma esquerda pacificada e subserviente já não pode se contrapor à radicalização de direita. Pode apenas “resistir” e reagir à perda do processo civilizatório capitalista, sendo apanhada em uma armadilha em defesa do próprio capital humanizado e progressista. Eis um dos dilemas das lutas sociais no ocidente.<br /><br />No oriente também os mecanismos econômicos se impõem. As duras condições de apropriação do excedente produtivo pelo capital também concentram as riquezas em poucas mãos. Porém, lá a direita não é usada para estabelecer somente a barbárie, mas para aprofundar a subserviência dos governos aos interesses das corporações. As populações são manobradas no ocidente e no oriente para a manutenção do controle do capital. Mas no oriente há interesses mais amplos e mais destrutivos.<br /><br />A Rússia e seu presidente sabem dos interesses geopolíticos, mas não compreendem que a luta continua nos moldes seculares do combate entre capital e seres humanos. Não haverá paz nos países orientais enquanto não houver uma proposta de superação do domínio do capital por meio de suas corporações, setores militares e serviços de segurança e inteligência.<br /><br />Ou seja, as revoluções de direita não serão detidas por armas e inteligência. A espada paira sobre governos que mantêm a desigualdade capitalista e a apropriação das riquezas pelos setores mais ricos.<br /><br />Em última instância o alarme da urgência ainda é sobre o capitalismo e suas consequências nefastas e a necessidade de uma proposta teórica e prática para a sua superação.</span></span></div><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;"><span style="background-color: white; font-size: 13.2px;">* Fábio Sobral é membro do Conselho editorial de A Comuna e professor de Economia Ecológica (UFC)</span></span></span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-87091635324631690342022-01-04T23:20:00.013-03:002022-01-22T01:28:42.760-03:00Há um ano do levante trumpista<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">No aniversário da insurreição fascista de 6 de janeiro, um chamado à ação</span></span><div><br /></div><div><span style="font-family: times;">Republicamos este apelo à ação emitido pela <a href="https://www.blogger.com/blog/post/edit/2557398650009791462/8709163532463169034#">Frente Unica por um Partido Trabalhista de Massa</a> e já apoiado por organizações de quatro continentes. Estamos assinando e conclamamos todas as organizações e indivíduos da classe trabalhadora internacionalmente a endossar e compartilhar este apelo na construção até 6 de janeiro. Novas adesões ou notícias de outras ações em 6 de janeiro podem ser enviados para <a href="https://www.blogger.com/blog/post/edit/2557398650009791462/8709163532463169034#"></a><a href="https://www.blogger.com/blog/post/edit/2557398650009791462/8709163532463169034#">labormedia1@gmail.com</a><br /><br /></span><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh1cPJ1POSKUJXVsKfzrTN6_6KfgynqY1l0KAYeBa-tnN7dOYqzClD4AEqlFAqq2TqeLxaa4yekQuLISM0ZPAPNBZKRcTvMbZK55sTNKicryO04db6WxJ3p04a8A0Qosbipd_DMACfcfJdUVEszpJsi5iVbrPC0PGDfLRY3ZZhx0DEZy8_1xY3m3P5yOw=s1600" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="425" data-original-width="1400" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh1cPJ1POSKUJXVsKfzrTN6_6KfgynqY1l0KAYeBa-tnN7dOYqzClD4AEqlFAqq2TqeLxaa4yekQuLISM0ZPAPNBZKRcTvMbZK55sTNKicryO04db6WxJ3p04a8A0Qosbipd_DMACfcfJdUVEszpJsi5iVbrPC0PGDfLRY3ZZhx0DEZy8_1xY3m3P5yOw=s1600" width="640" /></a></div><span style="font-family: times;"><i><span><br />Republicamos este apelo à ação emitido pela <a href="https://www.facebook.com/masslaborpartyusa">Frente Unica por um Partido Trabalhista de Massa</a> e já apoiado por organizações de quatro continentes. Estamos assinando e conclamamos todas as organizações e indivíduos da classe trabalhadora internacionalmente a endossar e compartilhar este apelo na construção até 6 de janeiro. Novas adesões ou notícias de outras ações em 6 de janeiro podem ser enviados para <a href="mailto:labormedia1@gmail.com"></a><a href="mailto:labormedia1@gmail.com">labormedia1@gmail.com</a><br /></span></i></span><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">A vitória de Biden e dos democratas nas eleições de 2020 não conteve nem poderia impedir a ascensão do fascismo. O único grupo da sociedade que tem força para deter os fascistas é a classe trabalhadora. <span></span>Os esforços sistemáticos de Trump para transformar o Partido Republicano em um corpo fascista estabelecerão as bases para a reviravolta da eleição em 2024. As teorias da conspiração de Trump estão sendo usadas como <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Azul_de_tornassol" target="_blank">teste de tornassol</a> para expurgar qualquer um no Partido Republicano que não seja completamente leal a Trump. Assim, movendo o cenário político ainda mais para a extrema direita no sentido da preparação de um golpe fascista.<span><a name='more'></a></span><br />A ascensão do fascismo não é apenas uma ameaça existencial, mas é uma ameaça real com consequências terríveis para a classe trabalhadora nos EUA e internacionalmente. Se Trump e seus cúmplices forem autorizados a tomar o poder, eles tentarão acabar com as normas democráticas e fazer uso de agências estatais aliadas a organizações fascistas para destruir qualquer resistência organizada e estabelecerão o domínio fascista nos Estados Unidos.<br /><br />O direito de greve, protesto, piquete e organização política seria imediatamente ameaçado com ataques diretos da polícia, grupos fascistas e o uso de militares. O esforço de Trump para convocar os militares para esmagar os protestos do Black Lives Matter se tornaria a norma na supressão da dissidência.<br /><br />Os democratas são incapazes e não querem conter o curso político em direção ao fascismo. A administração Biden recusou-se a apresentar queixa contra qualquer um dos principais conspiradores que lideraram a tentativa de derrubar a eleição de 2020, uma vez que ele está mais alinhado com a política deles do que com a política de um movimento independente da classe trabalhadora. Além disso, ele continuou a empurrar os custos financeiros da pandemia para os trabalhadores, forçando-nos a pagar pela crise que os capitalistas criaram. <br /><br />Ambos os partidos capitalistas se dedicam ao enriquecimento da elite financeira a todo custo. Ambas as partes responderam ao declínio do imperialismo dos EUA com uma escalada do militarismo e repressão policial e ataques aos direitos democráticos e à liberdade de imprensa, incluindo a prisão e tortura do jornalista Julian Assange. O orçamento militar é agora de US $ 768 bilhões por ano; certamente esse dinheiro poderia ter sido usado para pagar a moradia e o seguro-desemprego para que os trabalhadores não precisassem trabalhar, mantendo a classe trabalhadora segura ao limitar a propagação da doença, que agora é uma epidemia descontrolada. <br /><br />O empobrecimento e a desindustrialização dos Estados Unidos permitiram aos capitalistas obter maiores lucros no exterior e incentivaram a guerra contra o trabalho em casa. Isso permitiu o colapso do sistema de saúde pública e a morte de mais de 800.000 pessoas nos Estados Unidos e milhões em todo o mundo, expondo o fracasso do capitalismo americano. A maneira como Biden lidou com a pandemia deslegitimou sua administração aos olhos de milhões de pessoas e expôs novamente a falência do Partido Democrata.<br /><br />Apenas a organização de massas de milhões de trabalhadores lutando em defesa de seus direitos democráticos pode parar o aumento do fascismo e derrotar a suposta ditadura fascista de Trump de uma vez por todas.<br /><br /> A crescente divisão de classes e a raiva crescente dos trabalhadores com as condições opressivas levaram a uma onda crescente de greves de trabalhadores na Universidade de Columbia, Volvo, Kellogg, UMWA Warrior Met, engenheiros da Kaiser IUOE e profissionais de saúde em todo o país.<br /><br />A convocação de uma greve geral da <a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2021/05/trumka-tire-as-maos-da-afl-cio-de.html" target="_blank">AFL-CIO de Vermont</a> antes da chantagem eleitoral sobre a ameaça de uma tentativa de golpe e insurreição da extrema direita era urgente na época e é ainda mais urgente hoje. Seu apelo por uma greve geral foi a resposta correta à tentativa de golpe. A ameaça fascista não diminuiu, especialmente porque não houve consequências.<br /><br />Os sindicatos, trabalhadores e organizações de trabalhadores devem trabalhar agora para organizar e formar movimentos de frente única nacional e internacional contra o fascismo.<br /><br />Precisamos de um movimento internacional da classe trabalhadora para defender os trabalhadores em todos os países para conectar nossas lutas globalmente.<br /><br />Isso significa dias de luta e ação globais para defender os trabalhadores em todo o mundo que lutam contra as multinacionais e os capitalistas globais. Significa se opor ao militarismo dos EUA e apoiar e se organizar com trabalhadores que lutam por seus direitos em todo o mundo.<br /><br />À medida que a crise capitalista se aprofunda, as forças fascistas e seus apoiadores usam o racismo e o militarismo para provocar divisões na classe trabalhadora. Os trabalhadores e suas organizações devem lutar contra a disseminação do racismo, sexismo, xenofobia e homofobia. Os trabalhadores devem parar os ataques aos imigrantes e se opor à propaganda belicista dirigida à China e à Rússia por democratas e republicanos. Convocamos os trabalhadores a se organizarem amplamente, em fábricas, escolas e outros locais de trabalho, para construir organizações que possam defender seus direitos e se opor a outro golpe fascista. A organização de greves gerais, ocupações de moradias, greves de aluguel, a autodefesa e a formação de organizações de massa da classe trabalhadora são essenciais para deter um golpe fascista.