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sábado, 2 de abril de 2016

O CÃO E O RABO

O cão e o rabo
Imperialismo, a questão judaica, a questão cubana e o terrorismo
COMITÊ DE LIGAÇÃO PELA IV INTERNACIONAL

1) A questão judaica foi historicamente deformada pelo imperialismo. O sionismo se converteu em um componente do ascenso do capital financeiro e fundou o Estado de Israel, que se tornou em agente dos interesses expansionistas do imperialismo;

2) Nos opomos a identificação mecânica, anti-semita, que iguala judaísmo com sionismo. Vários ativistas do judaísmo se irmanam aos povos oprimidos no combate a Israel. Combatemos a perseguição dos judeus ucranianos por parte do governo pró-OTAN nazista de Kiev;

3) A burguesia sionista, por sua influência econômica, possui um peso político superestimado dentro da classe dominante imperialista em todo mundo, influenciado suas decisões acerca do Oriente Médio e a questão palestina. Do mesmo modo, relativo a Cuba os gusanos influenciam na manutenção do bloqueio dos EUA contra o Estado operário. Ambas possuem muita influência nos consórcios midiáticos multinacionais. Ainda que a burguesia gusana seja menos influente na política imperialista, ambas as frações da burguesia, gusana e sionista, já são componentes orgânicos do imperialismo, influindo na superestrutura política, jurídica, e no sistema de partidos dos EUA;

Netanyahu, premier israelense visita dirigente do
ISIS que recebe tratamento em hospital israelense
4) O sionismo e Israel (assim como os gusanos) se converterem em parte orgânica da burguesia imperialista e, em certa e limitada medida, instrumentalizarem o próprio imperialismo mesmo a serviço de seus interesses históricos. Não é por acaso, que Obama sente uma certa dificuldade para disciplinar tanto o sionismo quanto a fração gusana do imperialismo associada aos republicanos, para realizar os objetivos atuais da Casa Branca em Cuba e no Oriente Médio;

4.1) O projeto dos gusanos e elementos derivados deles na política burguesa dos EUA é auxiliar a burguesia dos EUA no que for possível para prejudicar Cuba. Para realizar seus objetivos contrarrevolucionários precisam manter a hostilidade a qualquer tendência da política burguesa dos EUA a um degelo nas relações com Cuba. A diferença mais fundamental entre a gusanos e os sionistas nos EUA, é que os gusanos são traidores de Cuba e na verdade do conjunto das massas da América Latina semi-colonial, enquanto o lobby sionista é o mais forte partidário de Israel como um projeto de Estado imperialista.
                            
5) Hoje, Israel, Arábia Saudita e Turquia são os principais receptadores do petróleo roubado pelo Estado Islâmico dos poços no Iraque e na Síria. Deste modo, o Estado Islâmico, diferente da Al Qaeda não é mais apenas uma criação imperialista, mas um exército mercenário funcional, um departamento do Mossad e de certo modo, como uma parte do sionismo influencia na máquina de guerra e espionagem imperialista, ISIS também é um departamento da CIA, funcional a política islamofóbica do imperialismo, a caçada aos trabalhadores imigrantes e suas aventuras golpistas como na Síria, etc.
http://www.voltairenet.org/article189411.html


5.1) Os aviões dos EUA bombardearam fortemente o ISIS em nome da minoria curda vinculada ao YPD/YPG na Síria. Eles bombardearam ISIS na Síria, embora não tão intensamente quanto faz a Rússia. Eles têm bombardeio em torno de Mosel, com pesadas baixas civis, inclusive sobre a Universidade. Trata-se de um bombardeio deliberado contra civis. Putin chegou a um acordo com Obama sobre a Síria; e pode avançar em um acordo para abandonar Assad e substituí-lo por um fantoche dos EUA. Nestas circunstâncias, devemos nos opor aos bombardeios dos EUA e da OTAN contra o ISIS. Deve-se ser muito cauteloso no apoio aos bombardeio russo e sobretudo para os rumos que estão tomando esses acordos com os EUA para que não acabe apoiando a instalação de um regime pró-imperialista na Síria.

6) Nesse sentido, os atentados do 11 de setembro de 2001, ao Pentágono e ao WTC, realizados pela Al Qaeda, foram realizados em contradição direta com o imperialismo, os antigos amos de Bin Laden em Washington. Ainda que tais ações, por seu método, tenham justificado a recolonização do Afeganistão e Iraque sob o nome de “guerra ao terror” de G. W. Bush. Nenhum ataque do Estado Islâmico se dirige a instituições imperialistas. Foram apenas ações voltadas contra civis, jornalistas, para justificar a campanha de guerra de intervenção do imperialismo no Oriente Médio e, em particular, contra a Síria e os povos oprimidos de maioria islâmica. Temos visto que os ataques reivindicados pelo Estado Islâmico são maquinações imperialistas diretas, um aprimoramento da política de ações terroristas que justifiquem o recrudescimento do terror imperialista sobre o conjunto dos povos oprimidos e, em particular, os povos do Oriente Médio.