</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;"><br />Assinado por</span><div><span style="font-family: times;"><br /></span><div><span style="font-family: times;">Comitê da Frente Única para um Partido Trabalhista (EUA)</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">Consciencia de Classe (Austrália)</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">Partido dos Trabalhadores Revolucionários (Namíbia)</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">Partido Socialista da Liberdade (EUA)</span></div></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><span style="font-family: times;">Comitê de Ligação para a Quarta Internacional e seus grupos nacionais:</span></div><div><span style="font-family: times;">Democratas Consistentes (Grã-Bretanha)</span></div><div><span style="font-family: times;">Liga Comunista (Brasil) </span></div><div><span style="font-family: times;">Tendencia Militant Bolchevique (Argentina) </span></div><div><span style="font-family: times;">Socialist Workers League (Estados Unidos)</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-86718112712697224252022-01-03T22:45:00.000-03:002022-01-03T22:45:38.706-03:00Não Olhe para Cima<span style="font-family: times; font-size: x-large;">Ciência, Decadência Burguesa e Revolução</span><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">Frederico Costa – Professor da Universidade Estadual do Ceará - UECE<br /></span><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhGD8IlAJQNEC7U4NttQ004OvFAQ0NOX89NlboFPdfODhyryMt8jl9YCp-ZKZsEkT8AJV2hujXEl2g8iEjxsq405ULPsieOUXkJiHe2UglVozxP-p6EsRQ5tUbjXQWDPnt4j-mIoJMgmY5Fr8tg4860Itg_m0329QOjXb9nEupyR72EHlWGdXaWlI_VTw=s275" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhGD8IlAJQNEC7U4NttQ004OvFAQ0NOX89NlboFPdfODhyryMt8jl9YCp-ZKZsEkT8AJV2hujXEl2g8iEjxsq405ULPsieOUXkJiHe2UglVozxP-p6EsRQ5tUbjXQWDPnt4j-mIoJMgmY5Fr8tg4860Itg_m0329QOjXb9nEupyR72EHlWGdXaWlI_VTw=w640-h426" width="640" /></a></div><br />Finalmente assisti ao filme Não olhe para cima; e trago, aqui, minhas primeiras impressões. Embora primeiras impressões nunca sejam completas, penso que isso não quer dizer que sejam insignificantes. <br /><br />Em primeiro lugar, gostei. O roteiro de <a href="https://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-76202/">Adam McKay</a> e David Sirota prende do início ao fim. A trama gira em torno de Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) e Randall Mindy (Leonardo DiCaprio), astrônomos que fazem a descoberta de um cometa que está em rota de colisão com a Terra. Com a ajuda do doutor Teddy Oglethorpe (Rob Morgan), Kate e Randall vão à Presidente dos Estados Unidos (EUA), Janie Orlean (Meryl Streep), e a seu filho, Jason Orlean (Jonah Hill), Chefe de Gabinete, que, inicialmente, mostram-se indiferentes diante do desastre iminente. Como é comum à política burguesa, só se interessam em buscar uma solução quando precisam capitalizar politicamente o caso. A apenas seis meses do impacto que irá destruir a civilização e boa parte da diversidade biológica, trava-se uma batalha da verdade científica contra os interesses políticos da extrema direita, a lógica destrutiva do capitalismo e a decadência da sociabilidade burguesa.<span><a name='more'></a></span> <br />Em segundo lugar, a sátira consegue expressar esteticamente a crise da sociedade estadunidense, profundamente dividida. O elenco se destaca por caricaturar diversas facetas de uma sociedade decadente: o general trapaceiro, a jornalista medíocre com dois mestrados, o machista ávido por ascensão social que se faz sobre a reputação de uma mulher, o coronel-mercenário fascista, a Presidente negacionista, o dono egocêntrico de corporação, o ator alienado, as relações de cientistas com o poder, uma juventude desiludida e sem perspectivas. Os personagens sintetizam relações contraditórias que conformam problemas da sociedade contemporânea: o negacionismo, a desvalorização do pensamento científico, o machismo, a função do aparato militar, a subordinação da estrutura política aos interesses dos capitalistas, o fanatismo religioso, a natureza reacionária do imperialismo estadunidense, os ataques aos direitos democráticos (ação do FBI), o caráter alienante da grande mídia e o desprezo pelos interesses da maioria por parte das classes dominantes. <br /><br />Por último, o filme tem uma limitação básica: o seu horizonte histórico. Apesar de situar diversos problemas, ainda se coloca nos limites da sociabilidade burguesa, por isso a única saída é a catástrofe, não há uma ruptura positiva. A trama identifica a lógica do capital acima da sobrevivência da humanidade, mostra a tibieza da União Europeia e apresenta a última possibilidade de destruir o cometa, o projeto da Rússia, China e Índia, provavelmente sabotado pelo imperialismo estadunidense. No entanto, levanta como alternativa a resignação de relações humanas verdadeiras com um toque de uma oração vazia para um ser inexistente. <br /><br />Moral da história. Não é o comenta que destrói a Terra, mas o capitalismo. A lógica da acumulação do capital se sobrepõe à possibilidade real de desviar a trajetória do cometa. Existe uma realidade objetiva, com um funcionamento próprio, independente dos desejos humanos. A ciência é fundamental, quando desvinculada dos interesses do capital. A solução é superarmos o mundo atual. O caminho é o da revolução dos bilhões de assalariados e oprimidos. <br /><br />Com os pés no presente, olhemos para o futuro.</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-58781702686900771992021-12-16T22:47:00.022-03:002021-12-17T23:47:42.994-03:00A dialética da nova guerra fria<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">Rússia e China estreitam laços de defesa mútua contra o imperialismo<br /></span><br />Leon Carlos e Humberto Rodrigues<br /><br /><span style="font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi5I6tKtJGe2LUoLchJt8dLOwqiPQYtdY1YUox6ZQj1SVzXqbGdsVGD-xkJqJo7w006n5oLzkacyyMV1OuozAI5gnjw5ueq9Bri-Yq3VxwR5bPN5sl-d2qK40AQzz08v0Ss5Ft8dnVWdcH6T8DXyN2cKwCHDdF6VG6h7H3QZ8sbHFvTLrSLawJ0PSiR-A=s1312" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="676" data-original-width="1312" height="330" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi5I6tKtJGe2LUoLchJt8dLOwqiPQYtdY1YUox6ZQj1SVzXqbGdsVGD-xkJqJo7w006n5oLzkacyyMV1OuozAI5gnjw5ueq9Bri-Yq3VxwR5bPN5sl-d2qK40AQzz08v0Ss5Ft8dnVWdcH6T8DXyN2cKwCHDdF6VG6h7H3QZ8sbHFvTLrSLawJ0PSiR-A=w640-h330" width="640" /></a></div><br /></span></span><div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"></blockquote><span style="font-family: times; font-size: medium;">No dia 15 de dezembro de 2021, o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, concordaram em criar uma estrutura financeira independente, algo como um mercado comum blindado da influência internacional, sobretudo, da interferência dos EUA. Essa estrutura nasce da articulação entre duas outras enormes: 1) a Aliança Econômica Eurasiática, composta por Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão; e 2) a "<a href="https://eng.yidaiyilu.gov.cn/" target="_blank">One Belt One Road</a>" da China (Iniciativa Cinturão e Rota, ou BRI), também chamada de a Nova Rota da Seda. De fato não é uma estrada, como sugere o nome, mas o maior plano de investimentos em obras da história da humanidade, distribuído em 65 países. Quando foi lançado, em 2017, o projeto anunciou que seus custos seriam de US$ 4 trilhões, o que é quase 30 vezes o valor atualizado do Plano Marshall, que os EUA criaram para reconstruir a Europa após a 2a Guerra Mundial. (1)<span><a name='more'></a></span></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><span style="font-family: times;">"Atenção especial foi dada à necessidade de intensificar esforços para formar uma infraestrutura financeira independente para atender às operações comerciais entre a Rússia e a China. Para criar, quero dizer, uma estrutura que não possa ser influenciada por terceiros países " , disse Yuri Ushakov, assessor de Putin, citado por RIA Novosti. (<a href="https://actualidad.rt.com/actualidad/413743-rusia-china-acuerdan-crear-estructura?utm_source=browser&utm_medium=push_notifications&utm_campaign=push_notifications&fbclid=IwAR2qqyh1RC49259wUoAWbvPkX9M5CUKRHzkulQAWXBXsqxxeykEjT0n3aRs" target="_blank">Rússia e China concordam em criar uma estrutura financeira independente que não pode ser influenciada por outros países</a>)</span></blockquote><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></span></div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Tanto Putin quanto Xi Jinping defenderam o aumento da participação das moedas nacionais no comércio bilateral e defendem "ampliar a cooperação para garantir o acesso de investidores da Rússia e da China aos mercados de valores mobiliários de ambos os países", explicou o assessor presidencial.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">O comércio bilateral entre os dois países nos primeiros três trimestres de 2021 chegou a US $ 100 bilhões pela primeira vez, e espera-se que esse número alcance um novo recorde até o final do ano.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Em março de 2021, China e a Rússia assinaram um memorando de entendimento sobre o estabelecimento conjunto de uma estação internacional de pesquisa científica na Lua. Em maio, começaram os trabalhos de construção das Unidades nº 7 e nº 8 da Central Nuclear de Tianwan e das Unidades nº 3 e 4 da Central Nuclear de Xudapu. É o maior projeto conjunto entre a China e a Rússia na área de energia nuclear até agora.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Na cúpula virtual, o 37° encontro entre os dois mandatários desde 2013, eles também se comprometeram a aprofundar a coordenação em questões candentes dentro de estruturas multilaterais, como o Conselho de Segurança da ONU, a Organização de Cooperação de Xangai e o mecanismo do BRICS e rechaçar a campanha da mídia de boicote contra os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022. O presidente chinês assegurou:<br /></span><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><span style="font-family: times;"><br />"A China e Rússia nunca permitirão que nenhuma força externa interfira nos assuntos internos dos estados membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO),... China e a Rússia têm atuado como grandes países responsáveis, configurando-se como a espinha dorsal para a prática do verdadeiro multilateralismo e salvaguardando a justiça e a justiça internacionais." (<a href="http://spanish.news.cn/2021-12/16/c_1310376817.htm" target="_blank">Por que uma parceria estreita entre a China e a Rússia é boa para a estabilidade mundial</a>)<br /><br /></span></blockquote><span style="font-size: medium;"> <span style="font-family: times;">Putin declarou no início do encontro que as relações entre Moscou e Pequim são</span></span><br /><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: times;">"um verdadeiro exemplo de cooperação inter-estatal no século 21". “Foi criado um novo modelo de cooperação entre os nossos países, baseado, entre outras coisas, em fundamentos como a não intervenção nos assuntos internos e o respeito pelos interesses mútuos, a vontade de fazer da fronteira comum um cinturão de paz" (<a href="https://actualidad.rt.com/actualidad/413721-putin-declarar-relaciones-rusia-china-ejemplo" target="_blank">Putin declara que as relações entre a Rússia e a China são "um exemplo no século 21"</a>)</span></blockquote><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">No que Xi Jimping retrucou:<br /><br /></span><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: times;"> “o mundo entrou num período de turbulências e grandes mudanças”, mas as relações russo-chinesas “mostraram uma sólida viabilidade e ganharam um novo fôlego”. (idem)</span></blockquote><span style="font-family: times; font-size: medium;"><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div>Na verdade, a criação de um núcleo alternativo de países a partir da China e Rússia é produto da crise de hegemonia do imperialismo dos EUA, que arrasta o mundo para turbulência e grandes mudanças. Essas mudança desafiam a compreensão dos que se limitam a interpretar o mundo pelas lentes da lógica formal. Deveria se supor que como Estados operários URSS e China criariam relações sólidas. Mas a história não obedece a essa lógica, mas a dialética.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">S</span><span style="font-family: times; font-size: large;">ob o controle das burocracias stalinistas e maoístas, a</span><span style="font-family: times; font-size: large;">s diferenças entre a China e a URSS chegaram até a confrontos armados diretos (a Batalha da Ilha Zhenbao, 1969) e indiretos (Vietnã e Camboja), com a China acusando a URSS de "social-imperialista" e respaldando o golpe de Pinochet. As contradições inter-burocráticas se fizeram maiores que as contradições externas entre os Estados operários e o imperialismo, o que, obviamente, foi muito bem explorado pelos EUA. Mas, a decadência do imperialismo abriu margem para que essas contradições entre China e Rússia fossem secundarizados em favor da resistência contra o inimigo comum. As contradições principais nas décadas de 50 a 70 se tornaram secundárias no século XXI. A pressão imperialista forçou a Rússia e China a darem um salto de qualidade em suas relações inter-burguesas de defesa mútua contra sanções e das transações.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;">Sob a pressão imperialista, China e Rússia avançam em sua autonomização em relação aos marcos financeiros controlados pelas potências imperialistas. Já não se trata apenas desdolarização de seu mercado comum, que em si já é bastante temível pelo imperialismo e representa um obstáculo à exportação de capital inflacionário dos Estados Unidos em relação a esses países, como faz com o restante do planeta. Sob a ofensiva dos blocos imperialistas contra a China no Indo-Pacífico e contra a Rússia no Leste Europeu (Ucrânia, Bielorússia,...) provoca o efeito de responder com maior coesão por parte do pólo russo-chinês, que é a dialética em questão. <br /><br />No Leste Europeu, os instrumentos do imperialismo a oprimir a Rússia são o bloco anglo-saxão + o bloco europeu. No Oceano Pacífico, os instrumentos contra a China são o bloco anglo-saxão + o Japão (imperialismo colonizado militarmente desde as bombas de Hiroshima e Nagasaki) + outras semicolônias como a Coréia do Sul, etc. As funções especiais e lugares nessa disputa ocupados pela Ucrânia e Polônia, na Europa Oriental, e pela Índia são mais complexos e não as desenvolveremos aqui. Portanto, há uma ampla unidade das potências imperialistas contra o pólo eurasiático. Além desses dois pontos nevrálgicos na Europa e no Pacífico, deve-se considerar outro, na Ásia Ocidental, contra o Irã, onde a frente imperialista é composta pelo bloco anglo-saxônico-sionista, pela Arábia Saudita e apoiado pela União Européia.<br /><br />É claro que UNIDADE de interesses comuns contra os adversários China, Rússia e Irã, não implica IDENTIDADE de interesses, portanto não negamos, mas enquadrarmos as contradições secundárias que existem entre as diferentes nações manipuladas pelo imperialismo. Por exemplo, para esclarecer as diferenças entre UNIDADE e IDENTIDADE de interesse - uma vez que há uma diferença de identidade, a unidade não exclui contradições secundárias - podemos mencionar Nord Stream 2 e o interesse da Alemanha pelo gás russo barato contra o bloqueio que deseja impor os EUA contra a Rússia e o <a href="https://lcligacomunista.blogspot.com/2021/09/aukus-clqi.html" target="_blank">AUKUS </a>em contradição com o desenvolvimento da indústria de armas francesa. Sendo assim, a desigualdade na identidade de interesses entre as nações por vezes se choca contra a combinação estabelecida pela unidade.</span></span></div><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;">É interessante que a pressão imperialista vem forçando uma reação relativamente progressiva da política diplomática chinesa, historicamente centrista, neutral, pragmática. Defendendo-se da guerra híbrida e das campanhas de propaganda de guerra que acusam a China de violar direitos humanos a diplomacia chinesa vem reagindo:</span></span></div><div><p style="margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></p></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div><div><p style="margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;"><span style="font-family: times;">"A China condena as bárbaras intervenções militares dos Estados Unidos no Afeganistão, Iraque, Síria e outros países sob a bandeira da "democracia" e "direitos humanos", e apela à comunidade internacional para investigar a guerra crimes cometidos por militares dos EUA que mataram civis inocentes em todo o mundo, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. O porta-voz, Wang Wenbin, fez a declaração na entrevista coletiva diária de terça-feira solicitando respostas sobre relatos de elementos militares dos EUA envolvidos em um ataque de drones que deixou 10 civis mortos em Cabul, Afeganistão. "A atrocidade de matar civis pelas forças dos EUA no Afeganistão é inaceitável.", disse Wang. Enquanto os Estados Unidos falavam sobre "democracia" e "direitos humanos" na "cúpula da democracia", afegãos inocentes foram mortos pela mão armada de militares americanos e suas famílias não tinham onde reclamar. Essa é a cruel realidade que a "democracia" e os "direitos humanos" defendidos pelos Estados Unidos". A justiça pode demorar, mas não permanecerá eternamente ausente", disse Wang. o Porta-voz sublinhou que chegou ao fim a era em que os Estados Unidos agem de forma imprudente em todo o mundo sob o pretexto da chamada "democracia" e "direitos humanos" e que o crime dos militares dos EUA de assassinar civis inocentes em outros países não ficarão im</span>punes." (<a href="http://spanish.news.cn/2021-12/14/c_1310372469.htm" target="_blank">China exige justiça para civis mortos por militares dos EUA: porta-voz</a>)<br /></p></div></div></blockquote><div><p style="margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /><span><span>Nesse processo de aquecimento da guerra fria existem várias esferas diferentes de lutas contra o capital. No plano internacional, existe a luta inter-estados onde, de um lado, existem estados oprimidos (países dependentes, semicolônias, estados operários) pelo grande capital imperialista, através de bloqueios e sanções que agravam as condições de vida da classe trabalhadora, e de outro lado, nações imperialistas comandando coalizões opressoras, os trabalhadores não podem se dar ao luxo de ficarem neutros. Precisam tomar o lado oposto ao do imperialismo estadunidense, hegemônico no mundo globalizado capitalista. A luta antiimperialista, através da Frente Única Antiimperialista (FUA), é a forma que assume a luta de classes na esfera internacional. Se o imperialismo sai vitorioso, se fortalece a dupla cadeia de exploração e opressão sobre as nações, povos e consequentemente trabalhadores dos países oprimidos. Se o imperialismo é derrotado, a luta de libertação nacional desperta a luta pela emancipação social. A</span></span><span style="background-color: transparent;">inda durante a primeira fase da luta antiimperialista, a derrota do grande opressor planetário </span><span style="background-color: transparent;">anima a classe trabalhadora contra seus exploradores e opressores imediatos, nacionais e regionais. A revolução social se combinou com vários processos de libertação nacional após a segunda guerra mundial, inclusive na China, em Cuba e no Vietnã.</span></span></p><p style="margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></p><p style="margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Na esfera nacional, da luta de classes não cessa. Ela continua na defesa dos interesses imediatos, econômicos, sindicais da população trabalhadora pela melhoria de suas condições de vida contra seus próprios capitalistas. Nesse processo contínuo, a classe adquire consciência dos limites, insuficiências e incapacidades crônicas de seus governantes burgueses de executarem suas próprias promessas de soberania e, sob a influência do comunismo, chega a conclusão de que a tomada revolucionária do poder político das mãos dos governantes dos países oprimidos, é a uma consequência necessária, um momento do processo da luta pela libertação nacional contra os grandes capitalistas dos países opressores. Como a história já comprovou, as classes dominantes nativas jamais protejerão suficientemente os países oprimidos dos ataques especulativos, invasões militares, bloqueios e sabotagens econômicas realizadas pelo imperialismo. Somente a revolução proletária pode efetivamente por fim ao fim a era em que os Estados Unidos agem praticando crimes contra civis inocentes em todo o mundo sob o pretexto da chamada "democracia" e "direitos humanos", somente a unidade internacional e revolucionária da classe trabalhadora não deixarão que sigam impunes esses crimes praticados contra ela pelos EUA e seus títeres regionais.</span></p><p style="margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><b>Notas</b></span></p><p style="margin: 0px 0px 10px; padding: 0px;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></p><span style="font-family: times;">1) "A China diz que vai investir US $ 4 trilhões nos países do One Belt One Road Initiative (BRI), embora não diga até quando. Seus funcionários rejeitam irritadamente a comparação com o Plano Marshall que, dizem eles, foi um meio de recompensar os amigos da América e excluir seus inimigos após a Segunda Guerra Mundial. O BRI, eles se gabam, está aberto a todos. Sob valores atualizados, o Plano Marshall totalizou US $ 130 bilhões, em dólares correntes." (<a href="https://www.economist.com/china/2016/07/02/our-bulldozers-our-rules" target="_blank">The Economist</a>, 2016: "Our bulldozers, our rules: China’s foreign policy could reshape a good part of the world economy")</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-23055965737998335182021-12-15T20:14:00.004-03:002021-12-16T22:59:22.830-03:00O fantasma da revolução cubana e um "maldito" panfleto da LC<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">O pavor de Bolsonaro, do capital e do imperialismo</span><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgcBsJSdsjnFL3vgQHIu-bc9ydzRmYVQA1_E3HwkqKDESUWwRbNu0QbhF-ImDsJAj0yJew7NFLqQ9a01xWqA5A0N_3aYqvVJrxKpckepweFO70IuT3r_lJFHoqYfBn9b_Gj_OeBSCyBm8pfED9Ao1nBgqqbn4RFcbBEBG4SbMX3SV7RppRavKpuY3336Q=s480"><img border="0" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgcBsJSdsjnFL3vgQHIu-bc9ydzRmYVQA1_E3HwkqKDESUWwRbNu0QbhF-ImDsJAj0yJew7NFLqQ9a01xWqA5A0N_3aYqvVJrxKpckepweFO70IuT3r_lJFHoqYfBn9b_Gj_OeBSCyBm8pfED9Ao1nBgqqbn4RFcbBEBG4SbMX3SV7RppRavKpuY3336Q=w640-h339" width="640" /></a><br /><br /></span><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">A direita, o capital, o imperialismo tem seus sonhos e pesadelos. Nós temos os nossos. Quando declarou seu voto pelo impeachment de Dilma, Bolsonaro conseguiu o extraordinário feito de se destacar em meio do circo de horrores reacionário de seus pares deputados naquele fatídico 17 de abril de 2016 dizendo:<span><a name='more'></a></span></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"> <br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: times;">"Nesse dia de glória para o povo brasileiro tem um nome que entrará para a história nessa data, pela forma como conduziu os trabalhos nessa casa. Parabéns, presidente Eduardo Cunha. Perderam em 1964. Perderam agora em 2016. Pela família e pela inocência das crianças em sala de aula que o PT nunca teve, contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, por um Brasil acima de tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim."" (<a href="https://www.blogger.com/#">Bolsonaro justifica seu voto inspirado em torturador</a>)</span></div></blockquote><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /><a href="https://www.bing.com/videos/search?q=o+terror+de+dilma+roussef&&view=detail&mid=1828B72329295E29FCE91828B72329295E29FCE9&&FORM=VRDGAR&ru=%2Fvideos%2Fsearch%3Fq%3Do%2520terror%2520de%2520dilma%2520roussef%26%26FORM%3DVDVVXX" target="_blank">Dilma </a>foi presa por pertencer a organização Política Operária. Possuía 19 anos e foi barbaramente torturada por 3 anos pelo bando de policiais covardes e criminosos sob o comando de Ulstra. O ídolo de Bolsonaro coordenou a Operação Bandeirantes e através dela se tornou o<a href="https://www.blogger.com/#"> maior torturador do Brasil</a>. Era um assassino sádico e sanguinário que coordenou a tortura e a morte de mais de 500 pessoas no Brasil a serviço da "ditadura do grande capital financeiro e monopolista", como </span><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;">o sociólogo marxista Octavio Ianni </span><span style="font-family: times;">acertadamente caracterizava o regime.