7) “O rabo” são as frações imperialistas ligadas ao sionismo e aos gusanos. O rabo ganhou força na definição acerca da movimentação do “cão”, o imperialismo, com o fim da URSS, quando Cuba se debilitou e o imperialismo viu a possibilidade de reforçar seu domínio na América Latina e no Oriente Médio. O imperialismo se debilitou com a crise capitalista de 2008 que provocou uma retração momentânea da política expansionista e abriu espaço para a entrada em cena de outros competidores no mercado mundial, a China e a Rússia, coordenando os BRICS. A partir de então, as frações mais organizadas do imperialismo em relação ao seu domínio no Oriente Médio e América Latina, exigem e alertam ao cão que é necessário uma superação da política “power soft” democrata de Obama por outra ainda mais belicosa contra Cuba, o Irã, Palestina e o bloco de nações lideradas por Rússia e China. O rabo, coadjuvante, tensiona ao imperialismo à direita para retomar o terreno perdido para esse bloco eurásico, movimento de contra-ataque que criou a atual guerra fria intercapitalista rumo a uma 3ª Guerra Mundial;

7.1) Hoje, a fração sionista do imperialismo se expressa melhor através do Partido Republicano, inclusive através da ala da CIA ligada aos republicanos. Isso explica como o atual governo israelense se apoia nos republicanos para contrariar Obama e seus acordos com o Irã. O atual presidente dos EUA deseja cooptar os adversários: Cuba e Irã, por exemplo para ganhar tempo e paralisar a resistência adversária e, sobretudo retardar a consolidação do bloco de países dirigidos pela Rússia e China. Os Republicanos acusam Obama de capitular, nessa tática, e ceder terreno para os adversários. O apoio ao ISIS por Israel e do proeminente e explícito Senador republicano John MaCcain tem como estratégia a retomada da escalada belicista no Oriente Médio contra a Síria, Iraque, Irã, ... Tudo isso faz com que o ISIS seja funcional a tendência neonazista do imperialismo ianque e sua estratégia por recolonizar o planeta. O ISIS é um agente duplo, mercenário do imperialismo, particularmente um agente de Israel e da ala mais belicista do Partido Republicano. A partir do avanço russo contra o conjunto dos mercenários da CIA na Síria, foi estabelecido um “armistício” na Guerra Fria intercapitalista. Foi realizada uma suspensão pactuada e temporária das hostilidades entre os EUA e Rússia. O pacto tácito vale para o Oriente Médio tanto quanto também na Ucrânia. Está tudo em compasso de espera na III Guerra, até os EUA decidirem quem vai ser o novo comandante em chefe do Pentágono. Para a Rússia também interessa ganhar tempo. Putin espera um alinhamento militar da China, sem a qual não é possível diminuir a desvantagem militar do bloco eurásico em relação a superioridade bélica do imperialismo. Nós apoiamos o bombardeio contra o ISIS por forças beligerantes ou nações adversárias do imperialismo (Iraque, Síria, Rússia, as guerrilhas curdas, Hezbollah), mas não apoiamos ataques contra o ISIS por parte do imperialismo, membros da OTAN ou diretamente de uma nação imperialista.

7.2) Temos acordo de princípios a não apoiar ataques do imperialismo contra qualquer povo ou força beligerante, incluindo o ISIS. Acreditamos que a ala sionista e republicana do imperialismo apoia o ISIS. Combinado a esta orientação desta fração do imperialismo, o ISIS também é agora apoiado material e logisticamente, por Israel, Arábia Saudita, Turquia, Emirados Árabes. O imperialismo não age de forma homogênea sobre o ISIS. Mesmo assim, a fração que aparentemente combate o ISIS, seguindo as orientações de Obama age de forma ambígua. Por isso, o Pentágono pode realizar alguns ataques não fulminantes nem decisivos contra o ISIS, bem diferente de como agiram contra os Talibans e Bin Laden, Saddam Hussein ou Kadafi, por exemplo.

7.3) A Rússia e a Síria acabam de derrotar o ISIS na cidade histórica de Palmira. Não somos derrotistas frente a esse enfrentamento, tomamos partido ao lado da nação oprimida Síria e do Exército russo contra os mercenários do imperialismo que barbarizaram a Síria. Mas, não depositamos qualquer ilusão na estratégia burguesa de Putin, que, por seu caráter de classe, é incapaz de realizar uma verdadeira luta consequente com o imperialismo e tende a trair essa luta em favor de um acordo contrarrevolucionário.

8) Todavia, os sionistas e os gusanos não são as únicas frações do imperialismo, elas se somam a outras frações autóctones ou que confluíram principalmente ao partido republicano e que se expressam no trator Donald Trump, candidato a inaugurar a fase nazista do imperialismo ianque. Trump é a expressão estadunidense do giro à direita da burguesia imperialista, que necessita superar o estágio atual da guerra fria, marcada por golpes de Estado (Honduras, Paraguai, Líbia, Ucrânia), com conflitos pontuais e indiretos (Síria, Iêmen, Ucrânia) para a disputa aberta do domínio mundial subjugando o bloco eurásico para estabelecer um padrão de superexploração dos povos capaz de inaugurar um novo ciclo de acumulação capitalista.

9) A falta de uma direção revolucionaria e da existência objetiva de grandes Estados Operários que ameacem o domínio da burguesia e coloquem a questão da revolução na ordem do dia permite as classes dominantes o luxo de disputar entre si a superexploração dos trabalhadores. Nesta guerra, os trabalhadores revolucionários tomam o lado oposto ao da burguesia imperialista e ao seu giro à direita, se necessário for, em frente única com as frações da burguesia não imperialistas, como na Ucrânia, na Síria e Iemen, contra a OTAN. Os revolucionários se aproveitam das divisões da burguesia mundial e simultaneamente combatem o avanço da superexploração dos trabalhadores em todas as nações. Nossa estratégia é construir partidos revolucionários dos trabalhadores para combinar a luta anti-imperialista com a luta pela tomada do poder pelas massas através da revolução socialista. Isto significa lutar sob a estratégia da revolução permanente e pela reconstrução do partido mundial da revolução socialista, cujo Comitê de Ligação pela IV Internacional convoca.