</span></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">No processo revolucionário de 1959-61 a direita perdeu e perdeu feio em Cuba, que se transformou no pesadelo, no maior fantasma da burguesia imperialista e de seus agentes no continente. Por isso, é o país que sofre por mais tempo um bloqueio economico em toda a história do capitalismo. A extensão do bloqueio cubano imposto pelo imperialismo, só é comparável ao bloqueio imposto pelos mesmos EUA contra o outro estado operário ainda existente, a Coreia do Norte.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">O golpe de 1964 no Brasil e sua ditadura foram seguidos por uma série de outros na América Latina, como o que ocorreu no mesmo ano na Bolívia, liderado pelo vice presidente René Barrientos e o golpe de 1966 na Argentina, liderado General Onganía. A ordem dos EUA para suas semicolonias foi desencadear o terror estatal contra a revolução comunista. Vale lembrar que não apenas em Cuba, mas também a Bolívia havia passado por uma situação revolucionária, em 1952, com o proletariado mineiro assumindo um grande protagonismo político, potencialmente poderia ter gerado uma outra experiência de revolução vitoriosa se não fossem a política conciliadora do partido político que os influenciava, o POR. Também, no início da década seguinte, o Chile, foi palco de outro processo revolucionário, sob a vanguarda dos cordões industriais.</span></div></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">De fato, o pavor tomou conta do imperialismo após serem derrotados na batalha de Praia Girón, em 1961, quando tentaram invadir a ilha mas foram humilhados pelo povo cubano armado, episódio que impulsionou um giro socialista no regime político nascido da revolução de 1959.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Obviamente, o medo da revolução cubana contagiar o continente não é a única causa para o golpe e a instalação da ditadura no Brasil, cuja história é marcada por uma "contrarrevolução permanente", como também assinala Ianni, mas é a causa mais forte a determinar a mudança de orientação da CIA em favor de contrarrevoluções preventivas na maioria dos países do continente na década de 1960. Não por acaso, vale destacar que o país do continente onde o imperialismo não operou um golpe de Estado preventivo, a Venezuela, foi o que a luta de classes possibilitou mais aproximar-se politicamente de Cuba, apesar da Venezuela não ter realizado uma revolução nem expropriado a burguesia.<br /><br />Cuba fez por onde merecer tamanha demonização das classes dominantes locais e da burguesia imperialista. Apesar de todas as limitações territoriais, produtivas, do tamanho da população, da herança colonial, e sobretudo apesar do criminoso bloqueio econômico imposto pelos EUA, tornou-se um exemplo de transformação social para o mundo. O processo derrotou a ditadura, expropriou o latifúndio, a burguesia nativa, as companhias multinacionais, nacionalizou a terra e o solo e assegurou soberania, educação e saúde para o seu povo e exportou, até os anos 70, apoio guerrilheiro para os processos revolucionários da África e América Latina, e depois disso exportou tecnologia sanitária e médicos para outros países. Por isso, Cuba se tornou o pavor da direita e do capital.<br /><br />Um os primeiros atos de Bolsonaro - tão logo conseguiu ser eleito presidente nas eleições</span><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;"> fraudadas </span><span style="font-family: times;">de 2018 </span><span style="font-family: times;">que foram um verdadeiro "Golpe dentro do Golpe" - antes de tomar posse, foi provocar a retirada dos médicos cubanos, prejudicando diretamente 24 milhões de brasileiros, desassistidos de saúde pública.</span></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br />Ainda no final de 2014, quando a frente ampla golpista tentava anular a reeleição de Dilma Roussef, recusando-se a aceitar a derrota eleitoral, o movimento popular, convocou a primeira manifestação de massas contra essa ofensiva da direita no MASP, Avenida Paulista, no dia 13 de novembro daquele ano. A manifestação se chamava de Marcha Popular contra a direita, por mais direitos. Milhares de pessoas foram para a manifestação e a Liga Comunista também, armada politicamente com alguns milhares de panfletos como sempre nas manifestações. O título de nosso panfleto dessa vez foi "<a href="https://www.blogger.com/#">Fazer do Brasil uma grande Cuba!</a>" (assinado também pelo Coletivo Lenin, que reproduzimos na íntegra abaixo). Não esperávamos era a repercussão que o panfleto causou entre a frente ampla de direita golpista.<br /><br /><a href="https://www.facebook.com/carvalho.olavo/photos/at%C3%A9-agora-fazer-do-brasil-uma-cuba-era-uma-figura-de-linguagem-embora-muito-apro/403325683152845/ " target="_blank">Olavo de Carvalho</a>, já guru da direita, tratou de atribuir ao PT o panfleto dizendo que o título do documento seria o nome do programa governamental de Dilma:</span></div><span style="font-family: times;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span><span style="font-family: times;">"Até agora, "fazer do Brasil uma Cuba" era uma figura de linguagem, embora muito apropriada para descrever os planos do Foro de São Paulo. Desde ontem, é o NOME DO PROGRAMA GOVERNAMENTAL, tal como alardeado na passeata da Avenida Paulista pelo PT, pela CUT e pelo MST. Quem doravante negar essa realidade deve ser considerado um FARSANTE, CANALHA, VIGARISTA INDIGNO DE QUALQUER RESPEITO."</span></blockquote></span><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Mais uma grande mentira do charlatão terraplanista. Todo o governo de Dilma provou o contrário e esse nem de longe foi o programa da candidata petista, que inclusive renunciou ao seu próprio programa eleitoral para capitular as pressões golpistas, colocando o testa de ferro dos banqueiros, Joaquim Levy, como ministro da Fazenda; aprovando a lei antiterrorista contra os movimentos dos trabalhadores, e uma série de outras medidas reacionárias que ao contrário de evitar, aceleraram seu isolamento político. Todas essas capitulações do governo do PT plantaram confusão em seu imenso eleitorado e facilitaram um dos Golpes de Estados mais fáceis já ocorridos, cujo climax na Câmara dos Deputados mencionamos no primeiro parágrafo. Uma prova da validade do que estamos dizendo, está no fato de que o chavismo, na Venezuela, depois de se derrotar com apoio popular o golpe de Estado de abril 2002, tomou precauções à esquerda, como um armamento popular, contra as dezenas de tentativas golpistas posteriores e até agora segue governando.</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgnPMJxjLvXfN5Qx8iVW1o1fsyOC0RNsqK6hpaKICEfTqUKBThzFSWVPxpzIYtuMWuVt2_TnLvV5fgHHQ8yhwrQOOGOOj45L7hzmQve3UmNR3WWc4o0dfI2yjHOsJpgp5Uq_VnVIORVYZOxvw0F7l2rAlvcy2CuKYzfv_7sN-96SkC_ZEcrsfOn2jjIVQ=s2000" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="2000" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgnPMJxjLvXfN5Qx8iVW1o1fsyOC0RNsqK6hpaKICEfTqUKBThzFSWVPxpzIYtuMWuVt2_TnLvV5fgHHQ8yhwrQOOGOOj45L7hzmQve3UmNR3WWc4o0dfI2yjHOsJpgp5Uq_VnVIORVYZOxvw0F7l2rAlvcy2CuKYzfv_7sN-96SkC_ZEcrsfOn2jjIVQ=w640-h512" width="640" /></a></div><br />Na golpista revista Veja, <a href="https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/canalha-minoritaria-e-golpista-macula-protesto-legitimo-e-democratico-contra-desmandos-do-governo-petista-mas-ficou-claro-trata-se-de-uma-minoria-repudiada-por-todos-inclusive-pelas-forcas-armadas/" target="_blank">Reinaldo Azevedo</a>, <o:p></o:p>então o patife de vanguarda do golpismo na mídia e ainda longe de ser o guru da esquerda liberal perguntava:</span></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: times;">“E aí? O que lhes parece? Como se sabe, isso aí não mereceu nem sequer menção na grande imprensa e jamais iria parar num título. Por que não se publicou algo assim: “Em ato em defesa do governo Dilma, manifestantes pedem que Brasil vire uma grande Cuba”. Seria uma manchete mentirosa? ... Mas pergunte a Boulos se ele realmente não gostaria que o Brasil virasse uma Cuba continental.”</span></p></blockquote><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Na mesma Veja, outro golpistinha, <a href="https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/deu-na-8216-canada-free-press-8220-o-caminho-do-brasil-para-o-comunismo-bolivariano-8221-vamos-traduzir-para-o-jo-soares/" target="_blank">Felipe Moura</a> provocava:</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: times;">“foi distribuído na
manifestação de militantes petistas desta quinta-feira 13 em São Paulo um
folheto do Coletivo Lenin e da Liga Comunista com o título “Fazer do Brasil uma
grande Cuba!”. Sim: eles acham isso bom. Mas nada assim com que devamos nos
preocupar, não é mesmo?”</span></div></blockquote><div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><span style="font-family: times; font-size: medium;"> E no dia seguinte, <a href="https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/protestos-petistas-x-protestos-anti-pt-a-diferenca-de-cobertura-da-imprensa/" target="_blank">Moura </a>escreve novamente: </span></o:p></p>
</div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: times;">“Acha que estou sendo exagerado? Pois eis – aí ao lado – o panfleto distribuído na
manifestação petista, como já mostrei aqui. A imprensa fez alguma manchete dizendo que manifestantes
pediam que Brasil virasse uma grande Cuba? Não! Explicou que se trata de um regime ditatorial responsável
pela morte de ao menos 100 mil pessoas, mais de 17 mil delas sendo opositores
políticos fuzilados no paredón, como até Che Guevara admitiu que fazia em
discurso na ONU em 1964? Não!”</span></p></div></blockquote><div>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Como é notável, todos tratam de invocar providências repressivas, qualquer providência, vindas de sua turba de zumbis, da mídia golpista, do Estado, contra a estratégia revolucionária e justificam com isso sua estratégia contrarrevolucionária preventiva, ao mesmo tempo em que tentam atribuir a direção do PT, do MST, do MTST uma política que sabem muito bem não lhes corresponder. Mas, como em 1964 e em quase todos os golpes, o fantasma do comunismo é agitado na campanha da reação de demonização dos os inimigos a serem golpeados. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A virulência dos ataques não se deve apenas ao título do panfleto, porque essa perspectiva para a luta de classes no Brasil, posta em termos da potencialidade sobre uma experiência concreta de revolução no continente é o que mais teme historicamente o imperialismo e as classes dominantes nativas de todo o mundo.</span></p></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Muitas outrsa mídias menores da direita fundamentalista católica também citaram o panfleto, chamando atenção também para seu conteúdo:</span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: times;">“Em resposta a manifestações conservadoras ocorridas em São
Paulo no começo de Novembro (após a eleição), o Movimento dos Sem-Teto convocou
uma passeata exatamente para o dia 13 de Novembro (em 13 de Novembro de 2015,
na França, ocorreram também os ataques terroristas que vitimaram mais de 100
pessoas). Centenas de militantes compareceram ao evento, e nessa data foi distribuído
o seguinte documento: Fazer do Brasil Uma Grande Cuba, eis a promessa do movimento
revolucionário em 13 de Novembro. No documento, lemos ainda o seguinte: “Todas as reformas só serão possíveis com uma verdadeira
Revolução Socialista…” e lemos também: “Uma revolução no Brasil colocaria
imediatamente o imenso proletariado brasileiro na vanguarda da revolução
continental...” (blog NovaCastalia).</span></div></blockquote><p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;">Sim, nós temos nossos símbolos e sonhos, ampliar nas dimensões continentais brasileiras toda a grandiosidade que foi e continua sendo a revolução cubana, é um deles. </span><span style="font-family: times;">Abaixo, o "maldito" panfleto na íntegra:</span></span></p><p><span style="font-family: times;"><br /></span></p><div><span style="font-family: times;">"MARCHA POPULAR CONTRA A DIREITA, POR MAIS DIREITOS<br /><br /><span style="font-size: large;">Fazer do Brasil uma grande Cuba!<br /></span><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhYlvNjh0kcEeLgaoX1zilU0TlUIaVM4y78cVb0FBUb9qF4KuyzKRCT1kyItpogGQiSEL19NbavQzvlFzNxDGvGXr91a1DWGo7JmtO6H6ddJY_A4sNb91BhEwF9tq448d8NQCfeVsmVgM5QSyum5JWw02M1wrGBEv4FS2sbvRLuTQBkFCuTlq7-tRh3XA=s482" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: times;"><img border="0" data-original-height="482" data-original-width="350" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhYlvNjh0kcEeLgaoX1zilU0TlUIaVM4y78cVb0FBUb9qF4KuyzKRCT1kyItpogGQiSEL19NbavQzvlFzNxDGvGXr91a1DWGo7JmtO6H6ddJY_A4sNb91BhEwF9tq448d8NQCfeVsmVgM5QSyum5JWw02M1wrGBEv4FS2sbvRLuTQBkFCuTlq7-tRh3XA=w464-h640" width="464" /></span></a></div><span style="font-family: times;"><br /><span style="font-size: medium;">A crise de 2008, debilitou o domínio do imperialismo dos EUA e Europa sobre países como o Brasil, e favoreceu a influência das burguesias chinesa e russa. Os conflitos na Síria, Ucrânia e as últimas eleições estiveram marcados por essa nova disputa.<br /><br />Durante e após as eleições, setores da classe média manipulados pelo imperialismo foram as ruas com todo o seu ódio, preconceitos e violência contra nós trabalhadores, defendendo a qualquer custo a derrota do PT.<br /><br />Derrotada nas urnas, a direita quer agora derrubar o governo Dilma, agitando por uma nova ditadura militar para facilitar a aceitação de um golpe parlamentar como imposto em Honduras, Paraguai e Ucrânia.<br /><br />Toda essa onda reacionária acontece porque eles têm medo de perder seus privilégios, de que o PT, pressionado por manifestações e greves, seja obrigado a fazer as reformas necessárias a melhoria vida dos trabalhadores. No entanto, o PT não fará essas reformas, porque mesmo depois de quase tomar um pé-na-bunda dos empresários e banqueiros, e quase perder a presidência num golpe eleitoral-midiático, o PT mais uma vez deixa de lado os movimentos sociais e os trabalhadores para negociar a sua “governabilidade” com a direita.<br /><br />Só reformas populares poderiam melhorar as condições de vida da nossa classe. A reforma agrária contra o agronegócio daria terra ao trabalhador do campo. A reforma urbana acabaria com a especulação imobiliária e daria moradia digna a todos que necessitam.<br /><br />Os transportes, a saúde, a educação e a mídia precisam ser estatizados e passar ao controle da população trabalhadora, assim como as grandes indústrias e as multinacionais. Também é preciso pôr fim a polícia assassina e as prisões em massa de nosso povo pobre e negro.<br /><br />Todas essas reformas só serão possíveis com uma verdadeira Revolução Socialista, onde conquistemos o poder de decisão e a organização da produção nas indústrias e empresas, no campo e nas cidades, para atender às necessidades de toda a nossa classe. É disso que a direita e o imperialismo têm medo, de uma nova e grande Cuba na América Latina.<br /><br />Mais do que derrotar a ofensiva imperialista e golpista no Brasil, temos que ir além, fazer um governo dos conselhos dos trabalhadores da cidade e do campo. Uma revolução no Brasil colocaria imediatamente o imenso proletariado brasileiro na vanguarda da revolução continental, não poderia ser contida por bloqueios imperialistas nem se submeteria aos limites estabelecidos por uma burocracia. Mas para isso não podemos nutrir qualquer ilusão no PT que governa para os empresários e banqueiros. Somente nós, trabalhadores, podemos fazer o nosso futuro.<br /><br />Por sua vez, se não avançamos nesta luta, seremos esmagados pela perspectiva contrária, de uma nova onda golpista reacionária, que nos imporá o desemprego, a falta de moradia, o arrocho salarial, as drogas, a prostituição, a mendicância, o trabalho escravo, e uma repressão policial ainda mais bárbara do que a que já sofremos. Mais do que nunca, hoje, está colocado para os trabalhadores brasileiros socialismo ou barbárie!</span></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times; font-size: medium;">Este documento é uma elaboração comum do Comitê Paritário constituído pelo Coletivo Lênin e pela Liga Comunista / Comitê de Ligação pela IV Internacional (TMB / Argentina, Socialist Fight / Grã Bretanha), estabelecido na jornada de discussões de São Paulo dos dias 08 e 09 de novembro de 2014.<br /><br />TODOS A MARCHA POPULAR CONTRA A DIREITA E POR DIREITOS!<br />AGORA É A VEZ DO POVO! NEM COXINHA, NEM GOLPISTA!<br />UMA MARCHA DE ESQUERDA E DE VERMELHO!<br />Organizada pelo MTST e com a participação de várias organizações, esta Marcha pretende colocar as pautas populares para o Brasil.<br />Contra o avanço da direita fascista! Contra o ódio ao povo pobre e aos nordestinos!<br />13/11/2014 - 17h - MASP - Av. Paulista - São Paulo/ SP"</span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-70049114728426274642021-12-09T01:18:00.003-03:002021-12-16T22:59:36.971-03:00Comunicado<span style="font-family: times; font-size: x-large;">Por que Liga Comunista?<br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: times;"><br /></span></div><span style="font-family: times; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgVkh0ptAJufkH0QfIdU9HBTa7bWPXdPhvpbz9osNVWzdbutgZINU8_2fljcXMXfQ-4BMzX65AO1urUtaSP47fw8lG-8BOf5CM6xfqN06FTflBTSoYkUeN1DDdh2igVwHVzonTASLQS_hKd5lu8O8z_bsTq4dtVVbUOOMO7O1PH2gDXeze2mW8leOGOow=s909" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="397" data-original-width="909" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgVkh0ptAJufkH0QfIdU9HBTa7bWPXdPhvpbz9osNVWzdbutgZINU8_2fljcXMXfQ-4BMzX65AO1urUtaSP47fw8lG-8BOf5CM6xfqN06FTflBTSoYkUeN1DDdh2igVwHVzonTASLQS_hKd5lu8O8z_bsTq4dtVVbUOOMO7O1PH2gDXeze2mW8leOGOow=w640-h280" width="640" /></a></div><br />A Frente Comunista dos Trabalhadores (FCT) retomou o nome de Liga Comunista (LC).<br /><br />Primeiro, pela unidade programática maior alcançada entre seus militantes o que descaracteriza o caráter de frente.<br /><br />Segundo, o nome Liga Comunista remete à tradição da primeira organização política de Marx e Engels e ao primeiro coletivo trotskista (bolchevique-leninista) do Brasil que participou da fundação da IV Internacional em 1938.<br /><br />Terceiro, identifica-se com os fundamentos programáticos expressos no Manifesto do Partido Comunista, nos quatro primeiros congressos da Internacional Comunista e no Programa de Transição.<span><a name='more'></a></span><br />A Liga Comunista luta para ser uma vertente revolucionária no processo de reorganização política do proletariado no Brasil que deve convergir para a construção de um Partido Operário, com um caráter de classe claramente definido: em seu programa, nos objetivos estratégicos, na sua estrutura organizativa e nos seus métodos de ação. Somente com tal partido será possível organizar politicamente e mobilizar as amplas massas exploradas e oprimidas para o combate ao imperialismo e à burguesia brasileira, com um programa internacionalista e socialista.</span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-51465657215567785162021-12-04T19:09:00.004-03:002022-01-22T01:16:03.253-03:00Fome, Lula e o Golpe de 2022<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">Fome, Lula e o Golpe de 2022<br /></span><br /><i><span style="font-size: large;">E o dever dos comunistas de disputar a consciência do eleitorado lulista contra a política kamikase do lulismo</span></i><br /><br />Humberto Rodrigues<br /><br /><span style="font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhJFPk7KDMVIwek-B3X9BURgQzA63kv8B3SEEhtrgEJl-H1TuApxzSHg1QTKQLvDhqaEPxsPwQJgxmUa9M61vESncmgNH76cbi8sm5J5RZZStXevsFq_zg7r4fC_dH6vx0efrK-lnefaZ3GrJh2mRB8kksqp2fGOea3H79o8QQ15TyGnrMsgkX7qKfNOA=s870" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="870" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhJFPk7KDMVIwek-B3X9BURgQzA63kv8B3SEEhtrgEJl-H1TuApxzSHg1QTKQLvDhqaEPxsPwQJgxmUa9M61vESncmgNH76cbi8sm5J5RZZStXevsFq_zg7r4fC_dH6vx0efrK-lnefaZ3GrJh2mRB8kksqp2fGOea3H79o8QQ15TyGnrMsgkX7qKfNOA=w442-h640" width="442" /></a></div><br />O preço do milho disparou. Os preços mundiais dos alimentos bateram um novo recorde, atingindo níveis que não se viam desde 2011, o índice de preços dos alimentos foi em média 134,4 pontos no mês passado, 1,2 % a mais do que em outubro, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).<span><a name='more'></a></span> <br />Mas, poderia se pensar que sendo o Brasil um dos maiores produtores mundiais do cereal, essa alta poderia beneficiar a população brasileira de alguma forma. De acordo com os dados de setembro de 2021 para a safra 2021/22, o Brasil é o 3º maior produtor de milho do mundo, ficando atrás apenas dos EUA e da China. Os três países juntos produzem 60% do milho do planeta, sendo o Brasil responsável por 10%. Na variação de crescimento da produção anual a do Brasil é a maior do mundo, deve produzir 118,0 milhões de toneladas na safra 2021/22, valor 37,2% maior que a produção da safra 2020/21 (86,0 milhões de toneladas). Em 2019 a receita com a exportação de milho, até agosto, foi de US$3,81 bilhões. Em 2021, o preço médio do milho foi o maior ao longo dos últimos 4 anos, com valor de US$0,20/kg. Lembrando que em 2020 o valor médio entre janeiro e agosto foi de US$0,16/kg). O milho só perde para a soja em importância de cultura da produção agrícola do país, sendo mais importante que a soja como insumo para a produção de aves e suínos, além de sua importância estratégica para a segurança alimentar do brasileiro ao longo das últimas décadas. <br /><br />Mas, ao contrário do que se poderia se esperar, a alta do preço do milho será usada para atenuar a situação famélica dos brasileiros que estão desmaiando de fome nos postos de saúde e em legiões pedindo ajuda nos sinais com cartazes dizendo que está com fome. <br /><br />Ao contrário do que se espera, o aumento do preço mundial do milho (e também do trigo, feijão e açúcar), isso encarece diretamente os preços dos alimentos e aumentava tragédia da fome. A política econômica bolsonarista quer um povo faminto, servil a uma ajuda temporária e miserável de 400 reais em troca do voto. E também trama pela explosão da violência difusa para projetar-se politicamente como árbitro policial e acentuar o controle social miliciano. <br /><br />Essa é a função que o governo Bolsonaro cumpre para o capital, por isso, a maioria dos capitalistas tramaram o golpe eleitoral que o elegeu, o apoiaram em detrimento de seus candidatos tradicionais, com o tucano Alckmin, por exemplo, e asseguraram, através do Centrão, do STF e da mídia que ele permaneça lá durante todo um mandato de destruição das condições de vida da maioria da população e não duvidarão entre ele e Lula em 2022. Foi graças ao novo ciclo de acumulação de capitais assegurado por Bolsonaro a frente do governo que 20 ricos burgueses do país entraram na alta roda dos novos bilionários em plena pandemia. <br /><br />Do nosso lado, a fome, a miséria e o desemprego "em si" não criam a situação revolucionária. Se assim fosse, as regiões exploradas que vivem sob essas condições há séculos no sul do planeta não teriam se acostumado com isso e já eram comunistas. Aí está o fracasso da ilusão que acredita que o proletariado quanto mais marginalizado, mais revolucionário (como acreditavam alguns socialistas pré-marxistas e anarquistas). Para que exista um movimento revolucionário não basta a miséria, é preciso o fermento comunista, a teoria e o programa que irão organizar o povo para a guerra de classe. Aí está a razão do pavor que a burguesia e o imperialismo tem do comunismo, demonstrando com isso senão consciência, pelo menos instinto de classe burguesa. Conduzem o povo ao desemprego, a miséria e a fome, superexplorando-o e por isso querem extirpar o comunismo da sociedade. Para não deixarem ocorrer a fusão entre o trabalhador explorado e a teoria comunista. E porque os movimentos sociais, os sindicatos e os partidos não convocam o povo para a luta contra a fome e Bolsonaro, o quando convocam não é bem pra valer? A quase totalidade da esquerda não é comunistas, incluindo muitos que tem em seu nome e programa dizeres socialistas, comunistas e revolucionários. É reformistas do capitalismo, acredita nas eleições e não quer atrapalhar as eleições nem assustar a burguesia chamando o povo pra rua. De tanto aburguesamento dessas instituições o povo faminto desconfia dos burocratas e não vai pra rua só porque eles chamam. Uma fração minoritária chama o povo a rua, mas do alto de seus sites, não faz trabalho de disputa da consciência diretamente junto ao povo trabalhador e se limita a dar ultimatos pelo voto nulo nas eleições. <br /><br />A RESPONSABILIDADE DE LULA E A TAREFA DOS COMUNISTAS <br /><br />Não sabemos sequer se a população trabalhadora e pobre atenderia ao chamado do próprio Lula para ir às ruas. É provável que uma parte atendesse e as manifestações contra Bolsonaro pudessem ser bem maiores do que foram até agora. E é provável também que se retroalimentassem e superassem as limitações em que suas direções desejam mantê-las. Mas o fato de que ninguém pode assegurar se as manifestações seriam suficientes fortes se Lula as convocasse não exime Lula da responsabilidade de fazê-lo e privilegiar estreitar laços com os que defenderam o golpe e a sua prisão, como Alckmin. <br /><br />Lula tem acertadamente demonstrado em seus últimos discursos demonstrado a contradição entre o Brasil ser um dos maiores produtores e exportadores de comida e a fome do povo brasileiro. Mas se verdadeiramente Lula deseja concorrer nas eleições de 2022, se não quer ser preso novamente antes de começar a campanha eleitoral por uma nova maioria no STF agora terrivelmente pró-Bolsonaro e lavajatista, ou seja, a favor dos dois outros candidatos favoritos golpistas (Bolsonaro e Moro); se o PT quer verdadeiramente vencer no primeiro turno; se Lula não quer ver uma fraude eleitoral lhe roubar a possibilidade de sua vitória; se Lula não quer ter os poderes cassados por um truque semiparlamentarista caso venha a vencer as eleições; se Lula e o PT querem evitar uma ampla gama de golpes que já estão em andamento contra a sua candidatura e seu mandato, sabem muito bem o que precisariam fazer, convocar o povo a luta de rua, com comícios de massas pelo Fora Bolsonaro e o golpismo. <br /><br />Existe 99% de chances de Lula não fazer essa convocatória, assim como ele foi contra a palavra de ordem “Fora Bolsonaro!”, assim que saiu da prisão e como também se opôs a convocar as manifestações de rua que ocorreram de maio a setembro de 2021. Seja como for, essa situação nos coloca como tarefa do dia o trabalho de base junto aos trabalhadores lulistas para recrutá-los para defenderem organizada e coletivamente a luta por sua vida e a de sua família. O capitalismo brasileiro, os banqueiros e os especuladores do latifúndio (agronegócio), engordados com a alta do milho e demais commodities, não vão repartir, de boa vontade, um grão de milho com o povo. O fim da fome está condicionado a ação dos famintos pela expropriação dos expropriadores da cidade e do campo. O primeiro passo para combater a carestia deve ser a luta pelo aumento geral dos salários, auxílio emergencial de um salário mínimo para todos os subempregados e desempregados e o tabelamento dos preços da cesta básica, gás e combustíveis (assim como aluguéis e isenção de todas as tarifas com continuidade de prestação de serviços de água, energia, internet), subvencionando os preços em relação aos cobrados no mercado internacional a partir do imposto progressivo sobre os superlucros do capital especulativo e produtivo que opera no mercado de commodities, tendo como perspectiva a nacionalização do solo, da terra e a coletivização da agricultura. <br /><br />E isso só é possível se o povo abraçar um programa de luta que anule o conjunto das medidas golpistas, que anule todas as medidas neoliberais que o faz desmaiar de fome, que a população vislumbre que sua vida só melhorará através da expropriação desses golpistas capitalistas, e que isso só é possível sob concepções comunistas, que não por acaso são abominadas por Bolsonaro e sua matilha fascista.</span></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-24092888677087094862021-12-04T13:30:00.002-03:002021-12-16T23:09:56.724-03:00Fidel, Allende, Revolução, Golpes e Contrar-Revolução na América Latina<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">Fidel, Allende, Revolução, Golpes de Estado e Contrar-revolução na América Latina<br /></span><span style="font-size: medium;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhcWxS8fSRhTIVUxw76Y6IwC3zKktm6bU3Mf7VZ0Nu0ZQeW88CYGVPsDxmGCCOfsj_YuHoKWSII4Nq2GRQixjd3ulPEfaTcAlo56M6NolNaOiTfN_-q1JbtmBqptrR7swtXFqG-3gArmhymX0PoQNIqgGmO08MhJOpmhX02yStej42nApQEm0ugGR7oOg=s574" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="271" data-original-width="574" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhcWxS8fSRhTIVUxw76Y6IwC3zKktm6bU3Mf7VZ0Nu0ZQeW88CYGVPsDxmGCCOfsj_YuHoKWSII4Nq2GRQixjd3ulPEfaTcAlo56M6NolNaOiTfN_-q1JbtmBqptrR7swtXFqG-3gArmhymX0PoQNIqgGmO08MhJOpmhX02yStej42nApQEm0ugGR7oOg=w640-h302" width="640" /></a></div><br />Entrevista histórica dupla com Allende e Fidel, ao jornalista chileno e assessor pessoal de Allende, Augusto Olivares, acontecida em novembro de 1971. Aqui reproduzida pela TV pública argentina que recebeu o nome de "El Dialogo de America". A conversa foi realizada nos jardins do palácio presidencial, onde temas como "A via chilena para o socialismo" e os obstáculos para sua realização foram refletidos pelos dois estadistas.<br /><a href="https://www.youtube.com/watch?v=BLoIwfSV0PY&fbclid=IwAR3vjxN9DYCJpCj9e2LKcWzYoOkim8_MJIxv6MiWb7HwCRDNbZHflSXAT-g">https://www.youtube.com/watch?v=BLoIwfSV0PY<span><a name='more'></a></span></a><br /><br />Aos 21:17 pergunta Augusto Olivares: A experiência política chilena é seguida com muita atenção em todo o mundo. É uma experiência que tem obstáculos. Como podem vocês definir esses obstáculos?<br /><br />Allende: Três minutos para definir os obstáculos de uma revolução que tem que ser feita dentro de uma democracia burguesa e com os instrumentos legais dessa democracia? No entanto tu sabes perfeitamente bem que avançamos. Os obstáculos nascem de quê? Em primeiro lugar, de uma oligarquia com bastante experiência, inteligente, que defende muito bem seus interesses, e que tem respaldo do imperialismo. Dentro do marco de uma institucionalidade em que o Congresso possui pesos e atribuições e onde o governo não tem maioria. Então, o governo tem dificuldades bastante sérias que fazem que o processo revolucionário chileno, dentro dos marcos dessa legalidade, encontre, a cada dia e a cada momento, obstáculos para o avanço do programa da Unidade Popular. Por exemplo: é certo que obtivemos um despacho de uma lei no Congresso da lei que permitia nacionalizar o cobre, mas quando buscamos o caminho de comprar as ações dos bancos, dos monopólios, já nos encontramos com obstáculos, com resistência, e o parlamento exigiu que se fizesse uma lei que determinasse caso por caso e uma lista determinada das empresas que iriam formar parte da área social. Você compreende Augusto Olivares que as dificuldades em nosso caso também estão em relação com uma liberdade de imprensa que é muito mais que uma liberdade de imprensa, que é uma libertinagem da imprensa. Deformam, mentem, caluniam, tergiversam. Os meios de difusão com que contam são poderosos! Jornalistas vinculados aos interesses externos e aos grandes interesses nacionais. Não só não reconhecem, como também, eu repito, deformam nossas iniciativas. Temos nós que respeitar as conquistas que o povo alcançou. Das quais fazem uso e mal uso a oposição ao governo popular. Por isso, as dificuldades que se apresentaram a nós são bastante grandes.<br /><br />Fidel: São admiráveis as dificuldades de vocês.<br /><br />Augusto Olivares: Presidente, apesar desses obstáculos, pode-se avançar em direção ao socialismo?<br /><br />Allende: Avança, eu já disse. O cobre é nosso, o ferro é nosso, o salitre é nosso, o aço é nosso. Ou seja, as riquezas básicas nós temos conquistado.<br /><br />Fidel: Aqui há uma questão importante sobre essa pergunta que fez Olivares sobre a “via” e as dificuldades e da marcha do processo. E que o povo chileno em meio a toda essa tradição da estabilidade de suas instituições, de seus partidos de esquerda organizados conseguiu fazer uma aglutinação de forças suficientes para obter a vitória no campo eleitoral e que efetivamente empreendeu uma série de mudanças estruturais muito importantes e algumas de grande transcendência histórica, como a recuperação do cobre, do salitre, do controle dos bancos, todas essas medidas afetaram profundamente os interesses dos monopólios, dos EUA, e afetaram também os interesses dos setores oligárquicos do país. Entre eles as medidas de aplicação em um ritmo maior da lei da reforma agrária. E essa situação engendra uma grande resistência desses interesses, que além de tudo controlam, como dizia o presidente, grandes recursos para a luta, partidos também tradicionais, com experiência, habilidade, um controle majoritário dos meios de divulgação de massa, experiência na arte de disseminar os temores, de explorar a ignorância. Todos esses fatores constituem obstáculos formidáveis.<br /><br />Allende: Perdão, é preciso reconhecer que esses partidos tem conseguido conquistar setores da população, as pessoas com menor consciência, alguns setores do campesinato. Você sabe que existe no Chile uma porcentagem alta de analfabetos, gente que não tem conseguido se incorporar plenamente a luta do povo.<br /><br />Fidel: Eu tenho a impressão que essa resistência apela aos procedimentos clássicos dos mais avançados, que é um procedimento que nós qualificamos de fascista. E que tratam portanto de ganhar as massas, massa com uma demagogia voltada aos setores mais atrasados das camadas humildes e ganhar massas nas camadas médias. Então agora falta uma questão por demonstrar: Se esses interesses se resignarão passivamente as mudanças de estrutura que a Unidade Popular e o povo tem desejado levar adiante. E é de se esperar que nós analisemos teoricamente essa questão, que exista resistência forte e inclusive exista resistência violenta. De maneira que esse é um fator que não se pode descontar em absoluto da atual situação chilena, do meu ponto de vista, que é um ponto de vista de um visitante, vindo de um país que está em outra condição, que é como a viagem de um mundo para outro mundo.<br /><br />O debate inteiro é muito rico e destacamos apenas esse tema estratégico, cujas concepções contrarrevolucionárias de concessões crescentes à direita e o pacifismo conduzem a capitulação, muitas vezes sem lutas e pavimentando o terreno do Golpe de Estado e da reação fascista, como aconteceu recentemente no Brasil com Dilma e o PT. O tema é plenamente vigente para a reconstrução da militância de esquerda que derrotará o atual regime de exceção implantado no Brasil e a ascensão do fascismo no mundo e vai muito além do debate entre pacifismo e luta armada.<br /><br />Mesmo alertado por Fidel do risco de que os fascistas não se resignariam pacificamente diante da “via pacífica para o socialismo” de Allende, o presidente chileno - ao contrário de armar o povo para resistir ao ameaça do ataque violento da burguesia, como fez Fidel na invasão da Bahia dos Porcos pelos gusanos armados pela CIA – desarmou os cordões industriais chilenos através de uma Lei de Controle de Armas, sobre a justificativa de que o armamento do povo “provocaria a direita”.<br /><br />No 5o. ponto de reivindicações da "Carta dos operários dos Cordões Industriais a Salvador Allende" se lê claro repúdio a "lei maldita" do Controle de Armas. O documento inteiro de críticas fraternas dos operários a Allende vale a pena ser lido e estudado por todos os que desejam lutar contra o Golpe hoje.<br /><a href="http://www.socialismo-chileno.org/adonis/caja4f/cordones_sag_5_9_1973_a.pdf?fbclid=IwAR357RJWB4LBzOC9XS-YaV-n5dj4ikp4CJgQMcQDl1JubHdGFSsQo3GZS0A">http://www.socialismo-chileno.org/.../cordones_sag_5_9...</a><br />Chile 1972-1973: Revolución y contrarrevolución<br /><br />Allende foi assassinado no Palácio presidencial, tendo nas mãos uma metralhadora que havia lhe presenteado Fidel, pelos golpistas a mando de Pinochet, seu general de confiança.</span></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-10745992298694652822021-11-23T21:45:00.016-03:002022-01-22T01:36:56.539-03:00Plenária Nacional pelo Fora Bolsonaro - Lula presidente<div><span style="font-family: times; font-size: x-large;">Uma frente necessária contra Bolsonaro e o imperialismo na atual etapa de luta contra o golpe</span></div><div><span style="font-family: times;">Balanço da "Plenária Nacional pelo Fora Bolsonaro – Lula Presidente"</span><span style="font-family: times;"><span><br /><br /><span style="font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwVaz4AZaqMUW-KXPdqVba8xLGPijI1NGn2y8im5p_4mLiJ-HjCOfofqe0oEQFwYBLlL-8jYI8c4laWh8FrPiSmybGPN5zXujk7VASYrxIdGBXSJuqvR4z-jGz_WBBJp-bYH6bzuHwUXK6/s1056/plenaria1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="548" data-original-width="1056" height="332" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwVaz4AZaqMUW-KXPdqVba8xLGPijI1NGn2y8im5p_4mLiJ-HjCOfofqe0oEQFwYBLlL-8jYI8c4laWh8FrPiSmybGPN5zXujk7VASYrxIdGBXSJuqvR4z-jGz_WBBJp-bYH6bzuHwUXK6/w640-h332/plenaria1.jpg" width="640" /></a></div><br />Nos dias 06 e 07 de novembro, se realizou em São Paulo a Plenária Nacional Fora Bolsonaro – Lula Presidente. Foi convocada por um esforço conjunto do Partido da Causa Operaria, do Partido Comunista do Povo Brasileiro e por nossa organização, a Frente Comunista dos Trabalhadores - Comitê de Ligação Quarta Internacional. Com a predominância da militância do PCO, a Plenária Nacional teve aderência de vários movimentos sociais, sindicatos e ativistas, movimentos indígenas, atraindo, inclusive, setores do PT e do movimento sindical e popular descontentes com a orientação política de enterrar a luta de ruas para começar a campanha eleitoral.<span><a name='more'></a></span></span><br /><span style="font-size: medium;">O movimento pelo Fora Bolsonaro entrou em um impasse interno e caiu na armadilha da Frente Ampla. A jornada de manifestações nascidas em maio foi encerrada porque a maioria das direções partidárias, sindicais e populares não estiveram interessadas em massificar a convocação e mobilização da classe trabalhadora para a luta de rua. Além disso, essas direções foram seduzidas pela ideia de uma ampliação "por cima", do palanque, com “ex”-bolsonaristas.</span></span></span></div><div><span><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;">A última manifestação da jornada de atos nacionais contra Bolsonaro ocorreu,não por acaso, no dia 02 de outubro quando se montou um ato com os dirigentes golpistas “para ampliar a frente”. O resultado foi justamente o inverso do prometido, tanto porque os golpistas não querem mobilizar contra Bolsonaro, quanto pela desconfiança dos manifestantes tradicionais da esquerda com os novos oposicionistas. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A frente ampla é uma armadilha antipetista de uma fração dos que tiveram na linha de frente do golpe de 2016, dos que elegeram Bolsonaro em 2018, e dos que fazem “trabalho de sapa”, como Ciro, no sentido de viabilizar uma candidatura de terceira via. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Esquálida por compartilhar o mesmo programa econômico bolsonarista e odiado pela população, a heterogênea 3a via não passa de uma 2a via do golpismo diante do desgaste político do bolsonarismo governante. Os postulantes a candidatura da 3a via tem em comum a aversão a candidatura petista e pretendem pelo menos desfigurar a candidatura Lula. Não obstante, a aposta dos paladinos do frenteamplismo em subordina a luta popular a cadência do calendário eleitoral de 2022, refreou a jornada de manifestações de rua e finalmente logrou desmobilizá-la. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A chamada terceira via é sangue do sangue do bolsonarismo. Foram os partidos que compõem essa frente ampla que impulsionaram a criação do fenômeno político Bolsonaro em 2018. O PSDB era o partido principal da oposição burguesa durante todo os governos do PT e foi através da candidatura presidencial desse partido que se começou o processo golpista já durante as eleições de 2014.</span></span></div><div><span><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: times;"><span><span style="font-size: medium;">E quem não se lembra do esvaziamento político da própria candidatura presidencial do PSDB, em 2018, em favor da candidatura de Bolsonaro? E quem não se lembra da dobradinha “BolsoDoria” na segunda principal eleição do país, a do governo de São Paulo? E quem são os partidos que hoje se recusam a fazer ampla maioria pelo impeachment? Querem projetar sua 3ª via para elegerem um dos seus contra a possibilidade da volta do PT ao governo diante do desgaste político de Bolsonaro. Mas, justamente por </span></span><span style="font-size: large;">sabotarem a luta de rua pelo “Fora Bolsonaro!”, sabotam o próprio desgaste político de Bolsonaro, mesmo com a política do genocida durante a pandemia, e acabam por sabotar a si mesmos como alternativa burguesa ao bolsonarismo. Em resumo, a 3ª via é a 2a via do golpismo diante do desgaste do bolsonarismo e ao sabotar o Fora Bolsonaro e até o impeachment, sabota a si mesma como alternativa de direita para 2022.</span></span></div><div><span style="font-family: times;"><br /><span style="font-size: medium;">Uma armadilha que contraditoriamente conta com a cumplicidade da política de conciliação de classes da direção petista. Sendo um desvio crônico, incurável, aprofundado com o aburguesamento do partido pelos anos de governo, o PT sofre um ventriloquismo de frações burguesas. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Por outro lado, aos olhos das amplas massas, a candidatura de Lula, proibida pelo regime golpista em 2018, é a única candidatura oposta a de Bolsonaro, o presidente mais perverso e anti-operário da história do país. A orientação política de tentar atrair os golpistas para uma frente eleitoral em oposição ao fortalecimento da luta de massas contra o conjunto do golpismo fragiliza a candidatura Lula, sua força popular e favorece um novo golpe político contra o PT, como foram a prisão de Lula e todo o processo manipulado das eleições de 2018. </span></span></div><div><span><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span><span style="font-family: times; font-size: medium;">Essa orientação política da direção do PT contribuiu imensamente com toda a perseguição que o PT sofreu da direita e dos EUA desde sempre e continuará contribuindo. Essa orientação política também explica porque o PT apoiou ou pelo menos foi amistoso com a 1ª Conferência Nacional dos Comitês de Luta Contra o Golpe em 2018 e porque não apoiou a Plenária Nacional de 2021, apesar da defesa do segundo eixo principal da Plenária ser a defesa da candidatura Lula.</span></span></div><div><span><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;"></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1PY27oIonMHDw0fzluWNIoDdgei-8yPmvBXn93UOkttoGPPcpdDnRFEi8SC2Z_vGh4aySbPP5gYLoqzHhmIiRvKWUiCBaFHV4imepagxB8SfPuTwKv9jNl3KocIZK9TnCrGDCwOJt4Dp_/s1080/20211103161124_d98df83a43848d4d7695d8637fdbe82be9b7026082f7d919eb07a43d78832103.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1080" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1PY27oIonMHDw0fzluWNIoDdgei-8yPmvBXn93UOkttoGPPcpdDnRFEi8SC2Z_vGh4aySbPP5gYLoqzHhmIiRvKWUiCBaFHV4imepagxB8SfPuTwKv9jNl3KocIZK9TnCrGDCwOJt4Dp_/w640-h426/20211103161124_d98df83a43848d4d7695d8637fdbe82be9b7026082f7d919eb07a43d78832103.jpg" width="640" /></a></div><br /><span style="font-size: medium;"><br /></span><span style="font-size: medium;">A Plenária Nacional pelo Fora Bolsonaro foi positiva, como expressão da resistência ao impasse criado pelas direções da frente popular de priorizar a conciliação com os golpistas. Foi positiva, exatamente por que representa um divisor de águas, que esgrima na superação qualitativa deste embaraço político. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Contando com a participação entusiasmada e sinérgica de mais de 500 ativistas dos partidos, dos movimentos sociais e dos sindicatos que se articularam em sua mobilização, ela condensou o sentimento de esperança mudancista represado e poderá em certas condições de temperatura e pressão se estabelecer como um pólo de atração político, capaz de dinamizar um amazônico movimento popular, mais ainda, poderá ser o nascedouro de uma Frente Única Operaria armado-a com uma plataforma comum de reivindicações operário e popular, organizada em todo o País. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A FCT-CLQI foi responsável por unir importantes sindicatos operários e movimentos populares ao manifesto de convocatória para a Plenária Nacional. Esteve presente contribuindo para enriquecer a análise dos eixos políticos centrais que balizam a situação política atual. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Entendemos também que a oposição luta de ruas x luta eleitoral está errada. As ruas devem ser o terreno principal da luta da classe trabalhadora, daí nossa crítica ao oportunismo eleitoral. Mas, também entendemos que a classe deve ter candidaturas para disputar a luta eleitoral que é o terreno principal do regime burguês, daí nossa crítica ao anarquismo e ao abstencionismo sectários. Quando o trabalhador vota em um candidato ele se pensa constituído com o seu representante político e participa indiretamente da luta política. Deve fazê-lo de forma crítica e atenta para superar as suas ilusões eleitorais e compreender que só realizará suas mais profundas demandas quando se envolver diretamente na luta política pela conquista revolucionária do poder. Quando se abstém ou anula o voto, ele não participa da luta política eleitoral e, pensando estar dando uma saída radical para o problema político (com um fora todos!, por exemplo) talvez não se sinta cobrado a atuar na política concreta, tal como ela está e a consciência da classe está, com suas determinações e fenômenos momentâneos. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Participamos, problematizando pelo menos alguns elementos fundamentais do processo político golpista e suas conseqüenciais, todavia, tratando com ênfase o novo ciclo de acumulação capitalista do golpismo, desencadeado a partir de 2016, do papel do imperialismo estadunidense e do oportunismo político do social-reformismo suas insuficiências e limites. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Destacamos em detalhes o papel negativo do frenteamplismo, que significa uma derrota tácita para o movimento operário, experiência fracassada em varias latitudes, em contraponto explicamos a necessidade da organização de uma frente única operaria e de uma plataforma de reivindicação e luta. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Mas, a contribuição central da FCT a Plenária Nacional, foi a campanha internacional em defesa de Cuba e contra a ofensiva do imperialismo estadunidense na America Latina, em particular, sua recente investida, sobre o estado operário Cubano e suas conquistas revolucionarias. Tema que teve como desdobramento uma serie de ações políticas no ultimo dia 15, rechaçando os atos gusanos em Cuba. Aconteceram protestos em frente aos consulados dos EUA e ações de apoio em frente dos consulados de Cuba no Brasil e em diversas partes do mundo. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Importante destacar ainda, o papel do camarada Levi Pedro, operário da construção civil do Espírito Santo, histórico fundador do PT, ativista do núcleo operário do bairro da Lapa em São Paulo, atualmente, membro da Direção Nacional da FCT-CLQI, cuja intervenção na Plenária Nacional Fora Bolsonaro - Lula Presidente, além de contribuir politicamente verbalizando nossas posições, emprestou a ela, uma feição e uma substância operária, energizando e empolgando os participantes. Também presente na abertura da plenária, falando virtualmente, esteve o camarada David Rodrigo Capistrano, operário da Construção Civil de Pernambuco. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">O saldo organizativo da Plenária é positivo, consideramos uma conquista política do proletariado, portanto, plenamente exitosa. Ao final foi formada uma comissão de redação nacional das resoluções que dela advieram, e uma Coordenação Nacional. </span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Ademais, propusemos que se realize um circuito de plenárias regionais, replicar em seguida uma nova edição da Plenária Nacional, visando aumentar sua dimensão, amplificar sua envergadura organizativa, seu alcance e ressonância política.</span></span></div><div><span><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span><span style="font-family: times; font-size: medium;">Isso será possível se esse primeiro passo for precedido de outros que demonstrem para a toda a população trabalhadora, castigada por esse governo, e para toda a vanguarda classista que aqui está a ala mais firme e decidida dos que lutam pelo fim do governo Bolsonaro e de todo o ciclo do processo golpista iniciado em 2016.</span></span></div><div><span><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span><span style="font-family: times; font-size: medium;">A Plenária Nacional foi um passo importante para reunir aqueles que defendem intransigentemente o direito da população a eleger Lula, e aqueles que querem ir mais além dos limites políticos da frente popular, os que lutam por um governo revolucionário dos trabalhadores.</span></span></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2557398650009791462.post-7080737598287289352021-11-17T14:18:00.073-03:002021-12-18T14:38:12.464-03:00Argentina<span style="font-family: times;"><span style="font-size: x-large;">Frustração com Fernandez e abstenção impulsionam a vitória da direita<br /></span><br />Por Christian Romero e Humberto Rodrigues.<br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH7GaRmDfrrPZ8PtrfEUBvDRUCW12cacbF2DGuYmfS9YaUjmZh_vK8LO2up1NZtXOamLokdzuU56Ajm0OHkpDbETC99Hgf-c0S8HQJESQXPA6AOcZn-BzVX9pnHpsgZy_q6vKNhpfCZ_42/s741/Elecciones_2021_Senadores.png"><img border="0" height="447" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH7GaRmDfrrPZ8PtrfEUBvDRUCW12cacbF2DGuYmfS9YaUjmZh_vK8LO2up1NZtXOamLokdzuU56Ajm0OHkpDbETC99Hgf-c0S8HQJESQXPA6AOcZn-BzVX9pnHpsgZy_q6vKNhpfCZ_42/w640-h447/Elecciones_2021_Senadores.png" width="640" /></a></div><br /></span><div><span style="font-family: times;">Nas eleições legislativas argentinas de 2021, o partido do presidente Alberto Fernández, herdeiro direto do peronismo - Frente de Todos (FDT) recuou em relação às eleições de 2019. A coalizão de direita - Juntos pela Mudança - conseguiu manter seu apoio eleitoral, que com a alta abstenção significou um crescimento proporcional, relativo. Na capital federal e na província de Buenos Aires, a direita, cada vez mais neofascista do que neoliberal, foi a terceira força. A esquerda era a terceira maior força a nível nacional. Na província de Jujuy, a frente de esquerda - FIT - obteve 25% dos votos.<span><a name='more'></a></span><br />Nas eleições legislativas de 2021 houve uma das maiores abstenções desde 1983. Mais de 3.000.000 de eleitores a menos que nas últimas eleições, de 2019. Somando votos em branco com votos nulos, deram mais de 1.000.000.<br /><br />O abstencionismo e os votos em branco e nulo em geral refletem uma insatisfação dos trabalhadores com a FDT, incapazes de avançar nas reivindicações mais elementares como opção ao imperialismo e na política vacilante geral exibida pelo governo de Alberto Fernández. Ainda assim, em grande medida esse resultado foi capaz de rastrear o resultado da primária: no estagiário peronista e na FDT em geral, os governadores peronistas que podem exibir triunfos da FDT em seus distritos provinciais foram fortalecidos na estagiária peronista e na FDT .<br /><br />A <a href=" https://www.lavoz.com.ar/politica/elecciones-2021-javier-milei -con-la-freedom-avança-é-consolidado-como-a-terceira-força-na-capital-federal /" target="_blank">direita </a>da “Avanza Libertad”, neofascista, teve um crescimento eleitoral, consolidando-se como uma terceira força mais votada </span><span style="font-family: times;">na capital federal (17%) </span><span style="font-family: times;">e</span><span style="font-family: times;"> na província de Buenos Aires com </span><a href=" https://www.lavoz.com.ar/politica/elecciones-2021-jose-luis-espert-fue-el-tercero-mas-votada-en-buenos-aires/" style="font-family: times;" target="_blank">Espert </a><span style="font-family: times;">(7.48).</span></div><div><span style="font-family: times;"><br /></span></div><div><span style="font-family: times;">O resultado em Jujuy e, em menor medida, em outros distritos - consolida a unidade <a href="https://www.lanacion.com.ar/politica/la-izquierda-se-consolida-como-la-tercera-fuerza-a-nivel-nacional- e -will-have-four-deputies-nid15112021 / -" target="_blank">FIT </a>como a terceira força em relação a votação nacional. </span><span style="font-family: times;">Nas mãos de uma frente operária revolucionária, esse resultado pode ser muito bom para o avanço da luta operária. Mas, nas mãos desses pseudo-trotskistas, a FIT-U, representa um retrocesso, uma parlamentarização da luta de classes a serviço da classe dominante, que conquista os últimos representantes políticos conciliadores. Os parlamentares da FIT são </span><span style="font-family: times;">incapazes de defender o povo trabalhador e oprimido. Em 2020, chegaram a votar em um projeto de lei sionista que criminaliza qualquer protesto em favor do povo palestino, contra o Estado nazi-sionista e seus crimes. Votaram contra o direito da própria FIT de protestar contra as agressões de Israel. A bancada da FIT não serve nem para que a própria FIT faça demagogia internacionalista em um </span><span style="font-family: times;">contexto em que existe uma direita cada vez mais agressiva do tipo bolsonarista, que já é a terceira força na Capital Federal e na província de Buenos Aires.</span></div><div><span style="font-family: times;"><br />Cúmplices da parlamentarização da luta de classes como a FIT-Unidad e a falta de um reagrupamento independente dos trabalhadores para capitalizar o descontentamento com a FDT, abrem caminho para a ofensiva do imperialismo. Uma ofensiva que já se inicia há algum tempo fazendo parte do incessante ajuste que o FMI exige para garantir o pagamento da dívida gerada pelo macrismo e que o governo da FDT assumiu sem sequer ter avançado em sua investigação.<br /><br />Por isso, lutamos por uma organização operária independente com vistas a construir seu próprio instrumento político que une a luta por suas demandas imediatas com seus interesses históricos, ou seja, um partido operário revolucionário! Só assim se pode dar uma luta efetiva contra a ofensiva do imperialismo e do avanço da direita.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com